Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 32
Capitulo 31 - Sem Coração


Notas iniciais do capítulo

N/Carla: Auuuuuuuuuuuuuuu..Olá Alcatéia...Aparecemos..
Como é tradição, último dia do ano tem capitulo...rsrsr
Nos desculpem pelo mega atraso, mais muitas coisas aconteceram comigo e com Bruna, então tempo ficou praticamente escasso...NÃO ABANDONAREMOS CP JAMAIS.
O capitulo está sem editar...então nos desculpem qualquer erro...vamos postar, mais voltaremos para editar tudo certinho depois.
Obrigado a Loo pela 12ª recomendação...amamos...
Recomendo que estejam bem calmas e tomem um suco de maracujá...o texto está forte e tenso.
Nos falamos la embaixo... Ah, é o POV do nosso lobo Alpha delicia
Sem mais delongas..
BOA LEITURA!!!!




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“Um homem dominado por trevas, sem enxergar a luz, tem um único desejo dominando tudo, e movendo seus passos, a Vingança.”

Tudo que domina os céus após a tempestade e a destruição são cinzas.
Espessas.
Sujas.
Nos cegam.
Fui tomado por uma cegueira.
Algo que fugiu totalmente da minha percepção, e do controle natural, sobre os meus atos.

.....

Algum tempo antes.

Olhava para o mar, sem saber por onde começar a procurar.
– Vamos encontrá-la Jacob. – Seth segurou firme meu ombro.
Fechei os olhos.
E o único coração pulsando claramente era o da hibrida.
Reneesme.
– Jacob? Venha descansar, o dia será cheio. – Moira, tocou meu braço suavemente.
– Não estou cansado. – respirei fundo.
Caminhei na direção de Sam.
– Como vampiros poderiam estudar os movimentos da reserva sem um de vocês se dar conta? – minha cabeça trabalhava a mil por hora, e via que a teoria de Sam fazia total sentido.
– Não sei, mas foram algumas tentativas, ao longo dos anos. Eles sabiam no mínimo como seria a nossa defesa.

– Quantos. – Sam estava visivelmente irritado, com a possibilidade de ter sido feito de idiota.
– Eles não deram um passo em falso. Nos distraíram, para pegar o que queriam. – Quill ponderou.
– Sim eles fizeram isso. – concordei olhando na direção onde o coração de Rennesme batia acelerado.
– Se não fosse Reneesme ir até minha casa, teríamos sido pegos de surpresa. E talvez não conseguiríamos nos defender como fizemos. – Sam tinha um olhar de agradecimento em direção a filha dos Cullens.
Apenas assenti.Vendo-a partir ao lado de Seth.
Caminhei em direção a praia.
Moira, Ayra, Merida, Aquiles, Eike, Graham, e Scott estavam por ali.
– Foi um ataque planejado. Muito bem planejado. – Graham tinha certeza em suas palavras.
– Sim foi. Eles tiveram tempo de sobra para planejar. – minha mente estava longe daquela conversa.
– Como assim? – Moira questionou, por incrível que pareça ainda estava confusa.
– Eles vêm tentando levá-la a anos. Todo ataque deles era uma forma de saber como agir Moira. Pacientemente, eles foram se infiltrando, até saber cada passo de cada lobo, quando são atacados.
– Mas eles não feriram ninguém. – Scott ponderou. – E poderiam fazer isso, eles existem a Milênios.
– Eles não precisavam. – foi a vez de Eike se pronunciar. – Por isso vieram com inúmeros vampiros. Eles só precisavam dar a eles, as coordenadas, e deixá-los fazer o trabalho sujo. Se seriam vitoriosos ou não, já não importava, o que eles vieram buscar, eles levariam, sem ter o risco de não conseguir sair da reserva.
– Então ela estava totalmente certa? – Moira tinha um pedido de desculpas no olhar. – Quando disse, que eles queriam Jacob?
– Provavelmente sim. Eles só não contavam que ele não estaria mais aqui. Mas levando ela, sabem que Jacob irá atrás. – Graham empurrou as palavras.
– É, eles contam com isso. – Aquiles, concordou.
– Existe um único pequeno detalhe, que eles não contam, um lado cego,que eles sequer notaram. – pensei em voz alta.
– E qual seria esse lado cego? – Ayra parecia ansiosa.
– Vocês saberão. Preciso ficar sozinho, alguns minutos, para ordenar meus pensamentos, e não fazer besteira. – antes de me afastar, notei que Ayra e Graham estavam inquietos. Como se quisessem dizer algo, e estivessem com receio.
– Jake... – Ayra barrou o que ia dizendo.
– Você tem algo a dizer, diga logo. – cruzei os braços.
– Eu só... não sei o que dizer, ou por onde começar. – a postura dela eram um misto, que eu não conseguia identificar.
– Não precisa dizer nada, você esta aqui, e esta bem. Isso já é importante, pois não me perdoaria jamais, caso você e Mérida tivessem se ferido. – Agora preciso ir. – dei um beijo na testa dela, e sai em disparada.
Tinha algo em mente.
Não pensaria e muito menos cogitaria fazer o que farei agora, mas por ela farei.
Leah.
Parei no alto de uma colina.
Vi Seth seguir sua caminhada.
Sabia que ela poderia me ver.
A noite era fria, como cubos de neve.
Cinco minutos de espera.
E as batidas aceleradas do coração de Reneesme me alcançaram.
– Aconteceu algo? – o tom de preocupação, se misturava, com o receio, e um brilho indecifrável nos olhos dela.
– Você pode nos ver, certo? Prever, ou simplesmente pode ajudar. – era inacreditável estar ali, diante dela. Me foquei no amor por Leah, que esta acima de tudo.
– Posso, ver algumas coisas. – ela deu de ombros.
– Eles tiveram a paciência que só a eternidade nos dá. Levaram anos para me trazer aqui, atacar, levá-la. Mas dentro de todo o circo que eles armaram para me levar até eles, você e Kate, são dois pontos cegos no meio disso tudo.
– Pontos cegos? – ela cruzou os braços, mantendo uma distancia segura entre nós.
– Isso. Eles não contavam com a sua capacidade de ver aquilo que eles não podem. Os Lobos. Isso é um ponto cego. Um sorriso desprendeu dos lábios tensos dela.
– Sim, eu posso. Mas Kate pode mais. Ela vai conseguir eu sei. – ela parecia falar sozinha, e decide não interromper.
– É ai que vai começar o meu plano, e você junto com Kate, precisarão, confiar no que estão vendo.
O coração dela acelerou.
– O que esta dizendo?
– Que eles vão voltar. Posso sentir isso. E eu não vou lutar, pois aja o que houver, eu preciso salvá-la. Preciso livrar Leah, do perigo que ela já esta correndo. E você pode ver onde estaremos. Ou se ela esta mesmo no mesmo lugar. Pode ver onde estou e ter um ponto de partida para sair daqui. Você é o lado cego.
– Você esta dizendo, que vai deliberadamente ficar aqui? Se deixar levar? Por quê? – um tom de frenesi dominou a voz dela.
– Eu não fujo de nada. Já o fiz, e não farei nunca mais. Se eu quisesse fugir, já estaria longe, mas cada passo meu agora, significa, ficar mais próximo da verdade. Sair daqui me faria ficar distante, e não o farei mais uma vez. Eles me querem. Já definimos quem são “Eles”. Agora vamos dar o próximo passo, e definir os motivos, e como vou matar um, a um. – meu ódio não é maior que a angustia de não saber onde, e como Leah esta.
– Eu, eu... – ela parecia buscar palavras.
– Você será aquilo, que somente Leah acreditou que poderia ser. Ela confiou, treinou, e amou. Justamente por enxergar em você algo que nenhum outro ser, conseguiu. É a sua hora, de provar a si, que é capaz. Você vai definir neste momento, quem será pela eternidade. Não é um treinamento, e não vou passar a mão na sua cabeça, ou aliviar a responsabilidade, que me ajudar requer. Acredite, eu sei que é difícil crescer, e você também. Contudo andar sozinho, tomar as próprias decisões, e arcar com elas, compensa isso. Agora você define se vai ser eternamente a filha dos Cullens, o Imprinting do Seth, ou se vai ser Renneesme Carlie. – não sabia exatamente a reação dela, e não tinha tempo para estudar isso.
Sai andando rapidamente.
Não conseguia ficar ali, e descobrir que ela poderia ser tão fraca como o restante da linhagem. Preciso, simplesmente acreditar, no que Leah viu na filha dos Cullens. No laço que as duas formaram. E como isso pode, e vai me ajudar a achá-la.
Corri pela mata.

http://www.youtube.com/watch?v=OYOxoL3CwdI

Ia correr até o chalé, onde Leah e Eu estivemos antes de toda essa loucura.
Porem no caminho parei.
Tinha a estranha sensação de estar sendo vigiado.
Parei no penhasco.
Sentia, uma dor opressora, e que de forma alguma poderia deixar me dominar.
Fechei os olhos.
“Aja o que houver, eu estou ao seu lado.” – o rosto dela veio dominando minha mente. – Seja forte, eu jamais vou deixá-la sozinha. Nunca deixei. Lembre-se de algo muito importante. Meu coração esta, onde você esta, você é meu lar Leah. Seja forte por mim. Eu serei por você. Para sempre.” – podia sentir uma leve sensação de paz, pois minhas palavras de alguma forma, deram isso a ela, em meio ao pesadelo.

Respirei fundo, e antes de abrir os olhos, por alguns segundos apenas, eu a vi.
Meu coração acelerou.
Talvez fosse minha mente em desespero, querendo buscar uma forma de ter certeza que ela estava bem, ou por um segundo eu realmente consegui enxergá-la. Ir além, onde meus pés, não sabem guiar. Ainda.
– Jacob? – Embry caminhava cauteloso em minha direção.

