O Nosso Elo - A Ajuda. escrita por Dan Rodrigues


Capítulo 8
O nosso Elo - John


Notas iniciais do capítulo

Acho que vocês vão gostar desse cap. e ja vou avisando, preparem bem suas queridas mentes!
Enjoy... rs!



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8 - O nosso Elo John

– Espera ai, eu não entendi nada! – Disse Jay, franzindo o cenho.

Eu estava mirando o vazio há minutos. Procurando algo em minha mente para sustentar o fato de que Lars estava prestes a acabar com tudo que ainda me restava de bom, as minhas chances de sobrevivência, salvação. “Ele contou a ela”, a frase escoava em minha cabeça, “está tudo acabado”. Eu tinha que ir atrás dela. Eu diria alguma coisa, qualquer coisa, mas eu tinha que fazê-la acreditar em mim. Eu tinha que contar tudo definitivamente, e nesse momento sabia que ela estava morrendo de medo, o que tornaria as coisas ainda muito mais difíceis.

– John? Ei, to esperando uma explicação! – Exclamou ela, me sacudindo.

– Susan. – Eu consegui responder, com minha garganta seca. Não que Jay soubesse quem é Susan. Eu disse aquilo mais para mim mesmo do que para ela.

– Entendo. Você se apaixonou mais uma vez por uma garota humana e Lars contou a ela sobre você. – Disse ela, com ar pensativo, e tentando assumir uma expressão sensata. Como se isso tivesse acontecido milhares de vezes em toda minha existência.

– Ela não é só uma garota por quem eu me apaixonei. – Retruquei. – É minha chance de salvação. – Vi Jay franzir o cenho.

– Salvação? – Perguntou ela.

– E não tenho certeza do que ela exatamente é. – Completei.

– Espera! Você esta me dizendo que uma garota humana que não é tão humana assim, ou seja, você não sabe o que ela é, é sua única chance de salvação. – Divagou ela, como se aquilo fosse a coisa mais estranha do mundo.

– Tenho motivos para acreditar que sim. – Respondi.

E não adiantava eu me culpar por não ter dito isso a Susan antes. Mas a apreensão e a insegurança não me deixaram contar. Eu queria mais algum tempo em paz, queria pelo menos alguns dias de vida normal – como se eu pudesse ter uma vida normal nessas condições – com Susan.

– Então, John... Eu também estou procurando meus meios de ser salva. – As palavras de Jay me tiraram do poço de amargura em que eu me encontrava.

– Como? – Eu quis saber.

– Sociedade de Redenção dos Anjos Caídos. A carta que eu te mandei, e que por acaso sua namorada pegou, era sobre isso.

A idéia me fez sorrir. Então eu vi o quanto era bom saber que há outros anjos caídos como eu nesse mundo. Aqueles que se arrependem realmente do que fizeram. Aqueles que ainda acreditam no poder de Deus, e que buscam uma forma de se redimir, e de vencer, mesmo sabendo que os demônios são mais fortes, e conhecendo as armas que eles têm.

Mas eu não deixava de pensar em Susan. E em como o momento em que nos vessemos seria terrível. Como Jay disse, eu já vivi isso com outras mulheres, mas com Susan é tudo muito diferente. Primeiro, eu ainda não sei se ela é anjo, mas sei que humana ela não é. Bom, se Deus a mandou para mim, para que eu tenha motivos e algo em que me apegar para mudar, então é bem difícil ela ser uma humana. Mas nunca vi nem um resquício de poder nela. Também não achava que ela fosse Nephilim, se bem que alguns Nephilins, por serem filhos de outros nephilins acabam por nascer sem poder algum.

O celular de Jay tocou.

– Preciso ir. – Ela disse, lendo uma mensagem de texto, e parecendo preocupada.

– Espera! – Eu disse. – Você não veio para me convidar para participar de uma Sociedade? Eu... Eu nem sei onde você mora! – Eu disse, abrindo os braços.

– Ah! – Ela tirou um pequeno cartão do bolso e me entregou. Um número de telefone. – Se eu estiver em área... É só me ligar!

