Unidos, Mas Em Constante Perigo escrita por Rebecca3


Capítulo 18
Godric's Hollow


Notas iniciais do capítulo

Tcharans!!



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_ Eu nunca vou me acostumar com esse lance de aparatar. – Percy gemeu, estava tonto.

Eles apareceram em um lugar um tanto quanto... antiquado.  A neve caia lentamente cobrindo o chão de pedra, os telhados das casas de madeira e a superfícies das tumbas do cemitério.

Godric’s Hollow.

_ Posso saber por que a gente só visita lugares dolorosos para mim? Sinceramente, o departamento de Mistérios e agora essa cidade... – Harry chutou uma pedra.

_ Vamos nos concentrar para sair o mais rápido daqui, pode ser? – Annabeth falou.

_ Mas eu gostaria de visitar o tumulo de meus pais. – o bruxo continuou a chutar a pedra.

_ Procurem a casa 49. – Hermione disse. – Eu vou com Harry, vai ser apenas um instante.

O bruxo da cicatriz se afastou de Gina e passou o braço pelos ombros da melhor amiga e ela passou o seu pelas costas dele, era o que os dois sempre faziam para se consolar.

A ruiva olhou os dois se afastando, em direção ao cemitério, sentiu ciúmes. Era Hermione. O que ela estava pensando?

São melhores amigos, nada mais. – Gina pensou e deu um suspiro. - Só que eles passam tanto tempo juntos. Ela o compreende como ninguém, eu não o entendo como ela. Hermione e Harry são o par perfeito, se ela tentar investir no meu homem, não terei chance! – os olhos da ruiva estavam se arregalando a medida que a ideia crescia. – Preciso de um plano.

_ Gina. – Thalia balançou a mão em frente ao rosto da
garota, que despertou. – Você está se sentindo bem?

_ Ah... sim. Estou bem. Vamos.

O grupo foi caminhando pela rua. Estavam longe ainda, os números das moradias estavam por volta de 150 e eles deviam achar a casa 49.

_ Então... – Travis se aproximou de Annabeth. – A Roxy tem, mesmo, namorado?

A loira sorriu tristemente para o garoto.

_ Tem. – aquela palavrinha derrubou as esperanças do filho de Hermes. A filha de Atena continuou: – Mas ele era um idiota. Foi com ela ao baile. Maison ficava se vangloriando para ela enquanto Roxy tentava se distrair com alguma coisa e, de vez em quando, balançava a cabeça em concordância.

Uma luzinha acendeu-se dentro da cabeça de Travis, um casal assim não ficaria junto por muito tempo. Ficaria? Bem, se um certo semideus desse uma atrapalhada, certamente que não.

Rony estava remoendo algo por dentro. O bruxo queria saber o que Harry e Hermione estavam fazendo, mas forçou-se a tentar conversar com Nico, Percy e Dino.

_ Vocês acham que a Annabeth ainda está me dando gelo? – o filho de Poseidon sussurrou.

_ Não. – Dino falou. – Certamente, ela já esqueceu o seu caso com Calipso.

_ Aquilo não pode ser considerado um caso. – Nico interferiu. – Ela primeiro mostrou interesse, depois disse que ainda amava Percy, mas estava casada e amava seu marido um pouco mais e, por fim, tentou nos matar.

_ Confuso. – Rony disse. Ele não estava muito interessado, mas queria focar seus pensamentos em algo, e, desde que não seja Hermione Granger, qualquer coisa serve.

Harry e Hermione caminhavam abraçados, seguiam para o cemitério. Com certa facilidade, a bruxa encontrou duas tumbas de marfim, estavam lado a lado.

Tiago Potter. Lilian Potter.

Sem conseguir se segurar, Harry se ajoelhou a frente das duas lápides e deixou as lágrimas escorrerem silenciosamente e amargamente.

Ele teve a sensação mais diferente que já sentira: seu estomago virara um caldeirão e dentro dele fervilhava saudades, uma tristeza aguda e ódio. A raiva que ele sentia de Voldemort, juntamente com a necessidade de proteger a todos, era o que o impulsionava para frente.

Hermione abraçou-o pelas costas. Se Harry, por alguns segundos, pensasse que estava sozinho iria enlouquecer de fúria, e ela não iria deixar.

Os dois ficaram abraçados por alguns longos minutos.

Quando se soltaram, a cicatriz do bruxo começou a formigar, não era algo muito forte, mas ele não conseguiu evitar levar a mão a sua testa.

_ Harry? – Hermione segurou um de seus ombros. – Está tudo bem?

O garoto da cicatriz ouvia a voz ofídica de Voldemort, parecia estar conversando, provavelmente com Cronos, mas a voz do Titã não estava presente, apenas o Lord das Trevas sussurrava:

A ponte. – havia um eco muito fraco. – Está em Hogwarts. – uma pausa. – Mas ela será obrigada a sair do castelo. Quando vir que ele está desaparecido, ela sairá. Aí... finalmente, terminará a espera e começará a caçada.

