Do Princípio... escrita por Vany Myuki


Capítulo 62
Recapitulando...


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, acho que devem estar se perguntando por onde eu andei...
Bem, aconteceu algo em minha família.
Infelizmente perdemos uma pessoa muito querida, e que deixou saudades extremas.
Bom, eu deveria ter voltado antes, mas não estava em condições.
Peço que me perdoem, de verdade, principalmente pelo fato de que esse capítulo não é digno da fic, realmente está horrível :(
(Mais uma vez me perdoem :$)
Obrigada por todos os comentários do capítulo anterior, vou responde-los, acreditem.
Mil beijos, e obrigado à todas as MP's, que, para minha surpresa e felicidade, foram muitas *-*



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P.O.V Suzana

O tamborilar dos meus dedos tornava-se insuportável à medida que o isolamento me sufocava.

Mirraz havia ordenado que o General Glozelle mantivesse-me amarrada e amordaçada alegando que minhas habilidades eram muitas para deixar-me livre prestes a fugir em qualquer momento oportuno.

_Pare com esse barulho desnorteador!_a voz de Glozelle transpassou a tenda, mostrando-me um vislumbre de sua sombra.

Ainda que não pudesse argumentar pus-me a tamborilar, ainda que com as mãos presas, com mais força.

Eu podia sentir a irritação contínua do General, estava claro que ele não toleraria minha ousadia, mesmo que sendo insignificante.

_Você quer ter sua cabeça fora do seu corpo?!_perguntou enquanto adentrava a cabana com uma fúria contida na face.

Eu não liguei, apenas batia, sentindo minha raiva fluir cada vez mais enquanto olhava para o homem à minha frente.

Glozelle começou a mudar seu olhar, o que apenas me causou uma frustação ainda maior.

Eu, por mais que o momento demonstrasse, odiava sentir-me fraca, ainda mais quando pessoas começavam a me encarar com penalidade óbvia no olhar.

Glozelle, diferentemente do que imaginei, abaixou-se em minha frente e tirou a mordaça de meus lábios, fazendo arder à pele que se encontrava contra o pano.

_Você sabe que gritar não adiantará de nada._não era uma pergunta, e eu não fazia questão de responder, mesmo que se tratasse de uma.

O general suspirou exasperado, era claro que o silêncio e a falta de obtenção de resposta o incomodavam.

_Entendo sua raiva, mas você tem de compreender que sua deslealdade para com o seu Rei foi uma medida, se me permite dizer, absurda._desembuchou de uma só vez.

_Como posso servir um Rei que nem sequer se submete a um poder divino como o de Aslam?_questionei atônita.

Glozelle, embora fosse conhecido como um homem frio e que seguia rigidamente as regras de Mirraz, pareceu abater-se com a pronúncia do nome do Grande Leão.

O General, atentamente e tomando todo o cuidado necessário, levou suas mãos até meu pulso, desprendendo o mesmo cautelosamente, deixando o momento ainda mais estranho.

Após desfazer o nó que se encontrava aprisionando minhas mãos, Glozelle falou olhando-me atentamente:

_Algo mudou, eu posso sentir que há, de fato, uma presença milagrosa em nossa volta, apenas Mirraz parece não perceber, talvez seja porque está preocupado demais com sua coroa._Glozelle soltou uma risada abafada, seus olhos agora pareciam encarar o nada._Já fiz coisas terríveis, e uma delas fora o quase assassinato do Príncipe...

Meu coração afundou ao pensar nas dificuldades em que Caspian já tivera que enfrentar. E, por mais que eu tivesse jurado nunca querer ter uma aproximação com o príncipe, a não ser que para mata-lo, meu coração agora encontrava-se gritando o oposto.

Encontrava-se submetido aos olhos castanhos mais obscuros e apaixonantes já existentes.

Voltei a mim quando senti minha respiração entrecortada.

Eu mal conseguia acreditar no amor recente e confuso que cultivei por Caspian em pouquíssimo tempo.

É claro que ainda havia Pedro, por quem sinto um sentimento forte, porém eu tinha motivos para sentir-me assim, pois Pedro compartilhou de grandes momentos ao meu lado, talvez passageiros, porém sempre marcantes.

