Ilusões, Tentativas e Recomeços Ii escrita por gataportuguesa, Darknana


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

A música citada chama-se Promete e é do PullDown... A versão utilizada foi a acústica^^ (é muito mais bonita e condiz com o clima daquele momento^^) Boa leitura!



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- Oi, meu anjo! Tudo bem? – perguntou JP assim que chegou em casa.

                - Oi, bebê! Mais ou menos. Como você se saiu na prova?

                - Acho que fui bem. E ainda me inscrevi em dois cursos de férias maravilhosos. Falou com o teu pai?

                Manu suspirou. Estava na hora de contar...

                - Sim, falei.

                - Você está tensa, meu amor. A conversa foi tão ruim assim?

                - Ele não me deixou ficar, João. Daqui a duas semanas eu vou embora.

                - O quê? – perguntou atônito. – Mas e nós? E o nosso amor? Eu não sei mais viver sem você, Manu...

                A escritora sentiu que duas lágrimas começavam a descer pelo seu rosto.

                - Eu também não queria ir. Juro que não queria. Eu amo você, João, amo muito. Você me faz imensamente feliz.

                - Então deixa isso pra lá. Fica aqui comigo! – pediu.

                - Não posso, meu lindo. Se eu ficar meus pais param de mandar dinheiro.

                - Isso não é problema. Tenho umas economias, podemos trabalhar e estamos fazendo sucesso, os shows também dão algum dinheiro. No começo vai ser difícil, mas depois tudo se ajeita. Não me deixa, Manu...

                Os olhos úmidos dele faziam Pierrot chorar ainda mais. Amavam-se e a dor da separação era muito dura.

                - Eu vou voltar, meu bebê! Só preciso ficar lá por dois meses e depois peço transferência pra cá. Eu não vou te deixar, eu prometo.

                João a beijou com desespero, com medo. Jamais se sentira tão inseguro em toda a sua vida, mas algo lhe dizia que a namorada não deveria voltar ao Brasil, que ele não deveria deixá-la partir.

                - Casa comigo, Manuella! – pediu quando o beijo terminou.

                A garota não soube o que responder e o abraçou.

                - Não precisa ter medo. A gente vai se falar todos os dias pela internet. – disse mudando de assunto.

                - Droga, se eu não tivesse me matriculado naqueles cursos poderia ir ao Brasil contigo. Porém, posso desfazê-la.  Segunda-feira farei isso! – disse feliz.

                - Não, você chegou animado com esses cursos. Não vou permitir que você os deixe de lado só pra ir me acompanhar. Além do mais, estarei na faculdade e não terei tempo pra ficar contigo.

                - Não vai embora, gata! – pediu mais uma vez.

                - Eu vou voltar, João Pedro. Essa distância que vai nos separar por uns meses não pode mudar o que sentimos. Tanta gente namora desse jeito...

                - Namoro a distância não dá certo. Você é linda, muitos caras vão ficar de olho.

                - Confia em mim! Nenhum cara pode me dar o que tenho contigo. O que nós construímos durante esse tempo não vai mudar. Vai ser difícil ficar sem teus beijos, teus carinhos, mas eu vou conseguir suportar a saudade porque eu amo você. Jamais duvide disso, João. Aconteça o que acontecer, eu sempre amarei você... – ela disse se jogando nos braços dele e o beijando apaixonadamente.

                Nenhum dos dois queria voltar a falar do inevitável. A única coisa que poderiam fazer era aproveitar os últimos momentos juntos...

 

 

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                - Oi, Alicinha! Finalmente você deu sinal de vida. – queixou-se Cínthia quando a prima lhe telefonou.

                - Desculpa, fui passar uns dias em São Paulo.

                - É, eu sei, o tio Válter falou. Mas você nem se despediu e nem deu o número do teu celular.

                - Ainda estou com o número dos Estados Unidos. Tenho que comprar um chip daqui.

                - Acho bom mesmo. Tava te procurando porque tenho uma ótima notícia.

                - Aié?

                - Sim, a Manu tá voltando pro Rio.

                - Jura? – perguntou ansiosa.

                - Não! Foi só pra confirmar que você é completamente apaixonada por ela. É claro que é verdade! Ela está chegando sexta à noite.

                - E você falou de mim pra ela?

                - Não... É que... – a garota pensou na melhor maneira de dizer aquilo. – A Manu é comprometida.

                - Hum... Idiotice minha achar que uma garota como ela fosse ser solteira. – falou tristemente.

