Tinha já se passado mais um dia, e hoje, era o dia do baile.

DIA DE TRAGÉDIA GREGA! FUJA PARA AS COLINAS SE PUDER! POR QUE EU NÃO TENHO COLINAS PERTO DE MIM! Só a roupa empilhada no chão.. mas isso... não é uma verdadeira colina... pelo menos eu acho.

– LIZA! – Annie chega gritando no quarto

– MEU DEUS GURIA! QUANTAS VEZES TU VAI FICAR REPETINDO ISSO?! – eu disse gritando rindo.

– tá... em fim, olha, eu tenho isso aqui pra ti, é presente.

– ãhn.. o que é isso? – eu via uma caixa baixinha branca, meio comprida, com laços vermelhos.

– abra

– Obrigada Annie.. de qualquer forma.

– não é pra mim que você deve agradecer – ela disse sorrindo, e logo deu as costas, e saiu do quarto.

– só pode ser obra do meu pai – fiquei falando sozinha.

Abri a caixa, e eu via um tecido azul escuro.

Tirei com cuidado da caixa.. PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA!

Falei que, quando eu era pequena, eu tinha ganhado um urso de aniversário, mas quando eu fui tirar da caixa.. eu arranquei a cabeça dele... incrível né?

Mas em fim...

Eu tirei da caixa, e era um vestido, lindo, era cheio de bainhas com volume, pelo cumprimento, vinha até metade das coxas, e tinha pequenas alças finas, que o sustentavam no corpo.

Era perfeito.

Parece que seria um convite de baile, mas, porque meu pai continuou com essa ideia?

Que legal... arranjou um menino para ir ao baile comigo, eu pensei que aquela conversa que eu tinha tido com ele não era séria!

Poxa vida.

Tá, foda-se

(...)

Annie, corria energicamente louca, no quarto, fazendo os últimos retoques, os últimos ajustes, à sua roupa.

– Como eu estou? – ela dizia sorrindo, com o cabelo preso em um coque, meio bagunçado, a maquiagem só nos olhos, fraca, que deixava a beleza natural, e o vestido, um florido discreto, com um cinto na cintura, de elástico preto, o vestido era tomara que caia, a saia era meio cheinha, e era linda.

– isso... é coisa que o Cody, deve dizer. – eu sorria – você tá linda, e não tem nenhum erro, agora... vá!

– você vem, né? – ela dizia. Quase saindo porta afora.

– sim

Ela fechou a porta, eu me levantei e fiquei de frente ao espelho, me olhando, com o vestido azul escuro, o cabelo vermelho preso atrás, muito bagunçado, e com a frança sobre o olho direito.

Eu já estava pronta.

Só faltava a coragem, e isso... eu tinha de sobra

(...)

Cheguei no baile, tudo em cores vibrantes, os alunos dançavam alegres, com os seus pares.

A música era ótima, e realmente embalava.

Tinha a mesa com guloseimas, e bebidas... sem álcool.. claro...

Peguei ponche, numa “bacia” de vidro, aquilo cheirava a álcool, mas não havia álcool, tinha cor de gelatina, mas... não era gelatina, ... eu to tendo alucinações.

Eu não deveria ter vindo, ARGH

Me sentei na arquibancada, e vi que até as irmãs putas tinham par.

Cara... eu to fodida.

(...)

Avistei Annie, dançando com Cody, sorrindo junto com ele.

Ele encostou o nariz junto ao dela, e olhava nos olhos dela.

Perfeito.

Ela sorriu delicadamente.

E colocou suas mãos no rosto dele.

Ela certamente estava muito nervosa.

Eles ficaram sérios.

E aí... aconteceu...

A coisa mais besta, que poderia ter dado.

Ele jogou ela no chão, e começou a pisoteá-la , falando – SUA VADIA!

Não... brincadeira, eu que to imaginando isso, para a minha “felicidade”

Ele não chutou, não pisoteou, muito menos jogou ela no chão, e muito menos chamou-a de vadia.

Ele a beijou.

(...)

P.O.V – Cody

Dia anterior...

Eu estava nervoso, eu não tava conseguindo pensar direito. Aquela garota me deixa louco!

É, como se a vida não tivesse mais sentido... “quando ele era perfeito, e cor de rosa – Megamente” nossa, viu?