_ Harry? Por favor! – a bruxa ao seu lado estava balançando-o com força.

_ Calma, Hermione! – Harry pediu e a garota o soltou. – Estou bem. Foi só...

_ Voldemort.

O bruxo assentiu e contou-lhe o que ouvira.

_ Hum... – Hermione estava pensativa. – Duas observações: a primeira: feche essa conexão – Harry já estava abrindo a boca para reclamar, mas ela ignorou. – e a segunda: a garota é uma bruxa. Bem, acho que voltar para Hogwarts seria muito arriscado. Faremos igual aos nossos inimigos, vamos esperar ela sair.

O garoto apenas balançou a cabeça em concordância, estava com frio, mas, também, ele estava sentado na neve...

_ É melhor irmos, Mione. – o bruxo levantou e, depois, ajudou a garota a se levantar. – Não consigo mais olhar para eles...

Claramente, ele se referia aos túmulos. Com um gesto simples de varinha, Hermione fez com que dois buquês de lírios aparecessem sobre as duas lápides.

Harry deu uma última olhada para o lugar onde seus pais descansavam, suspirou e uma lágrima solitária escorreu por suas bochechas.

Os dois deixaram o cemitério abraçados.

_ É melhor corrermos. Eles estão longe. – Hermione sugeriu.

O garoto não disse nada, apenas se desvencilhou do abraço da bruxa e saiu correndo pela estrada.

_ Ei! Harry! Espera! – ela gritou e correu atrás do bruxo, que ria como uma criança. Era impressionante como em um momento ele estava chorando e, no outro, já estava sorridente.

Eu já achava Harry forte, mas ele sempre parece cada vez mais resistente. – Hermione pensava impressionada.

Alguns minutos correndo, os dois avistaram o grupo e a casa 49.

O garoto acelerou para chegar ao local antes da garota, ela fez o mesmo e com o mesmo objetivo.



O grupo conversava alegremente. Só que, na verdade, Gina, Rony, Percy e Annabeth estavam desinteressados, os irmãos queriam saber o que Harry e Hermione estavam fazendo, enquanto Percy e Annabeth se encaravam com tanta intensidade que deixaram o resto dos amigos sem graça.

Nico quase cai no chão quando um Harry passa velozmente por ele. Em seguida, o filho de Hades cai no chão, pois Hermione esbarrara com força nele.

_ Malucos... – Dino gira o dedo próximo a sua orelha, ao fundo Harry e Hermione riam e o bruxo contava vantagem sobre como havia chegado primeiro a casa.

Gina e Rony sentem ciúmes, mas resolvem esquecer por agora, pois, finalmente, o grupo vai encontrar respostas.

Ainda rindo, Hermione bate na porta. O resto da turma se une a eles.

Silêncio.

Thalia se adianta para bater na porta, mas antes que sua mão, decorada com dois anéis de prata e uma pulseira que parecia uma corrente, encoste-se à madeira, as porta se abre de uma vez.

_ Olá. – Roxanne cumprimenta.

_ Roxy? Você está diferente... parece mais velha. Você não tinha ido para Hogwarts? – Rony pergunta confuso.

_ Rony... – Hermione cutuca seu braço. – Essa não é a Roxy. É a mãe dela.

Todos olham para a bruxa frente. Aquela só poderia ser a amiga. Mas não era. Aquilo era perturbador. As duas eram tão idênticas que assustava. 

_ Obrigada, querida. – a mulher diz amargamente. – Sabe, todos dizem, sem motivo aparente, que eu me pareço com aquela infeliz.

Travis se segura para não dizer poucas e boas para ela.

_ De aparência, vocês são muito parecidas. – Gina estava espantada até agora. – O mesmo formato de rosto, cor de pele, mesmo tipo e corte de cabelo, quase o mesmo tamanho, os lábios vermelhos, até o mesmo formato de sobrancelhas. – a ruiva suspira, desistindo de citar todas as semelhanças. – Vocês são tão... iguais.

_ Só diferencia a cor dos olhos, o seus são verdes e os dela são verdes-azulados, e a cor do cabelo, o seu é mais claro. – Thalia observa.

_ Já acabaram? – a mulher olha no relógio. – Eu tenho mais o que fazer.

Dino ri.

_ Você acha que viemos até aqui só para constatar a semelhança incrível entre você e sua filha?

_ Está parecendo. 

_ Senhora Bellux, queremos fazer algumas perguntas, só isso. – Annabeth disse.

A mulher cheirou o ar.

_ Semideuses. – ela comentou, não parecia surpresa. – Entrem todos. E, por favor, não me chamem de senhora. Lyra está bom.

O grupo entrou na casa de madeira. A sala tinha cheiro de velas aromatizantes, ali haviam muitas prateleiras lotadas de livros poeirentos, uma mesa de madeira com muitas folhas cheias de anotações, uma planta morta estava presente no parapeito da única janela, as lâmpadas estavam todas fracas, baldes haviam sido colocados estrategicamente abaixo de goteiras, havia um sofá grande, verde e velho que cabia umas sete pessoas espremidas, uma cadeira de balanço e três banquinhos de madeiras estavam rodeando o sofá, mas o que mais consumia o espaço eram quatro pilhas grandes de caixas de papelão apodrecidas, sujas e destruídas pelo tempo.

