O Nosso Elo - A Ajuda. escrita por Dan Rodrigues


Capítulo 5
Tudo bem, eu admito! - Susan.


Notas iniciais do capítulo

Gente, nesse cap, com a ajuda de JayR eu consegui deixar a Leila MUITO CRAZY BITCH! Vocês vão ver, ta muito louco! Thanks Jay! E sem deixar de lado meu suspensezinho básico, no final desse tem mais uma surpresinha!
Enjoy!



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Tudo bem, eu admito! Susan

Acho que não consigo nem explicar a sensação que tive quando vi John entrando por aquela porta, tão rápido que eu nem consigo lembrar-me de vê-lo entrando. Primeiro eu tive certo alívio, por que no fundo eu sabia o que ele podia fazer. Mas depois, eu fiquei com medo, quando vi o que ele poderia fazer. – Ok, um cara que chega dando uma de exorcista pode ser confiável? – É eu simplesmente não sei.

E depois, ver o cuidado que ele teve com Leila e Gabriele, e ainda por cima a preocupação dele com aquilo tudo... Eu não sei por que, mas isso me irritou! Droga! Ele tem que ser tão misterioso, inteligente, imponente e maduro e lindo? Espera! Eu disse lindo? Lindo é pouco! Foco Susan! Foco! Então, por que ele tem que ser tudo isso? Por quê?

Só em escutar a voz dele, explicando que a gente não devia ter feito aquilo, dizendo que não era Thiago, e sim um demônio, aquilo me deixava assustada, e insegura.

No começo ele pareceu muito sério, contido, quase como um professor. Mas depois... Acho que ele percebeu que eu acreditava, mas eu não queria admitir. Ainda não consigo me perdoar por tanta hipocrisia. Eu percebi que ele ficou magoado. Acho que tem mais coisa, e ele não quer me falar. Eu sei que tem! Só não sei por que ele ainda continua tão misterioso.

Depois de algum tempo, após a nossa “nem tão pequena discussão”, eu pensei bem. Se ele estava fazendo aquilo, e se fosse tão maduro quanto parecia, acho que ele tinha bons motivos. Eu acreditei no que ele disse, e fiquei com medo. Mas minha mente sempre afirmava que perto dele, eu estaria protegida de qualquer demônio.

As palavras dele sempre me afetam de algum modo, mas isso é a causa da minha angústia, porque eu não entendo. Eu não entendo como ele consegue a atenção de todos, ou que todos o obedeçam, não entendo por que todas as pessoas ficam meio grogues e ludibriadas com a presença dele, ou por que ele parece tão maduro e sincero.

Eu fui uma idiota brigando daquele jeito com ele, depois de ele ter nos ajudado! Qualquer um diria que foi idiota eu ter pedido desculpas depois, para um cara que eu nem conheço, mas era o mínimo que eu podia fazer depois de tanta hipocrisia. Realmente eu não estava com tanta raiva dele. Minha raiva era do fato de não conhecer ele, e ainda assim ele mexer comigo daquela forma.

Eu só posso estar enlouquecendo. É isso mesmo, nada disso é real. Bem que eu queria que não fosse real, mas é complicado. É como se eu já o conhecesse há anos, mas eu nem sei de onde ele é.

Minha cabeça ainda estava cheia de neuroses quando fui ao quarto dele para me desculpar, e o que eu vi me deixou ainda mais apreensiva e insegura. Ele estava orando?! Ele não parece o tipo de cara que ora, não daquela forma. Vê-lo de joelhos aos pés da cama, me fez ver que ele tem um coração de verdade, e que de alguma forma que eu não entendo, eu tive ainda mais certeza de que ele se preocupa comigo. Mas por que, se eu nem o conheço?


No domingo, após o almoço, Leila e eu ficamos encarregadas de lavar e enxugar as louças. Trabalho difícil, se feito com Leila, que fala mais do que trabalha.

– Então, Susan, vai pegar o gato ou não? – Disse ela, fazendo careta e esfregando um prato.

Dei uma olhadela rápida e séria a ela, tentando censurar as palavras que ela estava prestes a falar.

– Não me olha assim, eu já percebi que você está de olho nele. E esteja avisada que se você não quiser, eu quero muito bem. – Ela jogou a cabeça para trás, empinando o nariz longo e fino e fazendo biquinho. – E acho que até por mais de um mês, já que aquele ali é tudo de bom! – Acrescentou ele se abanando com o pano de enxugar os pratos.

Com o olhar de censura tendo não dado certo devido ao som dos risos que tinham escapado por meus lábios, decidi tentar fingir que não sabia de nada. Não queria admitir que de alguma forma, e tão rápido quanto ele entrou em minha vida, eu já sentia algo por John.