Mas Caspian não teve tanto vínculo assim, entretanto o sentimento era igualmente forte ao que eu sentia por Pedro.

Por Aslam! Eu realmente estava perdida, sem falar em completamente dividida.

_Suzana!_a voz do General trouxe-me a realidade.

Eu o encarei confusa, as mãos, machucadas devido a corda, repousada em meu colo.

_Ouviu o que eu disse?_perguntou com cuidado, fazendo o favor de enfatizar cada palavra.

_Parei na parte em que confessou ter tido participação na captura de Caspian._confessei com ironia.

Embora eu pudesse ver o arrependimento na face de Glozelle eu não perderia a oportunidade de lembrar o quão errado ele agira.

O General fez uma careta, como se entendesse meu intuito.

_Não cabe a você julgar._ralhou enquanto me ajudava a levantar-me.

Levantei com certa dificuldade, analisando o estrago que a má posição causara em meus membros.

Olhei meus pulsos cortados por conta da corda, não pude deixar de franzir o cenho, quanto tempo eu ficara ali?!

_Menos de uma hora, mas ainda assim foi o suficiente para abrir cicatrizes finas._deduziu meu pensamento.

_O que está planejando ao me ajudar General?_questionei-o, a desconfiança num nível elevadíssimo.

Glozelle arrancou sua espada e entregou-me, um gesto muito estúpido, em minha opinião.

_Sabe que posso mata-lo neste momento, não é?!_indaguei, a ironia presente em minha voz.

Glozelle afirmou com um aceno leve de cabeça.

_Sei, e acredito que motivos não lhe faltariam para fazê-lo, porém temo que essa não seria a alternativa mais sensata._disse olhando-me com verdade significativa no olhar.

Por impulso, ou apenas para mostrar que suas atitudes de nada valeram, levei a espada em sua garganta, fazendo-o esbugalhar os olhos de surpresa.

_Não seria sensato, mas, ainda sim, seria algo fabuloso de testemunhar._eu não falava sério, matar alguém não tinha nada de estonteante, apenas revelava o pior da pessoa que o fazia.

Glozelle suspirou com dificuldade, parecia estar com medo da lâmina reluzente que brilhava em volta de seu pescoço.

_Está sentindo o que Caspian sentiu?_gritei, esquecendo-me dos demais soldados que acampavam do lado de fora da cabana.

_Shiii..., fique quieta se não quiser perder a vida!_disse sem se importar o quão perto a lâmina se aproximava de seu pescoço.

Retirei satisfeita a espada de perto do General, contente por comprovar sua lealdade para comigo.

Glozelle não poderia estar com uma cara mais engraçada.

_Você só pode ter problemas..._sussurrou para si mesmo.

Eu sorri.

_Aslam tem seus métodos para testar a lealdade de um indivíduo. Mas, como você pode ver, não sou Aslam, sendo assim meus métodos tem de ser rigorosos.

Glozelle entendeu o que eu quisera falar.

_Por Aslam, avise-me quando tiver mais uma dessas ideias._disse um pouco mais calmo, mais o nervosismo ainda o soldando.

_Acho que não será preciso, você se acostuma com o tempo.

Glozelle soltou uma gargalhada.

Ergui meu braço, oferecendo-o para o General.

Glozelle não relutou em apertar minha mão.

_Estou com Nárnia?_ele perguntou receoso.

Eu neguei.

_Não Glozelle, você está com Aslam!

P.O.V Edmundo

Finalmente avistei a fortaleza, algo inacreditável, pois tive uma certeza que não voltaria ali, pelo menos não com vida.

_Vejam!_gritou um fauno que treinava arco e flecha.

Todas as cabeças se viraram em minha direção. E, como se em segundos, uma multidão já me parabenizava por ter conseguido voltar inteiro.

_Edmundo!_a voz de Pedro soou mais elevada do que as demais, pude reconhecer a cabelereira loira correndo até mim, o alívio em me ver nítido em seus olhos.

_Por Aslam!_ele disse me abraçando com força, esquecendo que se tratava de um Rei que deveria transpassar confiança.

Um pigarro fez com que Pedro me soltasse, tornando-se novamente aquele Rei focado e controlador.

_As notícias não são muito convidativas._falei rapidamente, deixando com que qualquer esperança não se ergue-se com maior rapidez.

