Unidos, Mas Em Constante Perigo escrita por Rebecca3


Capítulo 15
A ilha de Calipso


Notas iniciais do capítulo

Desculpemmmm! Mas é que o capitulo já estava pronto a muito tempo, mas eu fiquei sem internet!



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Não se pode dizer que Nico Di Ângelo acordou muito bem naquela manhã de domingo. O filho de Hades passou a noite em claro depois de sonhar com Sarah. Talvez ele devesse encontrá-la, por isso sonhou com sua localização. Enfim, ele quase nem dormiu e foi acordado com gritos agudos e desesperados.


_ AI, MEUS DEUSES! – era Annabeth, ela acabara de entrar na cabana.


Os outros ainda estavam dormindo e não ficaram muito contentes com o modo que foram acordados.


_ Annie, pode me dizer por que nos acordou assim? – Hermione perguntou sonolenta enquanto esfregava os olhos com as costas da mão.


_ Thalia, Dino e...


_ Alguém chamou? – Dino perguntou e ele e a filha de Zeus entraram na cabana carregando lenha. – Fomos pegar o material para fazer uma fogueira.


_ E vocês, por acaso, não levaram o Percy junto, né? – a loira disse inquieta.


_ Por que levaríamos o Percy...? – Thalia começou rindo, mas depois parou. Olhou para a cama de Percy e arregalou os olhos azuis elétricos.


Todos os outros saíram de suas camas e correram para junto dos três.


_ Isso mesmo. – Annabeth estava desesperada e já começava a chorar. – O Percy sumiu.



Percy abria os olhos, finalmente. Sentia uma leve enxaqueca e uma pequena dor na panturrilha esquerda. Olhou em volta. Estava em um quarto claro de uma casa de madeira. Havia duas janelas grandes decoradas com flores. O chão era de madeira, tinha um tapete verde felpudo na entrada do cômodo, uma mesa com duas cadeiras em um canto, havia um criado com um vaso de flores azuis ao lado de sua cama e, de frente para ela, tinha uma cadeira de madeira. Alguém estava observando-o enquanto dormia. Estranho.

Talvez Annabeth. – Percy pensou imediatamente e, depois, corou com o pensamento.


O semideus se ergueu e se espreguiçou.


De repente, a porta se abriu e alguém entrou segurando uma bandeja prateada.


_ Percy! Que bom que você acordou.



_ Temos que ir procurá-lo agora! – Annabeth estava sendo segurada por Nico, a loira queria sair correndo em direção à floresta.


_ Temos que comer primeiro. Estamos famintos. – Rony falou.


_ Vou caçar. Você fica aqui, Annie. – Roxanne falou.


_ Peraí. Você sabe caçar? – Travis perguntou.


_ Humhum... Aprendi com... o meu tio! É, com o meu tio.


_ Sei... – o filho de Hermes desconfiou.


Annabeth e Thalia foram as únicas que ficaram na barraca, os outros foram colher frutas, caçar e buscar água.


_ Annie, - a filha de Zeus estava nervosa. – eu tenho que te contar uma coisa...


_ Diga... – a loira nem estava prestando atenção, andava de um lado para o outro enquanto mordia a ponta de um dedo.


_ Depois eu te conto. – Thalia falou enquanto revirava os olhos de modo um pouco irritado.



Roxanne estava caminhando pela floreta, Travis logo atrás. Os dois estavam calados e não queriam saber nem de se olharem.


Começaram a ouvir sons.


_ Calma aí. – Roxanne. – Isso são galinhas?


_ Parece que sim.


Os dois caminharam mais um pouco e, atrás de algumas árvores, havia um galinheiro grande e bem cuidado.


Ouviram alguém saindo de dentro da casinha onde as galinhas, normalmente, deviam dormir. Roxanne puxou Travis para trás de uma moita. A pessoa começou a distribuir grãos de milho para os animais. Era uma garota de cabelos cor de caramelo, trançados com fios dourados, e olhos castanhos brilhantes. Ela usava um vestido branco, estilo grego, com um decote circular.


_ Uau... – Travis babou.


_ Não é hora de ficar babando por garotas que você nunca viu na vida. – Roxanne falou com raiva. O filho de Hermes sorriu e olhou para a garota com uma das sobrancelhas arqueadas. – Você não vê? Percy pode estar por aqui! Ele não tinha condições de andar ainda, foi arrastado.


Travis parou de sorrir, ela era boa em se esquivar. Mas entendeu a lógica do pensamento dela. O filho de Poseidon estava mesmo por ali.


_ Mas se... – ele começou.


