Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 22
Capítulo 21 - Legados - Pov Kate


Notas iniciais do capítulo

Olá Matilha tudo bem? Esperamos que sim.
1º Aviso: Nesse capitulo o nosso moreno deliciaaaaaa já aparece...ok
2º Desabafo: Gente é o seguinte, a CP não é uma fic ruim, disso eu tenho certeza absoluta, então, eu quero muito saber porque apenas 9 coments do capitulo passado, fora dos outros, e ai???
Vocês não tem idéia de como é trabalhoso fazer os capitulos, e os nossos sao imensos, montar capa, escolher musica. deixar tudo bem amarradinho, nada de pontas soltas, pra que voces se deleitem como nossa fic e tudo isso é feito na madrugada, quando nossos filhos meus e de Bruna estão descansando e nós ainda na ativa e ai quando postamos, vem a bomba.
Se nós postassemos um capitulo ruim, sem noção, com muitos erros de portugues como eu já li em outras estórias, ai sim seria ate compreensivel pouquissimos comentários. Sei que a vida ta corrida pra todos mais poxa vida..to chateada viu.
Eu sou Team Jacob e Blackwater Forever, mais em relação a fics, eu até, eu disse até admiro as team emo, pq caramba eu olhando aqui no nyah já vi N fics do casal picolé de chuchu e as leitoras são leais, elas comentam mesmo, recomemdam, colocam a estoria pra frente e ai eu me pergunto, o que as Team Jacob fazem ao ler uma estoria legal? simplesmente somem, ou apenas leem e nada mais... e isso me revoltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa demais..
Então o negocio é o seguinte, o capitulo do retorno oficial dele a reserva já está pronto, apenas faltando a capa, mais eu só posto aqui se tiver ao menos 20 comentários o que eu acho até justo, caso não tenha eu vou demorar a soltar o capitulo aqui. Poxa a CP tem 37 leitores sendo que desses 26 colocaram como favoritos e nós recebemos apenas 9 comentarios, que é isso, meu povo.
Bruna e Eu agradecemos as leitoras fieis que nos acompanham e seus comentarios serao respondidos sim.
Não vim aqui para ofender ninguém, apenas desabafei algo que acho justo falar...
Bom recado dado...vamos ao capitulo
BOA LEITURA!!!



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Visão Kate.

"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal"

Friedrich Nietzsche

O dia começava a raiar, timidamente entre as nuvens carregadas de La Push.

Sempre que Embry fica de ronda a noite, meu sono fica leve.

Porem nos últimos meses, nem mesmo a presença dominante do meu amor, tem me ajudado dormir como antes, apenas durmo melhor.

Meus pesadelos estão tirando minha paz. Há meses eles são praticamente os mesmos, aterrorizantes, e cada vez mais reais. Embry me levou até os anciões da tribo, depois de muita insistência minha, pois ele acha que isso é coisa de mulher preocupada. Eles acham o mesmo. Estou me convencendo disso.

Respirei tentando criar coragem para sair da cama. Olhei no canto e senti a falta do meu cachorro.

– Rufus, onde esta o meu bebê? – escutei o som das patas dele derrapando no andar de baixo, subindo as escadas como um cavalo. – Ai esta você, venha antes que o chato chegue e não o deixe deitar aqui. – ele lambeu minha mão e se aconchegou feliz ao meu lado. Adormeci com as mãos nos pelos dele.

http://www.youtube.com/watch?v=WBfb5fr9PCU&feature=player_embedded

Abri os olhos e a neve quase cobria meus pés.

Corri na direção onde o uivo ensurdecedor de Embry rasgava o céu.

– Fique desta vez. – a voz conhecida fez meus pés travarem no chão.

– Vovó? – era a primeira vez que o sonho mudava de curso.

– Não temos muito tempo antes que acorde. Me diga exatamente o que vê. – ela perguntava como se quisesse realizar uma comparação.

Sem fazer questionamento algum disparei:

– Eu me vejo aqui, corro na direção do uivo, quando chego há uma batalha, Os lobos, Sam, Collin e Evan estão mortos, os demais em uma batalha, Edward, Bella e Esme estão em pilhas sob uma fogueira, Nessie esta tentando ajudar Leah, mas o numero de sanguessugas é impressionante, Embry é cercado por alguns sanguessugas, ele tenta ajudar Leah, Seth e Nessie tentam ajudá-lo, porem os três são abatidos. – a dor ao ter a imagem da morte de Embry rasgou meu peito, como se fosse palpável ou real.

– Ela permanece em pé, certo? – não era exatamente uma pergunta, era uma confirmação.

– Sim. Eu já tentei ficar aqui avisar os movimentos, porem eles não podem me ver, ou ouvir, e no final a cena é a mesma, todos são mortos, com exceção da Leah. Já tentei buscar respostas, mas os sonhos mais fortes ocorrem quando eu estou sem meu Embry. Acho que é preocupação não sei vó. – nem eu acreditava nestas palavras.

– Ela é a chave, eles a querem, querem criar algo único e poderoso, para derrubar o clã dominante, e eles vão vir pegar.

– Leah. – me irritei com a minha ignorância, pois eu estava tão presa a dor de ver Embry ser morto, que jamais entendi o fato dela ser a única a sobreviver.

– Esta na hora do Alfa voltar. Ele já se tornou aquilo que nasceu para ser. Traga-o de volta, e mude a imagem que domina seu sonho. Cuidado com as palavras, aguarde mais um ou dois dias e sua carona vai chegar, antes disso não fale ou conte a ninguém o que ouviu aqui. – ela segurava minha mão, sua expressão era preocupante.

– Como saberei se isso não é apenas minha preocupação com Embry falando mais alto? – ela se soltou por um segundo e colocou algo entre meus dedos, uma rosa branca.

– Esta no seu sangue também minha querida. Você não chegou aqui por acaso, ela e o alfa a salvaram pois você tinha que estar aqui agora. Assim como Jacob e Leah tem o legado deles, você tem o seu. – ela tocou minha testa. E por instante fechei meus olhos, quando os abri tive a certeza que não estava acordada.

Corria pela mata apavorada.

– Socorro. – minha voz era apenas um sussurro.