Pedro respirou bruscamente, olhando em seguida para Caspian, que encontrava-se um pouco mais distante.

_Vamos, temos que conversar em particular._ele disse com autoridade, virando-se e caminhando para dentro da caverna, comigo e Caspian em seu encalço.

_Meu Rei?_gritou uma voz fina e sábia.

Como o esperado Pedro e Caspian se viraram para encarar Ripchip e os demais que assistiam a cena.

_Sim?_perguntou Pedro um pouco impaciente.

Ripchip fez uma reverência, como o esperado se tratando do mesmo, e levou a mão à espada, repousando a mesma ali enquanto se pronunciava perante todos.

_Não querendo soar ousado, de forma alguma senhor, mas acho que as experiências do Rei Edmundo devem ser compartilhadas com todos nós._disse com respeito.

Pedro olhou para todos ali presentes: desde texugos até ursos, todos com o mesmo olhar de cumplicidade.

Algo me dizia que a maioria concordava com Ripchip.

_Acho melhor..._continuou Pedro ainda contrariado, porém fora cortado rapidamente.

_Pedro..._Caspian falou, olhando para o mesmo._Eles têm o direito de ouvir!_disse como um verdadeiro Rei.

Pedro, sempre teimoso quanto à opinião dos demais, elevou sua voz.

_Esse assunto é do interesse..._ele começou, porém foi minha vez de agir como Rei.

_De todos nós._completei sem me importar o quanto meu irmão gostaria de esmurrar-me a cara._Afinal, eles merecem ter direito de decidir se continuaram a batalhar caso nossas chances sejam mínimas._complementei.

Pude ver ódio absoluto no olhar de meu irmão, mas, pela primeira vez, tomei a dianteira e comecei a falar publicamente:

_Fiz a proposta para Mirraz, e, como um bom coelho amedrontado que é, ele acabou por encontrar uma saída, ainda que passando-se por covarde na frente de seus soldados._eu não conseguia explicar como estava me sentindo tomando a palavra e sendo sincero com todos, era como estipular a morte dos mesmos.

_E qual seria esta saída Edmundo?_Caspian se aproximou-se de mim, os braços entrelaçados sobre o peito.

_Ele aceitou a proposta, mas alegando que em seu lugar, qualquer pessoa que por ele definida, duelará com Pedro._falei sincero, não deixando a frase morrer em um só minuto.

Todos presentes pareciam já esperar algo do gênero, afinal não seria agora que Mirraz deixaria de agir estrategicamente.

Uma mão bateu em meu ombro: Caspian.

_Então é isso._falou dirigindo-se ao povo narniano_ Acho que todos estão cientes de que a probabilidade de vencermos é remota, sendo assim acho que cabe a cada um decidir seu destino.

Caspian olhou para Pedro que estava um pouco mais à frente, seu orgulho um pouco ferido por conta de nossa intromissão.

Pedro, lentamente encaminhou-se para perto de nós, com sua pose de Rei novamente recomposta:

_Como meu irmão e Caspian disseram eu apenas repito: aquele que quiser dar-se um novo rumo terá livre arbítrio para fazê-lo, não é por que somos Reis que prenderemos vocês aqui._resumiu em poucas palavras, mas mantendo sua voz de comando.

_Eu e meus irmãos lutaremos ao lado de Aslam até o último bater de  nossos corações._Ciclone disse, sendo seguido pelos demais faunos e criaturas narnianas.

_Digo o mesmo meu irmão!_disse um Pedro sem esperança alguma.

P.OV Victoria

_Posso lhe fazer companhia?_um rapaz loiro, ao qual eu possuía a certeza de já tê-lo visto no castelo de Mirraz, aproximou-se de mim ousadamente, esticando-se na pedra ao meu lado.

Eu fiquei em silencio, encarando vergonhosamente meus próprios pés.

_É prima de Suzana?_perguntou formalmente, mas eu conseguia sentir a ansiedade pela resposta.

_Sim._soltei chateada, Suzana tinha muita sorte, era mais do que nítido o amor que este rapaz cultivava por ela.

_Sabe, você, de certa forma, me relembra muito ela._ele falou fazendo-me encara-lo com raiva.

