- Isso é muito legal – sorriu o loirinho – Eu to dentro, com certeza.

- Bem, se esse cabeça oca vai ficar alguém tem que tomar conta dele – disse Ino – então eu fico, principalmente porque eu não sou uma miserável medrosa – disse olhando agora para a rosada que até um segundo atrás apertava as próprias mãos nervosamente e mantinha uma expressão assustada no rosto, que logo se desfez.

- Se até essa ai fica, eu também to dentro – soltou as mãos e abriu um sorriso de desafio, meio debochado – logo que também ..

- Certo, vocês duas já iam brigar, mas deixem isso para mais tarde – disse Hinata meio cansada – Eu e Sasuke também vamos ajudar.

- Vamos? Por quê? – disse o moreno.

- Vamos sim, esse inútil tem de ser detido, ele é pode-se dizer meio culpado pela vida que levamos, principalmente dos olhares dos nossos pais, e se não fosse por ele tio Hizashi poderia ter tido uma vida mais saudável e ainda estaria vivo, devemos isso a nós, a Neji, e a Tsunade e Jiraya.

- Certo, mais – agora ele foi interrompido pela prima.

- E também é melhor ficar aqui do que na Inglaterra com aqueles idiotas certo? – disse Hinata sorrindo de lado, sabendo que contra isso, Sasuke não teria argumentos.

- Tsunade, Jiraya, contem com a gente – disse Sasuke rapidamente. Depois todos direcionaram seus olhares ao ruivo, que ainda não havia se pronunciado, ele notou isso, respirou fundo.

- Eu que não vou ser o estraga prazeres. Eu também estou nessa. – disse Gaara.

- Otimo – Tsunade sorriu aliviada – agora vamos comer algo e depois continuamos, sei que devem ter mais perguntas e então será explicado como funcionará os treinamentos.

Todos se dirigiram para a sala de jantar, comeram algo que Tsunade e Kurenai prepararam rápido, conversaram pouco e apenas sobre banalidades logo já estavam todos na sala novamente.

- Quem quer começar com o bombardeio? – disse Jiraya divertido.

- Eu – disse Sasuke, recebendo um gesto do mais velho para que ele continuasse – a nossa modificação genética foi passada de nossos pais, para nós, mas só estamos nós aqui, porque os outros filhos deles não estão aqui, como Itachi e Neji.

- Ah isso, sim. Nós não simplesmente escolhemos aleatoriamente entre vocês e seus primos e irmãos. O gene que vocês tem é do tipo recessivo, então não se manifestou em todos. – disse Tsunade.

- Recessivo? – perguntou Naruto, meio na duvida, fazendo metade dos presentes revirarem os olhos.

- Francamente, como você passou do primeiro colegial. – disse Ino sarcasticamente.

- Naruto, você já viu sobre isso só não deve se lembrar, vou te dar uma explicação mais simples, - disse Sakura, pacientemente – genes recessivos são genes que para serem “ativados” precisam estar em dupla, pense assim duas letras ‘a’ e ‘b’, sendo ‘a’ o nosso gene modificado, e ‘b’ um normal. Nossos pais, deveriam ter apenas um ‘a’, com isso o gene não se manifestou neles.  Mas quando eles cruzaram – ela fez uma careta – os seus descendentes poderiam ser ab,ba,bb, ou aa, esse ultimo, aa, somos nós os afetados pelo gene. Entendeu?

- Claro, claro, eu me lembro disso – disse o loiro sorrindo meio envergonhado.

- Então está explicado o porque de Itachi, Kankuro, Temari, Neji, Hanabi e Karin não serem afetados, outra pergunta?

- Porque a marca no pescoço dela? – perguntou Ino, apontando para Anko, se lembrando que anteriormente quando Kakashi e Kurenai mostraram os olhos a morena mostrara o pescoço.

 - Eu respondo Tsunade – disse Anko quando a loira ameaçou começar a falar – eu disse que um dos objetivos de  Orochimaru é viver para sempre, e com isso ele percebeu que dificilmente o corpo dele, por mais que modificasse não aguentaria por muito tempo. Foi ai que ele começou a escolher entre as crianças as que mais lhe agradassem – disse meio seca – eu fui uma delas, a marca é para mostrar quais são essas crianças, que tiveram DNA modificado de Orochimaru implantado no corpo, para que assim quando ele precisa-se de trocas aquelas crianças seriam compatíveis.

- Trocas? – disse Ino meio espantada.