_ Mas nada, garoto! Sua amiga está certa. – uma voz masculina veio de trás deles. Roxanne prendeu a respiração, conhecia muito bem o dono daquela voz incrivelmente grossa. – Fui eu mesmo que arrastei o semideus. – ele se voltou para a garota a sua frente e, assim que se deparou com seus olhos verdes azulados, reconheceu-a. – Roxy, quanto tempo.



Thalia estava pensativa enquanto comia sua maçã. Annabeth ruía suas unhas e todos os outros já haviam voltado, menos Travis e Roxanne.


_ Eles estão demorando muito. – Gina disse um pouco nervosa. – E se aconteceu alguma coisa?


_ É. Talvez tenha acontecido algo, mas não precisa ter sido ruim. – Dino falou maliciosamente.


Os outros reviraram os olhos.


Outros minutos se passaram.


_ Está ficando sério. – Hermione falou preocupada. – Não, Dino. Roxanne não enrolaria em uma situação dessas, nem para... isso.


_ Vamos pro... – Harry começou, mas foi interrompido por um grito de socorro.


Travis entrou com tudo na barraca. O semideus estava ofegando.


_ Foi tão ruim assim? – Dino riu.


Gina empurrou o garoto, com força, do banco e este caiu no chão, Thalia ajudou o bruxo a se levantar.


_ Do que você está falando? – Travis perguntou com muita curiosidade.


_ Nada de útil! Cadê o Percy!? – Annabeth gritou e voltou a roer as unhas. Todos os outros olharam para ela. – E a Roxy...? – a loira tentou.


_ Tem uma casa no meio da floresta, com galinheiros e tudo mais. Um cara grande chegou, jogou a Roxanne nos ombros, como se ela fosse uma embalagem plástica cheia de penas, e levou-a para a tal casa, o cara tentou me pegar, mas eu fugi e vim buscar ajuda. Na casa tem uma garota também e eu aposto que Percy está lá.


Tudo bem. Travis estava fazendo comparações estranhas. Roxanne... sacola plástica cheia de penas... A coisa estava séria.


Annabeth ruborizou e ficou apreensiva.

Percy e uma garota sozinhos em uma casa. E se eles estiverem, sei lá, se beijando?




Alguns minutos mais tardes, os Escolhidos estavam abaixados atrás de arbustos. A casinha de madeira bem à frente.


_ Vamos fazer o quê? – Harry sussurrou.


_ Entrar pelas janelas. – Thalia sugeriu.


_ É. Boa ideia. – Dino sorriu e foi caminhando na frente. – Venham.


Eles se abaixaram ao lado da janela. Hermione mexeu os lábios devagar e todos entenderam: Aguardem um pouco mais.


_ Percy, quando você terminar de comer seu café da manhã, quem sabe eu não possa te ensinar a dançar. Rufos está ocupado na cozinha, mandando aquela Roxanne cozinhar para ele... - uma voz feminina cantarolou do lado de dentro do cômodo.


Tá. Agora, Travis e Annabeth perderam a paciência. Os dois, ao mesmo tempo e sem combinar, escancararam a janela e pularam, já segurando a espada e a adaga nas mãos, para dentro da casa.


Ouve-se um grito. Rony arrisca a se levantar um pouco e espiar o lado de dentro da casa, mas a situação não é tão terrível.


Annabeth e Travis estavam segurando a garota no chão. O filho de Hermes tinha a espada a centímetros da garganta da coitada da menina de cabelos caramelo bonitos, e a loira apontava a adaga para o coração dela. Só isso.


_ Você queria dançar com o Percy, é?! – a filha de Atena gritou com os olhos cheios de fúria enquanto Travis dizia tão auto quanto a loira: A Roxanne está cozinhando para qual idiota? Porque eu vou mata-lo!


Os outros Escolhidos atreveram-se a entrar na casa. O filho de Poseidon olhava tudo perplexo.


_ Annie... – o semideus chamou levemente. – O que você está fazendo?


_ Ah! – a loira se virou irritada para Percy. – Então, você queria aprender a dançar com essa mocreia?


_ Não, não. – ele sorriu amarelo. – É só que... A “mocreia” estava cuidando de mim. Estou completamente curado.


_ E eu não teria condições de fazer melhor? É isso? – a semideusa perguntou.


_ É. É isso mesmo. – a garota desconhecida falou em tom de desafio, mas, logo em seguida, soltou um gemido. Travis havia pisado na mão dela. Ele ganhou, assim, um sorriso da loira.


 _ Vamos, Travis. – Thalia tocou o braço do semideus. – Dino, Hermione e eu vamos te ajudar a procura-la.


