Aventuras Descontroladas De Percabeth escrita por bloodymary


Capítulo 10
Bússolas e investidas


Notas iniciais do capítulo

Nyah! continua lento pra caramba. HAHAH Tô nem ai, vou continuar postando mesmo que isso demore 4 horas (sem brincadeiras)



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Eu assenti e falei:

-Saímos hoje?

Ele me olhou nos olhos. Eu devo ter corado.

-Daqui meia hora. – eram dez da manhã.

Eu fiz que sim com a cabeça. Nós dois queríamos acabar com aquilo logo.

-Vou pegar minhas coisas. – e sai correndo para meu chalé.

Cheguei em minha cama, já com uma mochila na mão. Peguei minha adaga e um afiador portátil, uma jaqueta para o frio do norte (eu ia pedir para Percy dobrá-la para mim para ela caber na mochila), troquei de sapato (de um All Star para um com amortecedor), e eu queria tomar meu último banho antes de ir, mas não havia tempo, me despedi dos meus irmãos, que começaram a falar sobre eu ir com Percy.

-Vai a uma missão com Percy Jackson? – Joe perguntou (pergunta retórica) – Tente voltar virgem...

Olhei perplexa para ele e falei:

-Qual é o problema de vocês? – e sai corada do chalé.

Eles ficaram para trás, falando “Hmm, sei.” e “Não acabe com ela, Perseu!”.

-Nossa, como eles me enchem às vezes... –eu falei, quando encontrei Percy esperando a uns 10 metros do chalé de Atena.

Ele me olhou, triste.

-Eu queria irmãos para me encherem.

-Mas você tem Tyson...

-Está vendo ele em algum lugar aqui?

Eu fiz que não com a cabeça. Ele suspirou e começamos a andar até Quíron, que estava na saída do acampamento.

-Bom... Boa sorte meninos. – ele disse quando chegamos perto.

Estranhei Grover não estar indo com a gente. Mas não falei nada, pois ele estava ao lado de Quíron, com a cara mais triste de que já vira nele. Quíron deu um meio sorriso e me deu um escudo.

-Tome, e pense em um acessório, hmm, como é que se diz... Um acessório de moda. – eu estranhei, mas peguei o escudo, coloquei no braço e fechei os olhos, pensando em uma pulseira de tecido com um detalhe em bronze celestial. De repente, o peso do escudo desapareceu e eu abri os olhos e olhei para onde ele estava a um segundo atrás. No lugar dele, uma pulseira marrom com uma coruja entalhada no bronze.

-Linda... – eu consegui sussurrar.

-E útil pelo menos. – Percy falou alto, me trazendo de volta a Terra.

Percebi que ele falava dos acessórios sem utilidade dos filhos de Afrodite.

Olhei de volta para Quíron e falei:

-Muito obrigada.

Ele sorriu e apontou para a saída:

-Boa sorte.

Olhei para Percy e falei:

-Dobra para mim? – e lhe dei minha jaqueta.

Ele sorriu, dobrou rápido e a jaqueta virou um quadrado de 30x30. Estávamos no verão, mas não faltava precaução em mim. Depois, eu coloquei a jaqueta com cuidado na mochila e ele falou:

-Vamos?

Eu assenti e nós passamos as barreiras mágicas de mãos dadas. Eu não olhei para trás.

Depois de estarmos a uns duzentos metros do acampamento, Percy tirou do bolso uma bússola. A ponta girou feito louca.

-Névoa – nós, em uníssono.

Andamos até a estrada, Percy ainda com a bússola na mão. Ela foi girando cada vez menos e quando estávamos a um pouco mais de oitocentos metros, ela parou de vez. O norte ficava para a esquerda, totalmente. Olhei para Percy e ele deu de ombros. Andamos cada vez mais para o interior de uma floresta não tão fechada e muito mal cuidada. Algumas vezes eu tropecei e Percy me segurou. De onde tinha saído tanta desatenção ao ambiente?

-Hmm, trouxe néctar e ambrósia? – ele perguntou quando eu tropecei no nada – Acho que vamos precisar algumas vezes...

Eu arregalei os olhos.

-Não... Eu pensei que isso seria com você... – eu fiquei assustada.

-Calma. - ele sorriu o meu segundo sorriso – Eu estava brincando. Eu trouxe um belo estoque.

