- Peter! – eu sentia meu estomago contorcer de saudade. – como tu tá? Tá tudo bem?

- sim, calma Liza. Eu te acordei? – ele perguntava.

- sim, mais não tem problema – eu ia chorar... não!

- aqui é maravilhoso, como eu queria que você estivesse aqui

- é... – não Liza, não Liza!

- bom, pelo menos é um dia a menos que eu fico longe de ti... certo? – ele perguntou – Liza?

- ...

- não, não chore, por favor não! – ele dizia

- eu.. não consigo... – é... eu chorei

- não chore, se não eu voltarei hoje ainda, mesmo que minha mãe me tire daí!

- que?

- sim, é que, se eu não viajasse, ela teria que me tirar do internato, por sei lá que motivos

- mais, como que tu vai estudar? – eu estava conseguindo falar, mais várias lágrimas escorriam no meu rosto.

- é, pela internet e tal, uma coisa bem louca!

- ...

- Liza? Posso pedir, dizer uma coisa?

- sim, até duas

- liga o teu computador.

- mas.. eu não tenho...

- então procure na mochila, mais... rápido!

Coloquei meu celular entre o ombro e a bochecha, e abri minha mochila, ali dentro, tinha um notebook, pequeno, preto.

Ajeitei-o e o abri.

Logo, vinha uma imagem de Peter.

Por uma webcam... FODA!

- Peter! – eu disse feliz.

- olá – ele dizia com vergonha, me olhando pela webcam – você está inchada!

- ãhn... não é nada.

- bom, pelo menos eu posso vê-la pelo menos uma ultima vez.

- que? Você vai morrer?

- não!, é que, só é possível fazer essa conexão uma vez, então... eu usei ela, por que, ....

- por que?

- por que... eu queria te ver, de novo. Eu ...

- você? – eu já sorria.

- eu, já sinto muito a sua falta.

- muita mesmo? – eu sorria muito muito muito.

- muita mesmo. – ele sorria envergonhado, até que ele olhou para um canto, e seu sorriso desabou...

- Peter?

- Liza, ãhn... eu vou ter que desligar...

- não!

- me desculpa. Mas, nem ligar, eu acho que vou poder mais...

- Peter! Por que?!

- eu... não tenho, a resposta – desceu uma lágrima no rosto de Peter.

- Então, até mais Peter. – eu disse chorando.

- sentirei sua falta Liza.

- eu mais ainda.

(...)

“Caro sofrimento, me livre dessa mágoa e pare de tentar me deixar enxada e com dor de cabeça todas as noites, me deixa sem ter NOITES EM CLARO, por causa daquele merda sem fim. EU TO SOFRENDO PORRA DAVA PRA PARAR OU TÁ DIFÍCIL?! Eu gosto do Peter, mas do jeito que tá!, não tá fácil.”

Eu não acredito, já se passaram dois meses.

Sem nenhuma ligação, ou até mesmo uma mensagem, AQUELE VIADO, aaaahhh que raiva!!!!

FILHO DA SALLY!

Que saudade...

- Liza! Liza! Olha o que eu descobri hoje!

- Que foi Annie, fale E ME DEIXE ALEGRE QUE NEM OVELHA COMENDO PASTO!... pasto? – levantei os braços para o alto, sorrindo.

- Sim sim! Vai ter um baile de inverno! Ai ai ai! – ela dizia animada.

- é? Que bacana! Como vai ser? – eu perguntei curiosa

- eu vou ser uma das que vão organizar e tal!, tipo, que ótimo! É um baile, mesmo mesmo mesmo, tipo, você é convidada por um garoto e essas coisas!

- tá... dá pra parar de ficar “repetindo” as coisas? E tipo, você, vai com quem?

- .. nem sei! Magina, não imagino quem eu quero que seja... – ela dizia rindo, até que ela parou – e você Liza?

- Como as pessoas amam me deixar pra baixo! Nossa cara, adoram fazer isso! – eu dizia irônica. – eu não sei Annie, eu realmente não sei, ainda resta muito tempo pro Peter voltar.

- Nossa, alguém anda fazendo as contas por aqui!

- aah, você parece que não entende mesmo.

- Calma Liza, eu darei um jeito, eu prometo.

- Não Annie, não prometa o que você sabe que não pode cumprir! Por favor, não diga isso, não faça com que eu tenha esperança dele voltar tão cedo, por que eu sei que vai demorar. Ou voltar a tempo desse baile – eu já estava com a garganta fechando, e não conseguia mais falar.

Ela virou, de cabeça baixa, e saiu do quarto.

(...)

Chega! Estou cansada dessa vida podre! ARGH, chega de depressão, chega de POTES E POTES de sorvete de chocolate... por favor!

Vamos arrumar alguém que possa ir no baile comigo, falar com os meus novos amigos de vez em quando é bom também, ENTÃO CHEGA DE CARETICE!

O que eu ia fazer mesmo?...

(...)

- Vergil... e ai garotão... como vai a mulherada? – eu chegava perto, a ponto de escutar Mylo perguntando isso pro.. pesadelo do Vergil.

- Sei lá cara... tudo muito confuso e estranho.

Parei, queria escutar mais... não é sempre que temos algo de bom... muahahaha!

- Mas, é, quem você vai convidar para o baile? – Mylo perguntava.

- Sei lá, não conheço nenhuma garota que me de alguma vontade de convidar. – ele pensava. – e outra, baile é pra garotinhas...

- Mas tem a Liza – CLARO! POR QUE NÃO? ... zilhões de pessoas no mundo, e ele foi pensar bem em mim, AGORA... CAIA UM RAIO EM CIMA DA MINHA CABEÇA!... não? Tá bom então

- Não! Não viaja cara... ela é... só minha conhecida, e além disso ela é bobona demais, e ia estragar a minha bela e foda popularidade.

- Claro, popularidade bem alta a sua! – eu disse com as mãos na cintura. Literalmente, eu não estava nos dias para ser boazinha... FUDEU!

- Liza? O que você quer garota? – Vergil disse virando-se pra mim.

- Encher o teu saco! Não viu não? Fudido! – eu dizia braba – Agora, eu posso saber o porque, de terem dito meu nome? Ou tá difícil?

Eles arregalaram os olhos, sem ação, acho que eu nunca tinha visto esse meu lado irritante.

- Calma Liza, ninguém tava falando mau de ti não, calma aí. – dizia Mylo.

- Tá ok, então eu to vazando – eu disse, mudando completamente de ideia, eu não... quero ir nesse baile idiota.