Aventuras Descontroladas De Percabeth escrita por bloodymary


Capítulo 11
Mau humor de Zeus e abrigos feitos contra chuva


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Caralho, que vento, parece que vai chover. *foda-se*



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Eu acordei assustada com Percy me balançando pelo ombro.

-Oi? Acordei. – mentira. Minha visão ainda estava turva e me coração batia rápido com o susto.

-Seu turno. – ele caiu de cara na minha mochila, roncando já.

Dei uma risadinha baixa. De inicio, hesitei, mas não consegui e arregacei a manga da blusa dele, acendi a luzinha do relógio e vi as horas. Duas da manhã. O turno dele tinha sido maior que o meu iria ser. Ele tinha ficado seis horas e eu ficaria só quatro. Balancei a cabeça para o corpo dele largado e roncando. Olhei para a fogueira e decidi pegar mais algumas folhas e gravetos. Quando terminei de arrumar as coisas com a fogueira, esfreguei os olhos e peguei a mochila de Percy, porque a minha tinha uma Cabeça de Alga em cima. Abri e tateei por dentro, até achar uma barrinha de cereal. Comi com vontade, mas ainda atenta aos barulhos da floresta. Quando eu vi que já não era mais preciso toda a atenção do mundo para os arredores, comecei a pensar no sonho. O aspecto do dia mudando com o meu humor, ou coisa parecida. Pensei no que Percy tinha falado nele. Pedindo, ou quase implorando indiretamente para que eu não me transformasse em uma Caçadora de Ártemis. Oi? Porque eu viraria uma Caçadora? Balancei a cabeça pra tirar esse pensamento dela, e quando vi, tinha me livrado do pensamento sobre lembrar do sonho. (Hã?) Suspirei e deixei as horas se arrastarem. Quando me dei conta, o sol estava surgindo em algum ponto e o céu já estava clareando. Peguei o braço com relógio de Percy e olhei as horas. Quinze minutos para as 6 da manhã. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo improvisado e esperei o PIPIPI da mudança de hora do relógio. Fiquei olhando para a fogueira – que já estava bem pequena – e quando escutei o relógio mudando de horas, decidi chamar Percy. Fui até o lado para onde a cabeça dele estava virada, me ajoelhei e fiquei com dó de acordá-lo. Um anjo com o rosto sujo de fuligem de não sei de onde.  Sorri e ele abriu os olhos de repente. Eu me assustei e cai para trás, dando um gritinho. Ele se sentou e perguntou:

-Há quanto tempo está me olhando?

-Hmm... – me sentei também, peguei o braço do relógio e vi de novo as horas – Há uns 2 minutos e meio atrás, por quê?

Ele levantou as sobrancelhas e verificou também o relógio.

-Por nada.

Eu levantei, peguei minha mochila e abri um bolso de fora que fazia meses que não abria. Sempre tinha comida não vencida ali, não importava o dia, ou o tempo que eu ficava sem abri-lo. Sempre achei que fosse uma benção de minha mãe ou algo parecido, mas um dia umas das minhas meias-irmãs me contou que quase todo o dia eu saia da cama de noite e pegava algumas coisas para comer em um armário no chalé e colocava naquele bolso. Eu sorri, agradecida por meu bom gosto até dormindo, e porque eu tinha pegado comida que valia por um bom tempo: 11 meses.

Peguei um pacote de bolachas, abri e comi a primeira. Ofereci algumas para Percy e ele as devorou. Eu ri com o jeito feroz dele. Ele sorriu e algumas migalhas pularam de sua boca, e eu me descontrolei e me contorci no chão de tanto rir. Eu acho que não ficou preocupado com meu surto rápido, porque quando voltei a ficar civilizada, ele balançou a cabeça com um desgosto teatral ruim. Eu mostrei a língua e ele engoliu a bolacha.

-Qual é o seu problema?

-Vai lá saber. – eu respondi com sinceridade.

Comi mais algumas bolachas, mas ele acabou com o pacote por mim.

-Ei, eu não tenho um supermercado aqui nesse bolso não... – eu falei, apontando para a mochila no meu colo.

Ele riu e se levantou, pisou na última fagulha da fogueira e falou:

-Vamos?

Eu assenti, tirei minha jaqueta, dei na mão de Percy e enquanto ele a dobrava, eu peguei a mochila dele. Trocamos e eu coloquei a jaqueta na mochila e joguei ela nos ombros.

Percy pegou de novo a bússola e começou a andar, mas andar normal, para que eu o acompanhasse sem me apressar. Andamos calmamente para o norte, ainda atravessando às vezes algumas estradas. Já tínhamos saído de Lugar Nenhum. Olhei a placa e vi que de alguma forma, íamos na direção de Matinecock, apesar de que a estrada ir para nordeste de Long Island, tinha uma seta para o norte e na frente dela tinha escrito Matinecock. Balancei a cabeça, como havíamos avançado tanto em um dia só? Entramos novamente na mata e andamos para todo o sempre, até que eu não aguentei e parei para beber água. Percy dividiu a garrafa comigo e voltamos a andar. De repente, eu não fazia ideia de para onde eu estava indo, já tinha perdido o censo de direção. Deixei isso para lá, não havia erro, tínhamos uma bússola. Andei sem prestar atenção em como o tempo fechava. Não estávamos nem um pouco perto do Alasca, mas começou a esfriar rapidamente. Paramos, nos agasalhamos e voltamos a andar. Um trovão me assustou e eu pulei.