– Como você esta? – apenas baixei a cabeça. – pergunta sem sentido, mas eu não sei como agir, não imagino como você deve estar se sentindo, pois só em pensar não saber onde Kate esta, me causa calafrios.
– Não tente imaginar Embry, é melhor. – respirei fundo. – Você quer me dizer alguma coisa?
– Sim, Kate quer falar com você. – apenas assenti.
E caminhei ao lado dele, Embry parecia inquieto, parou bruscamente no meio do caminho.
– Fico por aqui. Kate me pediu distancia, quer falar a sós com você. – ele não estava nada satisfeito com o pedido da esposa.
Apenas assenti.
Estava dispensando palavras no momento.
Caminhei, ou corri, não sei ao certo, mas em alguns poucos segundos estava diante a casa onde Embry vive ao lado da esposa. Kate estava sentada em uma cadeira de balanço.
– Você vai dar um tiro no escuro, mesmo? Sem saber onde vai, e como vai ficar por lá? – ela se levantou e cruzou os braços.
– Você pode saber mais do que eu Kate. Se esforce e não estarei no escuro. – me aproximei.
– Venho tentando, sei que vou conseguir, mas não sei quando, e não quero que você saia ferido. – seu tom de voz continha um pedido mudo, e desesperado.
– Não serei mais ferido, do que já estou. E não dou tiros no escuro Kate. Você e a Filha dos Vampiros, vão saber o que fazer quando precisarem fazer. Eu aprendi sozinho, e na marra, vocês tiveram tempo, e vão conseguir agora. Por ela. Por vocês, e por todos aqui. – segurei as mãos frias e delicadas dela.
– Eu vejo coisas desconexas. Não sei se elas podem te enfraquecer, ou fortalecer caso eu as conte a você. – ela tinha uma indecisão grudada nos olhos.
– Se fossem para ser ditas, você as diria. Quando devemos dizer algo, as palavras não ficam no meio termo, elas simplesmente tomam o seu caminho. – Kate me abraçou.
– Estou com medo. Muito medo Jacob. De não mudar as coisas que vejo. Não entender a tempo de fazer algo para impedir. – sentia as lágrimas dela molhando minha camiseta.
– O medo, nos torna corajosos Kate. Sem medo não existiria a coragem. E você é corajosa. – fui sincero.
Kate se afastou enxugou as lágrimas, que molharam seu rosto.
– Fica tranquilo, eu saberei o que fazer. No momento certo. – as palavras dela eram firmes. Garantindo que eu não ficaria tão sozinho.
– Eu sei, por isso estou confiando em você. – um sorriso fraco escapou, e foi retribuído calorosamente.
Fui me afastando dos olhos cheios de esperanças de Kate. Preciso acreditar na capacidade dela neste momento, pois essa esperança é algo precioso.
Caminhei em direção a casa de Leah.
Sue estava desesperada. Charlie e Seth tentavam acalmá-la em vão.
– Ela esta em perigo, posso sentir. – os batimentos dela era frenéticos.
– Mãe, vamos encontrá-la. Leah é esperta, inteligente. Forte. Nada vai acontecer a ela. – os olhos de Seth estavam fechados. Ele massageava os ombros de Sue, passando uma confiança á Mãe que provavelmente ele não tinha.
Ela ia dizer algo, que ficou preso em seus lábios, ao me ver ali parado na porta.
– Jacob. – Sue se levantou e caminhou em minha direção. – Só você pode trazê-la sã e salva. Só você tem essa força. – ela me abraçou.
– Eu vou. – retribui o abraço.
– Tenho dividas com você, que não poderei pagar em duas vidas, mas vou acumular mais uma, a mais importante. – suas palavras eram carregadas de dor, e lágrimas.
– Sue você não me deve nada. Não posso imaginar o quanto a fiz sofrer quando Leah sofria por mim, mas posso te prometer algo. Vou trazê-la de volta, custe o que custar. Não importe o que isso custe. – prometi.
– Eu sei que vai. Desde antes do seu nascimento eu sabia do que você poderia ser capaz caso realmente quisesse ser. Você é o reflexo da sua Mãe Jacob. – senti meu coração acelerar, meus olhos encheram de lágrimas sem que eu pudesse controlar. – Sara sempre foi uma guerreira, forte, decidida, grandiosa. Você se tornou o que ela sabia que seria. Grandioso. E não pelo que você é capaz de fazer com sua força, e suas habilidades, mas sim pela determinação que você as faz. Pela força. Isso o torna maior. – ela se afastou alguns centímetros.
Não tinha muitas palavras naquele momento.
Ter a vaga ideia de ser parecido com a minha Mãe, ser comparado a ela, era um choque.
Ouvir sobre ela sempre me paralisa.
Sai, dali sem dizer uma única palavra.
Respirei fundo e procurei um foco mais forte.
Não poderia deixar minhas emoções atrapalhando agora.
A movimentação na mata era intensa.
Parei no ponto onde Leah havia caído.
– Jake, tudo bem? – Graham me analisava, pois certamente sabia que nada estava bem.
Apenas sinalizei com a cabeça. Sem saber ao certo qual o gesto feito.
Ayra e Moira tentavam canalizar a energia de quem esteve ali.
Tentava me concentrar, ver algo que aconteceu naquele momento.
– Três híbridos. Lobos. – Ayra tinha o tom de voz grave, permanecia de olhos fechados.
– Dois híbridos no mar. – foi a vez de Moira.
Senti meu coração acelerar desesperadamente.
O que diabos aconteceu para que Leah simplesmente fosse levada?
Porque ela não se defendeu?
Será que ela tentou, e esta ferida?
O desespero não é definitivamente um bom companheiro.
Fechei os olhos. Preciso me concentrar.
E o som que alcançou os meus ouvidos quase me derrubou, pela surpresa e força nele.
Os olhos da minha Mãe preencheram minha mente.

“É agora. Se prepare Jacob. Seja paciente. Cuidadoso. Escute sempre o que seu coração disser, pois, na escuridão é ele quem vai iluminar seu caminho. Estarei com você a cada segundo. Foco. Não deixe a escuridão te guiar meu filho. Veja além da sua dor.”

Abri os olhos com o coração acelerado.
Um cheiro enjoativo e quase imperceptível tomou conta do ar.
Não estavam ali, mas não estavam ausentes.
Olhei ao redor, e nenhum lobo parecia notar os pés ágeis, e sutis dos frios se aproximando.
Somente Eu podia. Mais ninguém.
Talvez eu estivesse sonhando.
Ou minha Mãe acabara de me dar algo.
Um aviso.
Respirei fundo e o martelar acelerado de um coração conhecido se aproximou.
– Não vou perguntar como esta se sentindo hoje, Mike. – era um som, que todos não ouviam, me dava certeza que era esse o momento, precisa colocar Mike em segurança. – Acho essa pergunta idiota, pois sei bem como esta se sentindo.
– Preciso falar com você. – havia uma certa histeria no tom de voz do Newton.
Olhei em sua direção. Ele estava tenso. Preocupado, e parecia um pouco confuso.
– Claro. Venha. – caminhei por uma pequena trilha que levaria até a casa onde Leah vive. Merida, Ayra e Moira protegeram o local. Mike estaria protegido naquele espaço.
Passamos por Nessie e Seth.
Não era preciso palavras.
A filha do Cullen em alguns minutos poderia ver o que aconteceria.
Com a esperança que a filha fosse muito mais esperta que o Pai, passei um aviso silencioso no olhar.
A respiração de Mike era ofegante.
O deixaria o mais próximo possível da casa de Leah.
– Se não se importa. – estendi a mão e Mike revirou os olhos. Não deveria ser agradável ser carregado como um pedaço de pano nas costas de outro homem. Mas faria isso pela segurança de todos, inclusive a dele.
– Vocês deveriam aprender que caminhar lentamente é interessante em algum lugar no planeta. – o sarcasmo na voz dele, não me impediu de lançá-lo em minhas costas.
– Claro, claro. – Respondi me lançando á mata.
Em poucos segundos estavam em uma pequena clareira que era estrategicamente localizada muito próxima a casa de Leah.
Senti que Mike estava sem graça por ter sido carregado por mim.
– O que houve? – dei um espaço para ele ajeitar a camisa. Fiquei um pouco a frente.
– Porque viemos para cá? – Mike olhava ao redor. Parecia preocupado.
– Achei que gostaria de conversar sem espectadores. – tentei tirar o foco dele, pois descobrir onde ele estava poderia fazê-lo desconfiar de algo.
– Leah. – meu coração parou por alguns segundos. – Eu sonhei com ela. Ou melhor, aquilo não me pareceu ser um sonho Jacob. – não conseguia controlar o desespero em saber se ela estava bem ou não. – Você precisa sair daqui Jacob. Rápido. Ou será pego. Vá embora. – não era mais um som na minha mente.
Aqueles passos que quase não tocavam o chão.
Que apenas sacudiam as arvores.
Ganhou força.
Respirei fundo.
– Como farei isso... – olhava para Mike pensando em uma forma de tirá-lo dali. As noticias sobre Leah tinham tirado totalmente minha concentração, respirei fundo e assoviei para avisar os demais do perigo. – Afaste-se.
Tentei colocar Mike na trilha exata. Tinha certeza que não estava lidando apenas com Vampiros.
Era algo maior, e muito bem treinado, já que era evidente que o único a perceber a aproximação era Eu.
Mike não conseguia se mover.
Uma bruxa.
Ela não me paralisou. Minha mente estava treinada para isso.
Mas agora, e para saber onde Leah estava, precisa dar um jeito de me deixar levar.
– Acalme-se – uma mulher, com a voz quase gentil, estendeu a mão em minha direção.
Não me movi.
Logo atrás estava um Vampiro.
Parecia ser tão antigo quanto a terra.
O coração de Mike disparou frenético. Essa reação dele, me fez enxergar que estava no caminho certo.
– Onde ela esta? – minha voz perdeu a força por um segundo. Não sei o motivo.
– Ela? Você quer dizer a fêmea? Adorável Alfa Leah. Ela esta viva. E não quero mudanças nesta situação. – o Vampiro tinha um tom irônico e vitorioso na voz aveludada.
– O que diabos você quer comigo? Deixe-a fora disso. – ameacei.
– Podemos tentar. E quero algo simples. Você nasceu para fazer. E fará. Depois vou deixá-lo em paz, para desfrutar esta forma medíocre de vida que você escolheu viver. – ele, o cheiro enjoativo quase me fez vomitar, e arrancar ali mesmo o seu pescoço de mármore. Foi difícil me manter imóvel. O vampiro desviou o olhar em direção ao Newton. – O corajoso humano de olhos azuis. Você seria um vampiro interessante.
Senti meu corpo ferver.
Porem, alguém certa vez me disse que atitudes precipitadas, podem nos deixar parados no mesmo lugar para sempre.
– Deixe-o em paz, ou nenhuma magia, me fará ajuda-lo em nada. – meu tom de voz, fez com que o Frio, me olhasse com uma admiração nojenta.
– Você não faz ideia o motivo para o qual nasceu ainda sim é imponente, soberano. Criança, quando souber o poder em suas mãos, será rei. Contudo, agora virá comigo, e dormindo, pois quero chegar inteiro ao nosso destino. Ravenna. – a Bruxa ao lado dele se aproximou. Na mata havia mais dois híbridos.
Respirei fundo.
Era agora.
Ela tocou minha testa, e me senti imensamente tranqüilo.
Meu corpo relaxou, e me deixei cair.
Meu estado era estranhamente consciente.
Embora tivesse a impressão, que todas as vozes fossem apenas parte de um sonho.