– Leila, do que você está falando? – Eu respondi, imprimindo em minha voz a maior naturalidade e verdade que consegui.

– Ah, faça-me o favor, Susan. John Fell, o gatão com cara de bad-boy, mas que é o cara mais maduro que eu já conheci que tem certos conhecimentos sobre espiritismo. – Ela fez o sinal de aspas com as mãos para dar um ar de bom humor a suas palavras –, que se me quiser eu to aqui, e se não quiser eu vou atrás, que neste momento está no quarto dele fazendo eu sei lá o quê, mas sei que deve ser algo bem interessante, e, ah! Esqueci de um detalhe, o quarto dele é em seu apartamento, então neste momento ele está mais perto do que você precisaria para fisgá-lo e a única coisa que você está fazendo agora, é me olhar com cara de lesada irritada tentando fingir que não gosta dele, mas eu sei que gosta! E sem contar que ele estuda na mesma escola, no mesmo ano que nós, e Deus queira que na mesma classe.

Eu precisava interromper de alguma forma o blá-blá-blá de Leila, ela estava me deixando louca.

– Já entendi Leila, você quer que eu dê em cima do John da mesma forma que você da em cima dos seus “namoradinhos de um mês”. E o que eu faço depois, descartar ele, como se ele nunca tivesse existido?

– Ah, não é isso! E eu tenho bons motivos para terminar com cada um dos meus namorados. Por exemplo: Um não se veste bem, outro bebe – achei engraçado Leila dizer aquilo, já que ela fuma –, outro que é NERD demais, e outro burro demais, e por aí vai! Mas Susan, eu já percebi que você olha pra ele diferente, e tem aquele tremor no queixo quando fala com ele. Foi o que aconteceu com todos os namorados, você conhecia então se apaixonava, e o tremorzinho no queixo indica que você está gostando dele.

Bem, isso era verdade. Nem eu tinha percebido ainda, mas realmente isso existia.

– É eu admito, mas no caso de John, eu não o conheço! E agora o quê, vai ficar falando um manual inteiro de “Como reconhecer que Susan está apaixonada”?

– Então o que está esperando, um anjo cair na sua frente? Helo! Uso os C.C.: converse, conheça, ele está mais perto do que você precisa, ele mora em seu apartamento!

– Eu não gosto dele, Leila, ele é estranho. – Tentei então a mentira e a negação.

– Ah, tá, você acabou de admitir que gosta dele. E eu mesma já teria pegado ele de jeito, se não tivesse percebido que ele está caidinho por você.

Não consegui impedir meus olhos de se iluminarem ao ouvir aquela frase. E o pior foi que Leila logo percebeu.

– Não disse! – Exclamou, apontando um dedo magro e ossudo para o meu rosto enquanto ria.

Senti as maçãs do meu rosto inchando de tão quentes. Se olhasse para baixo até poderia ver meu rosto todo vermelho. Eu realmente sentia algo por ele. Talvez isso só fosse loucura, neurose da minha cabeça, mas se não fosse, ele realmente me afetava de alguma forma. E pior ainda, Leila estava certa.

Enxuguei as mãos, e as esfreguei no rosto, tentando afastar aqueles pensamentos tão absurdos. Aquilo não podia estar acontecendo. Frases como: “Mas eu nem o conheço!”, e “ele me afeta de alguma forma”, rondavam pela minha cabeça. Fechei as mãos e apertei contra os olhos, tentando forçar minha mente a pensar em outra coisa, mas eu só conseguia pensar no abraço forte e quente dele, e naquele cheiro estranho de tão perfeito. Quando afastei os punhos dos olhos, o mundo à minha volta parecia girar. Segurei minha barriga e cambaleei um pouco. Eu estava prestes a vomitar. Reuni toda lucidez que ainda me restava para correr até o banheiro.

Depois de botar para fora toda a comida do almoço, até pensei que meu estômago quisesse ir junto. Eu não parava de vomitar. Foi horrível. Quando acabou, eu não agüentei mais aquele gosto de vômito por muito tempo, então enchi um copo com enxagüante bucal, e depois escovei os dentes o máximo que eu podia.

Saí correndo do banheiro, mesmo com as pernas um pouco fracas, e me sentindo ainda muito tonta. Mas ao virar o corredor, bati meu rosto em alguma coisa. Algo muito duro estava na minha frente. Não demorei muito para descobrir o que era. Ou quem era.

John me abraçou para não me deixar cair. Eu estava confusa, minha cabeça tinha batido contra o peito dele, mas nem parecia ser o peito de alguém, parecia mais uma barra de ferro enorme e grossa.

– Ei, ei, calma, o que foi?!