Suspirei, aliviada e sorri. Voltamos a andar, seguindo a bússola, que hora apontava para esquerda, hora para a direita. Parecia que estávamos fazendo zigue-zague. Mas me surpreendi quando a floresta foi mudando e ficando mais verde e bonita. Já estávamos longe da cidade já. Mas não me parecia que já tínhamos andado tanto para uma mudança dessa.

-Há quanto tempo estamos andando? – eu perguntei, por fim, parando.

Ele parou, tomou folego e disse, fazendo careta, com uma voz rouca e (eu não queria confessar isso a mim mesma) linda:

-Mais ou menos três horas.

Eu arregalei os olhos, mas não disse nada. Eu percebi que minha voz também estava rouca e que minha respiração estava ofegante. Estranhei, mas deixei de lado. Voltamos a caminhar mais lentamente agora. O sol estava a pino quando Percy não aguentou mais e desabou no chão úmido da floresta.

-Opa. – ele disse.

-Pelo jeito vamos dar uma paradinha. – eu disse.

Ele sorriu para mim, mas eu não entendi, e é lógico, não refleti muito se devia perguntar ou não:

-Por que está sorrindo?

Ele mostrou mais os dentes e falou:

-Você falou de um jeito fofo. – ele me deixou envergonhada e eu corei – Desculpe.

Eu dei de ombros e sentei ao lado dele. Ele me surpreendeu outra vez quando deitou com tudo e me levou junto. Minha cabeça parou do lado da dele e nós olhamos par o céu cravejado por folhas das copas das mais altas árvores.

Fechei os olhos e pensei em alguma coisa que fez meu pingente da pulseira de tecido mudar de forma. Puxei o pulso para perto dos olhos e fiquei assustada com o que vi: um mini tridente de bronze, com algum esmalte especial que o fazia brilhar com uma luz meio verde, meio azul. Para minha sorte, Percy olhava junto comigo o meu pulso. Escondi a pulseira e o pingente idiota por baixo da blusa fina que eu usava por cima da camiseta com a frase “Salve a água, tome banho comigo” de Percy. Ele sorriu. Eu corei mais uma vez.

-Até que horas vamos descansar? Eu me lembro que você não era tão mole assim. Você, hmm, durava mais. – eu brinquei.

-É que minha bateria venceu e eu preciso recarregar mais vezes. – eu vi que pelo rabo do olho que ele olhou para mim.

-Hmm, claro, agora só falta uma tomada e um adaptador, porque você não encaixa em qualquer uma. – Deuses! Porque eu tinha que ter falado aquilo?

Ele continuou me olhando e eu resolvi virar a cabeça e fita-lo também. Ele mordia o lábio. Eu senti uma coisa estranha no estômago e a voz voltou a minha cabeça. Pule nele!

Não!, eu respondi.

Eu ainda tomo o controle de tudo hoje, e você o beija, a voz falou com violência.

Eu não quero beijá-lo.

Ah, quer. Querida eu sou o seu outro lado, o lado sentimental, sei o que você quer, se você me soltar só por alguns segundos eu garanto que você não vai mais querer me segurar.

O que é isso? Algum tipo de brincadeira? Percy manipulava pensamentos também? Eu voltei da Lua quando Percy se aproximou delicadamente. Eu pisquei forçadamente para acreditar que aquele tom de verde podia existir em olhos. Me senti meio desconfortável, mas não quis estragar o momento, então não me mexi. Era a hora menos idiota de colocar as cartas na mesa. Soltei uma gota do meu “lado sentimental” e me mexi por um estranho impulso. Nos deixei ainda mais perto. Segurei com dificuldade outro impulso. Ele não estranhou, como se já esperasse por isso.

Eu falei e me arrependi disso:

-Bateria recarregada?

Ele pareceu decepcionado.

-Claro.

Eu me levantei e dei a mão para ajuda-lo. Ele pegou de bom grado e eu fui o seu apoio. Ele se levantou rápido e deve ter sentido tontura, porque colocou todo seu peso em mim e eu desmoronei de volta ao chão, hmm... Com ele em cima de mim. Eu não conseguia respirar direito, mas... Quem se importava?

-Desculpe – ele começou.

-Tudo bem. – eu forcei a voz.

-Ai, você não consegue respirar. – ele se sentou ao meu lado enquanto eu engolia o ar precioso.

Foi a vez dele de me apoiar. Eu peguei em sua mão e ele me levantou, sem que eu precisasse usar a minha força. Quando eu vi, eu estava com o corpo grudado no dele. Nossos narizes se encostavam. Ele investiu, mas eu virei o rosto mais rápido e ele beijou minha bochecha. Eu fechei os olhos e aproveitei o momento. Eu ainda não consigo explicar a mim mesma porque eu virei o rosto. Ele separou os lábios da minha bochecha e me abraçou forte, como um urso.