Olá Jacob. – uma voz familiar vinha de longe. – Você não poderá me responder. Ou Ravenna saberá que seu espírito alem de se soltar, pode ouvir mesmo preso em seu corpo. – um vento leve soprou, e olhei na direção aonde o cheiro da Bruxa vinha ela tinha cabelos negros, olhos quase violetas, pois eles pareciam estar em uma estranha mutação. – Escute com atenção. Não tente deixar seu corpo. Eles saberão. Seu maior trunfo esta na capacidade de não ser dominado, e no seu amor por Leah. Eles não sabem o quanto são importantes um na vida do outro. Jacob eles vão explorar seus medos, para te jogar na escuridão, se você perder a capacidade de ouvir seu coração, vai perder tudo que te ilumina. Para encontrar Leah apenas escute o que o coração diz, pois para onde você esta indo, sua mente vai tentar te enganar várias vezes. Seja forte. Escute o que o vento trouxer, pois ele dirá a verdade. Mortos não contam com isso, não manipulam elementos vivos. E qualquer ser que traia a natureza também perde. Escute o vento quando tudo parecer perdido. Estamos ao seu lado. Estaremos ao lado de Leah. Esta na hora de lutar. Você é um Alfa, o mais poderoso que eles já tiveram em mãos. Não é só força que o seu poder te deu. Vai alem disso. Muito alem. Tenha calma, fale menos e escute mais. Você nunca estará sozinho. Nunca. Esconda-se em um lugar seguro na sua mente. Fique a salvo nele.

A voz simplesmente desapareceu junto com a sombra iluminada que acompanhava aquele som.

Estávamos no mar, isso era certo.
O caminho não era totalmente desconhecido.
– Como esta nosso Alfa? – a voz aveludada do Vampiro trouxe um ar frio. Eu podia sentir.
– Vladmir. Ainda não aprovei de toda a idéia de levar este ser, até o nosso Lar. Deveríamos levá-lo para um lugar mais seguro, onde não ficássemos vulneráveis, caso algo desse errado.
– Stefan meu irmão. Tenha fé no que demoramos tanto para conseguir. E tenho certeza que não vãos falhar. Vamos conseguir desta vez meu irmão. O que é nosso vai voltar as nossas mãos. Certo como a nossa eternidade.
Stefan e Vladmir os Romenos.
– Ravenna mantenha-o dormindo, vamos deixa-lo calmo até chegarmos em casa.
Senti o toque quente das mãos da Bruxa em minha testa.
Toda vez que ela me toca, meu corpo tenta ceder ao poder que ela tem.
Me sinto preso em um sonho.
Com o corpo totalmente ciente do local onde estava repousado.

http://www.youtube.com/watch?v=4RWVYVrspto

Mas a mente estava longe do nada que o mar continuava a me levar.
Estava a pouco mais de dez anos atrás. Onde uma morena de personalidade, forte e gênio incontrolável tentava me irritar usando algo que nem consigo me lembrar como era sentir.
O cheiro daquele momento me dominou, e eu parecia ver Leah deitada sobre a pedra. De braços cruzados. Rosto vitorioso, e palavras duras.

“– Me diga sinceramente Black, como você um rapaz, que aparentemente possui, de um pingo de Inteligência, se apaixona, por alguém que perdeu o cérebro antes de vir para Forks como a Swan?
– Poderia dizer da mesma forma, que você se apaixonou por alguém destinado a outra, mas prefiro me calar.
– Arruma uma melhor Jacob, essa ta batida! –
– Sabe Leah, você é um porre, Insuportável! Mas é muito Bonita.”

Afinal é isso.
Os pequenos detalhes que dizem o que vai nos manter em pé.
Os pequenos gestos. O inicio da história, nos dá pequenos momentos, que nos tornam mais fortes.
Leah me encheu deles.
Me deu muito mais do que amor, paixão.
Só ela poderia dar algo, que eu não conhecia no inicio da minha jornada.
Leah me deu determinação.
Sem isso não seria nada.
Sem ela eu não estaria de pé hoje.
E por ela, me manterei em forte.

Pela primeira vez eu me lembrava daquele momento em anos.
Todos os outros pareciam muito mais importantes quando estava longe, mas este, foi o primeiro que disse algo sincero a Leah.
Senti um tranco, que me puxou violentamente para onde eu realmente estava.
O ar fresco.
O cheiro dos vinheiros.
Tinha quase certeza que estava na Itália.
Sentia meu corpo ser carregado, a sensação mais irritante de toda minha vida.
Se sobreviver a tudo isso, jamais carregarei Mike caso ele não esteja em perigo.
– Ravenna, prepare nossa chegada e avise aos outros que o Alfa foi resgatado. Prepare suas irmãs para proteger o Lar, Jacob não pode saber onde estamos, e não pode conseguir fugir. Demorei anos para conseguir ficar diante dele. – o tom leve dele poderia ser quase amigo, quase. – Stefan querido irmão, acompanhe nossa amiga.
Minha vontade de fazê-lo virar pó é imensa. Quase incontrolável.
Leah.
Leah.
Leah.
Repeti silenciosamente milhões de vezes enquanto era transportado. Milhões.
Quando o carro parou, os três híbridos me levaram para o interior de um portão imenso. Mas nada imperial. Muitas casas na Toscana tem esses portões.
O cheiro de flores, terra e arvores estavam espalhados por todos os lados.
Passava por um imenso jardim.

