Sabe aquele momento em que sua boca fica seca, suas mãos tremem e seu mundo gira ? Então, dizem que isso é sinal que o filho da puta do cupido te acertou. Exatamente essa sensação me atingiu quando meu olhar repousou em Harry Potter no momento em que embarquei no Expresso Hogwarts, que por uma incrível pegadinha do destino foi no exato momento em que ele entrava também, foi instantâneo, algo nele fez com que minha atenção fosse fixada nele, mas posso dizer que não foi reciproco, o mesmo nem sequer percebeu minha presença ali ao seu lado. Meu avô sempre me contou milhares de histórias sobre o Potter e seu trio, elas sempre traziam um desejo incontrolável pela aventura, e uma vontade imensa de conhece-los, para saber exatamente qual era a sensação.

Não digo que vivi presa em casa ou algo do tipo, pelo contrário, pra uma garota de 14 anos eu até que saia bastante, mas é claro, apenas para lugares não relacionados ao mundo Bruxo, por alguma razão meu avô estava certo de que eu não estava pronta para essa realidade, por isso recebia aulas em casa, nas férias que ele tinha em Hogwarts, durante o restante do ano eu tinha aulas em escolas normais, fazia aulas de canto e aulas de todos os tipos de dança e viajava sempre, nunca gostei de ficar parada ou de deixar a vida passar, e nesse ano tive meu primeiro encontro, que confesso que foi um desastre, o garoto conseguia estar mais nervoso que eu mesma, dá pra imaginar o resultado.

Não podia reclamar da vida que levava, mas era bem claro que eu sentia falta de uma parte de mim, parte essa que só seria completa quando eu estivesse entre os meus, entre os bruxos, fazendo mágicas, mesmo que só por um dia, mas como disse antes, não posso reclamar, afinal à algumas semanas meu avô caiu na real e eu finalmente poderia ir para Hogwarts e a felicidade me tomou quando a notícia chegou aos meus ouvidos por intermédio de Tonks.

Depois do episódio da entrada no expresso Hogwarts eu fui em busca de um lugar para me sentar, uma cabine livre talvez, mas a busca não foi fácil, todas elas estavam cheias de adolescentes rindo e jogando conversa fora, me senti um tanto quando excluída, mas não tinha culpa, estava chegando agora e não conhecia ninguém. Continuei minha busca até encontrar uma cabide com apenas pessoas, uma garota e dois meninos, um extremamente loiro, um com cabelos longos e a garota com um jeito vulgar agarrada de um jeito constrangedor ao garoto loiro.

–Oi, posso me sentar aqui ?- Abro delicadamente a porta e lanço meu melhor sorriso. Os três se entreolham e a resposta vem logo.

–E quem você pensa que é para se dirigir a nós garota insolente- A garota desdenha.

–Primeiro que eu nem tenho ideia de quem são vocês, segundo fale direito comigo, não sou suas cadelinhas. Alias meu avô vai adorar saber que sua neta foi tratada mal- Devolvo com o máximo de educação possível. Não sou do tipo que humilho alguém ou me sinta superior por ser neta de Dumbledore, mas ninguém vai passar por cima de mim nesse lugar.

–Então quer dizer que os boatos são verdadeiros, a neta de Dumbledore finalmente vem para Hogwarts, é um prazer conhece-la, me chamo Draco, Draco Malfoy- O loiro joga a piranha de seu colo e se aproxima para me cumprimentar. Seus companheiros de cabine ficam chocados com suas palavras. Os Malfoy's tem uma reptação que os precedem, ricos mas arrogantes e pude perceber exatamente isso na postura do garoto, nada com que eu não saiba lidar, os trouxas tem muito disso.

–Prazer Draco, me chamo Eduarda, agora acho melhor eu me juntar com quem mereça minha companhia- digo olhando diretamente para a coisinha estranha que estava me encarando como se fosse me esganar a qualquer momento.

–Não! Por favor fique- O garoto de cabelos longos se levanta em minha direção- Ignore Pansy, é o que nós fazemos, alias, me chamo Zabine- ele pisca pra mim e indica para que eu me sente à sua frente.

–Não sei se sou bem vinda...

–Ainda bem que sabe- murmura Pansy.

–Querem saber, acho que vou ficar- Digo me sentando em frente a Zabine, logo Draco se junta ao meu lado deixando a Pansy com uma cara nada legal, pois é gatinha quem brinca com fogo pode se queimar.- Mas e ai garotos, me contem mais sobre vocês – sorrio como forma de incentivo.

Quando estávamos quase em Hogwarts os meninos me alertaram para que eu trocasse de roupa e colocasse as vestes apropriadas, nesse meio tempo um nervosismo incomum tomou conta de mim, hoje por ser meu primeiro dia teria de passar pela seleção das casas e isso me apavorou, apesar de querer muito entrar pra a Grifinória e orgulhar meu avô e honrar minha mãe eu também queria poder ir para Sonserina, confesso que sempre fui um tanto quando ambiciosa, sei onde quero chegar, e além disso os únicos que conheço são de lá, mas não conheço um bruxo que não seja mal na Sonserina, e eu não sou nem um pouco má, pelo contrário, sempre fui taxada de besta por querer sempre ajudar, mesmo aqueles que não merecem, meu avô disse que isso herdei de minha mãe e que minha ambição herdei de meu pai e que essa sim deveria controlar.

Assim que chegamos na escola tive que me separa dos garotos, tenho certeza quem Pansy finalmente ficou aliviada por me ver longe, ela não gostou nadinha de me ver dominando seu território, mas isso não me interessa muito no momento, o nervosismo só aumentava acada passo que dava e assim eu segui a multidão até a seleção das casas.