– 1 de Setembro de 1971 –

Finalmente o tão aclamado dia entre as crianças e adolescentes bruxos chegara. Todos estavam realmente muito ansiosos já que para alguns, verem o tão falado castelo de Hogwarts com sua arquitetura rústica era um sonho, ou ver com seus próprios olhos o famoso Albus Dumbledore, ou apenas jogar Quadribol, além de rever seus amigos – no caso daqueles que estão no 2° Ano em diante.

A estação King’n’Cross como sempre, estava cheia de trouxas, porém entre eles sempre havia aqueles grupos de pessoas que estavam levando seus filhos com um malão e um tipo de animal – na maioria, corujas - , eram os que chamavam a atenção.

Um garoto de cabelos negros e espetados que usava óculos sobre os olhos castanho-esverdeados não escondia a sua alegria enquanto empurrava o seu carrinho com o malão e uma coruja castanha. Ele vinha sendo seguido por seus pais que estavam conversando sobre como o filho crescerá em tão pouco tempo, porque oras, agora James Potter, já iria para Hogwarts!

James começara a distanciar-se dos pais sem perceber.

- James! – seu pai, Charlus Potter, chamou, fazendo-o parar. – Espere por nós.

- Mas pai, o trem! – James falou sorrindo quando os pais o acompanharam.

- Garanto que ele não irá sem você, querido – a Sra. Dorea B. Potter falou.

Juntos, a família Potter atravessou a barreira ‘invisível’(aos olhos trouxas) da plataforma 9 ¾ .

Lily caminhava saltitando segurada a mão de sua mãe, Petúnia ficara na casa de uma amiga, para Lilian estava claro de que a irmã não desejava a acompanhar naquele momento. O pensamento fez com que a alegria da jovem diminuísse.

Os Evans pararam na frente da parede entre as plataformas 9 e 10. Estavam muito apreensivos, assustados. E se aquela não fosse a passagem? Eles não queriam ficar conhecidos como ‘a família idiota que tentou atravessar uma parede’.

- Com licença, mas vocês estão atrapalhando a passagem – uma voz masculina soou atrás dos Evans.

O dono da voz não era velho, aparentava ter 36 anos, ele carregava um malão – tal como o de Lily, mas ao invés de ter as letras ‘L.E.’ gravadas, tinha ‘D.M.’ -, possui cabelos castanhos claros, assim como seus olhos. A garotinha que o acompanhava tinha cabelos da mesma cor, porém, os olhos eram verdes. Ela e Lily trocaram alguns olhares.

- Pai – ela dirigiu-se ao homem -, por que aqui sempre tem trouxas? – perguntou com um olhar sonhador. Se os Evans não tivessem conhecimento sobre isso, ficariam ofendidos.

- Dory! – seu pai a repreendeu. – Já disse que não deve se referir assim na frente... er... deles – ele falou.

- Mas nós não somos trouxas – Lily disse sorrindo -, quer dizer, eu não sou, eles sim.

- Ah, sendo assim, me chamo Joseph Meadowes – ele estendeu a mão em direção ao senhor Evans em um ato de comprimento, que o acatou -, e esta é a minha filha Dorcas Meadowes.

- Eu sou Michael Evans, essa é a minha esposa Meredith e a minha filha Lílian.

- Então Lílian, também deve estar indo para o primeiro ano em Hogwarts? – ela assentiu a pergunta do Sr. Meadowes. – Está nervosa?

- Um pouco – ela falou. Ele soltou uma gargalhada confortadora.

- Viu Dory, é natural – ele falou a filha. – É o primeiro ano dela também. Creio que devemos nos apressar, falta cerca de 15 minutos para a passagem ser fechada.

Lily havia passado mais um tempo despedindo-se de seus pais. Dorcas já havia embarcado. Assim que entrou no trem, Lily esbarra em alguém.

- Me desculpe – murmurou ainda no chão, ela levantou-se e seguiu caminho em busca de uma cabine vazia.

Depois de horas procurando cabines vazias - e desapontando-se com os resultados -, achou uma que não estava tão cheia como as outras. Havia quatro garotos, um meio gordinho e baixo com os olhos apertados, outro alto com cabelos negros e longos, um não dava de ver muito bem, pois estava absorto em um livro, e último – este que por algum motivo chamara a atenção de Lily -, cabelos negros, rebeldes, olhos castanhos, e um óculos redondo. Lily batera na porta da cabine e a abriu.

- Vocês se importam se eu ficasse aqui? – Lily perguntou. Eles ficaram em silencio por um minuto encarando-se, como se a resposta estivesse na cara um do outro, antes daquele que estava lendo o livro pronunciar-se.

- Por mim, tudo bem – agora Lily podia observar-lo melhor, tinha cabelos tais como a cor da areia, olhos cinza.

- Por mim também – o garoto roliço falou.

- Tranquilo – o garoto de cabelos negros e lisos falou dando de ombros.

- Claro – o menino de óculos falou sorrindo para Lily.

Ela adentrou na cabine e se acomodou em um canto próximo a janela. Lily observava quieta a paisagem que mudava rapidamente enquanto o expresso passava por elas. Ela imaginava se algum dia Túnia iria a perdoar. Ela foi acordada dos devaneios pelas a entrada de um garoto que se sentou a sua frente, ela lançou um olhar rápido para ele antes desviar novamente.

- Eu não quero falar com você – disse em tom irritado.

- Por que não? – Severus perguntou.

- Túnia me ode... ela me odeia desde que vimos a aquela carta do Dumbledore – Lily murmurou.

- E daí? – Lily lhe lançou um olhar de desagrado.

- E daí que ela é minha irmã! – o tom de raiva já estava sendo notado na sua voz.

- Ela é só uma... – Severus interrompeu-se – o que realmente importa é que nós iremos para Hogwarts! – Severus vendo que tinha feito a tristeza da garota diminuir disse: - Espero que você vá para a Sonserina – ela formou um meio sorriso.

- Sonserina?– o garoto de óculos intrometeu-se, fazendo com que toda atenção fosse parar ali. – Quem quer ir para a Sonserina? Eu provavelmente desistiria da escola se eu fosse parar lá, mesmo sendo Hogwarts, você não? – ele perguntou para o garoto alto de cabelos negros que estava sentado ao seu lado.

– Minha família toda pertenceu a ela – ele retrucou.

- Caramba! – exclamou o moreno. – E eu que achava que você era legal – ele balançou a cabeça de modo negativo fazendo com que o outro risse.

- Talvez eu quebre a tradição – ele começou -, afinal sempre fui à ovelha negra – completou dando de ombros. - Mas qual casa você iria, se você pudesse escolher?

O garoto arrumou os óculos e os cabelos, quer dizer, bagunçou mais ainda os cabelos, e ergueu uma espada invisível.

- ‘Grifinória. A morada dos destemidos’. Como o meu pai – Severus bufou. – Algum problema?

- Não – Severus disse com um sorriso de deboche. – Mas se você prefere ter músculos ao invés de cérebro...

- E para onde pretende ir, já que é desprovido de ambos? – o garoto alto perguntou caindo em gargalhada junto com o moreno.

- Vem Sev, vamos procurar outra cabine – Lily interpôs se pondo de pé. Quando Severus passou por eles, um dos garotos pôs o pé para que este tropeçasse.

- A gente se vê, Ranhoso– o garoto disse antes da porta ser fechada.