Quando o sol e aquele cheiro agradável chegaram ao fim, senti um calafrio cortar meu corpo, tão afiado como uma faca.
O cheiro agradável evaporou do ar, e um misto de odores invadia minha percepção.
Humanos. Alguns Híbridos.
Porem os Vampiros são maioria.
Estava sendo carregado até uma ala escuro.
Os híbridos que levavam meu corpo, subiram vários lances de escada, e no fim de um corredor imenso abriram a porta de um quarto.
O local parecia ser pouco iluminado.
Sentia um sopro fraco de vento.
Os desconhecidos me colocaram em uma cama. Vladmir, Stefan e Ravenna vinham seguidos de um humano, e uma hibrido.
É inacreditável, mas tenho quase certeza que é uma mulher.
O barulho de travas era intenso. E pensava se eles realmente acreditavam que isso ia me impedir de sair.
– O Lar esta seguro Ravenna? – a voz de Vladmir era gentil como sempre.
– Sim. – a resposta foi curto e direta.
– Vamos despertar nosso convidado. – Vladmir parecia ter um sorriso no lábios, o que me irritava completamente.
Os passos dela em minha direção foram rápidos.
Ravenna tocou minha testa.
Mesmo estando completamente consciente quase a viagem toda, sai daquele estado tranqüilo que me encontrava.
Na mesma velocidade que abri meus olhos, pulei alguns metros dos vários pares de olhos sobre mim.
– Olá Jacob. – Vladmir tinha um sorriso satisfeito nos lábios como imaginei.
Fiquei em pé. Cruzei os braços. Olhei ao redor.
– Seja Bem vindo a nossa humilde moradia. – Vladmir me olhava com curiosidade, enquanto Stefan, e os demais tinham desconfiança clara, não só na postura como no olhar.
– Sua casa fede. – dei um passo a frente. – Não quero ser bem vindo, em um lugar que Eu não queria estar. O que você quer comigo de tão importante, que necessita usar magia para conseguir?
– Direto, objetivo. Não esperava menos de um Hibrido com a linhagem que você carrega.
Tentava captar algum som, ou aroma conhecido, qualquer coisa indicasse que ela estava ali. Viva e bem.
– Se continuar me enrolar vou perder a intenção de ouvir, já que interessa eu não tenho nenhum. – Era quase certo, Leah não estava aqui.
– A pressa não nos leva a bons lugares criança. Acalme-se, tome um banho, agora você esta com as respostas nas mãos, seja paciente para obtê-las. – a vontade de separar a cabeça do pescoço dele era imensa. Vladmir caminhou em direção a porta.
– Lembre-se que você esta em um local repleto de Híbridos com habilidades parecidas com aquela que você domina bem, Qualquer tentativa de contato com seus amigos, ou de sair daqui será em vão. – Stefan não tinha o mesmo tom amigável de Vladmir, embora tenha a certeza que ambos adorariam arrancar minha cabeça a qualquer momento.
– Anna Belle. – senti o caminhar forte e um aroma amadeirado dominar o ar. Inebriante.
– Sim. – a voz suave vinha do corredor, em direção ao local onde estou.
– Dê a Jacob tudo que ele necessitar para sua higiene. – a porta abriu e ela passou por Vladmir como uma brisa.
Mal podia acreditar no que meus olhos viam.
– Olá Jacob, seja bem vindo. – uma Loba. – me chamo Anna Belle. – a pele tinha o mesmo tom bronzeado que a minha, os cabelos eram negros.
– Bem Vindo? – o que a prendia aqui. – Você deveria lutar contra eles, não contra os seus iguais.
– Jacob, existe muito mais entre o certo e o errado que uma simples escolha de lados. Eu estou do meu lado, e por incrível que possa parecer agora, estou do seu também. O certo é acabar com a tirania. – ela abriu uma posta de aço imensa que ficava atrás de uma cortina. – Seu lavabo.
– Lutar contra a tirania ao lado de tiranos faz total sentido. – ela sorriu, me irritando um pouco.
– Jacob você é tão jovem ainda. Não passou o horror de ver a família toda ser massacrada. Não ficou mais de uma década vivendo em uma caverna para se esconder de um louco excêntrico Vampiro, que simplesmente queria extinguir toda uma raça. Eu vi muito mais da vida, da dor do que você poderia ou gostaria de imaginar. Sei bem o lado que estou. Não existe o certo, ou o errado na minha escolha. Existe apenas o que você vai fazer com ela. – seu tom de voz era absolutamente calmo. – Agora tome um banho. Você já esta aqui. Não sei ao certo se por escolha, ou porque não querer ver uma matilha toda morta, caso eles não consigam o que querem, mas seja qual escolha você tenha feito, agora só precisa ir até o final com ela.
O sorriso leve nos lábios era o mais inquietante.
Anna Belle fechou a porta, e por único instante me arrependi de estar aqui.
Leah não esta neste lugar.
Olhei para o imenso banheiro.
Ao abrira porta havia uma pia dourada, provavelmente de ouro, a frente um vaso na mesma cor. Haviam alguns degraus para chegar a banheira imensa, e um chuveiro alguns centímetros ao lado.
Tudo extremamente luxuoso.
– Eu estive ao lado deles muito tempo. – conclui sozinho, pois morei meses na Itália, e sempre que me sentia desesperado para voltar a reserva antes de achar uma maneira de quebrar o imprinting era para esta casa que eu ia.
Respirei fundo.
Tirei a roupa e tomei um banho rápido e frio.
Precisava estar relaxado.
Coloquei a mesma roupa ignorando completamente as que Anna Belle havia deixado sobre a cama.
Caminhei até o fundo do quarto onde havia uma janela imensa. Deste local era possível ver outra parte da casa, e também um imenso jardim.
Sentei no chão, me concentrei e fechei os olhos.
Podia sentir o desespero de Moira. A dor do meu pai e de todos na reserva.
Mas a imagem na minha mente me sobressaltou e abri os olhos rapidamente.
– Mas que droga! – levantei em um salto, e quase sem querer.
– Desculpa invadir sua mente, mas estou tentando ajudar. – uma menina praticamente.
Estatura mediana, corpo delicado. Os olhos em um tom rosa desbotado, fascinantes de olhar.
– Quem é você? E o que diabos faz aqui? – analisei ao redor para tentar saber, de onde ela veio.
– Meu nome é Hanna. – ela estendeu a mão. – Muito prazer.
– Não posso dizer o mesmo. – permaneci com os braços cruzados. – O que quer?
Ela caminhou até a cama e sentou.
– Eu? Nada. Mas não quero que eles façam algo com seus amigos na reserva. Então nada de tentar mostrar a eles onde esta. – seu tom era doce.
Uma ameaça dita de forma leve com um tom quase doce e amável.
Respirei fundo, pois não sabia exatamente o que meu ato poderia acarretar.
Como um raio, e muito mais rápiso que os olhos dela puderam acompanhar, circulei uma das minhas mãos em seu pescoço e a retirei da cama batendo seu corpo contra a parede.
– Então esta na hora de você saber exatamente o que Eu não quero. Nunca mais se aproxime de mim, ou tente ameaçar meus amigos, ou até mesmo me ameaçar. – ela segurava minha mão desesperada para respirar. – lembre-se sua vida esteve em minhas mãos uma vez, e com certeza estará uma outra. – os passos no corredor quase não tocavam o chão.
Anna Belle e um hibrido entraram no quarto.
– Solte-a agora. – ele quase rugiu. Os dentes poderiam se espatifar uns nos outros.
– Jacob não seja imprudente.
– Solte-a. – o Lobo deu dois passos a frente, sendo contido por Anna Bella.
Mais dois Vampiros parados na porta.
– Interessante. – ainda com a mão entrelaçada no pescoço frágil da pequena bruxa, coloquei seu corpo a minha frente e a soltei desacordada no chão. – dei um passo a frente, passando pelo corpo inerte dela. – Isso vai acontecer com qualquer outra que tentar invadir minha mente. Se eu quisesse matá-la você não teria tempo, sequer para tentar socorrer. – meu tom de voz era calmo, e meu olhar direcionado ao hibrido. – Agora eu ficarei aqui ou vocês vão direto ao assunto?
– Leve-a Gus. Ravenna vai ajudá-la. – a respiração da garota era regular. Antes de sair o Hibrido me lançou um olhar furioso. Uma fúria contida.
– Cuidado com seus movimentos Jacob, eles podem te levar a um caminho sem volta. – ela se virou para partir me coloquei a frente.
– Eu poderia quebrar o pescoço dela, e o seu, e tenho a certeza que nada iria acontecer comigo. Tome cuidado com o caminho que tenta me fazer trilhar, ele pode te fazer perder o rumo que tenta seguir. Parem de me ameaçar, estou aqui, pois quis estar. Sairei da mesma forma. – sai da frente e a deixei seguir seu caminho.
A porta foi fechada e o mais absoluto silêncio se fez.
Cada movimento meu aqui é cauteloso.
Não posso demonstrar o meu medo absoluto que algo tenha acontecido a ela, sem que Eu realmente tivesse a chance de ajudar.
O cheiro enjoativo dominou o ar.
– Jacob, venha conosco. – a voz de um sanguessuga no corredor. – abri a porta e dois vampiros estavam parados no inicio do vasto corredor. Começaram a caminhar, eu os segui.
Passei por alguns quartos, e o cheiro de Lobos dominava aquele andar.
Passei por uma porta e entrei em um lugar escuro.
Desci mais um lance de escadas entrando em um corredor iluminado pelo Sol.
Ao fundo dele, havia um grande salão com paredes de vidro, telhado de madeira e cercado de plantas e flores.
Vladmir estava sentado em uma grande poltrona ali.