– Grita mais alto doçura, amo quando minha comida é difícil. – a voz melodiosa era como um canto de sereias, hipnotizante.

Os olhos vermelhos injetados do homem denunciavam sua natureza.

Ele se divertia com a aproximação.

O pânico me impedia de correr, de alguma forma eu sabia que isto seria inútil. Fechei meus olhos e a risadinha apavorante dele, foi interrompida por um uivo. Senti o chão tremer sob meus pés.

Ao abrir os olhos, havia um animal imenso na minha frente, de forma protetora, arreganho os dentes na direção do homem ameaçador. Um lobo. Me senti estranhamente protegida. Porem um golpe atingiu meu corpo, e bati contra uma arvore.

Vi meu corpo inerte no chão.

O homem desafiava o Lobo.

– Então temos Lobos na região? Ou melhor, tínhamos, vou terminar com você, e acabar com ela. Mas não se preocupe, ela não vai sofrer. Você vai. – seu tom de voz era ameaçador, e o sorriso brincava em seus lábios.

Ele investiu contra o Lobo, porem antes de se chocarem outro animal saltou abocanhando o torço do homem. O barulho era o mesmo que um bloco de gelo caindo de uma grande altura e partindo ao meio.

Um grito desesperado saiu dos lábios do homem partido ao meio. Era ensurdecedor.

O Lobo que salvou minha vida arrancava os braços enquanto o outro fazia o mesmo com as pernas. Eles jogavam as partes, uma em cada canto da clareira.

De repente o Lobo parou. Saltou e quando pisou no chão novamente, estava em sua forma humana.

O sorriso preencheu meus lábios, ao ver quem estava parada diante dos olhos e da criatura desesperada.

Leah.

– Eu prefiro vê-lo sofrer se não se importa. – ele sacudia o torço. – Mas não se preocupe, será rápido. – ela saltou explodindo no ar como um Oasis, antes de tocar o chão era uma Loba novamente. Impressionante.

Leah abocanhou a cabeça da criatura e a jogou em uma fogueira.

Pisquei e antes que pudesse respirar aliviada, estava em um lugar diferente agora.

Minha avó saia de um bar. Estava recolhendo donativos para a campanha de inverno que ela havia criado, e era famosa em algumas regiões, ha quase dez anos atras.

Ela procurava as chaves do carro na bolsa, mesmo sabendo que as havia esquecido no balcão do bar, voltou porem continuou remexendo na esperança de encontrar as chaves, quando esbarrou em uma pessoa, caindo no chão um pouco mais a frente.

– Me desculpe, por favor. – Leah estendia a mão na direção dela, ajudando-a ficar em pé. – Estava distraída. – minha avó a olhava hipnotizada. O olhar perdido.

– Não se preocupe. Nada acontece por acaso minha jovem guerreira. – os olhos ganharam foco.

– Ando distraída. – agora Leah parecia hipnotizada, ao olhar nos olhos da minha avó.

– Eu vi. Você esta amando. – Leah, puxou a mão dando alguns passos para trás. – Como jamais amou o outro homem. – a certeza na voz da minha avó a visivelmente perturbada.

– Quem é você? De onde me conhece. – a desconfiança e uma ponta de curiosidade eram evidentes.

– Eu disse nada acontece por acaso. Nunca a vi antes, mas acabei de ver toda a sua vida. – minha avó se aproximou, segurando a mão dela novamente.

– Não acredito em previsões. – Leah soltou as palavras, porem sem fazer qualquer movimento para se afastar novamente.

Ouvi uma voz ao fundo.

– Sabia que o senhor estaria ai. – Embry. – Desça sem chorar Rufus.

Abri meus olhos, com a respiração acelerada.

– Kate está tudo bem? – ele sentou de frente para mim segurando meus braços. Estava preocupado.

– Estou, estou. – menti. – Foi apenas um pesadelo. – o abracei com vontade.

Ele se aninhou ao meu lado.

Levantei rapidamente antes de deixá-lo mais a vontade.

– Descanse amor. – peguei meu casaco em cima do sofá em nosso quarto. – Vou tomar café, quero estar cedo na loja.

– Kate, eu te amo. – Embry disse com os olhos fechados, logo em seguido o ronco leve iniciou.

Desci as escadas impaciente.

Teria que esperar até as oito da manhã, para falar com Leah e não despertar suspeitas.

Inventaria algo, bobo para iniciar a conversa, ou iria direto ao ponto dando a desculpa, que nunca perguntei sobre isso antes? Algo que não a deixe desconfiada.

Fiz o café da manhã, ajeitei algumas coisas para Embry.

Ajeitei a casa mais de uma vez, tomei banho, e parei de pentear meus cabelos, ia acabar ficando sem de tanto passar a escova exaustivamente neles.

Vinte para as oito finalmente.

O frio é algo impressionante esta época do ano, só Embry para me manter aquecida por completo.

Sai de casa apressada. Dirigi até o centro da reserva.

Ao parar meu carro na porta percebi a ausência de Leah. A loja permanecia fechada.

Admirei mais uma vez a fachada. Leah e eu reformamos esta loja a poucos meses e não me canso de admira-la.

– Vai babar nesta entrada até quando Kate? – a voz divertida de dela me assustou.

– Enquanto eu viver. – tentei controlar meu nervosismo. – Essa é a nossa primeira loja, sem ter que pagar aluguel de prédio. Nós levantamos cada tijolo dela.

– Eu sei, eu sei. Vamos entrar, ou você vai congelar, venha. – ela esfregou minhas costas, o frio era intenso.

Leah se movimentava pela loja, me contando sobre como esconder de Mike a verdade, estava cada dia mais difícil. Como ela tinha certeza absoluta da desconfiança crescente do marido que as “viagens” como voluntaria do corpo de paz, poderiam ser mentira, ela me contava que durante o almoço ontem, pensou em contar, porem desistiu quando ele se assustou com o uivo do lobo na televisão, e disse como esses animais causam calafrios nele.

– Há quase quatro anos, a vejo adiar a decisão de contar a Mike a verdade Leah. – a encarei divertida.

– Eu sei ok, mas eu gosto desta parte normal na minha vida Kate. Onde eu sou a esposa dele, sócia da minha melhor amiga, normal. – ela continuava organizando o estoque, de costas, porem não precisa ver seu rosto para saber a expressão estampada ali.

