Time Heals Everything escrita por LunacyFringe


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei, nem demorei!
Bom, tenho que agradecer a SamanthaBakerHaner, que arrumou algumas partes do capitulo pra nós! Eu queria que ficasse perfeitinho esse capitulo *--*
Boa leitura (:



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POV 3ª Pessoa

O silêncio se instalava na sala de espera do hospital. As paredes brancas, que eram predestinadas a transmitir tranquilidade, apenas passavam uma sensação de vazio; de angústia.
Fazia mais de duas horas desde o acidente, e ninguém teve uma simples notícia de Brian. O carro vermelho havia lhe atingido em cheio, jogando-o a alguns metros de distância. O barulho alto dos pneus e o grito do genitor do garoto chamaram a atenção das pessoas que se divertiam no salão, fazendo-as saírem do mesmo e irem ver o que havia acontecido.
Encontraram um corpo jogado na estrada e um carro com os faróis ligados iluminando-o junto de um homem, que com as mãos tremulas e a voz embargada ligava para o hospital, pedindo por ajuda.
Zachary, que havia sido arrastado para fora do salão por Matthew, logo reconheceu o corpo inconsciente, correndo para o lado do mesmo, com os olhos já marejados. O mundo desabou aos seus pés quando tentou acordar aquele que estava inerte, e depois de múltiplas tentativas, simplesmente não obteve resposta.
Ali, naquele momento, os dois homens que tanto se opuseram já não se importavam com mais nada além de Brian.
A ambulância não tardou a chegar, levantaram o garoto a uma maca levando-o para o hospital junto de seu pai. O caso do Haner mais novo era grave, sofreu hematomas na cabeça e escoriações pelo corpo, junto de fraturas superficiais e expostas. Baker logo seguiu para o hospital, junto de seu pai e sua mãe, levando Kenna e Suzy consigo.
Ao chegarem foram submetidos a assinalar alguns papéis referentes ao garoto, após o feito foram encaminhados para a sala de espera, onde o velho Haner estava sentado em uma poltrona, mantendo-se cabisbaixo. Em silêncio, sua esposa e sua filha sentaram-se ao seu lado, juntando-se ao seu choro baixo.
Zachary assentou o sofá mais distante, se derramando em lágrimas. Sua mãe o abraçou, sentando ao seu lado. James Baker tentava fazer uma ligação que julgava importante, suas pernas respondiam por si mesmas, não conseguia mantê-las imóveis.
Após alguns minutos em silêncio, o velho Haner encarou o garoto de olhos verdes, sentado a sua frente, no outro lado da pequena sala. Num suspiro forte e algumas lágrimas derramadas, levantou-se da poltrona, avançando em direção a este.
Ergueu Zachary pela gola da camiseta preta, fazendo-o bater com as costas na parede.
– A culpa é sua! Se não fosse por você, o meu Brian nunca estaria aqui! – Apontava o dedo no rosto do mesmo.
– A culpa é sua, seu ignorante! – Zachary respondeu de imediato. – Você nunca devia ter tratado o Brian daquele jeito! – Falou com a voz embargada. Lágrimas corriam pelos seus olhos sem permissão.
– E você nunca devia ter encostado um dedo nele! – O velho deixou que as lágrimas descessem. Ainda segurava firme o garoto, mantendo sua pose.
– Eu amo o Brian, seu idiota! Você não pode me impedir de ficar perto dele! – Falou baixo, porém firme. Abaixou o rosto, evitando encarar aquele homem.
– Seu...! – Brian Pai vacilou a frase, e foi tirado de perto de Zachary por James.
– Não encoste um dedo no meu filho! – Falou quando Brian caiu sentado na cadeira. – Nem aqui você vai sossegar?! Você não é melhor do que ninguém, e essa história não se trata de você! Estamos todos aqui pelo Brian, estamos preocupados com ele, então fica na sua Haner. – Passou a mão pelo rosto, cansado. – Olhe pra sua filha, ela está ai, sofrendo ao seu lado, e Brian está lá dentro, em estado grave, e você só consegue pensar no que as pessoas vão pensar?! Fodam-se as pessoas. Se preocupe com o agora, se preocupe com o seu filho. Não importa a sexualidade deles, o que importa é o que ele é, e o que eles sentem um pelo outro.