_ Sentem-se.  – Lyra indicou o sofá e os bancos enquanto se sentava na cadeira de balanços. – O que fazem em minha casa, cinco bruxos e cinco semideuses?

_ Temos uma missão. – Harry foi direto ao ponto. Contou a ela sobre Voldemort, Cronos, seu plano e citou apenas o enigma das filhas dos erros. Não poderiam arriscar.

Lyra ficou pensativa por dois míseros segundos.

_ Mas essa é muito fácil! – ela exclamou rindo.

_ Nos explique, por favor. – pediu Travis, impaciente.

_ Claro que não. A resposta direta nunca é a melhor opção. Tentem pensar.

_ Mas estamos em uma situação de vida ou morte! – Nico falou.

_ Essas crianças de hoje... O que será que aprendem sobre lógica? – Lyra soltou um gemido frustrado. – Eu conheço essas garotas, da profecia, e elas, realmente, não gostam de suas condições de “erros”, mas, afinal, é isso que as duas são. - a mulher deu de ombros, indiferente.

_ Você as conhece? – Dino arregalou os olhos. – Nos diga logo quem são!

_ A resposta direta nunca é a melhor opção, meu querido. – Lyra repetiu. – Apesar de ser muito óbvio, eu vou ajudar vocês a descobrir o que uma delas é. Atenção.

Annabeth e Hermione estavam irritadas, a mulher agia como se nenhum deles tivesse cérebro, mas resolveram ficar caladas, ela era sua única fonte de informação.

_ Primeira pista: Indesejada da Caça. Quem é a Caça?

_ Ártemis, claro. – Annabeth falou e cruzou os braços, com ar de superioridade.

_ Muito bem. Então, uma das FILHAS dos erros é indesejada por Ártemis. – Lyra continua.

_ Peraí. – Thalia se levanta muito irritada. – O que é que você está insinuando?

_ Não faça perguntas que você já sabe a resposta. – a mãe de Roxy disse entediada.

_ O pior... – Percy diz cauteloso, tinha medo de levar um soco da filha de Zeus. – é que faz sentido.

_ Por qual outro motivo uma filha de um erro seria indesejada por Ártemis? – Hermione completa.

_ Podem existir muitos motivos. – Thalia defende sua deusa.

_ É, mas nesse caso é exatamente por esse motivo. – Lyra fala ainda entediada. – Uma das filhas do erro é indesejada por Ártemis. Viu como vocês já sabiam a resposta? Era só eu formar a sentença.

_ Ora, sua... – a filha de Zeus tenta avançar na mãe de Roxanne, mas Dino a segura.

_ Thalia Grace, controle-se. Você sabe qual é a verdade, agora. – Lyra diz calmamente.

_ Como sabe meu nome? – a semideusa diz. Ela ainda está irritada, Rony tem que ajudar Dino a segurá-la.

_ Não se esqueçam de que eu escrevi um livro sobre deuses. Me acusaram de ser maluca, mas tudo bem. Eu sei que tudo é verdade porque eu vi e entrei em contato com eles. Você é famosa, querida.

Isso não acalmou a ira selvagem de Thalia. Chegou ao ponto de Percy jogá-la no sofá e ter que imobilizá-la.

_ Lyra. Onde podemos encontrá-la? – Harry pergunta.

_ Ele sabe. – a mulher aponta para o filho de Hades.

_ Eu? – Nico pergunta constrangido. É, ele sabe.

Por alguns minutos todos encaram o semideus. Vermelho, ele admite:

_ Tive um sonho. Ela estava na Disney. – eles o encaram achando que é uma brincadeira. – É sério.

_ Ah... Então, essa é a Sarah. – Travis tira sarro, só Percy entende. Os dois riem da cara corada de Nico.

_ Temos que ir. – Annabeth se levanta e todos fazem o mesmo. – Obrigada... por tudo.

_ Hum... Só digo para prestarem atenção. A segunda filha do erro... Quem tem a faca? – Lyra ri da cara de confusão dos jovens. – Cuidado com a espada pronta, é mais sacrificante de manejar do que parece.

Depois disso, o grupo vai embora, sem dizer uma palavra. Mas a mulher não queria uma resposta mesmo...

_ Doida? – Rony supôs.

_ Pode até ser, mas ela tem razão. – Percy se afasta automaticamente de Thalia.

_ Eu não acredito. – ela suspira. – Não. Eu acredito, sim. A senhora Ártemis, sempre que fala de filhos, não age com a naturalidade que ela tem para com outros assuntos.

_ O erro: se envolver com um homem. – disse Hermione.

_ A consequência: - continua a filha de Zeus. – ter uma filha.


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Notas finais do capítulo

Rewienssssss



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