– Eu sei, mas qual será a reação dele, quando estiver com cinqüenta anos, com a esposa com carinha de vinte e cinco? – ela respirou fundo.

– Botox? – disse divertida, porem desistiu das piadas ao ver minha reação séria. – Já sei disso, vou falar com ele. – não sentia segurança, ou verdade nas palavras dela.

– Mas não é apenas por se sentir normal ao lado dele, que você ainda não revelou, certo? O que é medo da reação dele? – sempre achei que esse fosse o motivo real, porem hoje isso parecia ser apenas mais um agravante.

– Isso também, mas é algo que não consigo explicar Kate, uma parede. Como se essa descoberta vinda da minha boca fosse algo totalmente errado, não sei. – era difícil e quase impossível, ver Leah sem saber explicar ou definir algo.

Então a imagem do meu sonho preencheu minha mente.

– Leah, ando ensaiando para te fazer uma pergunta, é besteira. – dei de ombros, tentando parecer despreocupada, casual. – O que ocorreu realmente, no dia em que nos conhecemos? – soltei a pergunta sem conseguir controlar, a surpresa tingiu sua expressão. – Nunca pensei sobre aquele dia.

– Porque isso depois de anos? – ela parecia desconfiada.

– Porque eu sonhei com aquele dia, não era exatamente aquele dia, mas sonhei com a manhã que a conheci... – menti. – e lembrei ao acordar a história que você e Jacob me contaram. Bem ridícula. – tentei parecer despreocupada. Mas o fato é.

Estou com medo da resposta, se ela responder que apenas me encontrou desacordada ali, então meus pesadelos, são apenas fortes demais, causados pela minha preocupação com Embry, caso ela conte o que vi esta manhã, então meus sonhos, são presságios dolorosos. Toda matilha corre perigo, assim como meu amor.

A calma me dominou, meu coração continuava tranqüilo. Leah me media tentando decifrar algo. Mas o silencio dela gritava a verdade nos meus sonhos. Virei-me para encará-la.

– Eu estava em apuros não é mesmo?! – respirei fundo.

– Estava. – ela deu de ombros. – Mas o passado ficou para trás, você não se feriu aquela tarde, e nunca mais vai ficar em perigo.

Senti uma dor imensa no peito.

– Embry. – segurei a corrente com o Lobo, presente dele quando fomos morar juntos.

Meu coração disparou frenético com a imagem que estampa minha mente, todas as noites. O corpo do meu Lobo estirado na neve.

– Kate o que houve? – Leah me ajudou a sentar na cadeira. As lagrimas corria livres pelo meu rosto. Leah me olhava sem entender nada.

– Não tomei café, e levantei mais cedo hoje. – em um segundo ela não estava mais na loja, certamente foi buscar algo para que eu me alimentasse.

Tentava controlar minha respiração, os pensamentos totalmente desorganizados.

Ok eu sabia agora sobre os sonhos, eles não são apenas uma preocupação minha com Embry ou os demais membros da matilha, são visões.

Céus há meses eu venho sonhando com isso, meses.

Agora preciso aprender a interpretá-los. Preciso de ajuda. Porem as palavras da minha avó, vieram a minha mente novamente.

“Cuidado com as palavras, aguarde mais um ou dois dias e sua carona vai chegar, antes disso não fale ou conte a ninguém o que ouviu aqui.”


Leah entrou na loja com café, e um pequeno pacote.

– Vamos coma. – ela me entregou o café e abriu a pacote. – Você deve se alimentar direito Kate. – Leah me encarava especulativa.

Obviamente ela estava desconfiada.

– Vou. – fechei o pacote novamente. – Farei isso em casa hoje, se não se importar. Não dormi muito bem as ultimas noites e por isso ando cansada. – menti.

– O que esta havendo realmente Kate? Pare de mentir. – ela parou bloqueando a porta de entrada.

– Não posso falar ainda. Seus pensamentos não são seguros. – ela me encarava com o cenho franzido, então em um instante sua expressão se iluminou.

– Kate você, você... – agora quem estava sem entender era eu. – esta grávida?

– Não! Não é isso. É apenas... – a expressão desconfiada ameaçava se formar novamente. – Eu não sei, preciso verificar. – em empurrei as palavras mentirosas, não gostava de fazer isso com ninguém especialmente os que amo, porem, não posso revelar o motivo real.

– Ah Kate. – ela me deu um abraço apertado. – Tomara que seja positivo.

Apenas assenti sem graça com a emoção nos olhos dela.

– Vou até Port Angels e talvez não volte hoje. – ela assentiu.

Sai rapidamente dali. Era horrível mentir assim para ela.

Peguei a auto-estrada rumo a saída de La Push, precisa pensar. Sozinha.

Dirigi ate Forks os pensamentos a mil.

Parei o carro próximo a praça no centro.

Ali deixei as lagrimas rolarem.

– O que eu farei? Como farei algo sendo apenas humana, e frágil?

O desespero tomava conta do meu corpo.

Então as palavras ditas pela minha avó mais uma vez dominaram minha mente.

“Esta na hora do Alfa voltar. Ele já se tornou aquilo que nasceu para ser. Traga-o de volta, e mude a imagem que domina seu sonho”.

– Mas o que essas palavras significam? Do que diabos ela falava? Que alfa? Sam já vive aqui, o único alfa longe é...Jacob!

Claro que sim, Jacob era o único Lobo fora do meu sonho.

Mas será que era ele mesmo? E se fosse realmente, como eu o acharia?

– Billy! – liguei o carro e fiz o retorno. Não podia mais perder tempo, seja lá onde Jacob estiver Billy sabe, sempre viaja para encontrar o filho.

E se não fosse ele, e Billy avisasse sobre meu interesse há alguém na tribo?

Freei o carro.

Precisava fazer as coisas com calma. Observar primeiro antes de qualquer atitude precipitada.

Farei uma visita para mostrar as novas peças da loja para Rachel, ela é uma excelente cliente e ama receber peças primeiro.

Voltei para casa. Embry dormia tranqüilo no andar de cima.

Subi e me deitei ao seu lado apertando meu corpo contra o dele.