– Eu me preocupo com os meus filhos! – Falou com convicção.
– Não, você só se preocupa com você mesmo e com o seu plano de família perfeita. Isso não é sobre você Brian, desista. Seu filho estava feliz antes de você entrar nessa história. – Abaixou a cabeça, se sentando ao lado de Zachary. – Deixe esses garotos em paz.
Agora, quase três horas ali, sem nenhuma noticia do estado de Brian, o homem com um jaleco branco e uma prancheta na mão entrava na sala, fazendo o coração de todos acelerarem.
– E então doutor, como o meu filho está? – Haner foi o primeiro a levantar, se aproximando do médico.
O homem de branco suspirou, olhando para alguns papéis.
– Como vocês sabem o estado dele é grave. - deu uma pausa desviando o olhar. - Bom, como posso falar. A pancada foi grande, principalmente na região do córtex, então não podemos descartar sequelas, como amnésia. Fizemos o possível...
– Córtex? – foi interrompido por Suzy.
– Hipocampo e córtex entorrinal. São áreas responsáveis pelo processamento da memória. Me desculpe,mas estamos fazendo o impossível. Brian Haner está em coma induzido e ainda não avaliamos seu grau.
Haner não contestou; não brigou; não teve ação. Deixou que mais algumas lágrimas molhassem seu rosto. Deu alguns passos para trás, sentando-se ao lado de sua esposa. Estava paralisado, não admitia a todos, mas por dentro, algo martelava em sua cabeça dizendo que ele era o culpado.
Pela primeira vez agia com o coração.
Zachary, que havia apenas levantado do seu lugar, voltou a sentar-se. Apoiou os cotovelos nos joelhos e seu rosto em suas mãos trêmulas, voltando a derramar-se em lágrimas. Já não aguentava isso.
James Baker passou a mão no rosto, preocupado.
Não gostava de ver seu o filho naquele estado.
Todo seu plano havia sido em vão. Agora, quando a mulher chegasse, iria ser apenas um problema a mais para ele resolver. O que era para ser uma surpresa havia se tornado um pesadelo.
– Iremos aguardar a permição dos responsáveis do garoto, para que possamos iniciar os testes simples e então observar como ele reage aos estímulos. – o doutor voltou a manifestar-se.
– Tudo, faça tudo para salvar meu filho. - Haner se levantou pela terceira vez.
– A senhora não pode entrar ai! É a sala se espera do paciente Brian Haner, e já está lotada. – Ouviram uma voz do lado de fora.
– Pois eu entro sim! Porque ele é meu filho, e eu quero noticias dele! Eu quero vê-lo! – Uma mulher com cabelos longos, castanhos, e olhos chocolate havia entrado na sala.
O coração de Haner acelerou quando viu a mulher cruzar o ambiente.
– Tudo que você tinha a fazer era cuidar do nosso filho, e nem isso você consegue? – A mulher tinha lágrimas nos olhos. – Eu já soube de toda a história, como você pode fazer isso com o Brian?!
– Ele é meu filho! – Falou irritado. – Não me diga como criá-lo, você nunca compareceu na educação dele!
– Claro que compareci, mas por algum motivo que eu nunca entendi, ele preferiu você. – Cuspiu as últimas palavras com desgosto. – Obrigada por me colocar a par da história Jimmy. – Sorriu para o pai de Zachary. – Alguém presta nessa cidade. – Olhou reprovador para Haner e sua esposa.
– Eu vou lá fora com o Jimmy e o Matt. – McKenna levantou. – E você pode ficar aqui para ver o Brian primeiro. – Olhou para Katherine Johnson, mãe de seu meio-irmão.
– Obrigada querida. – Sorriu amargurada.
Kenna se retirou da sala, dando um ultimo olhar para Zachary.
“Vai ficar tudo bem.” Mexeu os lábios finos, exatamente iguais os de seu irmão.
“Ele é forte.” Zachary respondeu silenciosamente, sorrindo fraco, gesto que McKenna imitou ao sair da sala.