O sol era intenso e o vento deixava o dia gostoso.
Respirei com vontade o ar relativamente, mais leve que o vento trazia.
– Não é maravilhoso o aroma dessas flores Jacob? – Vladmir segurava uma Orquídea entre os dedos pálidos e compridos.
Permaneci em silêncio.
– Quando era humano eu passava horas deitado na relva, era maravilhosa aquela sensação. Porem após a minha transformação, jamais consegui ter aquela sensação novamente. Um vampiro Jacob, contraria as leis da natureza, e ela responde privando nossa espécie de alguns bens preciosos, como este, de sentir a tranqüilidade que o campo nos oferece. – ele admirava as flores ao seu redor.
– Eu imagino como a vida de um sanguessuga deva ser difícil. – respondo com ironia.
– Não é. – ele se virou para me encarar. Eu admiro a sua espécie. Vocês tem uma liberdade que maravilhosa. – os olhos vermelhos injetados, as fagulhas brilhantes por todo o corpo, eram totalmente irritantes.
– Se você vê desta forma, nada possa fazer para mudar. Mas tenho absoluta certeza que não estou aqui pela maravilhosa liberdade que minha espécie permite. O que o fez me caçar pelo mundo todo? – fui direto, não agüentava mais rodeios e gentilezas que não existem.
Vladmir sorriu.
Parecia admirado.
– Não o cacei, apenas procurei uma raridade. – ele sentou na poltrona de veluda que ficava no centro do jardim. Ao lado dela mais duas poltronas iguais.
– Não caçou? – ri debochado. – O que o faz achar que sou uma raridade?
– Você não conhece sua história Jacob, desconhece sua linhagem. O auto conhecimento quando usado de forma correta pode nos levar a lugares maravilhosos, quando não sabemos o que carregamos dificilmente saímos do lugar. – Sente-se, Vladmir apontou a poltrona a sua frente.
– Estou bem assim. – podia sentir alguns batimentos cardíacos acelerados, misturados ao cheiro enjoativo e irritante de vampiro.
Tentava me concentrar e não perder o foco, com a intimidade que ele parecia ter com a minha história.
– Vou começar de como eu o encontrei. Como o acaso pode nos levar a direção que sempre procuramos. – ele parecia uma estatua, com um sorriso prepotente e irritante nos lábios, respirei fundo pois sei, o quanto conhecer essa história vai mudar minha vida. – Eu descobri você quando fui prestar uma pequena ajuda aos adoráveis Cullens. Eles seriam massacrados pela guarda Volturi, e decidiram lutar. Quando chegamos a Forks, sabíamos que ali vivia o que tanto procurávamos. Um Alfa de sangue. Você Jacob.
– Eu não estava em Forks quando essa visita aconteceu. Havia saído de lá a meses. – controlei o máximo que pude minha respiração.
– Eu sei. Mas a sua espécie é rara Jacob. E deixa uma pequena impressão por onde passa. Você viveu muito anos na reserva para a sua desaparecer facilmente. Não foi muito difícil descobrir o seu envolvimento com os Cullens, e com a esposa de Edward. Montamos um pequenos quebra cabeças, com alguns pequenos detalhes que vimos naquela ocasião, que felizmente nos deu dois presentes. Descobrir um Alfa de Sangue, e uma fêmea que não estivesse em nosso poder. Leah.
– Como vocês poderiam saber sobre mim,como? – Tentei ignorar a raiva que senti, quando ele pronunciou o nome dela.
– Meu irmão Stefan tem um precioso dom Jacob. Ele pode identificar peças raras. Como você por exemplo. A jovem Swan também seria, caso não tivesse se transformado após o nascimento da filha. Stefan sentiu diante do que estávamos. Algo que vínhamos procurando a séculos. – a felicidade na voz dele estava me desconcertando por inteiro.
– O que eu posso ter que o deixe assim tão feliz? – fui direto mais uma vez.
– Agora vou explicar a nossa história, que inevitavelmente colidi com a sua. – queria fechar os olhos, ver minha Mãe antes de saber algo, por este maldito sanguessuga, que ela deveria me dizer. – Há mais de três milênios atrás, eu governei muitos países Jacob. Mas vampiros tem a mania irritante de se acharem deuses. Eu era um desses. Vivia apenas para me alimentar, e obter meus prazeres carnais. Minha família sempre foi nobre, mesmo antes da transformação. Não éramos preocupados em dominar o mundo, já estamos vivos a tempo o suficiente para saber, que a melhor forma que tínhamos para viver, era aquela. Viver nas sombras, dominando pequenos lugares, ha. nosso favor. Lugares que guardassem nossos segredos a um bom preço. Um acordo de cavalheiros.
Stefan, Eu e nossa irmã Franchesca vivemos dessa forma durante séculos. Chegávamos em determinados lugares, devoramos a nossa comida, e saímos deixando os rastros para quem recebeu os encobrir.
Trinquei meus dentes.
– Tratando a vida humana como lixo, desde a invenção do termo. – o sarcasmo dominou meu tom de voz.
– Jacob fazemos parte de uma cadeia alimentar. Humanos matam animais, para se satisfazer e sobreviver, os caçam e se alimentam disso. Nós fazemos parte da cadeia alimentar que necessita do sangue humano para continuar existido. Um equilíbrio natural ao meu ver.
Revirei os olhos.
– Enfim. Franchesca se apaixonou pelo jovem vampiro aro Volturi. Ela trouxe a própria desgraça, e a derrota de toda família. No inicio fizemos uma parceria incrível com a família Volturi. Éramos companheiros, e mantínhamos nossas terras protegidas. As guerras por domínio de territórios eram brutais para quem não aprendesse a conviver em um clã. Nós aprendemos. Mas Aro,Caios e Marcus queriam mais. Eles discordavam de muitas atitudes nossas, como destruir algumas vilas para nos divertir. Achavam que a supremacia poderia ser ameaçada caso não houvesse um equilíbrio. Não queriam transformações em massa, pois isso sempre acaba em algum tipo de transtorno. Aro queria vampiros fiéis a nossa guarda, eu e minha família não ligávamos para aquilo. Até que a conheci. Uma garota linda de olhos azuis como o céu. Stefan identificou um poder único dentro dela. Porem eu não podia transformá-la pois eu amava o som do coração dela. P cheiro do sangue fresco nas veias. As bochechas coradas. Não queria mais viver saindo de cidades. Queria permanecer, por ela. O problema é que a conheci quando ela fugiu de um monstro que dizimou sua família quase toda deixando viva somente o irmão. Esse monstro era Eu mesmo. Não podia dizer a ela, quem eu era. O que tínhamos era precioso demais para ser alterado. Neste mesmo vilarejo conheci outra mulher. Uma linda mulher chamada Kendra. Ela era bruxa, e sabia exatamente quem eu era. Kendra sabia que o meu amor pela linda jovem era verdadeiro, e resolveu me ajudar revelando um segredo do seu povo, ao perceber o meu desespero em ser exatamente o que minha amada precisava. Havia uma forma de deixar de ser um vampiro.Existia uma chance caso eu realmente quisesse viver, e mudar. E eu queria. Precisava dela. Eu cuidaria e protegeria minha amada e nada de mau aconteceria novamente em sua vida. Então eu aceitei passar nos testes que ela me reservou. Em troca disso, eu daria prometi que íamos embora daquelas terras, e deixaríamos aquele povo em paz novamente. – Vladmir se levantou e escondeu a expressão, por um segundo podia jurar que vi uma fagulha de dor alem da pele brilhando.
Fechei os olhos por um segundo, um único milésimo de segundo, e tive a certeza de ver o rosto da minha Mãe.
Vladmir continuou.
– Os testes foram muito alem da dor. Bruxas sabem como fazer um vampiro sofrer. E ela fez isso com maestria. E confesso que não me importei. Cada dor minha era sentida como um passo, que me deixava mais perto de ser feliz ao lado da mulher da minha vida. Foram longos os dias e noites. Pareciam milênios. E passei por todos. Ganhei a confiança de Kendra e de seus filhos. Então ela me revelou o que poderia ser minha salvação. Havia naquele vilarejo um povo, eles eram chamados de filhos do Sol e da Lua. Eram “transmorfos” assim como você Jacob. Mas eles não eram simples Lobos e Lobas. Eram mais. Não só nasciam para proteger uma espécie rara, como poderiam os próprios ser seus progenitores. Eram escudos.
– Já ouvi falar sobre isso. Seth disse que Bella é um escudo. – soltei as palavras divagando.
– Sim, ela é. Mas agora não pode ser nada alem disso. Perdeu o que um escudo tem de mais valioso. O coração. Escudos nasceram para proteger uma espécie rara, que eles chamavam de filhos da Luz. – meu coração acelerou frenético de uma forma incontrolável. – E alguns filhos de escudos, podem gerar os Filhos da Luz.
– Isso é uma loucura. – conclui.
– Você não ouviu o que filhos da Luz fazem Jacob. E acredite, entre o céu, a terra e o inferno, existem muito mais seres das sombras e de luz do que vampiros e Lobos meu jovem.
– Você acha que eu sou um escudo? – gargalhei. – É disso que estou rindo. Não sou um escudo.
– Você esta certo. Eu não disse que você é um escudo. – o olhar irônico dele fez minha respiração acelerar. – Sua Mãe era. E ela morreu protegendo o Filho da Luz que nasceu para proteger.
Sacudi a cabeça sem querer acreditar no que estava ouvindo.
– Você esta louco. – o nervosismo me dominou. – Não sei o que esse tipo de Lobo é capaz, mas sei que não farei um para você.
– Fará. Escute o restante da história pois vai descobrir o que os Filhos a Luz são capazes. – trinquei os dentes, e fechei os olhos tentando manter o foco. – Aquela tarde eu sabia que tudo ia mudar. Então fui a minha casa e me despedi dos meus irmãos. Dos meus Pais. E os fiz prometer que fossem embora dali. Eles não gostaram do que acabara de lhes contar, contudo queriam minha felicidade. Deixaram-me dinheiro, terras, para que meu futuro fosse confortável e luxuoso como sempre. Eu parti para o que achava ser o meu destino. Estava nervoso. Feliz. Só pensava em uma coisa. Os olhos azuis da minha amada. Sai voz de veludo. Sua pele macia. Eu passaria pelos testes mais um milhão de vezes. Quando cheguei ao vilarejo, Kendra me preparou. Me deixou pronto. O quarto onde estava era pouco iluminado. E uma jovem de pele morena entrou ali. Era claro o seu receio. O seu medo. Mas ela se aproximou. E jamais esquecerei as palavras dela. “ O amor pode transformar homens em monstros, e monstros em anjos. O seu amor de tão puro, vai te trazer um coração.”, quando ela me tocou, senti meu corpo todo formigar. Me senti sufocado e a dor foi de rasgar a alma. Todos as memórias que estavam escondidas passando diante dos meus olhos. Mas a única imagem que me prendia era a dela. Meu amor. Cai no chão curvado, e então senti meus batimentos. Meu coração pulsava forte no meu peito. Toquei meu rosto, e o senti quente como há tanto tempo não sentia, não sabia mais qual era a reação. Corri até o riacho, e me vi na água cristalina. Bochechas coradas. Respiração ofegante pela corrida. Foi um momento único. E inesquecível. Contudo foi tão breve como a vida de um humano. O cheiro de fumaça dominava o ar e as chamas podiam ser vistas ao longo do vilarejo. Tentei ser rápido, porem não era veloz como um vampiro. Não tinha força, era apenas um humano comum. Antes de chegar a clareira senti meus pés levitarem. Meu irmão Stefan me regatou, e ficou incrédulo com a visão diante de seus olhos. Tentei me soltar mas não era forte o suficiente. Mas não me esqueço as palavras dele. “ Acabou Vladmir, ela sabe quem matou os pais.” Senti o chão se abrir sob meus pés. Stefan me jogou em suas costas, e me informou do que estava acontecendo. Enquanto eu passava por testes, e minha família ajeitava sua saída daquelas terras, Aro, Caius e Marcus treinavam uma tropa. Fiéis ao propósito de Aro, que tramavam a nossa derrocada a meses. Ele também descobriu os dons especiais da minha amada, e fez o que não fui capaz de fazer. A transformou, porem antes de fazer, ele contou quem havia dizimado sua família, o que a fez me odiar. Stefan me deixou em um ponto seguro da mata aquela noite. E foi tentar ajudar Franchesca, e nossos Pais. Eu era simplesmente um humano indefeso naquele momento. Quando ele partiu permaneci no torpor. Eu precisava achar minha amada. Pedir-lhe perdão. Ela poderia viver ao meu lado. Eu poderia devolver a vida a ela assim como devolveram a minha. Porem, ela me encontrou primeiro aquela noite. Os olhos vermelhos injetados. E ódio muito ódio no olhar. As palavras foram duras. “ Você vai sofrer como minha família sofreu.” Pedi perdão, implorei. Quando ela se aproximou sentiu o sangue correr em minhas veias e se espantou. “ Venha comigo, podemos ser felizes.” Pedi desesperado. Ela riu. E disse que nem todo amor que ela sentia por mim, a faria voltar. Seria o nosso castigo. Porem eu precisava tanto dela. E quando a toquei, ela se aproximou, e me selou nossos lábios. Ao se afastar me lançou um olhar diabólico.
Senti uma dor muito na alma. “ Dor”, é isso que você passará o restante de sues dias sentindo. Vai envelhecer sozinho, desejando jamais ter me conhecido. Você morreu hoje para mim Vladmir. Ela deu as costas e me deixou ali. Abandonado. Stefan me encontrou quase dois dias depois, estava machucado, pois havia despencado de um penhasco, estava esperando a morte. Contudo Stefan não permitiria isso. Ao me encontrar me transformou novamente. Alguns dias depois voltei ao vilarejo. E todos estavam mortos, a garota que me trouxe a vida seus pais, irmãos. Porem não encontrei Kendra, apenas dois de seus filhos homens, mortos e sem suas cabeças. Stefan e Eu passamos anos fugindo de Aro, até que eles nos encontrou em Nova York. Humilhou-nos dizendo que viveríamos caso seguíssemos as regras. Toda vez que nosso clã crescia ele dizimava todos e nos deixava vivos para ver a supremacia Volturi dominar os vampiros. – ele se virou para me olhar.
– E o que tenho a ver com isso? – cruzei os braços, e embora já soubesse a resposta, precisava me preparar para não arrancar a cabeça dele ali mesmo.
– Você me fará esse favor Jacob. Preciso de seus valiosos dons. Alem de me vingar de Aro Volturi, farei o coração do, Ex grande amor da minha vida voltar a bater apenas para matá-la. Jane vai pagar todo o meu sofrimento, com dor. – o olhar gentil desapareceu.
A surpresa pela confirmação de quem era a mulher que ele amou, misturada com a surpresa de toda essa história maluca, e minha participação em meio a isso tudo fizeram meu estomago se revirar inquieto.
– Vá descansar Jacob, você terá um longo caminho de aceitação. – Vladmir passou por mim calmamente.
– Não espere aceitação. Isso jamais vai acontecer. – afirmei.
– Veremos, veremos. – Vladmir desapareceu atrás de mim.
Me senti exausto.
Sem saber ao certo o que faria.
Um filho. É isso que eles querem de mim. Um filho.
Sentei para tentar assimilar isso tudo.
– Cansado? – a voz de Anna Belle dominou o ar.
– Vá embora. – quase gritei com ela.
– Não posso. Não sou uma inimiga. – ela sentou em uma espécie de balanço alguns metros a frente, no jardim.
– O que a faz ajudar esse tipo de gente? Eles querem apenas uma criança. Apenas isso. Para eles é só uma moeda de vingança. Nada mais. Como você consegue dormir? – queria entender o que ela poderia pensar para ajudar os Romenos.
– para mim não é apenas uma moeda de vingança Jacob. É um símbolo de liberdade de toda nossa espécie. Lobos foram caçados, bruxas, e todo ser vivo que eles desconfiem que possa ameaçar seu reinado. Minha família morreu para me proteger. Félix, Jane Alec e Demetri acabaram com uma pequena vila inteira. Eu e mais dois primos, conseguimos fugir. Porem não conseguimos liberdade. Passei minha infância dentro de uma caverna, vivendo como um animal. Via a luz do poucas vezes por ano, quando saíamos para caçar carne, já que passamos boa parte dos anos ali, vivendo do folhagem e o que conseguimos plantar lá dentro. Passamos medo, fome, saudade. Quando conseguimos finalmente sair daquele pesadelo quase morremos assassinados. Ficamos anos sem nos transformar, viramos presas fáceis. Aprendi a me defender, nada mais. Então Jacob eu durmo muito bem todos os dias, pois preciso acreditar que os Volturi vão pagar por tudo que fizeram com milhares de seres que não se curvaram a eles. – ela se levantou e caminhou em minha direção, chegou bem perto e se abaixou. Sua boca quase encostou na minha orelha, senti o hálito quente dela no meu pescoço. – E você é a minha porta de saída deste inferno. – Anne Belle soprou algo no meu rosto.
Me senti zonzo.

