Back To The Dream. escrita por Jajabarnes


Capítulo 10
Andrew.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se demorei! Segunda tentativa de postar esse cap!
Espero que gostem!



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POV. Nicolas.

            Após aquele momento indescritível no riacho nós prosseguimos com a viagem. A noite caiu e nenhum sinal de civilização, apenas Lucia, eu, Trovão e Relâmpago (nomes que demos aos nossos cavalos em meio em uma divertida conversa sobre o clima), e as arvores. Eu admito, estou completamente apaixonado pela Rainha Lucia, ou como eu preferia, pela doce e cativante Lucia Pevensie. Percebi esse novo sentimento há um bom tempo, mas me faltava coragem para dizer isso a ela, ou melhor, medo de estragar nossa amizade. E, para minha completa felicidade e euforia, eu era correspondido!!!

            - Seu sorriso está ofuscando o pôr-do-sol, Nick. – Lucia riu sentando na relva ao meu lado, seu rosto iluminado pelo laranja do sol poente a meia luz, esboçava um leve sorriso e um par de belos olhos brilhantes. Eu apenas ri com o comentário dela, baixando o olhar para a relva.

            - Só estou pensando em como vou fazer para fugir do Pedro e do Edmundo quando eles souberem. – eu ri. – Se bobiar até Caspian vem atrás de mim.

            Lucia gargalhou.

            - Não, não. – disse ela se recuperando dos risos. – Caspian não é tão ciumento e super protetor assim, a não ser se tratando da Susana. Pedro tem que entender que eu não vou ser criança para sempre e Edmundo não pode reclamar, afinal, ele está namorando a sua irmã e você permite.

            - Mas a Naty é mais velha e... – só aí me dei conta do que ela havia dito. – E-estamos na-namorando? – gaguejei. Ela uniu as sobrancelhas.

            - Estamos não é? – perguntou confusa.

            - Não sei. Estamos?

            - Bom, acho que sim...

            - Então espera aí! – falei me levantando.

            - O que foi? – ela levantou junto.

            - Isso tem que ser feito direito. – disse. Lucia me olhava mais confusa. Então eu me ajoelhei, segurando suas mãos, e, olhando em seus olhos, perguntei: - Lucia Pevensie, você daria a honra de ser minha namorada?

            O sorriso que se formou em seus lábios quase lhe furou as bochechas. Lucia jogou-se em meus braços, laçando os seus em meu pescoço, abracei sua cintura enquanto a ouvia responder.

            - Sim! Sim! Sim! – então me beijou. Nesse beijo selamos nosso compromisso.

[...]

               Na manhã seguinte retomamos nossa viagem. Pouco antes do meio dia chegamos a um vilarejo. O nome “Portiel” ocupava o arco que adornava a entrada do lugar. As casas subiam ladeira acima, ao pé da montanha, não havia muitas ruas planas para o trafego de cavalos e carruagens, noventa por cento das vias eram pavimentadas por degraus de pedra, por isso deixamos os cavalos ali na entrada e seguimos a pé pelas escadarias.

            Alguns habitantes por quem passávamos reconheceram Lucia das historias antigas, eles fizeram reverencias a ela encantados em vê-la e algumas crianças trouxeram uma ou duas flores para ela, cada. Logo mais crianças a cercaram e Lucia dava atenção a cada uma delas. Enquanto eu permaneci mais afastado, próximo às casas, debaixo da sombra formada por elas, observando o sorriso sincero e atencioso de Lucia enquanto recebia mais e mais flores e carinho. O sol suave a iluminava enchendo seus cabelos e fazendo seus olhos ficarem mais claros que o normal. Nem me dei conta de que mal piscava observando-a com um sorriso nos lábios.

            - É uma bela moça. – uma voz rouca e masculina soou ao meu lado. Olhei para lá e vi um ser completamente coberto por um manto escuro, tendo o rosto escondido na escuridão do capuz. – O senhor tem sorte. – falou com a voz fraca, sem olhar para mim, olhando Lucia. – falou com a voz fraca, sem olhar para mim, olhando Lúcia. – O senhor é o único que acompanha a Rainha?

