Hotel Night escrita por NRamiro


Capítulo 6
Kiss me when I'm sober




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Meu corpo parecia estar grudado ao chão. Confesso ter conferido se minhas roupas não estavam coladas, propositalmente, no piso de cor clara. Não estava. Esse era apenas o reflexo da madrugada anterior. Álcool misturado com brincadeiras estúpidas. Confesso que devo ter esquecido de algumas, mas me lembro de um beijo. Um beijo em uma boca masculina que eu já conhecia, que eu adoro re-conhecer. Os unicórnios, dizíamos.

Tentei me levantar, conseguindo depois de alguns cuidados. Reparei Zack abraçado a uma das garotas de ontem; não lembro o nome. Onde estaria Rian? Ou até mesmo o Alex? Quando ouvi vozes altas vindas provavelmente do hall, percebi que logo teria as respostas para as minhas perguntas.

“Ele pode ser preso!”

“Isso é roubo!”

“O hotel não dormiu na noite passada”

“Esses inconseqüentes”

Inconseqüentes? É, estavam falando da gente.

Ouch, minha cabeça doía. Massageei minhas têmporas numa tentativa falha de diminuir a dor, como não obtive sucesso fui até a cozinha beber água. Minha boca estava seca.

- Merda – Escutei alguém xingar da sala.

- Alex?

- Hey babe – Disse vindo até a cozinha. – O dono do hotel está uma fera. Ele queria me prender.

- Mas por quê?

- Eu, aparentemente, tentei roubar uma televisão ontem à noite.

Franzi o cenho e finalmente ri. Demorei alguns segundos para me lembrar vagamente da cena.

- Pelado – Acrescentei.

- Sim. Agora todos os funcionários têm conhecimento da minha bunda branca e pelada.

- Sua nudez não só minha mais – Choraminguei fingido. Alex riu, mas não comentou nada.

O vocalista pegou um copo e o encheu de água bebendo tudo em poucos segundos. Estralou o lábio e deixou a cozinha. Não vi para onde ele havia ido após me deixar sozinho ali. Servi-me com mais um copo de água. Minha sede parecia insaciável. Quando acabei de beber escutei mais uma vez a voz de Alex vinda de outro cômodo.

- Jack, venha aqui.

Fui com passos lentos até onde eu achava vir sua voz, o quarto. Passei pelo pequeno corredor e encontrei Rian deitado no corredor. Onde estariam as outras garotas? Provavelmente foram as primeiras a acordar e já haviam ido, livrando-se então dos possíveis problemas.

- Oi – Disse assim que cheguei na porta. Alex estava deitado na cama e de olhos fechados.

- Vem cá. Deita aqui.

Deite-me ao seu lado e logo enrosquei-me no seu abraço.

- Não me lembro de muita coisa de ontem – Confessou-me. – Juro que não era minha intenção roubar uma tv pelado.

- Claro – Ri.

- Me conta como foi a noite.

- Bom, pelo o que eu me lembro. Não esqueço muito quando bebo, mas enfim. Fizemos umas brincadeiras de adolescentes. Uns desafios idiotas. Enchemos a cara e cada um de nós dormiu em algum lugar diferente – Resumi. – Onde você acordou?

- Debaixo do balcão do bar. Pelado, mas o nosso produtor me deu algumas roupas – Ri mais uma vez.

Alex abraçou-me pela cintura e apoiou sua cabeça em meu peito. Qualquer um que visse aquela cena poderia achar que éramos namorados, mas não era bem assim. O garoto e eu estávamos abraçados ou de mãos dadas sempre; tanto na frente quanto atrás das câmeras.

- A gente ficou? Não ficou? – Ele perguntou baixinho após alguns segundos.

- Sim – Respondi no mesmo tom de voz.

- Reparou que a gente só fica quando estamos bêbados?

- Sim – Infelizmente, pensei, mas logo retraí esse pensamento.

- É bom beijar você. Apesar do singelo tamanho do seu nariz, ele não atrapalha em nada – Brincou deixando um sorriso grande aparecer no seu rosto.

- Idiota – Soquei-o fracamente.

- Minha cabeça dói... – Murmurou choroso. Dei-lhe um beijo na testa como se dissesse “agora vai melhorar”. – Agora é minha boca que está dolorida, Jack.

Foi impossível não rir da sua provocação imbecil. Peguei-o pelo queixo e levantei o seu rosto, deixando-o pouco abaixo de meu. Desci um pouco para ajustar a altura e então finalmente coloquei meus lábios sobre os dele. Senti-me estranho no mesmo momento. Essa era a primeira vez em que eu beijava meu melhor amigo sóbrio. Odiei-me na hora por não ter feito isso antes. A sensação de ter sua boca macia comprimida contra minha era algo, no mínimo, maravilhoso. Eram macios e o começo de uma barba se fazia presente, cutucando-me.

- Melhorou?

- Acho que sim.

Sorri e voltei a beijá-lo. Era bom e eu tinha que aproveitar. Sabe se lá quando isso tornaria a acontecer de novo.

Sempre brincava na frente das câmeras sobre “estar confuso enquanto à minha sexualidade”. Isso não é verdade, não sou gay afinal. Apenas... gostava de beijar meu melhor amigo e sentia uma fisgada de ciúmes dele. Isso era totalmente normal.

- Me avisa quando voltar a doer – Brinquei.

- Claro.

A noite passada havia sido realmente selvagem. Culpa do álcool e das idéias idiotas dos meus colegas de banda, mas isso não fazia diferença agora. Pitsburgo não seria esquecida facilmente, pelo menos não por Jack Barakat.


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Notas finais do capítulo

Bom. Mais uma jalex minha, dessa vez bem pequena, mas espero que tenha gostado :)
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