....

Alguns passos e senti algo confortável em minhas costas.
Um clarão.

“ Jacob! Acorde meu filho. Você precisa despertar.
Vamos, acorde.
Lembre-se Leah precisa da sua ajuda.
Lembre-se dela.”

Sentia meu corpo todo adormecido.
– Precisamos de mais tempo. – a voz de Anna Belle mais parecia um sussurro.
– Vá rápido, ele não é como os outros alfas que estiveram aqui Anna. Ele é poderoso. Não sei se posso fazer novamente. – era a voz da jovem, a que eu quase sufoquei. Hanna.
Senti mãos quentes no meu peito.
– Crie vamos lá Hanna. – Anna parecia irritada.
Eu parecia estar em um sonho.
– Não sei se posso. Não sei o que ele deseja, não posso fazer Anne. Não posso. – seu tom era desesperado.
– Ravenna, crie você. Se não conseguirmos agora, não sei quando. – senti mãos quentes no meu rosto.
– Me de a mão Hanna. Depressa. – uma terceira voz?
Podia jurar que minhas calças estavam deslizando entre as minhas pernas.

http://www.youtube.com/watch?v=VzJGu0Gdhpk

Algo preencheu minha mente.
Me tirando dali.

Segurei a mão direita dela. Sentia meu corpo queimar.
–Tão real, na minha cara. E eu negando, fingindo que não via e não sentia. – beijei a palma da mão dela.
–Não quero pena, só não posso perder sua amizade, mas mentir eu não consigo mais. – senti que aquilo era uma desistência, de quem tenta se esconder atrás de algo que não sente.
–Não faria nada por pena. Não pediria nada assim também, já o fiz e prometi a mim mesmo, nunca mais farei novamente. – não conseguia desviar meu olhar do dela. Meu tom de voz era solene.
– Escuta, eu sei porque estamos aqui, por quem você está sofrendo, então... – a interrompi
–Me rouba, rouba meu coração pra você. – segurei sua mão em meu peito onde meu coração batia descompassado. – Você me faz tão bem, me sinto tão feliz quando somos somente eu e você. – encostei minha testa na dela.

Era o cheiro daquela pele.
O aroma daquela boca.
A pele dela sobre a minha.
Não era esse o cheiro sobre o meu corpo agora.

Abri os olhos e segurei o pescoço de Anna Belle.
Saltei com ela da cama.
Antes de chocar seu corpo contra a parede agarrei o pescoço de Ravenna, e arremessei para fora do quarto com uma força comedida. Ela bateu contra a parede, e desmaiou.
Hanna tentou correr, porem arremessei o corpo de Anna Belle sobre o dela.
– Fiquem longe daqui e de mim. – bati a porta do quarto com força.
Minha respiração era totalmente acelerada.
Minhas calças estavam jogadas no chão.
Me sentia sem direção.
O que diabos essa maldita me fez?
Meu corpo estava totalmente pesado.
Deitei na cama e dormi.

....