Eu cheguei na quadra, e avistei Annie e Liza, falando sobre... namorados e tal, eu fiquei meio escondido, mas, eu não queria escutá-las, apenas observar.

Eu via Annie rindo, e me dava vontade de rir, mas, ninguém iria entender um menino, olhando para duas meninas, rindo sozinho... certo?

Iria parecer... loucura.

Mas, eu queria ter a puta vontade de convidá-la pro baile.

MAS EU NÃO TENHO CORAGEM! Argh, Cody seu puto.

Eu ia tomar a iniciativa, eu ia...!

Mas eu não fui.

E quando, eu finalmente tomei coragem, elas levantaram, e eu... saí correndo. Trouxa.

(...)

P.O.V – Cody

Pouco tempo antes do baile...

Era a hora perfeita.

Ela, sozinha. A Liza estava muito à frente dela.

Eu saí correndo, era agora, ou nunca.

– Annie!...

(...)

Ela estava perfeita, linda como sempre.

Ela olhou para mim, e deu um lindo sorriso.

– e ai.. como estou? – ela disse envergonhada.

– Está perfeita. – eu disse sorrindo. – vamos dançar?

– Claro.

Eu segurei sua mão, e fui levando-a até o centro do baile.

Segurei em sua cintura, e ela pôs as mãos sobre meus ombros.

Dançamos, trocávamos olhares. E meu coração martelava no peito.

Até que, se acalmou, tudo em volta parou de se mover, olhei para seus lábios.

E a beijei, ela retribuía, e eu a beijava mais ainda.

(...)

P.O.V - Liza

Se eu já não havia perdido as contas de quantos copos de ponche eu já tinha tomado, eu tomei 6 copos.

Olha.. eu acho que me perdi na conta... mas tudo bem.

O baile, estava começando a esvaziar, depois de um tempão, .. é que eu acabei pegando no sono... não pude evitar.

Fiquei olhando os últimos alunos começarem a sair do baile.

E eu fiquei ali.

Completamente sozinha.

Sem ninguém.

Só esperando a ultima musica do baile tocar

Eu olhava para os lados e nada.

Olhei para a porta da frente da quadra, e vi.

Um menino de paletó preto, todo certinho, não via seu rosto, e nem estava fim de ver.

Aí eu pensei, obra do meu pai.

Porra, ninguém mandou ter um pai chumbrega.

Baixei a cabeça, tentando não demonstrar vontade de dançar, pelo menos uma vez.

Eu olhava para os meus pés, sentada, na cadeira com tédio.

Eu vi, que a “pessoa de paletó” sentou ao meu lado, pelos pares de sapato ao lado dos meus.

– nossa, eu gosto muito dessa musica – ele dizia, eu não escutava o timbre de sua voz, pois a musica estava alta. – você me daria a honra de dançar esta música com você?

– não – eu não estava afim, de dançar com uma pessoa desconhecida, principalmente um menino. Aliás, eu acho, que ficar olhando meus pés era um pouco mais legal.

Ele me puxou pela cintura, eu logo olhei para ele indignada, e parei.

Meu coração parou.

Minha circulação.

– tem certeza Liza? – ele me olhava, eu não me aguentei e sorri demais.

– PETER!ai meu deus!

Ele ia me puxando pela cintura até o centro da quadra.

Meu corpo inteiro formigava, agoniava, pulava, eu estava feliz demais.

Ele segurava minha cintura com calma, e eu seus ombros.

Ele me olhava profundamente nos olhos, e eu nos dele.

Eu estava apaixonada pelo cara mais foda do mundo.

Ele sorria, seu cabelo estava ajeitado.

Eu o abracei, forte, eu não pude me conter, toquei no seu cabelo, senti seu cheiro, sua pele, era tudo perfeito.

– eu estava com saudades. – ele dizia cautelosamente em meu ouvido.

– eu, mais ainda. Muito mais ainda. – eu dizia, sentido que eu ia chorar, MAS EU NÃO IA!

– você está perfeita.

– e você também.

Recuei, um pouco e olhei seus olhos.

Eu olhei para sua boca, e para seu olhos, eu não podia conter.

Vi que ele olhava meus lábios.

Chega...

Coloquei meus lábios aos seus, eu sentia a sua respiração contra a minha, meu coração acelerava cada vez mais, e eu o beijava, com o sentimento mais perfeito.

Já, existido, em mim...