Benji POV

– Credo velho, na boa, o Brian morreu. – Falei chutando uma pedrinha. – Faz o que? Três horas que estamos aqui? Olha, eu espero, de coração, que nesse tempo ele já esteja pronto pra outra. – Abracei os meus braços. As noites de Huntington Beach podem ser frias, e usar regata para mostrar os músculos não é uma boa opção.
– Eu não tenho nem vontade de brigar com você. – Jimmy me olhou com os olhos vermelhos. Johnny o abraçou.
– Ele deve estar bem, amor, não fica assim. – Eles se abraçaram.
Morri de inveja nessa hora e me senti um monstro solitário.
– O Zee deve estar arrasado. – Matt disse. – E eu ainda corri com ele pra rua, ele não devia ter visto o Brian daquele jeito. – Abaixou a cabeça.
– Hey, não fica assim. – Empurrei-o de leve, com meu braço, e ele me encarou. – Vai ficar tudo bem, pelo o que eu conheço o Zee, ele vai se manter forte por todos nós. – Sorri fraco e Matt fez o mesmo, abaixando a cabeça.
– Oi meninos. – Kenna chegou com os olhos vermelhos.
– Kenna! Você teve alguma notícia? – James perguntou esperançoso.
– O Brian está em coma. – E então ela começou a chorar. Joel, que estava ao seu lado, tratou a abraça-la no mesmo instante.
James segurou as lágrimas, olhando para o céu. Johnny o abraçou com mais força. Matt falou algum palavrão que não consegui entender e então abaixou a cabeça, triste.
– É tudo culpa daquele filho da puta do Senhor Haner! – James falou bravo, ainda segurando o choro. – O Senhor Baker devia ter batido nele!
– Não fala assim, Jimmy. – Kenna abraçou Joel mais forte, que devolveu o gesto e afagou seus cabelos, falando algumas coisas para ela.
Isso gatão, fica com a Haner!
Okay, agora não é hora Benji.
– Eu vou buscar algumas roupas para o Zee, um casaco, alguma coisa, e vou pegar algum dinheiro. – Matt falou. – Você está de carro né? Pode me levar? – Me olhou.
– Claro. – Falei. – Mano, você fica com a Kenna, ou quer levar o Matt? – Não é hora para brigas, então resolvi perguntar.
Ele olhou para Kenna, que chegava a molhar sua camiseta.
– Eu acho melhor eu ficar com a Kenna, você leva o Matt. E trata de trazer algum casaco pra ela e um para mim, pelo jeito vamos passar a noite aqui. – Encostou a cabeça junto à dela.
– Okay, você quem sabe. – Passei a mão nos cabelos da Kenna. – Vamos? – Olhei para Matt, que assentiu.
Seguimos para o carro e estava tudo no mais puro silencio, só faltava grilos nos comerem. Matt encostou a cabeça na janela e passou a fitar as ruas que já estavam vazias.
– Benji. – Me chamou, virando para mim. – Desculpa okay?
– Por...? – Perguntei sem olhar para ele.
– Eu sei o que fiz aquela noite. – Agora eu olhei para ele. – Eu só não sabia como agir.
– Seu idiota! – Falei apertando o volante. – Você sabe o quanto eu fiquei magoado? – Virei para ele.
– Magoado? – Me olhou confuso.
– Sim, magoado! Eu gosto de você Matt, será que é difícil entender?! – Acelerei o carro, querendo chegar à casa do Baker logo.
Ele ficou calado durante o resto do caminho, até que em menos de dez minutos nós chegávamos a casa dele. Matt abriu a porta e eu entrei, procurando o interruptor. Até que o sinto me puxar e me prensar contra a parede.
– Matt, o que você está fazendo? – Perguntei baixo, sentindo a sua respiração bater no meu rosto.
– Mostrando que eu entendo. – Falou baixo. – E correspondo. – Selou nossos lábios.
Ficamos assim por algum tempo. O abracei, o trazendo mais para perto.
– Eu não sei o que você está fazendo com o Joel. – Falei quando nos distanciamos.
– Nem eu. – Riu baixo. – Eu vou pegar um casaco.
E assim a noite que foi ruim para todos, foi boa pra caramba pra mim.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capitulo? ^-^
Até o proximo!
BJO BJO BJO