-Hmm, Percy, eu não consigo respirar de novo. – eu sussurrei no ouvido dele com minha última reserva de ar. Ele me largou e eu tive que balançar a cabeça para clarear os pensamentos. Eu e ele decidimos mentalmente não falar sobre eu ter rejeitado um beijo dele.

Ele começou a andar, de novo com a bússola na mão. Eu não queria que ele ficasse sem falar comigo.

Apressei o passo para alcança-lo, mas ele não mediu esforços para me deixar para trás de novo. Eu o tinha magoado.

-Percy! – eu gritei, em uma forma desesperada por desculpas.

-Oi? – ele disse como se nada tivesse acontecido.

-Te magoei? – eu perguntei, andando para perto dele. Ele não se afastou.

-Não. – ou ele mentia bem, ou estava falando a verdade – Eu só achei que... Deixa para lá.

Eu suspirei.

-Não vou deixar para lá. O que você achou?  - eu disse virando o rosto dele com minhas próprias mãos, para ele me olhar nos olhos, como eu gostava quando ele fazia.

-Nada! – ele gritou.

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu cai ajoelhada nas folhas que formavam o chão. Ele voltou para perto de mim. Ele se sentou e me abraçou.

-Desculpe, eu não queria ter gritado com você.

Eu engoli em seco e olhei para ele. Seu rosto estava a um palmo do meu. Eu funguei e ele passou as mãos nas lágrimas que escorriam em minha bochecha.

Eu aceitei suas desculpas, mas falei:

-O que você achou, Percy? – minha voz saiu rouca.

-Só achei que você correspondesse aos meus sentimentos. – ele falou de uma vez, com uma voz que me acalmava.

Eu mordi o lábio, culpada de novo. Pisquei e levantei. Ele deu um pulo e ficou de pé também. Ele me abraçou de novo, mas de um jeito diferente, com mais carinho, e não o urso que eu conhecia. E dessa vez eu podia respirar e escutar o coração dele sem outros problemas para me preocupar. Ele enterrou o nariz no meu cabelo e eu enterrei o meu em seu peito. Olá cheiro de mar. Saímos do abraço, nós dois corados. Ele pegou de volta a bússola, mas agora ele esperou que eu começasse a andar. Olhei para a direção que a bússola apontava e andei. Ele não ficou muito atrás, na verdade ficou ao meu lado. Andamos por muitas horas sem parar para descansar, mas eu não me importava e não parecia precisar. Só paramos uma vez para beber água, mas voltamos logo para o trajeto. Atravessamos algumas vezes umas estradas, e sempre que podíamos, olhávamos a placa mais perto. Se é que era possível, chegávamos perto da fronteira de Algum Lugar com Lugar Nenhum. Então olhei para o céu e vi que estamos no fim da tarde, e uma escuridão avançava. Andamos por mais meia hora, até que a única luz era bem... Nada.

-Percy? – eu o chamei.

Eu tateei o ar, procurando-o. Peguei sua camiseta e tateei o seu peito. De novo, definido, era ainda melhor que olhar. Agradeci a escuridão, porque eu senti o sangue indo para minhas bochechas.

-Acho que já me encontrou. – senti um sorriso na voz dele – Vamos ter que ficar por aqui mesmo, até amanhã, quando o sol nascer.

-Aham.

-Vai ter que catar gravetos para a fogueira de novo, Sabidinha.

Eu sorri e falei:

-Não consigo achar gravetos bons no escuro.

-Não por isso. – ele pegou um isqueiro e colocou fogo em um graveto com algumas folhas na ponta, e eu não sei até hoje de onde ele tirou aquilo.

Ele foi me guiando enquanto eu pegava os melhores gravetos que eu podia ver.

Ele limpou um pedaço do chão com os pés, eu joguei os gravetos lá e ele jogou por cima um pouco de folhas secas. Peguei a “tocha” de sua mão e taquei por cima dos gravetos. O fogo estalou e brilhou, forte. Olhei para o rosto de Percy e ri, quando percebi que tinha uma folha grudada nele. Ele me olhou com cara de “O que foi?” e eu tirei a folha do rosto dele. Percebi que ele se arrepiou um pouco ao meu toque, mas fingi que não vi nada, se não eu com certeza iria ficar vermelha de novo.