            - Sou, por que? – perguntei desconfiado tentando entender qual a daquele cara. Então ele olhou para mim, virando a cabeça lentamente. Na escuridão do capuz pude distinguir um semblante sério e prateado. Uma máscara.

            - Isso foi um erro. – disse ele.

            - Isso o que?

            - Terem se separado dos outros. Agora vai ficar mais fácil para ela... – ele falava com sigo mesmo, mas logo voltou a falar comigo. – Devem voltar para perto dos outros, vocês estão correndo perigo!

            - Do que você está falando? – perguntei agoniado.

            - Dela! Ela quer mata-los!

            - Ela quem?!

            - A Dama...

            - Nick? O que está acontecendo? – Lucia se aproximou de nós assim que as crianças foram se dissipando pelas escadarias do vilarejo. Com a chegada dela o homem parou de falar baixando a cabeça. – Quem é você? – perguntou ela, docemente.

            - Andrew, majestade. – ele fez uma reverencia ainda de cabeça baixa.

            - Um prazer conhece-lo, Andrew. – ela deu um leve e simpático sorriso. – Do que vocês estavam falando? – olhou para mim.

            - Ele disse que estamos correndo perigo. – respondi. As sobrancelhas de Lucia se uniram.

            - Eu vim avisá-los, majestade. – Andrew disse, erguendo a cabeça lentamente.

            - Avisar sobre o que?

            - Venham, não é seguro conversar aqui fora. – ele adentrou por um caminho estreito entre duas casas atrás de nós, um beco. Lucia deu passos para segui-lo, mas segurei seu pulso delicadamente.

            - Talvez não seja confiável. Ele mesmo disse que estamos correndo perigo, quem sabe ele não está nos levando para uma armadilha?

            Lucia pareceu pensar.

            - Vamos, temos que ser rápidos! – Andrew avisou.

            - Como vamos saber se você é confiável? – Lucia perguntou a ele.

            - Juro por Aslam que quero ajudar. – garantiu. Foi o suficiente para nós irmos com ele.

            Andrew nos levou por vielas estreitas, subindo e descendo degraus, nos afastando cada vez mais do vilarejo. Então ele entrou em uma das poucas casas que restavam, por uma porta pequena de madeira. Até Lucia teve que se curvar para passar por ela.

            Eram apenas quatro paredes, somente uma porta e uma pequena janela. Havia ali uma cama improvisada no chão, um fogão a lenha, uma pequena chaminé e uma mesa baixa rodeada por almofadas.

            - Sei que devem estar acostumados com o conforto do palácio, mas é o que tenho. Fiquem à vontade. – disse Andrew. Lucia e eu nos sentamos no chão ao redor da mesa baixa onde Andrew logo se juntou a nós, servindo-nos o almoço. Ele não falou nada durante esse tempo e, depois de trocar um olhar com Lucia, decidi falar.

            - Então... Quem é essa tal Dama?

            Andrew demorou alguns segundos, mas respondeu.

            - A Dama do Vestido Verde. – contou ele. – Quem raptou o Rei Rillian. Ela quer dominar Narnia, por isso seduziu Rillian, para tirá-lo de seu caminho deixando o reino vulnerável.

            - Tirá-lo de caminho...? Então quer dizer que ela o matou?! – Lucia questionou. Andrew negou.

            - Ele ainda está vivo... Preso e enfeitiçado, mas vivo.

            - Como você sabe? – perguntei. Ele suspirou, desviando o olhar.

            - Eu... Eu ajudei a captura-lo. – falou com o remorso fazendo eco em nosso silêncio de choque.


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Notas finais do capítulo

Capítulo dedicado à Julia Henley qye deixou a primeira recomendação da fic! Muito obrigada mesmo! Gente, podem seguir o exemplo dela, viu? Sem medo de ser feliz!
Beijokas!!