Não vou perdê-lo de modo algum. Farei o que for necessário para achar Jacob, ou quem quer que seja o Alfa.


....................................

Dois longos e exaustivos dias.

Mentir para Leah, e Embry tem sido muito difícil.

Leah acha que estou decepcionada por não estar grávida.

Embry esta desconfiado de algo, porem ainda não definiu muito bem sobre o que.

Sorte minha.

Meus pesadelos estão cada vez mais reais.

Minha visita a Rachel ontem me deu uma preocupação maior.

Billy sabe apenas que Jacob esteve no continente Africano há três meses.

Ele não revela onde Jacob vive.

Decidi que amanhã falarei com ele. Preciso de ajuda e talvez, ele seja a tal carona.

– Kate? – Leah me olhava mais uma vez desconfiada de algo. – Você tem certeza, que pode ficar aqui enquanto levo as novas peças ate Forks?

– Ah sim. Posso. Quero dizer tenho. – me foquei em continuar os calculando, as contas da loja.

– Eu fico com ela. – a voz de Nessie me sobressaltou.

– Muito melhor. Minha tranqüilidade aumentou e muito. – o tom sarcástico de Leah para Nessie me fez rir.

– O Maximo que poderá ocorrer é a loja desabar. – Nessie revidou. – Mas comigo aqui, Kate ficara bem, não se preocupe “Tia”.

– Ok, Ok. Pirralha. Bem volto em uma hora no máximo. – Leah pegou as peças e partiu.

– Teremos uma tarde super agitada então. – brinquei com Nessie, porem o desanimo na minha voz era evidente.

– Kate não vim aqui apenas para te fazer companhia. – a olhei sem entender.

– O que foi? – meu coração disparou frenético.

– Posso te mostrar? – ela se aproximou cautelosa, apenas assenti. – Sente-se aqui. Escute, não sei porque vou te mostrar, apenas acho que devo, não posso mostrar a mais ninguém. Sua mente esta protegida, você não tem contato com meu pai, não se transforma enfim... – ela parecia tensa.

Fica calma apenas esta bem?! – respirei fundo. – Mostre-me.

Nessie tocou meu braço e as imagens começaram a invadir minha mente.

Era como se eu estivesse vendo do mesmo modo que ela enxerga.

Há meses Nessie começou ter um pesadelo estranho.

Ela e Seth corriam desesperados pela mata. Um tentava proteger desesperadamente o outro, eles ouviam um uivo.

Se entreolhavam e então seguiam na direção dos barulhos ensurdecedores de arvores se partindo.

Leah e Embry lutavam juntos.

Seth foi o primeiro a ser abatido.

Embry foi abatido em seguida.

A visão acaba no instante que alguém agarra Nessie por trás.

Ela acordou desesperada.

Seu pai correu para ver o que havia ocorrido.

– Pai isso é apenas um pesadelo,bobo e sem sentido, certo? – sua voz era desesperada.

Ele olhou para Bella sem entender, e de volta para Nessie.

– Eu não vi nada minha filha. – sua voz suave e melodiosa a deixou com medo. – Não havia imagens na sua mente.

Nessie ficou intrigada com aquilo.

Mas estava cansada e voltou a dormir.

Sonhou novamente. Desta vez ela via Leah, acorrentada em um grande quarto. O lugar era uma espécie de masmorra.

Leah chorava copiosamente. Desesperada.

Chamava por Jacob, repetidas vezes.

Então alguém jogava uma pequena pedra nela. Era Nessie.

– Vamos sair daqui. – Nessie segurou a grade com força, a puxou e a arremessou longe.

A ação foi rápida. Ela tirou Leah das correntes segurou seu rosto e disse:

– Ele não esta morto. Você não é culpada de absolutamente nada. Vamos mostre a eles que nasceu para liderar.

Leah parecia extremamente fraca.

Nessie a colocou em suas costas e se lançou, pelo buraco feito na parede ao arrebentar as grades.

Era uma espécie de castelo. Enorme.

Antes das duas caírem no chão, os braços de Sam e Seth a seguraram.

– Vamos rápido, eles são muitos. – Sam alertou ajeitando Leah em suas costas.

Eles sabiam que estavam sendo perseguidos.

Edward, Bella, E Jásper impediam que alguns Sanguessugas tocassem nos Lobos durante o trajeto. Mas eles saiam de todos os lados.

Ate que Sam foi atingido, Leah foi arremessada longe e antes de bater contra uma arvore explodiu em suas roupas. Ela havia conseguido se transformar.

A Luta era intensa.

Nessie e Seth sempre perto um do outro.

Mas o efetivo do nosso lado estava cada vez menor.

Leah olhava para Nessie e mostrava a direção do mar.

– Não. Viemos ate aqui e não partiremos sem você, entendeu? Nessie entrelaçou as mãos nos pelos de Leah

– Despiste-os apenas. – Leah mandou ao sentir as mãos de Reneesme em seu corpo.

Ela assentiu e se lançou a mata novamente.

Então a cena do primeiro sonho se repetiu.

Ela acordou novamente desesperada. Pois percebeu que era o mesmo sonho.

Seu pai mais uma vez não viu absolutamente, nada.

Ela tentou se convencer que era apenas um sonho tolo. Não sonhou mais com aquilo, ficou aliviada.

Os dias passaram. Ela e Seth estavam bem, assim como tudo ao seu redor. Há muito tempo os ataques haviam cessado.

Ela e Seth passaram uma tarde linda juntos e combinaram de sair na noite de Lua cheia.

Nessie chegou em casa tomou um banho e colocou o vestido lilás tomara que caia que Seth ama.

Quando estava tomando água na cozinha, o cheiro maravilhoso da pele de Seth invadiu o ambiente.

Ela fechou os olhos e sentiu as mãos de Seth em sua cintura, se virou e o beijou apaixonadamente. Não ligava que seu pai estivesse ali.

Quando abriu os olhos percebeu que Seth não estava ali e seu pai continuava lendo um livro.

Mas ela podia jurar que ele estava com as mãos na sua cintura, então a cena se repetiu.

Seth entrou em sua casa e circulou suas mãos na cintura dela.