– Como assim, se você estiver na área? – Jay sempre gostou de ser enigmática. E eu odeio isso.

– Preciso ir! – Ela caminhou até um corredor vazio, me deixando sem respostas, e desaparecendo num clarão.

Enfim, eu estava sozinho, sem respostas, e com uma série de problemas enormes em minha cabeça. “Mais um dia feliz” pensei, querendo tornar aquilo uma situação irônica. Mas eu não sou tão bom com ironias. Isso, eu deixo para Lars.

Mas em compensação, Lars é a razão de todos os meus problemas até agora. E não só ele, mas eu mesmo, também, por não ter feito a escolha certa. Acho que quando ele caiu, que foi antes de mim, ele ficou com inveja por eu ainda estar do lado certo e não ele. Mas então, ele me convenceu a descer até a Terra, e eu caí junto com ele. Foi o começo de todos os meus problemas. E quando digo isso, talvez seja uma das minhas maiores verdades. Para Lars, isso ainda é só o começo. Ele ter contado tudo a Susan, só reforça o fato de que ele quer provar para si mesmo que é melhor que eu em todos os aspectos, e que eu não posso ser feliz, só ele. Por que ele acabou com a própria vida, e a felicidade dele agora é me ver triste. É assim para todos os demônios, e não é diferente com ele, só é pior. “O garotinho bonzinho debaixo das asas do criador” A voz dele cantarolou em minha mente, tentando fazer piada da minha situação. Tenho uma enorme capacidade de torturar a mim mesmo.

Então, em um estalo, percebi que estava parado no meio do corredor, em frente à porta da biblioteca. Mas eu não podia voltar para a sala de aula. Não sei o que Susan faria, e era melhor não arriscar. Mas para onde eu iria? O apartamento. É claro! Agora que eu moro lá, tenho uma cópia da chave, e posso entrar e sair, na hora que quiser. Ainda não sabia se era uma boa idéia, mas decidi tentar.

É mais cansativo andar a metrô do que parece. Bem, eu digo isso por que essa foi a primeira vez – espero que seja a ultima – que eu andei.

Precisei reorganizar meus pensamentos um segundo. Como eu conheço bem Lars, sei que ele pode não ter contado toda a verdade. Não do modo mais convencional. Ele sempre deixa uma ponta desconfiança, algo que quebre um pouco a verdade, e a distorça ainda mais. Mas talvez, Susan pode não ter acreditado. Bom, essa idéia não me fez feliz por muito tempo, já que conheço as maneiras que Lars usa para fazer as coisas. Provavelmente ele tentou entrar na mente dela, inserindo imagens em sua cabeça, a provocando, instigando, para que ela acreditasse. E sei que ela pode ter facilmente acreditado, considerando a força mental e o poder de Lars.

Virei para minha direita, cansando de ficar naquela posição. Aquele metrô abarrotado de gente me incomodou mais do que tudo. Bom, eu sou um anjo, gosto de liberdade, um céu imenso para voar (gostava quando eu tinha asas) e não um metrô apertado cheio de gente. Então, vi um homem me observando. Ele me olhava com olhos efusivos, raivosos, olhos azuis brilhantes e fortes. Era ele! Só podia ser ele. Eu reconheceria aqueles olhos azuis raivosos em qualquer lugar da face da Terra. Por causa da raiva que eu sinto dele.

Não. Não era Lars. Era pior. Era como estar vendo minha vida inteira se esvaindo em minutos. Por que Lars acabaria com minha vida lentamente pelo resto dela, mas ele... Ele não hesitaria em me destruir em segundos. Era Lúcifer, e não mediria esforços para me fazer sofrer ali mesmo. Ele não poderia me matar, já que sou um anjo, um imortal. Mas faria algo pior. O medo começou a controlar meu corpo, e senti minha respiração ficar curta e pesada, como sinal de que eu estava me preparando para uma luta. Mas não foi o que aconteceu. Ele ficou me olhando, me observando de longe, por mais um tempo, e depois sumiu. Desapareceu na frente de todos, se tele-transportou, não sei. Mas franzi o cenho quando vi que ninguém além de mim viu o que ele acabara de fazer. Desaparecer na frente de todos. Ele nem ao menos usou invisibilidade. Não se preocupou.

