Crônicas De Forks II - Incondicional escrita por Débora Falcão


Capítulo 6
Armadilha




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Eu tive a ligeira impressão de que eu não ia gostar muito daquilo. Eu estava no meio do território Cullen, nas florestas do entorno da mansão. E eu estava sangrando. Bem, esta parte foi idéia de Jasper, Esme não concordou mas me prontifiquei. Claro, Edward disfarçou bem, fingindo que não sabia que eu estava pensando justamente em como ele ficou enlouquecido com esta idéia quando a isca era Bella, em Eclipse, mas agora a aceitava com naturalidade. Eu realmente fiquei ressentida? Talvez não. Eu queria tanto quanto eles parar essa vampira.

O problema era detectar sua chegada. Ela era uma vampira silenciosa para mim, não para os vampiros, mas seu cheiro era o cheiro de lobos. E os lobos estavam lá, por toda a parte, escondidos, prontos para atacar em momento oportuno. Todos estavam fora do rastro da vampira, longe o bastante para isso. Todos estavam em sua forma de lobo, para que Seth lhes desse o sinal de que poderiam vir. Seth era o único que estava com os Cullen. A idéia era simular que teriam sido pegos de surpresa. Eu estava lá no meio do fogo cruzado, somente para servir de isca. Qual a desculpa? A mais idiota de todas: eu decidi acampar e me dei mal.

Meu celular propositadamente estava sem funcionar, minha barraca de camping destruída por algum animal - bem, por Emmett na verdade, mas ele fez um ótimo trabalho de urso - e minhas roupas rasgadas e eu machucada. Meu desespero não era exatamente mentira ou fingimento. Eu estava esperando a criatura, a mulher que viria me pegar.

Os Cullen tomaram as mesmas medidas que a mulher. Usando roupas dos lobos, torciam o nariz para o próprio cheiro, mas se esconderam na mata, bem longe o bastante para seu cheiro se confundir com rastros, e não com presenças.

Eu ouvi um sussurro. Mas nada de passos, nem folhas se mexendo, nada. Até mesmo os grilos e insetos pararam de fazer barulho. Silêncio total. Era ela, eu sabia. Ela estaria ali.

Eu comecei a rezar para que Edward ouvisse meus pensamentos à distância que estava e conseguisse chegar a tempo de me salvar. Ou eu seria o jantar.

Foi quando ouvi a movimentação. Uma correria pelo mato, mas eu não conseguia enxergar nada. Não vi ninguém. Silêncio.

"Quem está aí?"

A pergunta era meio idiota e óbvia, mas não me contive, eu não estava fingindo medo. Eu estava apavorada. Foi quando os Cullen começaram a aparecer.

"Ela fugiu" disse Edward.

"Como assim?" eu perguntei, olhando pra mim mesma, me sentindo personagem de filmes do Jason. Aqueles que se dão mal.

"Ela largou Sam na mata e fugiu. Ela descobriu nosso plano. Não é tão previsível assim. Mudou de idéia na última hora, deixou Sam e correu. Nós cercamos Sam, pensando que fosse ela. Até que ele se transformou, e Seth nos avisou." disse Emmett.

"Eu senti os pensamentos de Sam" disse Edward, "mas como não posso sentir os dela, não podia saber se ela estava ou não com ele."

"Mais uma vez ela fugiu." Jasper disse.

Os lobos foram se aproximando, junto com Sam.

"Sam está dizendo que ela vai voltar." disse Edward. "O plano dela é pegar a mim e a Alice. Mas ela não vai ser óbvia."

"Como você sabe disso?" perguntei olhando para o grande lobo negro. Ele olhou para mim, e Edward traduziu seus pensamentos.

"Foi um recado que ela mandou." O lobo se virou para os Cullen. "Vocês não perdem por esperar."

E então, Sam deu meia volta e correu, os lobos em seu encalço. Jasper ficou totalmente afastado de mim, Alice o levou. Seth, já em sua forma humana, me tomou nos braços.

"Traga-a para nossa casa, para que possa se lavar antes de ir." convidou Esme.

"Não se preocupe" disse Seth. "Vamos para nossa casa. Além do mais, é melhor não, no estado em que ela se encontra."

Dei uma cotovelada em Seth, achei que ele foi indelicado. Mas Esme apenas sorriu, e concordou.

"Bem, somos o que somos, mas já estamos acostumados."

"Não o soldado ali." disse Seth, apontando o queixo na direção em que Jasper se foi. O que lhe rendeu mais uma cotovelada.

"Vamos embora" disse Seth, "antes que você fique com o cotovelo roxo."

E partiu em disparada para a reserva, comigo nos braços.

"Sim, nós vamos" eu falei. "Mas teremos que voltar para lá. Preciso escrever tudo. Preciso estar no olho do furacão, do contrário, não poderemos desfazer o que quer que aconteça de errado."

"Você precisa estar viva. E no momento, precisa de um bom banho e de descansar."

E cortou o papo. E eu simplesmente adormeci em seus braços.


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