                - O fato dela ter alguém não impede que vocês possam se conhecer melhor. Se der certo tudo bem, se não der, pelo menos você tentou. Já imaginou como deve ser horrível ficar se perguntando como teria sido se tivesse feito assim ou assado? Se você a ama de verdade, mostre isso à ela. Lute pela mulher que você ama, lute pela sua felicidade.

                - Desde quando você virou conselheira?

                - Não foi só você quem mudou nesses últimos tempos, priminha... – respondeu zombateiramente...

 

 

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                - Nem acredito que é o último show, que amanhã vou embora daqui.

                - Não fala isso, Manu. Você sabe muito bem que sou contra. E se você se interessar por outra pessoa?

                - E se você se interessar por outra pessoa?

                - Isso não vai acontecer. Eu só tenho olhos pra você.

                - Eu sou uma mulher comprometida e vou me comportar como tal. Não vou sair caçando aventuras.

                - Desculpa... Sei que estou agindo como um idiota.

                - Oun, meu bebezinho! – ela exclamou dando-lhe um beijinho. – Se você tivesse todo animado com a minha viagem aí sim seria um idiota. Estou adorando saber que você me quer ao teu lado, saber que você me ama de verdade.

                - Não tenho dúvidas quanto ao amor que sinto por você. Então não precisa duvidar. Pode ter certeza que te amo como jamais amei alguém. Esse é o namoro mais intenso que já tive apesar do pouco tempo e eu quero muito que dure bastante tempo.

                - Amor, temos que subir. Encare esses meses como um tempo pra gente ter certeza do que queremos e sentimos. Desde que nos conhecemos nunca nos separamos. Acho que vai ser bom pra gente.

                - Tomara que você tenha certeza...

                Os dois subiram no palco e esqueceram os problemas e as angústias. Naquele momento apenas o amor à música importava.

                E quando o show terminou, JP pediu a palavra.

                - Muito obrigado pelo carinho de vocês. Infelizmente, como vocês já sabem, eu e a Manu ficaremos um tempo longe dos palcos. Ela precisa voltar ao Brasil e não teria graça tocar sem ela. Eu amo essa mulher, pessoal, e queria cantar uma canção que fiz especialmente pra ela. Chama-se Promete...

 

“Promete que nos veremos logo
Promete que isso não vai ficar assim
Não consigo suportar a falta do seu olhar...

Promete que vamos ficar de novo
Promete que comigo será feliz
Que mesmo essa distância não vai roubar você de mim...
Quanto tempo mais vou agüentar ficar sem te abraçar?
Sinto a falta do calor que encontro no nosso amor”

 

                Quando terminou, Pierrot estava sem fala. Pela primeira vez alguém cantava uma música pra ela, pela primeira vez alguém fizera uma música pra ela. Sem conseguir conter a emoção, lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

                Então sem dizer nada, ele pegou uma caixinha que estava no seu bolso e a abriu.

                Lá dentro estava um anel de ouro com uma linda pedra preciosa.

                - Eu quero que você aceite esse anel como prova do meu amor. Talvez eu não seja o namorado ideal, o cara dos seus sonhos. Mas de uma coisa eu tenho certeza: o que nós temos nunca teremos com outra pessoa. Quando você sentir saudade olha pra esse anel. Ele é a maneira que arranjei pra te dizer que sempre estarei aqui te esperando, é a maneira que arranjei pra te fazer ver que posso estar longe, mas uma parte de mim estará contigo onde você estiver. Você é o meu pedaço de céu e eu te amo do jeitinho que você é.

                Manu já tinha o rosto banhado em lágrimas. Jamais pensara que JP pudesse lhe surpreender daquele jeito. Seu coração batia aceleradamente e tudo que ela conseguiu fazer foi esticar o braço para que ele colocasse o anel e depois beijou o namorado demoradamente, sem se importar em estarem diante de seu público...

 

 

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                A escritora abriu os olhos e passou o dedão pelo seu dedo anelar. Em seguida, levou sua mão a boca e beijou o anel.

                Ela amava e era amada e devia sentir-se completamente feliz por isso. Entretanto, não era isso que acontecia e ela começou a se perguntar qual era o problema, por que ela sentia que estava faltando algo?

                Algum tempo depois o avião pousou e contente por rever os pais, Pierrot voltou para casa onde suas amigas a aguardavam cheias de saudade e onde Alice a aguardava cheia de amor no coração...


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Notas finais do capítulo

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