Foi quando um pensamento ainda pior veio à minha mente. Ele não estava lá, de verdade. Estava na minha cabeça. Então, realmente só eu podia vê-lo. Dei-me conta de que estava mais fraco do que pensava. Talvez a falta de uso de meus poderes, ou o fato de ter me distanciado de Lúcifer, que exerce grande força em todos os anjos caídos, mas eu não precisava mais da força dele. Ou talvez por conta da minha parte humana, mas Deus não me deu isso para me deixar vulnerável, foi para me ajudar! Mas se Lúcifer apareceu para mim, dessa forma, ele tinha uma líquida e visível mensagem para mim. “Eu estou de olho em você, John. Nem um anjo caído nesse mundo me escapa tão fácil assim. Você está só e vulnerável, agora!” Meus pensamentos me atormentaram mais uma vez com uma imitação da voz fria de Lúcifer. Talvez a briga com Lars me deixou mais fraco ainda.

Enfim, cheguei ao prédio. Mas não a tempo de entrar antes de Leila e Susan. Na verdade, eu as vi entrando no prédio, quase esbarro com elas, ainda bem que tive tempo de me esconder. Mas... Quanto tempo eu gastei naquele metrô. Lúcifer estava deixando minha cabeça ainda mais confusa. Talvez eu tenha ido a vários lugares diferentes antes de chegar aqui, sem nem perceber. É mais uma prova de que meus poderes estão enfraquecidos. Não tenho mais nem noção de tempo, localização... Resumindo, estou fraco.

Vi Susan saindo do prédio e entrando no carro rapidamente, como se não pudesse ficar ali mais nem um segundo sequer. Ela estava com o celular em mãos. Talvez estivesse tentando ligar para alguém. Saiu em disparada no carro. “E agora?” Pensei, “sem poderes, como eu vou saber onde ela está indo?”. Tentei forçar. Algo dentro de mim tinha que encontrar uma resposta. Tentei acalmar minha mente, tentar encontrar alguma forma de saber, mas é quase impossível, com tanta coisa me perturbando.

Foi quando veio à minha cabeça. A praia. Não sei por que, mais foi o que eu pensei. E foi para lá que eu fui. Tive que ir caminhando, já que não tenho carro, mas não ficava muito longe dali. No máximo dois ou três quarteirões.

Ela estava chorando, com um papel nas mãos. Logo que a encontrei, percebi. Decidi não me aproximar tão rapidamente. Mas quando eu ainda estava um pouco longe, só a observando, ela me viu. Seus olhos estavam vermelhos, e ela ficou com uma expressão de medo e incredulidade no rosto.

Então ela correu, mas eu fui mais rápido e a segurei por trás. Ela começou a gritar e pedir socorro, mais eu disse que era seu namorado, então todos pensaram que era apenas uma briga de casal. Eu não podia conversar com ela ali. Tinha que encontrar um modo mais fácil, um lugar mais calmo. A convenci a ir para detrás dos banheiros públicos. Talvez eu tivesse tempo para recuperar meus poderes, mas como eu já imaginava, ela tentou fugir novamente. “É uma boa hora para me ajudar”, disse em silêncio para Deus, enquanto agarrava Susan novamente. Então eu pensei em um lugar distante, onde nós dois poderíamos ficar sozinhos. Olhei para o céu, e vi o teleférico, distante, mas vazio. Foi quando eu percebi que nossos corpos, meu e de Susan estavam se desintegrando e sendo sugados. O processo de tele-transporte! Ótimo, eu tinha meus poderes de volta. Deus ainda estava comigo.

