Renegade escrita por lonelyofthedesert


Capítulo 33
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Saí do banheiro enrolada em uma toalha e avistei Zayn deitado em sua cama, olhando para o teto. Parecia tão imerso em pensamentos que nem percebeu que eu já havia saído do banho.
- Pode ir Zayn. – avisei antes de entrar no closet para escolher o que vestir. Abri o zíper da mala e comecei a revirar tudo enquanto Zayn se levantava e entrava no banheiro. Vesti as roupas escolhidas (linkhttp://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=55361637) e me maquiei. Zayn saiu do banheiro em meio ao vapor e, por um milagre, terminou de se arrumar bem rápido. Vestiu roupas simples e mesmo assim bonitas, arrumou o cabelo e passou perfume. Então veio em minha direção e me abraçou.
- Está pronta? – perguntou olhando-me nos olhos enquanto acariciava minha bochecha com sua mão.
- Sim, vamos! – falei antes de entrelaçar meus dedos aos dele e puxá-lo em direção à sala. Os outros encontravam sentados e em silêncio.
- Vamos então. – eu disse e eles se levantaram. Nos dividimos em dois carros eu, Zayn e Harry no carro de Harry e os outros no carro do Louis. A viajem foi rápida e silenciosa, Harry estacionou o carro e então ficamos esperando alguem se mexer. Resolvi que essa pessoa seria eu e abri a porta do carro. Os outros seguiram meus movimentos e logo todos estavam em minha volta. Zayn segurava minha mão e Louis se posicionou do meu outro lado. Niall, Liam e  Harry ficaram atrás de mim, como se protegessem minha retaguarda. Entramos no ambiente em silencio e percebi que poucas pessoas estavam ali. Reconheci a única mulher ali como sendo sua mãe e após respirar profundamente andei em direção à ela.
- Senhora Margareth? – chamei e ela pareceu despertar de um sonho. Ela me olhou por um tempo e então pareceu notar quem eu era.
- Ah Sierra. – ela falou e eu pude jurar que ela ia começar a chorar. Mas ela me surpreendeu ao meu abraçar. Retribui o abraço apesar de estar um tanto quanto chocada. Eu esperava de tudo, acusações, raiva, indiferença. Mas solidariedade não era algo que eu esperava vindo dela. Porque fui eu que matei o filho dela. De propósito ou não a culpa é minha. E esse é um erro que não tem concerto. Quando ela desfez o abraço eu olhei em seus olhos e não pude aguentar.
- Me desculpe. Você provavelmente me odeia pelo o que aconteceu, mas eu realmente sinto muito! – soltei em um tom de voz baixo, mas ainda assim claro para ela escutar e então as lágrimas começaram a sair. Ela me olhou docemente e passou a mão em meu rosto.
- Sierra, não chore. Por favor. E também não se culpe. Eu sei o filho que eu tinha, sei das coisas horríveis que ele fez com você. Mas nunca pude fazer nada para ajudá-la. – ela falou e eu consegui controlar um pouco meu choro. Então eu percebi que eu não devia ser a única que apanhava. Foi só olhar nós braços desnudos de Margareth que tive a confirmação disso, hematomas roxos e cortes estavam estampados neles. Olhei em seus olhos e não sabia o que dizer. Ela pareceu perceber isso.
- Não precisa falar nada querida. Você talvez esteja se perguntando o porquê eu ainda choro por Adam, não é? Mas apesar de tudo o que ele fez ele continua sendo meu filho.
- Eu sei, porque apesar de tudo o que ele fez eu ainda sinto vontade de chorar. – falei e senti Zayn apertar levemente minha mão, tentando me passar segurança.
- Você não viu o corpo dele após o acontecido não é? – pediu Margareth docemente.
- Não!
- Gostaria de se despedir? – pediu e eu fiquei um tempo em dúvida. – logo eles vão fechar o cachão e enterrá-lo.
- Ok, vou ver. – falei decidida. Zayn me encarou, e seus olhos me perguntavam se eu tinha certeza. Acenei minha cabeça em concordância, eu precisava me despedir do corpo de Adam para depois seguir em frente com minha vida. Fomos em direção à outra sala onde apenas uma coroa de flores, provavelmente comprada por sua mãe, e o cachão estavam. Andei lentamente em direção ao corpo. Adam estava usando um terno e uma grande parte de seu corpo estava coberto por minúsculas flores brancas. Qualquer um que o olhasse dessa forma núncia imaginaria as coisas que ele foi capaz de fazer comigo e com sua própria mãe. Fiquei olhando seu rosto sereno por um tempo e então conclui em pensamento antes de dar as costas ao corpo: “Descanse em paz”.

O corpo havia sido enterrado e eu segurei todas as minhas lágrimas, agora quem chorava era Margareth e eu queria estar “bem” para consolá-la. Zayn tinha um braço em torno de minha cintura, como se me segurasse. E eu tinha um dos meus braços entrelaçado com Margareth. Eu não sabia o que fazer para ajudá-la, mas acho que só o fato de eu estar do seu lado já ajudava. Ficamos em frente ao tumulo em silencio. Eu percebia que os cinco estavam um tanto quanto desconfortáveis ali, então falei baixinho.
- Se quiserem, podem ir. Daqui à pouco eu vou encontrá-los. – falei e ele concordou. Chamou os outros e ficamos só nós duas sozinhas no silencio do enorme cemitério.

- Então acho que é isso! – falou Margareth.
- Sim, que ele fique em paz. – falei e ficamos quietas novamente. Quando a chuva começou nos olhamos e começamos  andar em direção a saída do cemitério.
- Você veio de carro? – perguntei e ela negou.
- Peguei um taxi. Bem lembrado vou ligar para outro vir me pegar. – disse enquanto sacava o aparelho.
- Não tem necessidade, os meninos e eu iremos te deixar em casa.
- Não precisa, sério. Mas muito obrigado.
- Eu faço questão. Vamos! – falei pegando-a pela mão e a puxando delicadamente em direção ao carro de Harry.
- Iremos levá-la para casa antes! – avisei todos e Harry abiu caveilharamente a porta de trás para ela. Eu fui com ela no banco traseiro e Zayn foi no banco do passageiro. Ela foi explicando o caminho e logo estávamos em frente a uma simples e pequena casa branca, mas mesmo assim bem arrumada. O jardim da frente estava florido, milhares de florzinhas rosas preenchiam os canteiros.
- Que jardim bonito! – comentei e Margareth pareceu se iluminar com o elogio.

 – Obrigado, eu gosto de cuidar dele. – respondeu sorrindo. Então ela e eu saímos do carro. Eu a abracei e a sensação foi semelhante a de ser abraçado por uma mãe. Talvez seria esse tipo de relacionamente que desenvolveríamos dali em diante.
- Se cuide. – falei para ela enquanto desfazíamos o contato. – espero que a gente se veja em breve.
- Eu também. – respondeu com um sorriso no rosto, o que a tornava mil vezes mais bonita. Pude sentir que ela pensava o mesmo sobre nosso relacionamento se semelhar ao de mãe e filha. Ela então acenou com a mão para os rapazes que ficaram em seus carros e entrou na casa. Entrei no carro de Harry e finalmente voltamos para casa.

Eu me sentia bem depois de muito tempo. Acho que finalmente poderei seguir em frente com minha vida.


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