Quando voltou para junto de Lúcia, dentro da caverna, Suzana percebeu que a garota ainda estava acordada, e pela expressão da mesma muito temerosa.

_Tudo bem Lúcia?_perguntou Suzana se aproximando da menina.Lúcia correu e abraçou Suzana chorando.

_Desculpa, eu juro que não falo mais nada sobre o Pedro. _a menina soluçava com o rosto escondido em Suzana.

Suzana ajoelhou-se e fez com que Lúcia a encarasse.

_Por que você está falando isso? Eu não quero que você deixe de falar sobre o Pedro, pelo muito o contrário...

Lúcia ainda chorava, as lágrimas sujavam sua face, fazendo com que a menina soluçasse ainda mais.

_Por favor Suzana não vai embora.

Dizendo isso Lúcia abraçou Suzana de novo e continuando a soluçar.Suzana sorriu, penalizada pelo estado de Lúcia.

Lúcia era tão pequena e indefesa, necessitava muito de atenção e ainda mais de amor.

Suzana sentiu-se no dever de protege-la acima de tudo.

_Ei, olha pra mim.

Lúcia se afastou e encarou Suzana, que ainda mantinha-se ajoelhada, Suzana começou a limpar as lágrimas da menina delicadamente.

_Lúcia, eu jamais, nunca mesmo deixaria você.

Não importa o que aconteça comigo e com o Pedro ou com qualquer outro aqui, eu estou aqui e vou permanecer aqui.

Lúcia falou numa voz pastosa:

_Promete, de verdade?

Suzana sorriu e levantou a mão levando-a até o coração.

_Eu prometo em nome da Rainha Lúcia - a destemida, que jamais sairei do seu lado, e que estarei com ela o tempo todo, à menos que ela queira que eu me afaste.

Lúcia sorriu, mais seus olhos ainda estavam inchados e vermelhos.

_Mais se Aslam nos mandar de volta?_disse triste.

Suzana pensou um pouco e voltou a sorrir, depois de sua cena com Pedro o sorriso insistia em aparecer constantemente.

_Ai você sempre me encontrara no lugar mais improvavél o possível.

Suzana pegou a mão da pequena e levou até o coração da mesma.

Lúcia estava radiante, sabia que poderia confiar em Suzana, algo lhe dizia que está jamais a decepcionaria.

_E, tem mais...._Suzana falou contente.

_O quê?Lúcia e Suzana se deitaram novamente, Lúcia repousando nos braços de Suzana.

_Acho que gosta de história._Lúcia assentiu feliz_Então acho que vou lhe contar a história que acabou de passar do lado de fora da caverna com as estrelas como testemunhas.

E Suzana contou, e o brilho que irradiava dos olhos de Lúcia era tão óbvio que as duas não conseguiam parar de rir.

_Você está namorando o Pedro._disse Lúcia simplesmente.

Suzana ainda sorrindo disse:

_Não, nós estamos esperando, na verdade ele está me esperando tomar a atitude final.

_Seja como for, acho que vou adorar tê-la não só como irmã mais também como cunhada.

As duas riram, Suzana não conseguia se imaginar vestida de branco da cabeça aos pés.

Lúcia depois disso não parou mais de inventar histórias, Suzana definitivamente começava a ficar assustada com as centenas de histórias que a pequena estava preparando para o futuro do casal.

_Lúcia, calma, nós estamos em meio a uma guerra, não podemos perder o foco.Lúcia fez careta, mais sabia que aquilo era certo.

E assim seguiu o resto da noite, Lúcia tagarelando sem parar e Suzana sonhando com os olhos de Pedro, mais o sono finalmente chegou e as duas foram levadas para o subconciente...

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_Não seja molenga Trumpkin, você pode até ser menor que os demais mais concerteza é muito mais inteligente.

Caspian havia acordado cedo e botara todo o exército para duelar e treinar.

Ele não havia dormido quase nada à noite, pensar em Suzana de uma forma mais complexa fazia com que ele perdesse a vontade de dormir.

_Vossa alteza está certo, obviamente que está, mais este golpe é muito arriscado, posso acabar decipando minha própria cabeça.

Caspian o olhou divertido.

_Não se você fizer certo.

Trumpkin ficou vermelho, parecia está muito envergonhado.