Vi a expressão de incredulidade se intensificando no rosto dela enquanto ela reconhecia o local. Mas eu não escutava nada. Não por enquanto. Não ouvia o som das batidas desesperadas das mãos dela no vidro, e meu pulmão parecia não querer mais a presença de ar. O oxigênio do meu corpo estava se esvaindo. Eu tentava sugar ar, mas era quase impossível. Ótimo... Acho que exigi mais de mim do que podei hoje. Essa é foi a conseqüência.

Observei Susan falando comigo. Eu ainda não conseguia distinguir exatamente o que ela estava dizendo, mas eu sabia o era, mesmo sem entender o som da voz dela, ainda um pouco baixo. Meus ouvidos não estavam tão normais. “Não vai. O teleférico está parado” Respondi, já conseguindo respirar. Obviamente eu podia analisar a mente dela, meus poderes tinham voltado, mas eu só não sabia por quanto tempo. Ela disse algo, e jogou um papel em mim. O mesmo papel que ela estava observando. Eu segurei, já recuperando minha audição, e disse que não havia nada escrito lá. Então me lembrei de Lars. Eu sabia que essa era a forma que ele tinha usado para enganá-la. Mas pelo que ela me disse, percebi que ele só a fez pensar que eu era um bandido perigoso e procurado. “Maldito Lars!” Pensei. Agora, eu tinha que contá-la toda a verdade.

Minha raiva de Lars aumentou ainda mais quando a vi se contorcendo no chão, como se sentisse dores por todo o corpo. Ela segurava a cabeça, e eu percebi o que ele estava fazendo. Ele queria confundi-la ainda mais, queria fazê-la pensar que era eu, que eu era perigoso. Eu a segurei nos braços, procurando uma forma de acalmá-la. Sem pensar muito, me abaixei para lhe dar um beijo. Era a única coisa que eu podia fazer. O beijo pareceu acalmá-la. Era como se eu conseguisse transferir parte de minha força para ela, era como se eu conseguisse expulsar Lars de sua mente. Mas aconteceu mais do que isso. Vi ela fechando os olhos, e não consegui mais senti-la corresponder o beijo. Foi quando ela desmaiou. Eu passei mais do que forças para ela. Eu lhe dei um pouco das minhas lembranças, todas as coisas que eu queria lhe dizer, sobre Lars, sobre mim... Tudo se resumia naquelas lembranças, que em um beijo desesperado para acalmá-la lhe foram transferidas.

Vi seus olhos incrédulos se abrindo. Perguntei o que ela tinha visto. Após algumas palavras confusas que dissemos um para o outro, eu decidi. “Sou um anjo” pronunciei. Eu decidi lhe contar tudo, naquele exato momento. Eu tinha que contar.

– O que você viu? – Perguntei novamente. Ela me contou tudo. As duas visões que teve todas detalhadas.

– No dia Doze de Agosto de 1994. Foi quando isso aconteceu. – Eu disse, me referindo à primeira visão que ela teve a vendo soltar um grito histérico e deixar o queixo cair. – Eu estava arrependido, e a cicatriz em meu rosto era alguma das torturas de Lúcifer. – O queixo dela caiu mais ainda. – Pedi a Deus que me ajudasse, que me desse algo, ou alguém para me ajudar a mudar, e um lugar para onde eu pudesse fugir...

– E foi nesse mesmo dia em que eu nasci! – Disse ela me interrompendo.

– E foi nesse dia que você nasceu. – Conclui. – Por isso... – Fechei os olhos, tentando encontrar as palavras certas. Mas elas pareciam me escapar. – Por isso eu tenho motivos para acreditar que é você a ajuda que Deus mandou.

– Mas como você sabia que era eu, e como você me encontrou? – Perguntou ela.

– Ele me disse para viajar para o Brasil, e que aqui eu encontraria a minha ajuda. Eu não retruquei, não contestei. Eu estava tão desesperado por ajuda que simplesmente fiz. E das coisas que eu fiz em toda minha vida... É a que eu sei que nunca vou me arrepender. - Acariciei o rosto macio dela.

Vi uma lágrima escorrendo pelo seu rosto, e a enxuguei. Ela acreditava em mim. Isso era um sinal.

