Clarisses POV

Como o tribunal era bem perto, nós chegamos em pouco tempo. 

-Agora é com a gente meninos, obrigada por nos trazerem aqui. 

-A gente vai estar aqui quando terminar. Tudo bem, Ever?

-Sim meu amor. Agora tchau. - Ela beijou Niall e nós entramos. 

Assim que entramos em um enorme espaço, nos encaminharam para uma sala, que eu deduzi que seria onde tudo aconteceria, era um lugar enorme, mas não com muitas pessoas, só algumas testemunhas, como minha ex-vizinha gorda e fofoqueira e os membros do Júri. Eles nos colocaram em cadeiras e ninguém falou mais nada, nós permanecemos quietos, o Juiz já se encontrava no local, assim como o advogado do meu pai - que eu não sabia como tinha arrumado - e o meu. 

Uma porta se abriu e meu pai adentrou a sala, na hora um calafrio percorreu minha espinha e ele olhou para mim e eu senti mais medo dele ainda, a barba estava por fazer, ele parecia que não dormia há anos e usava um uniforme laranja, ele estava algemado, e atrás dele haviam dois policiais. Eu percebi que estava tremendo e Liam me abraçou, mas não falou nada e beijou o topo da minha cabeça.

Então meu pai se sentou em uma cadeira e começaram-se as perguntas e ele negou todas as acusações, típico, ele não iria assumir que matou a minha mãe. Algumas testemunhas falaram e detonaram ele com coisas do tipo: " Ele bebia e gritava com a Clarisse", " Ele batia na mãe e na filha", "É um morimbundo". Percebi que meu pai quase se levantou algumas vezes e os olhos dele estavam raivosos, até que as perguntas foram direcionadar para Ever.

- Ever Bloom. Como o senhor Julius se comportava na sua presença?

-Ele nunca falou comigo, muito menos sabia o meu nome. Clarisse sempre arrumava uma desculpa para não voltar para casa, ela sempre o odiou, ele batia nela e pegava todo o dinheiro que ela conseguia para comprar bebidas. Ela passava quase toda a semana na minha casa, nunca queria voltar para a dela. 

Eles fizeram mais algumas perguntas para ela sobre a noite do crime e agora era a vez do Liam.

-Liam Payne. Você foi a primeira pessoa que viu Clarisse quando tudo aconteceu. Você chegou a ver o corpo? 

-Sim, eu o vi na cozinha. No dia eu tinha acabado de conhecer Clarisse, ela nunca inha me falado nada da família dela, mas ela chorava muito e não foi uma coisa muito legal, depois de um tempo ela me explicou que os pais nunca ligaram para ela. 

Para o Liam foi pouco, ele não chegou a conhecer meus pais então chegou minha vez. 

-Clarisse Faust. Como era o seu relacionamento com seu pai?

-A gente nunca teve um relacionamento na verdade. Ele sempre me bateu, desde pequena, minha mãe nunca pediu o divórcio por medo, ele sempre ameaçava a matar na minha frente, ele já me ameaçou várias vezes, meus pais sempre viviam brigando. 

-E porque você tem tanta certeza de que ele é o culpado?

-Ele é. Ninguém mais faria isso com ela, e na parede eu vi algumas marcas de vinho, eles provavelmente deveriam estar brigando na hora, e ele com certeza estava bêbado, então ele matou minha mãe.

-Muito obrigado.

Mais nada para mim, nenhuma pergunta. Estranho, mas acho que eles já tinha o veredicto, ou não, pois aquilo durou mais umas duas horas, eles fizeram mais perguntas para algumas testemunhas e para o meu pai e nos mandaram esperar em uma sala e nós fomos para lá. 

-Porque eles nos mandaram para cá? - Perguntei.

-Provavelmente estão vendo se seu pai vai ser condenado - Ever respondeu.  - Eu vou beber um pouco d'água, já volto. - Assenti e ela foi.

-Liam, eu to com medo. E se ele não for condenado? Ele vai me matar. 

-Vai ficar tudo bem. - Ele me abraçou e eu desabei ali. - Calma, não chora. - Ele me soltou e me encarou.