Sem dizer nada a mais Trumpkin atacou Caspian, este revidou com um golpe e intercedeu o golpe que Trumpkin treinava.

_Majestade o senhor conhece este golpe, sabia qual seria meu próximo movimento, tenho que treinar com alguém que esteja alheio da situação.

Caspian procurou sobre o ombro alguém para duelar com o anão.

Enquanto olhava pode ver Suzana saindo de dentro da caverna.

Caspian sentiu a saliva sumir de sua boca e ficou imaginando o porquê hoje Suzana resolvera arrumar-se mais bela do que nunca.

Ela estava com um vestido branco, os detalhes deste eram verde água, assim como os olhos dela...

Seu cabelo nunca estivera tão bem penteado e sedoso, eles caiam como cascatas sobre os ombros da menina e seus lábios estavam vermelhos e volumosos.

Trumpkin pigarreou, fazendo com que o príncipe voltasse ao seu estado normal.

Caspian sem graça olhou para o anão que continha um sorriso no rosto.

_Hoje é alguma ocasião especial?_perguntou rouco para o anão.

Trumpkin negou com a cabeça, o anão estava tentando ao máximo não ri, mais a cena desconcertante de Caspian encarando Suzana era hilária.

_Ela está muito....bonita hoje, não é?_disse Caspian tentando fazer soar normal sua voz.

_Aham..._Tumpkin botou as mãos para trás e começou a assoviar baixo.

Caspian sentia-se corado, e estava se sentindo patético por estar assim.

_Senhorita!_gritou Trumpkin.

Caspian arregalou os olhos para o anão na mesma hora em que Suzana virava a cabeça para o homenzinho.

_Não faça isso!_disse Caspian fuzilando Trumpkin.

Trumpkin olhou os olhos esbugalhados para Caspian:

_Tarde demais.Caspian e o anão olharam a figura que se direcionava na direção deles.

Suzana estava magnífica, nossa como ela era bela, Caspian não conseguia respirar enquanto esta se aproximava._Sim?_perguntou Suzana em frente à eles.

_Bom....Er....Eu...._Caspian gaguejava as palavras.

O anão levou a mão a cara, deixando claro que esse não foi o melhor caminho.

Suzana riu vendo o constrangimento dos dois.

_Quer duelar?_falou o anão de repente, tantando acabar com a humilhação que o próprio príncipe estava submetendo à si mesmo.

_Claro, sem problema.

Suzana tirou a espada de Christian da cintura e ergueu para seu oponente.

Caspian piscou para Trumpkin, este deu um sorriso amarelo.

Trumpkin foi o primeiro a avançar ele transferiu os golpes e intercedeu outros  normalmente, ele estava esperando a hora oportuna para pega-la de surpresa.

O anão atacou na parte menos esperada: a perna de Suzana, isto teve o efeito que o anão queria, isso a destraíu, enquanto Suzana caía ajoelhada Trumpkin segurou a espada na garganta dela.

Caspian que observava tudo gritou.

Suzana sorriu para Trumpkin e aceitou a mão de Caspian enquanto levantava-se.

_Isso foi golpe baixo._disse Suzana sorrindo.

_Ei! Não podemos deixar de usar golpes baixos com telmarinos!

Os três riram.

_Nem todos os telmarinos são ruins Trumpkin.

Suzana e os outros dois olharam Pedro se aproximar com um sorriso no rosto.

Pedro, sem se importar com os olhares à sua volta, abraçou a cintura de Suzana e lhe beijou a face.

Trumpkin escancarou a boca, enquanto Suzana e Pedro saiam ainda abraçados para duelar.

O anão olhou para Caspian, este olhava com amargura para a cena que se estendia à frente:

Suzana lutava com Pedro, e os dois gargalhavam muito durante o duelo.

Caspian sentia-se quebrado, infeliz e perdido.

Ele conhecia Suzana apenas um único dia, mais o amor que cultivou por ela nestas 24 horas fora tão grande que ele sentia vontade de chorar, de gritar, ele tinha vontade de arrancar a cabeça de Pedro num só golpe e rouba-la para si, mais sabia que isso era errado.

Juntou o pouco de dignidade que ainda lhe restava e caminhou cabisbaixo para longe dos dois e da felicidade que irradiava deles.