– E a outra visão que eu tive? – Ela perguntou ansiosa por uma resposta.

– Foi o dia em que eu cai. Foi o dia em que minhas asas foram arrancadas. É um passado que eu não gosto de lembrar. – Respondi triste.

– Tudo bem. Sabe... Desde aquele dia em que você me salvou daquele bando. Você sempre me afetou de alguma forma estranha. Eu sabia que você era diferente, sabia que você não era normal. Mas eu sempre estive, desde a primeira vez que eu te vi, de alguma forma ligada a você.

Aquelas palavras despertaram pensamentos em mim. Era como se eu tentasse me lembrar de algo, mas não conseguisse. Demorei algum tempo ainda para encontrar uma resposta no fundo da minha mente, por que eu sabia que aquilo não era normal. Eu já tinha ouvido falar daquele tipo de coisa.

– Nós temos um Elo. – Respondi, depois de algum tempo pensando. Eu tinha quase certeza. Como eu não tinha percebido isso antes?!

– Um Elo? – Ela pediu maiores explicações.

– Só um casal, em toda a história deste mundo já teve algo parecido. – Comecei. Para mim, isso era mais que incrível. Um fato histórico, extremamente importante. – Adão, e Eva.

– Ahn?

– Quando os dois pecaram pela primeira vez, e foram expulsos do jardim do Eden, os animais perigosos começaram a querer atacá-los. Os Leões, as panteras, tigres... Todos os animais perigosos hoje em dia, naquele tempo eram dóceis. Mas foi após o pecado que eles ficaram assim. Ansiavam por carne, e seriam capazes de matar Adão e Eva para conseguir isso. Então, Deus, em um ato de piedade, lhes presenteou com O Elo. Assim, todas as vezes que Eva precisasse de ajuda Adão saberia, e Eva também conseguia sentir Adão. Eles tinham outras dádivas como conseguir se comunicar através dos pensamentos, e... – Eu não conseguiria passar aquela força para Susan através de um beijo se nós dois não tivéssemos um elo. – Passavam força, sustentavam um ao outro mentalmente. – Conclui.

– É claro. Só pode ser isso! – Ela concordou. Eu não acreditava o quanto ela estava calma agora. Foi quando eu entendi todos os planos de Deus para nós.

– Naquele dia que eu te encontrei... Eu sabia! Eu senti você por perto. Eu só não consegui entender meus pensamentos. Eu ainda não estava familiarizado com o Elo.

– E foi assim que você encontrou meu apartamento... – Ela completou. Eu não tinha percebido por que confiava muito nos meus sentidos, mas era verdade. – Ei, naquele dia que eu vomitei. Eu estava pensando em você. – Eu me lembrei do momento em que ela esbarrou em mim no corredor, depois de passar mal.

– Não eram pensamentos muito bons, eram? – Perguntei, desconfiado.

– Não. Na verdade, eu nem queria você por perto. – Respondeu ela envergonhada.

– Qualquer sentimento de aversão pode causar isso. O elo serve para nos manter juntos, sem contar o fato de que Eva foi feita da costela de Adão, então é ainda mais difícil tentar se esquivar disso. – Expliquei. “Estamos unidos para sempre”, pensei.

– Precisamos sair daqui, John. Vamos para casa, vamos conversar mais... Eu preciso saber mais. Mas quero estar no conforto de casa. Este dia está sendo muito cansativo.

Ela me abraçou, já sabendo o que eu faria. Senti que ela confiava em mim, realmente. Comecei o processo de tele-transporte, agradecendo a Deus por ainda ter meus poderes. Em alguns segundos estávamos em casa. Ela viu que eu estava cansado, por usar tanto os meus poderes, e tentou me acalmar com outro beijo. Agradeci a Deus novamente. Susan era o melhor presente de todos. Se as circunstâncias fossem diferentes, se eu ainda fosse anjo, eu daria minhas asas por ela. Por que eu a amo, e nós temos um Elo. Saber isso era um pouco de felicidade que eu estava experimentando, ainda dentro daquele furação que estava só no começo.



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