Houve um entendimento silencioso entre os dois. E os quatro saíram do quarto.


_ Muito bem. – Annabeth guardou a adaga na bolsa e olhou para Percy. – Quem é ela? – a garota disse ela como se quisesse dizer: essa coisa.


O filho de Poseidon repreendeu-a com o olhar, o que normalmente não acontecia porque esse papel era da loira.


_ Essa é Calipso.


_ Ah. – a filha de Atena não parecia nem um pouco impressionada, sua expressão era de puro e completo tédio.


_ Ela é sempre... assim? – Calipso perguntou a Percy.


_ Para falar a verdade, é. Ela é sempre assim. – Annabeth olhou-o com desprezo, mas não surtiu nenhum efeito no semideus, que apenas se virou para ela e continuou. – Eu tenho uma pergunta...


_ Pergunte a ela, oras! Calipso, afinal, não é assim.


O filho do deus dos mares suspirou.


_ Então, tá. Calipso, você me disse que eu nunca mais poderia voltar para cá. E, bem... estou aqui!


_ Ah, meu destemido... Você está acompanhado de outros heróis e dessazinha... Assim, ocorreu uma exceção.


A loira se voltou para Percy:


_ Meu destemido... – Annabeth soltou uma risada meio louca. – Acho que você está mais para Cabeça de Alga.


Rony, Gina, Harry e Nico estavam olhando-os apreensivamente.


_ Vocês, não vão parar com isso, vão? – o filho de Hades perguntou.




_ Roxy! – Travis gritou enquanto ele, Thalia, Hermione e Dino percorriam a casa de madeira, que era bem arrumadinha. Quadros de flores nas paredes, que haviam sido pintadas de cores pastel, flores por todo o canto e muitos, muitos paninhos feitos de renda cor de rosa bebê sobre absolutamente todos os móveis da casa.


_ Parece que foi a própria Barbie quem decorou isso aqui. – Thalia murmurou com desagrado enquanto observava um quadro de uma rosa. – Argh. Como eu gostaria de ter a minha camiseta Morte a Barbie agora.


Dino e Hermione soltaram risadinhas, mas Travis estava compenetrado demais na busca para prestar atenção no desgosto da punk pela boneca com qual todas as menininhas de hoje brincam.


Eles percorreram mais alguns corredores, revistaram mais alguns quartos até que finalmente um cheiro de ovo queimado invadiu lhes as narinas.


Havia uma abertura que dava para a cozinha coberta de azulejos azuis e brancos. Lá dentro, haviam cinco pias entulhadas com louças limpas, mas que ainda não foram guardadas, uma geladeira que ia até o teto e tinha a largura de um Cão Infernal, três fogões, dois pareciam cozinhar sozinhos enquanto no outro uma garota, de avental branco sobre um vestido de baile e usando uma touca de pano sobre o cabelo, tentava cozinhar, mas, aparentemente, não tinha jeito nenhum para a coisa.


_ Ah, qual é. Nem um ovo? – disse um homem que estava sentado em uma bancada de mármore preto. Ele tinha a expressão de desafio.


_ É. Nem um ovo. Eu já lhe disse que não sei cozinhar, Rufos. – ela cruzou os braços e deu um sorriso zombeteiro.


_ É bom que aprenda, quando fizer dezoito vai voltar para cá e ser minha criada, fazer tudo o que eu quero.


Ela riu. Uma risada debochada e, entre as risadas, disse algo como:


_ Espere sentado.


O comentário não pareceu agradá-lo muito.


_ Quando você nasceu, seu avô prometeu você para mim. Não há como escapar.


_ É claro que há! – a garota deu um sorriso. – Foi ele quem prometeu, não eu.


De repente, um raio atingiu a bancada de mármore, dois centímetros de distancia da mão de Rufos.


_ Você anda provocando o Vovô? – o homem perguntou, mas não debochava, ele parecia assustado.


Travis e Thalia entraram correndo na cozinha correndo. O homem sacou a espada e atacou o filho de Hermes, mirando seu braço direito, o que portava a espada, mas o garoto esquivou-se e, em um movimento rápido, atingiu o punho da espada do inimigo. Infelizmente, não conseguiu derruba-la, teve que recuar um pouco.


_ O camarada tem as mãos fortes. – Travis comentou com Thalia.


A garota aproximou-se de Rufos e conseguiu derruba-lo no chão com um golpe rápido em sua perna direita, o que fez com que ele largasse a espada.


_ Arrr. – ele rugiu de dor, mas não ficou se agonizando por muito mais tempo, conseguiu jogar Thalia no chão com a rasteira mais rápida que os semideuses já viram.