Nessie estava intrigada que o pai não via em sua mente esse tipo de coisa.

Então esse tipo de situação começou a ser freqüente.

Ela sempre via algo relacionado a Seth, ou Leah antes de acontecer, alguns segundos.

Especulou com Alice sobre as visões. E começou a praticar, no mesmo dia em que conseguiu ver uma situação com Leah uma hora antes da mesma ocorrer, sonhou mais uma vez.

Porem desta vez ela não sonhou com nenhum Lobo que convivia, sonhou com Jacob.

Ela o via em lutas, soberano. Ele era poderoso, mais do que qualquer outro Lobo ou Vampiro que ela tivesse visto.

Começou a sonhar com algumas rotas e lugares onde ele passava.

Os sonhos então começaram a se alternar, o pesadelo era sempre o mesmo. Na noite seguinte sonhava com Jacob.

Nessie percebeu que não eram apenas sonhos. Estava tendo visões.

E não era burra, Jacob estava diretamente relacionado com os pesadelos.

Mas então porque seu pai não via, nada em sua mente, quando se tratava dos Lobos?

Percebeu então que havia herdado da mãe o escudo, porem de maneira diferente.

Ela só tinha visões dos Lobos, assim como Alice estava ligada as pessoas que via, ela estava entrelaçada na vida de Seth.

Então ela sabia que ambos corriam risco.

E que Jacob é a resposta, já que ela o via lutar em seus sonhos e sabia que ele sozinho poderia destruir vários sanguessugas de seu sonho. Ou todos.

Mas como se aproximar de alguém que a odeia
?

Nessie soltou meu braço.

Estava tonta, e sem ar.

Nessie tinha a visão de dentro que eu tinha como telespectadora. Seu sonho da luta era o mesmo que o meu. Com a diferença que ela não via quem a atacava, eu sim. Eu nunca sonhei com Leah presa, ela sim.

Reneesme era a minha carona.

– Kate, eu sei que isso parece ser impossível agora, mas... – a interrompi.

– Quero que veja algo. Preciso me concentrar certo? – a calma começava a dominar cada parte do meu corpo.

– Sim. – me sentei ao lado dela. – Pense nas imagens que quer mostrar e respire fundo.

Segurei sua mão e deixei as imagens fluírem.

Meus pesadelos, minha ida ao conselho e minha agonia nos dois últimos dias.

As palavras da minha avó.

Ao abrir meus olhos Nessie tinha um sorriso nos lábios.

– Vamos ter que mentir. – ela tinha um ar sério.

– Não faço ideia de onde Jacob esteja Nessie. – admiti derrotada.

– Mas eu sei. Por isso vamos juntas. Eu posso correr com você nas costas algum tempo, mas não posso me aproximar dele, sem antes ter alguém que explique meus motivos, e quem melhor que você para isso? – ela estava preocupada.

– Mas como podemos sair daqui sem que nos impeçam antes de chegarmos a saída de Forks? – seria difícil.

– Bem Leah fez entregas hoje certo? – assenti. – Faça as de amanhã, direi a Seth vou ajuda-la. Ele sabe como odeio essa mania de Edward e Bella me controlarem o tempo todo. Nenhuma entrega será feita Kate, nosso tempo é curto demais. – Nessie fechou os olhos, ficou paralisada, depois de alguns segundos os abriu e olhou o relógio. – Leah esta chegando, menos de dez minutos, escute Kate. Faremos algo arriscado, você pode não querer ir, se for saiba que eu a protegerei, aja o que houver.

– Não tenho medo de nada Nessie, a não ser ver os que amo ferido. Vamos! O que faremos, para que não sejamos, impedidas de partir? Ou que sua família não a encontre? – estava com medo de sermos impedidas de sair da cidade.

– Vamos despistar. Isso é comigo, fique calma, se conseguirmos pegar o avião sem que notem nossa fuga, ninguém mais vai nos alcançar.
Agora acalme-se, Leah é muito esperta. Passe a noite com Embry, e não o deixe desconfiar. Amanhã nos encontramos na porta da loja.

Respirei fundo tomei um copo de água.

Era a salvação do meu amor e da minha família em jogo.

– Bom dia. – Ness atendia uma cliente.

Leah entrou em seguida com Mike.

O dia foi tranqüilo. No fim da tarde Embry veio me buscar.

O clima estava mais leve.

Cheguei em casa e preparei o jantar. Hoje Embry não estava de ronda a noite. Ia entrar na parte da tarde.

Os novos integrantes da matilha estavam acostumados agora e com isso ele ganhou uma noite de folga.

Ficamos abraçados enquanto ele via o jogo na TV. Fiquei ali olhando sua expressão tranquila, não sei qual será, sua expressão a esta hora amanhã, e não quero imaginar a dor que vou causar a ele. Pois sei que logo estarei aqui para fazê-lo feliz novamente.

– Você esta calada hoje amor, há algum problema? – ele me olhava especulativo.

– Não, apenas quero que saiba que eu o amo. – ele me abraçou. – Nunca se esqueça disso esta bem? Confie sempre nessas palavras e tudo ficara bem. – queria chorar e não ter que partir.

– Eu confio. Confie em mim amor, esta acontecendo algo? – agora ele estava preocupado.

– Claro que não, mas é sempre bom lembrar como eu te amo. – apoiei suas costas no sofá e sentei em seu colo tirando sua camisa.

– Sim é muito importante. – seu olhar desconfiado, deu lugar a malicia.

– Te amo Embry. – sussurrei em seu ouvido. Ele apertou minhas coxas e soltou um gemido. – Agora quero você na nossa cama! – provoquei.

Menos de dois segundos e estava deitada na nossa cama.

Fizemos amor à noite inteira.

Levantei cedo da cama, não havia pregado o olho. Tomei um banho demorado e me troquei. Nessie me enviou uma mensagem pedindo que entre as peças de roupas da loja que levasse parcas, pois Jacob estava no continente asiático. Sibéria.

Tomava café quando Embry desceu as escadas.

– Vou te levar ate a loja hoje. – ele colocou café em sua xícara.

– Você deveria descansar amor. Sua ronda começa a noite, e vai ate a madrugada, ainda vai passar o dia trabalhando com Billy, e Eu vou me encontrar com Nessie, pois faremos juntas as visitas aos clientes hoje. – falei calmamente.