-Quem fica de vigia? – ele perguntou depois de um tempo.

Eu dei de ombros.

-Eu fico. – ele disse quando eu ia abrir a boca para dizer o mesmo.

-Hmm, se quer tanto... Boa sorte. – eu disse arqueando uma sobrancelha, enquanto pegava minha jaqueta na mochila. Não estava tão frio, mas melhor se prevenir de um resfriado em meio de uma missão.

Eu deitei com a cabeça na mochila vazia e ouvi Percy começar a cantar a melodia de Love Story, da Taylor Swift. Eu estranhei, porque nunca tinha ouvido Percy cantar uma música tão lenta, sempre rocks pesados ou rock alternativo. Eu levantei e olhei para ele, incrédula.

-Taylor Swift? – eu perguntei.

-Não faz meu estilo, mas eu acho essa música fofinha, apesar de a história ser contada por uma mulher e todos os pronomes serem femininos.

Eu ri. Eu conhecia a letra da música de cor, então cantei um trecho:

-Romeo take me somewhere we can be alone. I'll be waiting. All that's left to do is run. You'll be the Prince, and I'll be the Princess. It's a Love Story. Baby just say yes. – eu não tinha escolhido bem o trecho. Romeu me leve para um lugar em que possamos ficar sozinhos?

Ele sorriu e continuou cantarolando com a voz grave, enquanto fui adormecendo, embalada na música baixa.

Foi o sonho mais estranho que já tive. Eu estava em um lugar frio, estava chovendo, mas o sol conseguia passar em alguns lugares em que as nuvens eram finas. Tinha um arco-íris saindo do chão um pouco à frente de mim. Tinha que ter um pote de ouro ali... Enfim. Senti alguém abraçar meus ombros, e de repente, as nuvens se abriram rápido demais para a realidade. Olhei para o lado e vi um punhado de cabelos pretos encharcados apoiados no meu ombro direito. Fiquei olhando até a cabeça levantar e eu ver que era Percy. Eu suspirei e o céu ficou ainda mais limpo. Mordi o lábio e o sol ficou a pino de repente. Do nada, Percy me puxou para o chão nós dois deitamos na relva molhada. Senti minhas roupas absorverem a água, mas não liguei. Percy estava virado para mim e me olhando nos olhos, como eu gostava. Ele pareceu ler minha mente e se aproximou, arregalando os olhos, para que eu pudesse ver a profundeza deles. Eu sorri e ele também, e (se era possível) o dia ficou ainda mais bonito, a grama em volta de nós ficou seca (seca que eu digo é sem orvalho, e não seca de ficar marrom e virar capim) e as minhas roupas também. Ele continuou sorrindo e seus olhos ficaram pequenos.

-Não, não... Não sorria... Só fique parado para que eu veja seus olhos. – eu disse no sonho, sem medo.

Ele sorriu a última vez e voltou a ficar normal, (sem olhos arregalados, pois isso eu sabia que cansava) e ficou me fitando. Eu olhei por alguns minutos até que ele me surpreendeu, me abraçando. Consegui ouvir seu coração batendo lentamente no sonho, e o sol se pôs rápido, lançando uma luz laranja para nós, e um cheiro de lavanda e limão subiu no ar. Eu não queria, mas sentei e olhei em volta. Estávamos em uma clareira, com uma mata pouco fechada em volta. Eu inspirei o ar com cheiro bom e ele se sentou. Tirou uma mecha do meu cabelo dos meus olhos e colocou atrás de minha orelha. Eu me arrepiei e fiquei cor de amora. O sol desapareceu e uma noite estrelada, bem estrelada, como algumas fotos que vemos por ai, de céus à noite, com nuvens roxas e rosas. Eu voltei a me deitar e ele se deitou bem mais perto, pegou minha mão e a apertou. O céu ficou ainda mais estrelado e pude ver a constelação de Zoë Doce-Amarga. Sorri e apontei. Percy olhou e disse:

-Eu torço para que um dia não seja você lá... Que você não se junte com as Caçadoras de Ártemis... Virando uma donzela imortal.

Eu senti um nó na garganta e o desfiz, falando:

-Nunca.

-Annabeth. – a voz de Percy ficou longe e a minha visão dele ficou desfocada.

-Não! – eu quis gritar, mas saia um sussurro.

-Annabeth?


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Notas finais do capítulo

HEEY! Vamos entrar em um acordo. Quero meu sátiro. E vocês querem mais capítulos. Vamos trocar? Beij*



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