_ Ok. Até agora, mãos fortes e pernas ágeis. – Travis comentou aturdido. – Será que tem cérebro?


_ Não só cérebro como orelhas. – Rufos falou em sua voz grossa. Ele procurou a espada no chão, encontrou-a rapidamente e começou a se erguer.


O filho de Hermes tentou atingir-lhe com um golpe em sua retaguarda, que foi facilmente desviado pelo cara. O garoto foi surpreendido com um soco no rosto que o atirou longe.


_ Travis! – a garota, Roxanne, correu na direção dele, que estava inconsciente e sua boca sangrava.


Agora, o alvo de Rufos tornou-se Thalia, mas antes que ele pudesse levantar sua espada, foi atingido por um raio vermelho:


_ Estupefaça! – Dino estava na porta da cozinha, com a varinha em punho. Hermione estava ao seu lado com um olhar de apreensão, mas logo sua expressão suavizou. Rufos estava, agora, desacordado em um buraco, feito pela força de seu impacto na parede.


O bruxo se aproximou e ajudou a filha de Zeus a se levantar.


_ Legal. – ela comentou olhando para o homem desacordado. – Hã... obrigada, Dino.


_ Não há de quê.


Hermione agachou-se ao lado de Roxanne, que analisava o filho de Hermes com atenção.


_ E então? – perguntou.


_ Vai ficar bem. Talvez demore um pouco para esse fermento da boca cicatrizar. Um pouco de gelo ajudaria. – Roxy se levantou e foi até a geladeira gigante. – Será que poderia coloca-lo sentado, isso ajudaria muito.


A bruxa fez o que foi pedido e a outra trouxe uma compressa de gelo e colocou-a sobre o ferimento.




_ Temos que sair dessa ilha. – Gina comentou baixinho com Annabeth, as duas observavam Percy, Harry, Rony e Nico se derreterem sobre Calipso. Posso assegurar-lhes quem nem uma delas estava muito contente com isso ou tivesse alguma vontade de ser simpática com a filha de Atlas.


_ Concordo. – a loira disse irritada.


O grupo seguia em direção à cozinha, sem muita pressa. Calipso parava o tempo inteiro para admirar a decoração de sua casa.


Finalmente, os sete alcançaram a entrada do cômodo.


_ Ahhhhhh! – a garota de cabelos caramelo gritou quando viu sua preciosa cozinha destruída. – Ah!, Rufos!


Ela correu e se sentou perto do homem, fazendo-lhe carinho na bochecha.


_ Roxy! – Annabeth e Gina sorriram, mas aí avistaram Travis.


_ O que houve com ele? – Rony saiu do transi por Calipso.


Thalia apontou para o homem desacordado.


_ Hã... Calipso... – Percy começou. – Da última vez que vim aqui você não tinha essa casa e ele não estava aqui.


_ Bem, - os olhos da garota fuzilavam todos ali presentes. – depois que você se foi, Rufos, que é filho de Ares, apareceu e, diferente de todos os outros, quis ficar aqui comigo, para sempre. Nos casamos – os garotos engasgaram. – e, como presente de casamento, recebi dos deuses essa bela casinha.


_ Você está casada? – o filho de Poseidon olhou-a incrédulo. – E ainda quis me dar aulas particulares de dança?


_ É que eu ainda amo todos os heróis que por aqui passaram, destemido. Não se esqueça que sou amaldiçoada. A única diferença, é que eu amo Rufos mais do que amo todos os outros. E, por causa disso, não fico nem um pouco feliz quando machucam o meu marido.


Ela estalou os dedos. A comida que se fazia sozinha e os pratos que se limpavam sossegaram. E, de repente, espadas bem afiadas se erguiam no ar sozinhas.


_ Esses são meus soldados invisíveis. Darei a vocês um minuto de vantagem, por Percy. – Calipso disse friamente. – Sumam dessa ilha.


_ Como? Não temos transporte. – Harry falou.


_ Apenas, sumam.


Todos saíram correndo para a praia. Roxanne e Thalia ergueram Travis e carregaram-no atrás dos outros.


_ E agora? – Nico perguntou preocupado, pois já haviam algumas laminas enfurecidas a vista.


_ Vamos aparatar. – Rony respondeu de prontidão.


_ Brilhante. – Hermione sorriu. – Mas não sei se conseguirei levar todos... hum... inteiros.


_ Só faça logo! – gritou Gina.


Todos deram as mãos e Hermione se concentrou. No momento seguinte, eles haviam sumido.


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Notas finais do capítulo

Rewiens??



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