DOIS ANOS DEPOIS...

Hermione caminhava lentamente, atravessou a rua deserta e parou em frente à porta da Ordem da Fênix. Suspirou pesadamente e entrou. Enquanto andava pelo corredor, muitas lembranças invadiram sua mente e Hermione se segurou para não cair em lágrimas.

Entrou na cozinha e logo foi surpreendida por Molly Weasley que lhe abraçou amavelmente.

–Querida, que bom que veio. – a senhora disse feliz. A castanha apenas deu-lhe um sorrisinho de canto. – Sente-se, vou pegar um pouco de sopa para você.

Hermione olhou em volta da cozinha e viu vários rostos desconhecidos. Após a guerra, a Ordem ganhou bastante aliados. Sentou-se no meio de uma mulher alta e morena de olhos claros e de um homem forte, porém, pequeno, de cabelos loiros. Todos estavam conversando paralelamente entre si, menos Hermione. Ela estava muito ocupada tentando descobrir o que Kingsley e Arthur queriam comunicar a todos os presentes ali.

A castanha passou o olhar por toda a mesa procurando Rony e então seus olhares se encontraram. Os dois sorriram um pro outro.

Na maioria das vezes, eles só chamavam os mais importantes da Ordem para, assim, comunicar-lhes, eles faziam isso para organização. Mas, hoje, todos estavam ali, sem exceção alguma. Hermione estava achando muito estranho.

–Olá a todos. – Kingsley disse com sua voz forte entrando na cozinha. Todos os olhares voltaram-se pra ele. – Vou direto ao assunto... Como todos estão cansados de saber, Harry Potter morreu há dois anos por Lord Voldemort. Desde então, o Lord das Trevas “sumiu do mapa”. Muitos devem achar que ele, finalmente, foi embora pra nunca mais voltar, já que ele conseguiu o que queria. As pessoas que acham isso estão muito enganadas. – Kingsley disse. Nessa hora, Arthur entrou na cozinha.

– Ele não queria apenas o Harry. Claro que ele era o seu “prêmio” maior, mas o Lord das Trevas queria uma outra coisa. – Arthur disse. Muitos dos ali presentes arregalaram os olhos de leve, enquanto outros permaneciam sem expressão facial alguma. Hermione, por outro lado, já estava começando a entender o que estava acontecendo ali e sua expressão continuava a mesma: séria. – Para explicar melhor à vocês, hoje teremos a presença da pessoa que há dois anos vem nos trazendo informações cruciais sobre Lord Voldemort.

Assim que terminou de falar isso, Draco Malfoy entrou na cozinha deixando todos de olhos arregalados, menos Hermione. Ela estava muito ocupada encarando Draco.

–Ele é o nosso informante?! – perguntou uma mulher no final da mesa aparentemente surpresa.

–Sim, Demetria. – Kingsley disse.

Draco, finalmente, tirou seu olhar do de Hermione e passou o olhar em todos os presentes ali.

–Lord Voldemort vai voltar e já está planejando um novo ataque. – Draco disse friamente sem delongas. – Mas, antes disso, ele está procurando por uma coisa... na verdade, uma pessoa.

–Quem? – perguntou Gina. Hermione voltou o olhar para a amiga que tinha a expressão triste. A castanha sentia falta de Gina, muita falta mesmo. Claro que todos ali ainda estavam tristes por causa da trágica morte de Harry, mas Gina sonhava em se casar com ele, construir uma família, uma vida. Obviamente sua tristeza era um pouco mais intensa do que os das outras pessoas.

–Ele está procurando por seu filho. – Draco disse fazendo todos, inclusive Hermione, arregalarem os olhos. – Voldemort tem um herdeiro e ele não irá descansar até encontrá-lo. Ele está interessado assim nesse filho porque ele tem todos os poderes que ele tinha antes de ter duelado com Potter na Floresta Proibida. Digamos que esse herdeiro seja mil vezes mais forte que Voldemort, e por isso ele quer levá-lo pro seu lado logo. Ele quer fazer isso porque, além de Potter, ele queria a devoção de todos os bruxos e ele ainda quer.

Todos ainda mantinham os olhos arregalados. Depois disso, todos se retiraram da cozinha, exceto Draco, Arthur e Kingsley, eles ficaram conversando mais um pouco. Hermione foi em direção a “seu” quarto e deitou-se na cama. Tentou dormir, mas fora em vão. Sua mente estava a mil. Voldemort tinha um filho. Nossa, isso sim era surreal.

Hermione sentou na cama e suspirou. Não ia conseguir dormir nunca assim. Levantou-se e foi em direção a cozinha beber um pouco d’água.

–Ora, ora. Acordada a essa hora, Granger? – Hermione ouviu a voz arrastada de Draco falar. A castanha virou-se pra ele e o olhou nos olhos por alguns instantes.

–Não, Malfoy. Aqui é a minha alma. – ela disse sarcástica arrancando um riso falso do loiro. A castanha sentou-se em uma das muitas cadeiras na cozinha e, após beber mais um pouco da água, falou secamente: - Achei que você tinha ido embora.

Draco sentou-se na cadeira em frente à Hermione, olhando-a sem emoção.

–Pelo visto você se enganou. – ele disse simplesmente. Depois disso, um silencio constrangedor caiu sobre eles. – Parece até surreal, não é? Voldemort ter um filho...

Hermione sorriu sem emoção.

–Verdade... E mais surreal ainda é saber que ele... hm, teve um caso amoroso com alguém. – disse sem jeito arrancando um riso sincero de Draco.

–Mais surreal ainda é saber que ele enfiou o...

–DRACO! Cala a boca, por favor. – Hermione disse. Os dois riram e depois o silencio voltou a reinar sobre eles. Ela o havia chamado apenas de Draco, apenas. –Por que resolveu nos ajudar? – perguntou depois de alguns minutos.

–Porque o correto a se fazer é isso. – ele disse com sua voz arrastada.

–Você pode morrer fazendo isso. – Hermione murmurou.

–Como se alguém se importasse... – ele disse e depois olhou pra castanha. – Ou você se importa, Hermione?

Hermione não sabia o que responder.

–Cl-claro que não, Malfoy. Está ficando louco? – a castanha disse em um fio de voz. Draco levantou-se e andou em direção a Hermione, que, por sua vez, quando percebeu que ele estava se aproximando, levantou-se também.

–Não, não estou ficando louco, Granger. – ele disse perigosamente. A castanha agora estava encostada na parede fria enquanto Draco estava bem próximo dela. – Você se importa comigo, Hermione? – ele tornou a perguntar, desta vez ele perguntou próximo ao ouvido da jovem. Hermione se arrepiou por completo, mas não ia dar o braço a torcer.

–Não, não me importo. – ela disse um pouco mais confiante. Draco sorriu de modo frio fazendo Hermione sentir um pouco de medo.

Draco colocou uma mão na cintura de Hermione e a outra em meio a seus cabelos. Seus rostos estavam bem próximos.

–Eu sei que você se importa. – o loiro disse antes de...

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