Lágrimas desciam pelo meu rosto. Era confusão demais para minha cabeça, e aquela altura eu nem me lembrava mais como aquilo tudo tinha acontecido. Por que simplesmente pensar em John fazia minha cabeça doer, e meu estômago embrulhar? E por que a simples presença dele me fazia sentir bem?

– Nada. – Falei, com a voz tremida. –, eu só... Não estou me sentido bem. – Eu não conseguia me perdoar por deixar meu queixo tremer daquela forma, demonstrando que Leila estava certa.

Ele me olhava com aqueles olhos verdes e profundos, como se tentasse saber o que havia acontecido apenas analisando minha face. Bom, se ele conseguisse, eu me assustaria muito!

– Não quer que eu leve você a um hospital? – O tom de voz dele era mais do que o de alguém prestativo. Era como se ele estivesse tentando me fazer ficar calma, e parecia funcionar. Era como uma canção, calma e feliz.

– Ah, não, obrigada. Eu... Eu só quero ir para o meu quarto e descansar um pouco.

– Não quer nem um remédio?

– Não, tudo bem.

Eu me desvencilhei dos braços dele, e corri para o quarto.


Quando acordei e olhei para o despertador, já eram quatro e meia da tarde. Ainda era domingo, mas parecia que eu tinha dormido uma eternidade. A tontura tinha passado, e eu me sentia bem novamente.

Tentei obrigar meus olhos a se abrirem, enquanto abria a porta do quarto, e enxergava os primeiros resquícios de luz, que faziam meus olhos doerem. Caminhei até a sala, e encontrei John e Leila assistindo a um filme.

– Finalmente você acordou, Susan, estávamos preocupados! Ei, você está bem? Está com os olhos meio inchados. – Leila disse, enchendo a mão de pipoca amanteigada e gordurosa.

– Onde está tia Sabrina? – Perguntei, ignorando os palpites de estética de Leila.

– Saiu agora pouco. Disse que ia fazer compras. Você quer pipoca? – Respondeu ela, empurrando uma bacia cheia com aquela pipoca gordurosa e salgada.

A campainha tocou poucos centésimos depois, acompanhando a tagarelice de Leila.

– Não, obrigada. Vou atender a porta.

Quando abri a porta, não havia mais ninguém lá. Então percebi alguns envelopes e pacotes aos meus pés.

Um envelope pequeno e escrito com letras floridas me chamou atenção. Dizia:


Mas o que é uma “Sociedade de R. dos A.C.”? Alguma Banda de Rock brasileira? Time de futebol? Ou pior, alguma quadrilha de ladrões convidando John para assaltar um banco? Mas o que significava a letra R. naquela frase? Seja o que for aquilo me chamou muita atenção. Eu não resistiria a entregar para John sem dar uma olhadinha. E se ele fosse realmente um bandido? Um ladrão morando em meu apartamento! Meu Deus!

– O que foi, Susan, alguma correspondência para mim?

Eu tinha que agir rápido. O pequeno envelope cabia em meu bolso, e foi onde eu o escondi. Então eu me virei, segurando os outros envelopes nas mãos, e respondi:

– Nada! Só algumas contas, e um livro que eu pedi pela internet. – Então sai com os envelopes nas mãos, torcendo para nem um dos dois perceber minha súbita preocupação.

John estava calado, e assim ficou observando cada movimento meu. Por alguns segundos até imaginei que ele sabia o que eu estava escondendo. Se descobrisse, eu estava perdida.

– Susan, vem assistir ao filme com a gente! – Ele me chamou da sala.

Meu coração disparou ao ouvir a voz dele. De tanto medo, pensei que ele tivesse descoberto. Então, corri até meu quarto, abri meu guarda roupas e soquei a carta lá dentro. Tentando disfarçar minha preocupação, eu me sentei ao lado de Leila. Ela encostou-se no peito de John, que por sua vez ficou um tanto desconfortável, mas ela sorria triunfante para mim. Eu nem me importei tanto com isso. Minha cabeça me perturbaria até eu abrir aquele envelope. Mas eu tinha que fazer isso longe de John. Então tomei uma decisão. Segunda, na escola. Seria mais fácil encontrar informações na internet, e eu poderia até usar algum computador da biblioteca. Seja o que fosse em que John estava envolvido, eu descobriria.



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Notas finais do capítulo

N/Jay: Oi povo, por favor não me matem pelo que eu fiz com a Leila, eu gostei ú.ú Eu achei esse capitulo muito massa. Meninas, deixem reviews para o Dan!
N/Dan: Thank you Jay, pela ajudinha pra deixar a Leila mais crazy bitch do que eu deixei!!! Ta muito massa... E obrigado garotas, por lerem a fic, espero q continuem lendo! Esperem felizes pelo próximo cap. kisses, quero mais e mais reviews!!!