Três batidas na porta.
– Com licença. – um humano.
Abri os olhos com dificuldade.
Ele permaneceu parado sem dar um passo para o interior do quarto.
– Entre. – empurrei as palavras e deitei na cama.
– Bom Dia. – ele trazia um carrinho com comidas dos mais variados tipos, empurrou o carrinho até uma parede e abriu as imensas cortinas. Atrás havia uma janela. De vidro, que ia do teto até o chão, aquela janela dava acesso a uma varanda.
– O que é isso? – perguntei sonolento, o homem sorriu.
– Acredito que você esteja com fome. – ele colocou as comidas sobre a mesa.
– Quem disse que vou comer algo que esta ai? – respirei fundo, tentando ignorar o cheiro maravilhoso que toda aquela comida tinha.
– Eu vou comer ao seu lado, para provar que não existe nada aqui que vá feri-lo. Acredite, você deve ser alguém bem importante para eles. Nunca os vi tratar alguém assim. – o homem sentou em uma das quatro cadeiras na mesa.
Dei de ombros, e entrei novamente no quarto.
Fui ao banheiro e lavei meu rosto.
Olhei para a cama, e vi minhas calças no chão.
Caminhei até ela, e a vesti.
Voltei para a varanda, e sentei em frente o homem.
– Sua comida vai esfriar. – o cheiro e a fumaça que denunciava que tudo havia acabado de ser preparado.
– Não tive uma boa experiência com as pessoas deste lugar. Como saberei se essa comida não esta enfeitiçada, ou seja, lá o que for possível fazer para me dopar.
– Bruxas, tão inconvenientes. – ele pegou as panquecas, colocou geléia. Pegou um croissant, suco e alguns pães de mel. – Lobos são homens de pouca fé. – ele colocou as panquecas na boca, e continuou comendo.
Analisei mais um pouco a comida, e decidi comer.
Degustei de tudo um pouco, estava morrendo de fome.
O homem me observava enquanto beliscava um pouco de tudo na mesa. Talvez ele apenas quisesse me dar a certeza que a comida estava limpa.
– O que o mantém vivo neste lugar? – observava a reação do estranho homem.
– O equilíbrio. De alguma forma, é isso que Vladimir acredita estar buscando. – o homem soltava cada palavra cuidadosamente.
– Sacrificar a vida de pessoas não é buscar equilíbrio, é provar que tem poder. Eles querem simplesmente isso. Provar aos Volturi que são tão poderosos quanto eles.
– Talvez. Não tenho como saber. – ele se levantou solene.
– O que o mantem vivo aqui? – o encarei.
– O equilíbrio. Quando eles perderem isso, vão perder tudo. – ele olhou a mesa, que estava quase vazia. – Bem vejo que você se alimentou, eu devo partir.
Apenas observei.
– Tenha fé naquilo que acredita Jacob. Apenas isso. – o homem saiu levando com ele uma grande duvida. O que diabos mantém aqui um humano vivo? Que história de equilíbrio eles precisam manter?
Respirei fundo tentando manter a calma.
Não seria fácil, porem, não poderia ser impossível, Não aqui.
Abri a porta do quarto e por incrível que pudesse parecer, aquele lugar parecia comum.
Caminhei pelo corredor e desci as escadas que davam acesso a ala leste do casarão.
O cheiro enjoativo de vampiros ficou insuportável.
– Esta no lugar errado. Cachorro. – a voz irritada vinha de trás.
Ele não estava sozinho.
– Tente me mostrar o lugar certo defunto. – ameacei.
– Parem já com isso. – a voz de Stefan parecia sacudir as paredes.
Olhei na direção do pequeno grupo de Vampiros que estavam um pouco mais à frente.
Continuei a olhar.
Estava tentando decidir se partiria ou não.
Então um estranho barulho chamou minha atenção.
Parecia tão distante quanto minha casa neste momento.
Os passos leves de Vladmir soavam como uma avalanche.
Olhei para trás e não havia mais ninguém.
Segui na direção do barulho.
Correntes sendo quebradas.
Ao me aproximar senti meu estomago se revirar inquieto.
– As vezes medidas mais extremas são tomadas. – ele apertava as correntes ao redor de uma espécie de cripta, ele não tocava de fato a mulher deitada ali. Mesmo me concentrando era difícil descrever se ela estava viva ou não.
Avancei furioso.
Mas não consegui tocar o corpo dela, ou arrebentar as correntes.
– Eu não posso toca-la. Nem você. Essa era uma das minhas mais poderosas ajudantes. Esteve na reserva certa vez, a sua procura. Mas o caminho para alcançar nossos objetivos é longo, solitário e geralmente não há espaço para sorrisos ou bondade. Kendra foi punida. Vaga pelo mundo fora do corpo. Me castigou o protegendo, para que eu não possa dar fim ao sofrimento que infringi a ela. Por isso Jacob, não posso esperar que você se decida por livre e espontânea vontade a me dar o que quero. – o tom ameaçador dominou sua voz. – Eu não posso ser piedoso. Infelizmente. – os olhos vermelhos me pairavam sobre mim.
– Eu não darei o que você quer. – não me abalei com a ameaça.
– Dará. Tenho algumas fêmeas aqui. Você é um Alfa Legitimo, vai poder se divertir com elas. – o olhos vermelhos injetados agora miravam o corpo esquálido da mulher naquela espécie de mausoléu.
Minha vontade era esmigalhar a cabeça dele com as mãos.
Bati com força sobre a mesa.
– Onde ela esta? Com tantas mulheres aqui, qual o motivo de aprisionarem Leah? – ele levantou os olhos, parecia curioso.
– Você me dá o que eu quero, e tudo ficará bem. Do contrário vou matar cada pessoa que você conhece, ama, ou simplesmente disse oi durante toda sua vida.
Seus amigos, sua namorada, seu pai. Providenciarei para que isso, seja um sonho adolescente para você. – ele se referia a maneira maltratada que o corpo da Mulher estava sobre a mesa.
– Não me ameace. – sustentei o olhar, não ia deixa-lo me ameaçar, e precisava mantê-lo vivo até encontrar Leah.
– Eu o acho interessante Jacob. Mas não tenho medo de ameaças de um... De um, digamos, bebê. Mesmo que você seja forte e poderoso para sua espécie, eu não o temo. Apenas admiro o que pode fazer por mim. E fará. – Vladmir soltou a corrente, e antes de cruzar a entrada daquele mausoléu parou ao meu lado. – Estaremos a sua espera esta noite no salão de festas.
O sanguessuga desapareceu pelos corredores.
Fiquei paralisado ali.
Tinha algo familiar na face destruída daquela mulher.
Senti meu peito se comprimir dolorosamente.
Fechei os olhos e tentei ajuda-la de alguma maneira, porem, esse lugar é pesado, o ar aqui não flui da maneira natural que deveria.
Minha respiração acelerou.
Caminhei de volta ao quarto, e na metade do caminho senti um calafrio cortar meu corpo, como uma faca afiada.
A irritação me dominou ao constatar que aquela maldita Loba estava lá dentro.
– Você é realmente muito abusada. – escancarei a porta, deixando-a aberta para aquela mulher sair ser danos físicos.
– Não seja rancoroso. Vim com em missão de paz hoje Jacob. Decidimos te ajudar – ela estava sentada no alto de um móvel, saltou e caminhou em minha direção. – Claro que isso terá um custo. Mas posso dar á você o que veio buscar.
Meu coração disparou frenético.
– Onde ela esta? – disse entre dentes.
– Ravenna. – a bruxa entrou.
– Não se aproxime. – ameacei.
– Posso te mostrar o que aconteceu. Localizar e mostrar por alguns segundos como ela esta. – sentia um perigo iminente.
Mas precisa descobrir como Leah estava. Se estava a salvo.
Ravenna se aproximou, e no exato momento que tocou meu braço algumas imagens invadiram minha mente. Ao mesmo tempo pude sentir mais alguém naquele quarto.
Leah lutava com um Sanguessuga, ele era incrivelmente rápido. Leah retirou seu braço. Porem e por algum motivo ela não se transformou.
O Vampiro a arremessou contra uma rocha, o barulho das costelas dela se espatifando era insuportável.
Ela se levantou, e investiu contra ele, porem, ele a arremessou no mar e antes que o corpo dela batesse contra a água ele saltou e a segurou pelo pescoço a arrastando para o fundo do mar. Ela investiu contra, porem foi surpreendida por outro sanguessuga que quebrou o pescoço, e arrancou seu coração de seu peito.

http://www.youtube.com/watch?v=D-aJfcYzct8

– Não!!! – segurei Ravenna pelo pescoço, sem força alguma para mantê-la entre minhas mãos. Não, não, não. Mostre o restante, mostre. – podia sentir o cheiro de sal da água no mar, misturado com sangue.
– O que houve? – Anna Belle se aproximou. – Diga Ravenna.
Algumas vozes estavam soltas no ar.
Mas eu não podia mais ouvi-las
O som do homem arrancando o coração dela, era ensurdecedor.
Senti algo bater nas minhas costas.
Estava no chão, sentado.
O sorriso dela estava distante agora.
– Não, não, não, não. – senti algo quente nas mãos, ao olhar percebi que estava com uma pessoa entre os dedos.
– Jacob solte-a, solte-a vamos, ela esta inconsciente. – Anna Belle tentava desesperadamente soltar meus dedos do pescoço de Ravenna.
Olhei para a porta, e outra mulher me olhava apavorada.
– Não pode ser. – soltei o pescoço da bruxa. – Eu não estava lá. Não! Não!
Não sentia o vento circular pelo quarto.
Um vazio opressor dominou minha mente.
Fechei os olhos.
A voz dela parecia ser tão clara, aquela noite.
A noite que ela deixou Mike partir. Me perdoou.

“ – Eu preciso falar, o que não tive coragem, o que não podia, pois simplesmente era errado. – meu coração disparou ainda mais quando notei o brilho nos olhos negros dela, o sorriso leve em seus lábios. – Eu te amo Jacob. E até hoje, não entendia direito o que isso significava. – tentei dizer que também a amava, mas fui impedido.
– Não! Agora é a sua vez de escutar Black. Eu venho escutando você desde, a sua volta, cale-se e me escute. Ou meu orgulho, e minha falta de romantismo, vai me calar, como acontece sempre, e eu guardo, enfim apenas fique calado. – ela foi taxativa. – Sempre foi você Jacob, até quando eu te odiei, quando senti saudades, quando te esqueci. Quando meu coração estava partido. Mas hoje, eu entendi o motivo de não conseguir jamais, e nem por um minuto querer lutar contra o que sempre senti por você. Hoje você me fez entender as palavras: ”Amor não é um sentimento fácil”. E tantas outras. Eu entendi que amar não é estar junto, e que às vezes é necessário partir. Como não te amar? Como não acreditar que você me ama, ouvindo você dizer que prefere me ver feliz com outro, do que sofrendo por culpa ao seu lado, quando sabemos que Eu te amo. Eu sempre fui sua, mesmo quando eu achei que você jamais seria meu. E quando eu vi acontecer eu tive medo, porque eu sabia que nada ia importar, e independente do que acontecer, eu ia ficar com você. Eu não estava presa ao passado, estava simplesmente com medo, de machucar alguém que jamais teve nada a ver com nossa história. Mas como eu poderia te culpar, quando nem eu consigo mais guardar o que eu sinto? Transbordou, sem que eu faça a menor questão de tentar arrumar, ou fazer caber dentro de mim. Essa sensação, de ser totalmente sua, e você meu, não quero e não vou mais reprimir. Eu te amo Jacob. – um sonho, sem explicação.”

Porque eu não a levei?
– Meu deus. – sentei e levei minhas mãos á cabeça. Não sabia ao certo como agir, como me portar. – fechei os olhos. – Preciso encontra-la. – a imagem do coração dela sendo arrancado de seu peito não me permitia nada.
Minha Leah.
Minha.
Senti uma fraqueza incontrolável.
O sorriso. A expressão dura, se transformando. Meus beijos. A forma incontrolável que eu a amo.
Me senti em um buraco negro.

.....