– Me dispensando mulher? – ele se aproximou e me sentou sobre o balcão na cozinha.

Eu sorri com a provocação.

– Sim estou homem. – ele gargalhou. – Não o quero cansado, pois vou te dar um bom banho quando voltar. – a dor por mentir me incomodou, o abracei forte.

– Tudo bem, mas vou fazer uma pausa e vou te buscar esta bem? – assenti e ele me deu um beijo apaixonado como sempre.

Ele me levou até o carro e antes que eu entrasse segurou me braço.

– Hei, pense na proposta de casamento que eu fiz a você. Sei que já somos marido e mulher e você não se importa com um pedaço de papel. Sei de tudo isso, mas também sei que você ficaria linda dentro do vestido de noiva, e eu queria muito ver. – meu coração disparou.

– É mesmo importante para você não é? – ele sorriu de uma maneira linda.

– Não mais que você. – ele me deu um beijo.

– Vamos falar com o Senhor Ateara, depois com meus pais e sua Mãe, ai marcamos a data esta bem? – ele me pegou no colo me tirando do carro e girou meu corpo.

– Sim Kate Call. – o abracei forte. – Eu te amo.

Amei o efeito que o som do meu nome, entrelaçado ao dele provocou no meu coração. Poderia me casar com ele neste exato momento, e a desculpa que venho dando a quatro anos, pareceu tola e sem fundamento algum.

– Também amor, agora preciso ir. – tentei controlar as lagrimas para não deixa-lo preocupado.

Entrei no carro, dei a partida e sai.

Nessie me aguardava na porta da loja como combinado, Leah ao seu lado com algumas caixas fora do carro.

– Bom dia meninas. – abri o porta malas para ajeitar as caixas que Leah ia me passar.

– Kate posso fazer isso se quiser? – ela soltou um longo bocejo.

– Vá descansar, Kim consegue dar conta da loja hoje. Eu e Nessie vamos nos divertir. – Leah parecia não desconfiar de nada.

– Ela esta com ciúmes isso sim, vá dormir que você esta péssima. – Nessie fechou o porta malas.

Leah fez mais algumas piadas e nos despedimos.

Ao sair com o carro fiquei observando ela entrar na loja.

Nessie tocou meu braço.

Converse sobre coisas bobas, Seth e Quill estão na mata.

Assenti. Iniciando uma conversa sobre roupas e as costureiras da reserva e suas picuinhas em quem conseguia vender mais peças.

Entramos em Forks.

– Pare o carro naquele estacionamento. – ela apontou o local. – Desmarquei esta manhã seus clientes.

Descemos do carro.

Ness abriu o porta malas, retirando algumas peças de roupas das caixas.

– Não podemos perder muito tempo com compras. – ela encheu uma bolsa. – Venha.

A movimentação e a postura de Reneesme hoje, é totalmente diferente do que costumo ver, não há a calma e a tranquilidade de costume, ela esta tensa, e há algo mais que não consigo distinguir. Um barulho desativando um alarme me sobressaltou. O carro era lindo.

– De quem é? – perguntei com receio que fosse roubado.

– Meu. Quebrei e trouxe para consertar ontem. Ele vai nos levar ate o aeroporto. – dentro do carro havia uma mochila. – Kate divida as roupas entre as mochilas. E tire a sua e coloque a minha. – Nessie me entregou um casaco grosso. – ela é muito mais quente.

Tirei a blusa e fiz o que ela pediu.

Alguns minutos depois chegamos a Port. Angels, Ness passou na marina.

Em alguns restaurantes.

Encontrou uma moça e ela segui ao nosso lado até o aeroporto.

Chegando lá, havia uma amiga da desconhecida aguardando por nós.

Reneesme me fez caminhar por todo o hangar.

Entramos no avião com as moças.

– Divirtam-se. Usem ate cansarem. Sem dó, e lembre-se do combinado. – ela entregou dois cartões de crédito a elas e duas cartas. – Venha Kate.

Descemos do avião e caminhamos para uma área do hangar que havíamos passado há dez minutos atras.

– Porque estamos andando tanto? – estava ficando confusa.

– Atrasando minha família, Seth, Leah e Embry. Espalhamos nosso cheiro por vários lugares. Vamos atrasá-los. Mas são as garotas que vão fazer um trabalho melhor. Quando minha família as alcançar, elas vão entregar as cartas. Deixei uma para Meus pais e outra para Leah, Seth e Embry em nosso nome. Claro que não vou contar onde estamos indo realmente. Vou apenas tentar não deixá-los desesperados.

Respirei fundo assentindo. E um pouco mais aliviada em saber, que ao menos Embry saberá que estou bem.

Entramos em um helicóptero.

Menos de uma hora de viagem até Seatlle.

Descemos na pista de helicópteros do aeroporto de Seatlle, pegamos um táxi, porem trocamos descemos e pegamos outro, duas vezes, Nessie sabia que isso ia atrasar os meninos caso eles conseguissem chegar ali.

– Já mergulhou algum dia Kate? – balancei a cabeça negativamente, ela sorriu. – Para tudo na vida há uma primeira vez.

O táxi nos levou até a Marina de Seatlle. Havia barcos e espalhados por todos os cantos.

– Nessie tem certeza que isso é necessário? – caminhávamos ate os vestiários.

– Absoluta, eles vão perder nosso rastro aqui. Pois tenha certeza, eles vão chegar aqui Kate. Vai demorar um pouco, mas iram. Em baixo da água, nem Lobos nem vampiros conseguem seguir rastros.

Chegamos ate o local onde havia um instrutor, ele me explicava como usar os equipamentos. Nessie falava com alguém em um celular que havia acabado de comprar. Assim que desligou jogou o aparelho fora. Ajeitou a bolsa nas costas junto com o equipamento de mergulho.

– Pronta? – Reneesme parecia tão tranquila, estava admirada.

– Sim. – o instrutor entregou a chave de uma lancha e partimos, quando não havia mais visão de terra, Néss parou o barco. E ajeitou uma bolsa nas minhas costas cuidadosamente.