Ele não entendeu meu olhar mortal, e apressou-se em perguntar:

_O que eu disse agora?_falou levantando as mãos em frustação.

Virei meu corpo mais para ele, tentando ter uma boa visão de sua face.

_Simples: pode por favor não começar a construir mentiras em cima de minha aparência com o intuito de saber mais detalhes sobre a vida de minha prima?!_ralhei chateada.

Eu tinha que confessar que jamais, durante toda a minha infância ao lado de Suzana, eu sentira ciúmes da mesma, mas agora, vendo o quão ela entrelaçara o coração do Rei e do rapaz ao meu lado, eu sentia fagulhas de ciúmes por não ter a mesma sorte, pois ambos não se distinguiam em beleza e, ao que tudo aparentava, em caráter, muito diferente dos homens aos quais me apaixonei.

O rapaz gargalhou fraco, como se controlando para não concordar comigo.

_Sua teoria é muito bem formulada, mas sinto em lhe dizer que a semelhança entre vocês duas é notável._disse parecendo sincero em suas palavras.

Olhei-o desconfiada, a raiva esvaindo-se por conta de seu bom humor.

_Então você afirma que não queria perguntar nada sobre Suzana?_questionei emburrada.

E, mas uma vez me surpreendendo, ele respondeu simplesmente:

_É claro que queria. Na verdade, milhares de perguntas sobre sua prima eu desejava fazer._disse com um sorriso.

Eu escancarei a boca. Não podia acreditar na cara de pau dele.

_Como você pode ser tão franco?_perguntei sem acreditar-me no rumo de nossa conversa.

Ele deu de ombros, aparentemente se divertindo com meu mal estar.

_Acredite, já passei por muita coisa para ocultar-me agora._ele disse com um sorriso brincalhão, enquanto fitava-me de soslaio.

_E esse seu “ocultar-se”_ fiz um sinal de aspas no ar, indicando o quanto aquilo soava estúpido_ quer dizer declarar publicamente que a ama?_fui direta, sem preocupar-me com a reação do rapaz.

Ele virou-se ainda mais em minha direção, com um sorriso resplandecente, porém, pela primeira vez durante toda nossa conversa, um pouco tímido.

_Está tão claro assim?_perguntou fazendo uma careta estranha, mas que no momento não poderia ser mais engraçada.

Eu sorri satisfeita, olhando para frente, calculando como era perspicaz.

_Digamos que está escrito em letras douradas em sua testa._ouvi a gargalhada reconfortante dele.

_Então seja bem vinda!_disse aos risos.

O olhei risonha, o que ele queria dizer com isso afinal?!

_O quê?_perguntou quando percebeu que meus olhos repousavam indagadores sobre ele.

_Bem vinda ao quê exatamente?_disse sarcástica, a risada contida.

Ele levantou-se e olhou-me de cima, mostrando o quanto podia tirar-me temporariamente de foco com sua beleza.

_Ao meu carma, já que Pedro também não parece interessado em você._suas palavras, antes brincalhonas, agora estavam amarguradas, prontas para ferir e pisotear sentimentos.

Assisti enquanto ele caminhava  até uma multidão que circulava o Rei Edmundo, a quem, graças a Aslam, havia retornado.

Ao invés de correr até os demais, correr atrás de futuras notícias, talvez até de notícias de Suzana, eu corri para um pouco mais longe dali, simplesmente não queria que o rapaz, a quem dei-me conta de que não sabia o nome, visse-me chorar, já que em poucos casos o fazia.

Encontrei um lugar não muito longe, porém afastado o suficiente para abafar meu choro, choro este que demonstrava o quanto frágil eu era, embora não quisesse ser.

Ali, quieta e apaziguando uma dor interna, a figura do Leão se materializou, fazendo-me cambalear para longe.

Não podia, e não conseguia acreditar o quão admirável ele era. Rodeado de uma aura miraculosa...

_Minha filha, chegou sua hora!


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Notas finais do capítulo

Bom, eu, particulamente falando, não gostei desse capítulo, e peço perdão pelo mesmo, mas se vc, que é minha leitora e quer me fazer feliz, quiser deixar um comentário, eu ficarei imensamente feliz ;D
Beijos!
E até a próxima, prometo que não vai demorar dois meses ^^



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