As mãos dele limparam minhas lágrimas, mas não adiantou muito e eu fui parando de chorar um pouco, confesso, tinha sido um pouco histérica demais. Ele enxugou minhas últimas lágrimas e foi se aproximando mas hesitou.

-Liam, me beija. Só... Me beija. 

E foi o que ele fez, aquele poderia não ser o momento, nem o lugar perfeito, mas era disso que eu precisava. Eu precisava de um beijo dele há muito tempo. Sua boca encostou na minha e sua língua pediu passagem, a qual eu dei sem hesitar. Foi um beijo doce, de saudade, foi perfeito.

-Eu te amo. E sempre vou te amar. - Eu disse.

-Eu sempre te amei. - E ele voltou a me beijar mas alguém bateu na porta e entrou.

-Me desculpem gente, mas estão nos chamando lá, é melhor a gente ir.

-Sim. - Liam pegou minha mão e nós voltamos para o salão onde o julgamento estava acontecendo. O juiz falou algumas coisas, das quais a maioria eu não entendi, e finalmente deu o veredicto pelo qual eu esperei desde que vi minha mãe morta na cozinha. 

-Nós então, consideramos Julius Faust culpado pelo assassinato de Marie Faust. - E ele bateu o martelinho na mesa. 

Eu sorri, e recebi dois abraços, eu estava feliz por saber que não iria precisar olhar para aquele monstro que eu costumava chamar de pai todos os dias. Uma moça gorduchinha se aproximou e nos encaminhou para fora daquele lugar sem dar nenhuma explicação, ela só nos disse que nós não precisariamos testemunhar o resto, e nos dispensou. 

Aliviada, era assim que eu me sentia ao deixar aquele lugar, Liam ligou para os meninos que logo nos pegaram e nós fomos para casa, na maior felicidade. Na verdade eu não tinha processado tudo direito ainda, aconteceu tão rápido, mas eu não quero pensar nisso agora. Eu fui o caminho inteiro abraçada com Liam, e foi bom, eu me senti a pessoa mais segura do mundo ali, nos braços dele. Finalmente chegamos em casa.

-Eu vou tomar uma banho gente. Eu to morrendo de fome, e preciso comer algo, alguma bala. 

-Aqui. - Niall me deu uma.

-Obrigada. Peçam uma pizza ok?

-Clarisse, espera, eu queria te falar algo antes. 

-Não pode ser depois Liam? Você vai ter todo o tempo do mundo.

-Não, não pode. - Ele se levantou do sofá e pegou minha mão.

Detalhe, todos pararam o que estavam fazendo para assistir a cena, e ficaram cochichando algo, pelo jeito eles sabiam o que iria acontecer e eu não. 

-Clarisse Faust. - Liam continuou - Desde o dia em que topei com você eu sabia que você era a mulher da minha vida e a quem eu iria querer para sempre do meu lado. Eu sabia que era com você que eu iria ter meus filhos e sabia que era ao seu lado que eu envelheceria. Esse tempo que eu passei sem você, só me mostrou o quanto é insuportável viver sem a sua presença, sem você ao meu lado. Eu te amo. - Ele se ajoelhou e pegou uma caixinha do bolso, a abriu e dentro tinha um lindo anel - Você aceita se casar comigo?

Puxei ele do chão e lhe dei um beijo. 

-E você ainda pergunta. Mas é claro que sim. Eu caso, eu faço tudo para te ter do meu lado. Para sempre. - O beijei de novo. 

Ouvimos aplausos mas não paramos de nos beijar até que almofadas nos atingiram. 

-E vocês, seus panacas, já sabiam de tudo isso né? - Assentiram. - Mas não importa, agora você vão ter que me aguentar para o resto de suas vidas. 

-Mas não agora. - Liam me pegou no colo e subiu correndo comigo em seus braços para seu quarto . Ele me colocou na cama e voltou a me beijar, sussurou no meu ouvido " Eu te amo"  e começou a beijar o meu pescoço. 

-Eu te amo mais - Disse e ele voltou os beijos para a minha boca.

Agora sim, eu era uma pessoa completa, e tinha o amor da minha vida, o homem que eu sempre soube ser o certo para mim, o homem com quem eu passaria todos os dias da mina vida. O homem que eu amava e vou sempre amar.