– Assim que mergulharmos suba nas minhas costas e segure meu pescoço. Pronta? – apenas assenti. Acredito que a pergunta freqüente dela se eu estava ou não pronta, era para ter certeza que não ia desistir. Ou simplesmente me dar a chance de fazê-lo.

Mergulhamos e fiz o que ela pediu.

Houve uma pequena vertigem quando ela iniciou o nado.

Era rápida como um barco em movimento na velocidade média.

Não sei calcular quanto tempo ou a direção adotada por ela, quando emergimos era claro o seu cansaço.

Chegamos em terra firme e um carro já guardava. O rapaz ficou um bom tempo olhando em que ponto estava nosso barco.

Nos trocamos colocando algumas roupas que estavam nas malas.

Nessie as embalou para não ficarem molhadas.

O carro nos levou ate o aeroporto novamente.

O local era pequeno. Mas aconchegante.

Comemos algo rapidamente e compramos calças e sapatos, pois estávamos de chinelos.

Não fazia ideia de onde estava e não queria saber. Nessie pagava tudo com o dinheiro de uma das bolsas.

Entramos no avião.

Era um vôo executivo. Poucas pessoas.

– Agora desceremos na Sibéria Kate. Descanse. O voo será longo e exaustivo. – ela parecia exausta e pela primeira vez desde o exato momento que saímos de Forks ela relaxou a expressão.

– Como você esta se sentindo Nessie? – sentia uma tensão ali.

– Bem. – ela suspirou pesadamente. – pensando na reação de Seth, no seu desespero.

– Entendo. Não quero pensar muito sobre isso. É doloroso demais. – havia algo mais, alem, estranho mas eu podia sentir.

– Pedi para se acalmarem na carta, que tudo vai ficar bem. – ela encostou na poltrona. Sem parecer totalmente relaxada.

– Há algo mais não é? Algo que a esta preocupando demais? – olhei diretamente em seus olhos. Para não haver mentiras ou desculpas. Ela sorriu sem graça.

– Esta bem. Kate, vou dizer, porem nada de preocupação certo? Jacob me odeia. Odeia o que eu sou. E o que represento. Ele não me matou por causa de Seth, mas não sei se longe dele serei poupada. – ela soltou as palavras.

– Se sabe que ele pode machucá-la porque não me deixou vir sozinha? Você pode ficar perto ou a uma distancia segura. – uma preocupação com as palavras dela começou a dominar meu corpo.

– Não posso! Ele precisa ver, Seth e, todos na matilha toda correm risco. Leah, Embry. E caso ele faça algo comigo , vai precisar de uma maneira ou outra me tocar. – ela estava certa.

– Não acredito que Jacob vá machucá-la, ele é bondoso. – ela deixou um sorriso sarcástico escapar.

– Ele é, mas agora Kate é muito poderoso, e eu represento algo que ele detesta, e jamais vai conseguir gostar. – ela estava me escondendo algo.

– Você não me mostrou todas as imagens, que viu sobre ele, não é mesmo? – ela fechou os olhos.

– Não poderia. Vi coisas que não entendo e são dele. Agora vamos dormir pois a viagem é longa Kate.

Nessie dormiu e custei mais a dormir.

Como esperado a viagem foi longa, e muito cansativa.

Estava preocupada com o encontro de Reneesme e Jacob.

Ao anunciarem a chegada no aeroporto Nessie despertou. Pediu a aeromoça as bolsas e me entregou a parca com uma luva, cachecol e uma boina.

Descemos do avião e o frio era intenso.

– Vamos comprar um sobretudo no aeroporto esta bem?! – Nessie me abraçou ela sentia frio, porem nada comparado a mim, meus dentes pareciam querer se espatifar um nos outros.

– Céus o que ele esta fazendo aqui Nessie? – perguntei quando voltei a raciocinar assim que entramos na loja.

Ela sorriu enquanto colocava um grande casaco nas minhas costas.

– Aqui não é muito comum fazer sol, isso acontece uma ou duas vezes ao ano, então, há Sanguessugas. Muitos. Fazendo estragos grandes ao norte do pais. – ela tirou meu sapato e olhou o numero, falou em uma língua que acredito ser russo com a vendedora. A mulher voltou com grandes caixas, tirando meias e botas de dentro delas.

Nos agasalhamos e partimos de carro.

Mais uma viagem. Duas horas e meia. Havia neve cobrindo estradas e pontes.

Nessie pagou o homem no meio do nada e descemos do carro.

Ela respirou fundo.

– Suba Kate. Estamos a dez minutos dele. – o nervosismos era evidente, em seu tom de voz.

Antes de subir em suas costas declarei.

– Também farei o possível para te defender aja o que houver esta bem? – acreditava em cada letra dessas palavras.

Ela sorriu assentindo.

Subi em suas costas e ela iniciou a corrida.

Reneesme era veloz, muito parecida com a agilidade de Leah.

Depois de um tempo muito curto ela diminuiu o ritmo, se embrenhando em algumas arvores, fechei os olhos enquanto ela saltava de um galho para o outro, ou se abaixava de repente. A velocidade era inumana.

– Agora preciso que me ouça. Jacob esta bem ali Kate. Naquele rancho. Você vai se aproximar, eu ficarei aqui. Tente explicar os nossos motivos, e fazê-lo me ouvir, e mostrar a gravidade da situação. Se eu me aproximar mais um centímetro ele vai me sentir, se é que já não sentiu, agora vá depressa.

Assenti, e comecei a correr.

A neve dificultava meus movimentos. A noite deixava o lugar sinistro, se não fossem as luzes distantes do rancho, não saberia sequer em que direção ir.

Já estava perdendo Nessie de vista, quando um sussurro de uma voz conhecida tilintou nos meus ouvidos.

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– Volte a hibrida será morta em segundos.

Quando olhei para trás a cena era impressionante.

Nessie lutava com dois Lobos gigantes. Ela de fato não os atingia, estava apenas desviando dos golpes.

Estava longe, corri o mais rápido que pude.

Então eu o vi Descer de uma arvore.

Jacob.

Por um segundo, minhas pernas travaram com a imagem dele.

Totalmente diferente. Imponente, ameaçador e nada parecido com o Jacob que eu conheci um dia.

Não o via com clareza, mas estranhamente escutava como se estivesse lá.

