Aldebaran – 08 de Maio

Desde a infância, Aldebaran já mostrava sua boa alma. Mesmo sendo muito mais alto do que as crianças de sua idade, nunca se aproveitou delas pela força. Ao contrário, sempre protegeu as outras pessoas. Seus valores eram tão elevados quanto sua bondade. E ainda por cima era forte! Não era à toa que se tornaria um Cavaleiro de Ouro.

E ele ficou mesmo muito feliz quando conseguiu sua armadura. Empregaria sua força, habilidades e bondade para proteger uma causa maior. Athena e a paz. E – por que não? – seus companheiros de batalha.

Não precisavam lutar sozinhos, afinal.

Alguns eram mais próximos, é verdade. Mas, no geral, dava-se bem com todos os demais Cavaleiros de Ouro. Não entendia como alguns deles podiam se desentender tanto. Eram a elite dos Cavaleiros de Athena, lutavam juntos. Eram todos companheiros, amigos. Até mesmo irmãos, descobririam quando o fim chegasse.

Aldebaran não se incomodava com a má fama do Cavaleiro de Leão. Era bom demais para isso. Não sabia ainda da verdade sobre Sagitário, mas e daí? Achava absurda aquela forma como muitos tratavam o garoto. Que culpa o leonino tinha se o irmão tivesse feito algo de errado?

Lutava por ele também. Era taurino, insistente! Não temia dar seu sangue pelos outros. Depois de um tempo até sentia orgulho de Aiolia, que tinha tudo para se rebelar, mas seguia sendo um Cavaleiro dedicado – a seu modo selvagem, mas dedicado de qualquer forma.

Mu entendia seu ponto de vista, era um bom amigo. Podia – será? – ter contado antes sobre a farsa no Santuário, mas tudo bem.

A farsa... foi cruel como tudo terminou. Vários de seus estimados companheiros estavam mortos.

Afrodite, tão belo e orgulhoso; Camus sempre racional, um mestre até o fim; Shura e sua justiça fortíssima; Aiolos, morto muito antes, inocente e honrado; Máscara da Morte com sua visão distorcida de justiça; Saga e sua alma tão complexa. Todos mortos.

Aldebaran, com seu coração simples, mas grande e nobre, sentiu por eles. Apesar de tudo o que passaram, eram seus companheiros!

Olhou para as lápides pela primeira vez, sabendo que também seria a última, e se foi. Eram tempos de guerra e não havia espaço para lamentações.

Fim