Há tempos não me sentia sozinho.
A escuridão tem formas complexas de se mostrar.
– Jacob? – três batidas na porta. – Vim trazer seu jantar, hoje... – a frase do pequeno homem morreu por algum motivo. Ele parecia estar tão distante. – O que fizeram com você? – ele segurou meu rosto entre suas mãos.
– Aquele barulho de pele sendo rasgada, e o coração dela sendo arrancado eram tão altos, que mal conseguia ouvir o que ele dizia.
Levantei segurando aquele homem pelo pescoço.
– Porque esta vivo ainda? O que o mantém vivo. Seja claro. – talvez fosse pânico nos olhos dele, não sei. Eram os olhos angustiados de Leah tendo seu coração arrancado do peito que me guiavam neste momento.
Ele se debatia desesperado.
– Minha filha. Lutou por eles. Sou um humano Imortal. Se não mediar as coisas por aqui, muitos dos meus, morrerão. Preciso manter as duas partes na linha. – ele empurrava as palavras.
– Não é o bastante. – apertei um pouco mais as mãos em seu pescoço. – A verdade, ou vou quebrar seu pescoço agora.
Ele tossia tentando buscar ar. Soltei um pouco a mão.
– Eu posso saber se o Filho da Luz foi gerado no exato momento que ele começar a crescer no ventre que o abrigar. – soltei o homem.
– Como? – aquele som ensurdecedor do coração dela sendo arrancado. O silêncio opressor no peito dela.
– Não sei, não sei. – ele segurava o pescoço desesperado.
– Você vai me levar ao salão, Estou sendo aguardado. Venha.- o puxei pelo braço.
Ele ia me guiando. Ao chegarmos perto do salão vários olhares estavam fixos em nós. A surpresa era imensa.
O joguei no meio do salão.
Eram tantos vampiros que não saberia explicar. Nunca estive em meio há tantos.
– Vejo que fez amizades. – Vladmir me olhava admirado.
– Sempre faço. – a pele sendo rasgada pode ecoar tão alto mesmo nas profundezas do mar? Esse era o único som que tocava como uma música penetrante na minha mente, dominando meu corpo.

– Olhei ao seu redor. – era a voz de Stefan, ao lado dele haviam 4 mulheres vestidas com algo que deveria ser provocante. – Escolha. Elas estão aqui por você. Estão aqui por nós. Por algo maior!
– Jacob você tem o tempo que quiser usar para se decidir. Use-º - Vladmir estava cercado por algumas Vampiras.
Se não fosse os pontos em vermelho ao fundo poderia jurar que meus olhos estavam fechados.

“ – Eu te amo Jacob!”

http://www.youtube.com/watch?v=zNK_r2QAXAo

O som da voz dela, era tão claro.
Poderia dizer que estava realmente ouvindo.
Se não fosse o maldito rasgar da pele morena, perdendo o coração sobre as águas geladas de La Push.
Sozinha.
Desprotegida.
Sem saber o motivo de ser perseguida.
Por minha causa.
Foquei nos olhos vermelhos de Vladmir, que sorria diante dos meus olhos.
Deixei o ódio, e a escuridão tomarem conta de todo resto.
– Adeus meu amor. – olhei para cima, pedindo desculpas por deixar meu coração ser arrancado junto com o dela. O meu naufragou nas águas geladas no momento que a vi ser morta, e não consegui sequer tentar impedir.
O dor traça caminhos vastos no peito de alguém que já não sente mais o coração.
Anna Belle se aproximou.
– Venha Jacob. Vamos nos libertar. – ela entrelaçou os braços no meu pescoço.
Alcançar a luz é difícil.
Ser bom as vezes quer dizer abrir mão de tantas coisas.
A escuridão é mais forte em certas situações.
O que se perde, quando não se tem mais nada a perder?
O que se sentem, quando esta sem o coração?
– Vamos. – a voz melosa de Anna Belle me irritou.
– Desculpa, não é nada pessoal, só não posso correr o risco de ter um filho para viver preso nesse inferno.
Enfiei a mão no peito dela. Onde o coração batia frenético. O olhar de pânico não me alcançou.
Era em outro o olhar que eu me concentraria agora.
O pânico nos olhos da mulher que eu amo.
Nada mais alem daquele olhar me causa piedade.
Segurei e arranquei seu coração.
O espanto foi geral.
Sem que pudesse medir a velocidade em segundos, estava diante de duas outras Híbridas, ali paradas. Em segundos seus corações estavam no chão.
Stefan investiu contra mim, saltei no ar e arranquei seus braços.
Mais dois sanguessugas e dois híbridos investiram contra mim.
Eles pareciam tão lentos.
Passei por eles, e puxei as outras Lobas. Quebrei o pescoço de uma. Arranquei o coração da outra.
Era aquele barulho.
Da pele dela rasgando que estava me enlouquecendo.
O silencio do martelar do coração da minha Leah era ensurdecedor.
A correria era geral.
– Ele precisa permanecer vivo. – a voz de Vladmir era histérica.
Pelo corredor um sanguessuga corria com o homem que me serviu o café.
Desviei e esmigalhei três sanguessugas antes de conseguir correr atrás deles.
O vampiro parou protetoramente diante do homem que estava apavorado.
Ele estava dizendo algo. Palavras que eu não conseguia ouvir.
O som da vida dela sendo tirada, era alto demais.
Vários sanguessugas se aproximando.
Investi contra o que estava á minha frente.
Arranquei sua cabeça, esmigalhei no chão, assim como o tronco. As velas penduradas como enfeite nas paredes foram úteis.
– Por favor, não. Por favor. – o pânico nos olhos dele era visível.
Segurei seu pescoço.
– Não existira mais equilíbrio. Você é um trunfo. Chega de cartas nas mangas.
Leah apertou a mão nos braços do sanguessuga ao sentir o que estava atrás rasgando sua pele e segurando seu coração.
Antes que os inúmeros vampiros conseguissem colocar as mãos em mim, quebre o pescoço do homem. Foi rápido e indolor.
– Não! – a grito de Vladmir parecia sacudir as paredes.
– Peguem –no. – era a voz raivosa de Stefan.
Antes de me entregar a escuridão pude ver o ódio nos olhos dos romenos. Sorri vitorioso para eles.

....

Não havia nenhum feixe de luz.
O cheiro era insuportável.
Enxofre, misturado a algo podre.
Estava em uma espécie de calabouço.
Nenhum som alem do habitual me alcançava.
Queria estar morto. Mesmo sabendo que isso é impossível.
O barulho de correntes tilintou fraco ao fundo.
Olhei para baixo e notei que as correntes estavam presas nos meus braços e pernas.
– Eu o subestimei Jacob. Você é mais forte do que minha percepção captou. Fez um estrago grande. Mas não se preocupe, terá muito tempo para pagar. – Vladmir continha o tom de voz. Havia um ódio imenso nas palavras.
Gargalhei.
– Fique a vontade. Vamos passar momentos divertidos juntos. – provoquei.
O silêncio dominou tudo.
Sentei no chão.
Tentei fechar meus olhos, mas não conseguia.
Ver a expressão de dor onde sempre vi força, me atormentava.
– Leah. – levei minhas mãos á cabeça. – Eu sinto muito. Tanto, tanto. – me sentia fraco.
Bruxas com certeza.
Não conseguia me concentrar em manipular nenhum elemento natural.
Não os quero mais.
A escuridão é mais fácil que a luz.
Fechei os olhos.
E a imagem e o som que vão me acompanhar para sempre, dominaram minha mente, me causando uma dor lacerante.
Porem essa é o único modo de me manter em pé.
É essa dor que vai me lembrar todos os dias os motivos que devo destruir os Romenos, vai me tirar da inconsciência e me trazer a vida.

....

Um feixe de luz.
Poderia jurar que era Reneesme.
Me concentrei no som que estava me levantando agora.
O som do rasgar de pele, e o silêncio opressor vindo do peito de Leah.
Respirei fundo e arranquei a primeira corrente.
O pânico nos olhos dela me impulsionou e deu força para a segunda ser arrancada.
Esmigalhei as correntes que prendiam meus pés.
Sem emitir um único som segurei com firmeza as grades que estavam trancadas.
Respirei fundo, e arremessei o portão.
É a vez das Bruxas me deixarem em paz.
Antes de continuar minha corrida pelos corredores fétidos daquele lugar um sussuro conseguiu penetrar através do barulho incessante do rasgar de epel que não saia mais dos meus ouvidos.

“ Jacob. Não.
Por favor, ouça o vento, e não as sombras.”

O tom era conhecido.
Talvez minha Mãe. Ou simplesmente uma alucinação.
Fechei os olhos, e o pânico nos olhos da minha Leah, me jogaram a diante.
Cheguei ao segundo portão.
Porem senti uma vertigem.
– Você vai dar muito trabalho. – Stefan esperava do outro lado do portão ladeado por Ravenna e uma outra Bruxa. Tinha a impressão que a conhecia.
Senti a escuridão cobrir meus olhos.
Não há problema.
Todos os dias vou tentar. Até conseguir destruir todos os seres desta casa.
Meu corpo estava cansado demais agora.
Deixei a dor me cobrir e embalar meus planos futuros.
Vou arrumar uma maneira de destruir as Bruxas e matar os Romenos.
Esse é o objetivo maior na minha vida.


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Notas finais do capítulo

Lobas, espero que vocês tenham gostado...por favor nos desculpem os erros, mais assim que possivel, editaremos tudo...
FELIZ ANO NOVO para todas(os) nossos(as) Leitores(as)...que DEUS abençoe suas vidas e familias grandemente e que tenham muita Fé....vamos que vamos..
Obrigado(a) por cada um(a) que dispoe de um pouco do seu tempo para ler e comentar nossa fic...

Tem alguém ai sem chorar???...brinks...bjs e até o proximo.