Corri com todas as minhas forças, era evidente, Reneesme corria perigo.

– Não me lembro de convidá-la para vir aqui? – o tom de voz dele era grave, e poderoso. Senti meu coração acelerar com a postura dele diante de Nessie.

Os dois Lobos a encurralaram.

– Escute Jacob, eu preciso... – ele não a deixou finalizar.

– Não quero saber o que precisa, ou deixa de precisar, não vou escutar, pois não quero, e se veio ate aqui achando que não terá conseqüências esta enganada. – ele parou diante dela.

– Escute-a Jake, por favor. – gritei.

– Ela achou que seria poupada usando você de escudo, pois esta enganada. Não vou machucá-la Kate, você é humana.

Nessie tentou se mover sendo impedida por um dos Lobos.

Olhando ao redor não se via nada, a escuridão havia tomado conta.

– Eu vim pois era preciso, você precisa deixá-la te mostrar. – ele riu irônico.

– Essa aberração não toca em mim de modo algum. – ele tinha o olhar duro, e ao mesmo tempo menospreza totalmente Reneesme.

– Leah corre perigo Jake. Assim como todos da matilha, e não sei porque fomos trazidas ate você, pois acho que essa é a única esperança deles e nossa. – antes de falar sobre o restante ele havia parado parado, para me olhar. Parou quando ouviu o nome dela. Leah.

Ele me encarava intensamente, então se virou para Nessie.

– Como você me achou aqui com tanta precisão? – seu olhar em direção a ela era de indecifrável.

– Tenho visões com os locais que você tem passado. China, Moçambique, sua casa na Toscana, e vários outros locais onde você tem estado nos últimos cinco meses.

Ele respirava irritado. Colocou as mãos na sobrancelha, como se procurasse calma.

Ele voltou a encarar Nessie.

– Se você estiver mentindo aberração eu arranco sua cabeça agora mesmo. – ele deu um assovio alto, algum segundos depois, uma mulher simplesmente linda apareceu do nada.

– Moira leve Kate até o rancho, eu vou ver o que a cria de sanguessuga sabe. – Nessie parecia calma, mas eu a conhecia e como ela não estava.

Corri e fiquei ao lado de Reneesme.

– Vim com ela, volto com ela. Não vou me afastar. – disse decidida.

– Kate se eu fosse fazer algo com ela, você não teria tido tempo de abrir a boca. Tem a minha palavra que ela ficara bem. – meu medo em acontecer algo com ela era maior, mesmo acreditando em cada palavra dita por ele.

– Esta bem. – eu tremia sem conseguir sair do lugar. Ele me encarava sério. – Moira leve as duas ate o rancho. – ele se virou para Reneesme. – Você apenas relaxe quando Moira pedir para faze-lo, pense no que veio me mostrar, mais nada.

Entrelacei meu braço no de Reneesme, ela me transmitia imagens de Embry, na tentativa de me acalmar.

Descemos a colina ate o rancho. O lugar era aconchegante.

Uma sala enorme, que dava visão para a cozinha. Havia uma grande escada, via-se varias portas dando acesso ao que deveria ser os quartos.

A mulher entrou e falou em uma língua desconhecida com um homem dentro da casa. Ele olhava Nessie espantado. Como se ela fosse a comida andando pela sala. O outro que entrou em seguida a olhava com curiosidade, e um certo nojo.

Eles sumiram diante dos nossos olhos. Fiz menção em dizer algo, porem. Nessie colocou a mão nos lábios balançando negativamente a cabeça.

Ela tocou meu braço.

– Acalme-se, ele não fará nada comigo. – ela me tranquilizou.

Assenti.

– Pode vir aqui. – a voz da mulher era linda, forte e imponente. Me lembrei de Leah na hora.

Entramos em um quarto quase vazio, com apenas três grandes poltronas.

A mulher apontou para onde Nessie deveria se sentar.

– Feche os olhos e pense no que veio mostrar. – Reneesme assentiu e fechou os olhos. – Você Kate fique neste canto comigo.

Encostei em uma parede com a morena.

Os minutos passaram e ela permanecia com os olhos fechados.

Ate que respirou fundo e os abriu.

O alívio me dominou. Corri em sua direção e abracei com força.

– Venham vocês precisam tomar banho e comer alguma coisa. – seguimos a mulher e quando entramos em um quarto.

Segurei o braço de Nessie.

– O que houve? – mostrava minha duvida a ela sem soltar som algum.

– Não sei ao certo, vamos aguardar. – ela parecia tranquila.

Sentamos e esperamos mais alguns minutos.

Ate que duas batidas na porta me arrancaram dos meus devaneios.

Abri a porta.

Jacob estava parado, em frente a porta, sua postura era tensa. E nada amistosa.

– Em dois dias partimos. Não liguem para ninguém, por favor. Vou terminar o que vim fazer aqui, e partiremos com vocês para a reserva. – ele saiu do quarto. O segui.

– Me diga Jacob. Você viu de alguma forma certo? – ele assentiu. – Há alguma chance de salva-los?

– Não a menor possibilidade de perdê-los Kate, não vou permitir, tem minha palavra. Agora descanse, assim que o jantar estiver pronto Moira ira avisá-la. – ele desceu as escadas e saiu novamente.

Era estranho estar diante dele, era como se estivesse diante de um rei, ou algo maior que qualquer coisa que já havia visto. A postura dele era incrivel, assim como o olhar e o tom de voz.

As palavras dele me tranquilizaram de uma maneira enorme.

Voltei para o quarto e abracei Nessie.

Choramos algum tempo.

Era alívio.

Não sei ao certo o que ele viu, mas sei que ele tem o poder de evitar.

Jacob é realmente mais poderoso que qualquer Lobo que conhecemos. Um alfa jamais visto na reserva.

E como minha avó me disse no sonho, esta na hora dele voltar.

Ele sabe assim como eu.

O que vai acontecer na nossa volta, e o que a nossa atitude vai causar não me importa, conseguimos uma esperança de evitar o que vimos nos nossos piores pesadelos e Jacob é a chave para desfazer aquilo.

Confiança esse é meu sentimento agora.



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Notas finais do capítulo

Até o próximo capitulo