-Tudo bem, não tenho culpa que Zeus acordou de mau humor hoje... – falei de modo irônico, quando Percy riu e recomeçou a andar.

Começou a garoar, mas as copas das árvores deixavam somente goteiras. Não paramos quando a chuva apertou um pouquinho. Até que teve uma hora que eu escorreguei em um monte de folhas encharcadas e cai de cara do chão. Só não engoli alguns quilos de folhas porque fechei a boca a tempo.

-Opa, está tudo bem ai? – ele me disse, me ajudando a levantar.

Eu olhei bem para e ele e comecei a tirar as folhas grudadas da minha roupa.

-Claro... Por que não estaria?

Ele olhou para meu rosto e tirou uma folha dele.

-Minha vez de tirar folhas de rostos. – ele falou, arqueando uma sobrancelha.

Eu sorri e Zeus atirou mais um raio no céu. Eu não me assustei, mas fiquei arrepiada. Mais um trovão, um raio e, uma chuva forte caiu, acabando de me encharcar e esfriando meu corpo.

-Ah, cara... – Percy disse, enquanto pegava a jaqueta e me puxava para perto dele. Eu fiquei sozinha em baixo da jaqueta alguns segundos, até ele aparecer na minha frente, com o cabelo todo molhado e pingando. A jaqueta dele não era o melhor e maior guarda-chuva do mundo. Nossos rostos, de novo, ficaram a centímetros um do outro. Eu tentei não olhar diretamente para ele, mas eu simplesmente não conseguia. Eram olhos verdes demais, profundos demais. Talvez até bonitos. Eu respirei lentamente e ele mordeu o lábio. Mas um trovão e um relâmpago. Eu mordi a língua, tão forte que doeu. Eu olhei para o chão e vi que a chuva tinha apertado mais ainda, porque as folhas soltas eram bombardeadas.

-Cedo ou tarde vamos ter que continuar. – eu disse, levantando uma sobrancelha. Olhei de volta para Percy e ele continuava a me fitar, perdido em alguma parte do meu rosto. Eu franzi o cenho e fui idiota e cortei o clima mais uma vez:

-Oi?

Ele sorriu o meu sorriso e voltou a Terra. Ele disse com uma voz muito grave:

-Oi.

-O que foi? – eu perguntei depois de um tempo de observação mutua.

Ele balançou a cabeça e disse:

-Nada, só... Estava vendo... – ele suspirou e reprimiu o que ia falar.

Eu franzi o cenho, mas não forcei.

A jaqueta dele começou a ficar encharcada também, então decidimos sair de baixo dela. Tinha um nevoeiro muito intenso, não dava para ver três metros a frente. Ouvi um barulho de asas. De repente senti que ele saiu de perto de mim, porque senti sua mão passar pela minha, numa tentativa de segurá-la. Fique desesperada. Um minuto. Comecei a tremer por causa da chuva fria. Dois minutos. Abri a mochila, tirei minha blusa e a coloquei. Minhas mãos agora tremiam de nervosismo. Três minutos. Voltei a mochila nos ombros e não aguentei.

-Percy! – gritei.

-Aqui! – a voz dele vinha de longe. E ela parecia assustada também.

Ah! Aqui. Muito bom. Segui a sua voz. Mas parei logo depois de uns 6 metros percorridos.

-Percy! – eu gritei de novo.

-Aqui! – ele respondeu urgente. A voz dele estava um pouco mais perto.

Virei para a direção certa agora. Tateei o ar e encontrei o rosto dele. Ele estava de joelhos no chão. Passei a mão pelo seu cabelo e me abaixei, me apoiando em seus ombros.

-Quer me matar? – eu perguntei, olhando-o por trás de uma cortina fina e meio leitosa de nevoeiro.

Ele me abraçou e eu ouvi seu coração, mas não era o batimento de sempre. Agora era rápido e tinha a interferência da chuva e da respiração igualmente acelerada.

-Alguma coisa me trouxe para cá. Eu... Eu... – ele gaguejou.

Eu coloquei o dedo em sua boca, pedindo silencio.

-Não fala nada. – e dessa vez que o abraçou fui eu. Agora, eu não fiquei com o rosto em seu peito, mas sim em seu pescoço, como se tivéssemos a mesma altura. O cheiro dele embaixo da chuva era quase tão bom quanto ele seco. Foi nessa hora que eu tive que me controlar ao máximo para não beijá-lo.

E ficamos ali, tomando chuva até ela se dissipar e voltar a ser garoa e nós dois sairmos do abraço, completamente molhados, os dois corados e se segurando por causa de alguma coisa.

Mas não foi ai que o dia terminou.


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Notas finais do capítulo

Reviews?? Meu, tá difícil viu... Quero saber: tem uma parte joinha que eu não sei se ponho hentai... O que vocês acham? Não, né? Não é muito da natureza da Annabeth isso.



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