POV Sierra

Sentei em uma mesa próxima a janela, gostava da paisagem dali. Dava para a rua, mas não na direção da porta, gostava de observar as pessoas que passavam ali. Era uma fuga, eu me pegava imaginando como seria a vida dessas pessoas e quais problemas elas carregavam sob os ombros e escondiam atrás de sorrisos. O garçom chegou para anotar meu pedido, e então saiu atender as outras pessoas que ali estavam. Voltei então a minha solidão e comecei a observar a chuva que começara a cair. Já fazia alguns minutos que pedira a comida quando o barulho da porta e de risadas me despertou interesse. Eu conhecia aquelas risadas, e muito bem. Não sabia se deveria ficar feliz ou com medo. Optei pelo neutro, virei para as cinco pessoas que me olhavam com sorrisos discretos na face. Eu não podia simplesmente ignorá-los por causa de Adam. Levantei e fui abraça-los.
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— Swart Hare. – sussurrou Zayn ao meu ouvido enquanto nos abraçávamos, não estávamos juntos então não devíamos nos beijar. Apesar de a vontade de ambos ser essa. Abracei então os outros e sentamos na mesma mesa que eu me encontrava sozinha segundos antes. A tristeza e o vazio foram preenchidos por alegria. Pedimos a comida e perdemos um bom tempo conversando ali. Olhei no relógio e percebi que tinha que voltar para o trabalho.

— Hey. – interrompi  a brincadeirinha que Niall fazia com Harry e então todos me olharam. – tenho que voltar para o trabalho.
— Mas já? – perguntou Harry parecendo uma pequena criança quando faz birra.
— Sim. – sorri para eles. Então se ofereceram para me dar uma carona. Como eles haviam ido somente com o carro de Louis eu tive que ir no colo de Zayn, não que eu não gostasse da proximidade, mas depois de terminarmos era estranho,e se alguém visse aquilo logo rumores iriam surgir e Adam, provavelmente, se tornaria algumas vezes mais violento. Quando chegamos à Blue Man eu e Zayn descemos ele fechou a porta e me acompanhou até alguns passos da entrada.

— Sierra. – falou e me deu um abraço, quando me chamou pelo nome a tristeza me invadiu. Momentos assim ele sempre me chamava de Swart Hare, mas agora havíamos no distanciado então era de se esperar um pouco mais de formalidade. – percebi que mudou o número de celular. – falou desviando o olhar, eu sabia que ele tentaria entrar em contato mesmo apesar de termos concordado em nos afastar, por isso tomei as devidas providencias. – queria te ver. – falou e então voltou a encarar meus olhos, de uma forma tão intensa que tive vontade de lhe beijar e sussurrar que o amava. Mas era errado, essas palavras não deviam ser direcionadas para ele, que realmente as merece. Não, elas agora devem ser faladas para o ser mais asqueroso da face da terra.
— Zayn. – sussurrei, as lágrimas logo transbordariam, apesar de eu tentar força-las a voltar. – eu também, mas você sabe... – não consegui terminar a frase porque ele colocou a mão sobre meu queixo e levantou meu rosto fazendo com que eu voltasse a olhá-lo nos olhos.
— Tudo bem, mas continuo querendo encontrá-la. Amanhã naquele lugar, à meia noite. – falou antes de depositar um doce beijo em minha bochecha e entrar no carro. Virei às costas ao automóvel e entrei atordoada na Blue man. O que faria? Quero ver Zayn, mais do que tudo. Mas e se Adam me pegar, e se ele ousar fazer algo com Zayn? Não tive muito tempo para pensar sobre isso porque Serena logo me encheu de trabalho e depois fui para a faculdade. Mas foi só eu chegar ao apartamento e ser estuprada por Adam novamente que me decidi, precisava ver Zayn, por mais arriscado que fosse.

Acordei com meu despertador e me surpreendi ao ver que Adam não havia nem se mexido. Desliguei o alarme e escolhi uma roupa (linkhttp://www.polyvore.com/cgi/set?id=46307115&.locale=pt-br) antes de ir ao banheiro me arrumar. Quando pronta passei café e sai apressada de casa. Tanto porque não queria chegar atrasada, mas porque não queria encontrar com Adam. Esse medo, essa vontade de fugir me atormentaria muito ainda, mas eu deveria apenas me acostumar com isto. Entrei na Blue man e pouquíssimas pessoas já estavam ali, cheguei ao meu andar e somente Serena havia chego.
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— Bom dia. – sorriu para mim. – sei que disse que era para não chegar atrasada, mas não precisa exagerar. – falou soltando uma risada.
— Eu sei. – retribui seu sorriso, apesar de não ser algo de fato engraçado eu senti que deveria retribuir seu gesto educado. Serena é a pessoa que eu conheço que mais se aproxima de uma amiga. – mas precisava adiantar algumas coisa, então se me der licença.
— Toda. – respondeu e então eu fui até minha pequena sala para terminar algumas tarefas que estavam acumuladas. Como meu ambiente de trabalho era agradável o tempo que fiquei ali passou rápido. Não voltaria para casa, apesar de ter duas horas de tempo antes das aulas começarem. Parei em um café e comecei a preparar outro trabalho dos que estavam acumulados. Estava quase terminando o mesmo quando percebi o horário e quase corri para a faculdade. Assisti as aulas de modo impaciente, porem sempre prestando atenção no conteúdo passado. Quando a professora nos dispensou caminhei vagarosamente para casa, não tinha porque adiantar a dor. O processo que se repitiria muitas vezes aconteceu, como esperado, quando terminou seu “trabalho” Adam foi comer e dormir, enquanto eu tomava banho e fazia mais trabalhos. O tempo parecia se enrolar. Já havia terminado mais um trabalho e era apenas 11 h e 15 minutos. Não aguentava mais esperar, apaguei as luzes e coloquei mais uma blusa (linkhttp://www.polyvore.com/cgi/set?id=46307434&.locale=pt-br). Saí porta afora rapidamente e evitando fazer qualquer tipo de barulho. A caminhada até o local era rápida, demorava menos de 10 minutos. O fiz obsevando a rua, desfrutando a temporária liberdade. Lembrava os tempos de infância quando fugia junto de Zayn. Mas essas "saídas" nunca foram com o objetivo que tinham agora. Não eram fugas, nem totalmente escondidas. Eram meras travessuras de crianças, talvez para irritar nossas mães e desafia-las. Uma lágrima escorreu por minha bochecha, sentia falta de minha mãe. E de Zayn, ah como sentia falta dele. Pela saudade repentina aumentei o passo e logo estava na frente do pequeno parque, andei agilmente entre as arvores e o chão úmido e escorregadio. Parei para observar a pequena casa na arvore em minha frente. Sorri com a lembrança e logo, com um pouco de dificuldade, subi as escadas que davam acesso à pequena casa de brinquedo. Zayn já estava ali, provavelmente porque anciava o encontro tanto quanto eu.
— Sabia que viria. – sorriu satisfeito.