- Sim, trocas, literalmente, essas crianças marcadas não seriam enviadas a Akatsuki, ficariam ali até Orochimaru precisar para que então ele substituísse partes do seu corpo, como órgãos e etc. Eu era um dos braços direitos dele justamente porque estava com ele a bastante tempo, não fora enviada a organização, ficava ali e tinha acesso a papeis e assuntos, mas um dia achei uma pasta escondida que tinha informações dessas trocas e dos marcados, coisa que eu ainda não sabia, achava que éramos marcados porque Orochimaru queria nos diferenciar. Mas, não. E minha cirurgia para retirada de uns órgãos estava marcada para dali a quatro semanas. Foi quando eu fugi, e depois encontrei Jiraya.

- Minha vez, - disse Naruto – Já que eles também tem habilidades e sabem usar melhor que nós provavelmente, porque eles não são usados contra aquele louco ao invés de nós? Não que eu esteja reclamando. – disse sorrindo ao fim. Ele realmente estava animado.

- Porque, vamos dizer assim, lá eles eram os melhores no que faziam, então todos os conhecem e seria realmente fácil eles serem reconhecidos quando forem trabalhar disfarçados...

- Vamos trabalhar disfarçados ? – disse Ino, agora empolgada. Tsunade soltou uma risada curta e afirmou.

- Continuando, eles sendo reconhecidos tudo que planejamos iria por agua abaixo porque trabalhamos com informações que na grande maioria eles nos ofereceram, se virem, ou desconfiarem que eles estão contra agora, tudo seria reorganizado, eles iriam se mover, apagar pistas, mudar de lugares onde sabemos que eles trabalham e coisas do tipo. – continuou a loira mais velha.

- Além do que, eles saíram de lá para não trabalhar e nem se envolver mais nisso, o trato é que eles iriam treinar vocês, em troca vamos dar a chance deles recomeçarem em outro lugar, outro nome, outra vida, depois que vocês estiverem treinados. – disse Jiraya.

- É claro que também contamos que treinando vocês, conseguiram parar Orochimaru, porque o que passamos não desejamos a ninguém mais – disse Kurenai.

- Mais perguntas? – perguntou Tsunade.

- Por agora acho que não. – disse Sakura, depois de um tempo sem ninguém se pronunciar.

- Ótimo. Próximo tópico então, começaremos hoje mesmo com os treinamentos. – disse Tsunade - Mas antes vocês tem que entender uma coisa, vocês seis serão divididos e mandados para – ela pareceu pensar um pouco – missões, é, vamos chamar disso, as quais vocês serão escalados de acordo com as suas especialidades. Na maioria das vezes o trabalho será em conjunto, mas as vezes uns serão mais necessários e provavelmente ficaram mais em risco. – suspirou. – Kurenai? – a outra afirmou e entregou uma folha para cada um dos seis.

- Nessas folhas vocês encontraram uma espécie de horário dos treinos, os quais alguns vocês farão todos juntos, outros divididos em meninos e meninas e outros de acordo com a habilidade. – explicou a morena de olhos vermelhos.

- Qualquer duvida vocês falem conosco. Mas agora, eu acho que vocês estão atrasados, certo? – disse Jiraya. E logo os adolescentes antes sentados se levantaram.

- Sigam-me – disse Kurenai, e foi o que eles fizeram.

Começaram a andar pelos corredores da casa e perceberam que ela era maior do que pensavam.

- Aqui é bem grande – disse Kurenai, percebendo o olhar deles – tem poucos quartos justamente pela reforma que Tsunade fez, ela e Jiraya preparam essa casa pra receber vocês a um bom tempo, tem de varias salas de treinamento, a salas de lazer para vocês, como uma sala de musica e outra de dança. Mas a que vocês tem de ir agora é essa, entrem que eu vou esperar vocês aqui fora para levar vocês a primeira “aula” – disse a ultima palavra meio risonha.

Ao entrarem lá dentro eles viram que tinha seis boxes para se trocar de roupa e seis armários médios que estavam fechados, e num canto outra porta que levava a um banheiro menor que o dos quartos. Tinha uma parede com um espelho que cobria metade dela, uma pia com 3 torneiras, com umas tolhas dobradas numa prateleira.

- Olha, tem nossos nomes – disse Sakura, se aproximando de um dos armários, onde o nome dela estava.

- Olha tem umas roupas – disse Hinata, no seu armário, observando dentro e pegando uma das roupas – devem ser para o treinamento.

- Até que não são tão feios, meio apagados mas não tão feios. – disse Ino, olhando as pesas que consistiam praticamente em roupas de ginastica, shorts, calças, regatas, camisetas e só no das garotas, tops. A maioria em preto.

- Certo, roupas. Mas também tem essas coisas olha. – disse Naruto, mostrando protetores de ouvido, caneleiras, joelheiras e coisas do tipo.

- Depois a gente olha isso direito. Kurenai está esperando a gente. – disse Sasuke pegando uma bermuda preta, e uma regata branca. Entrando em um box, para se trocar. Logo seguido por todos.

Minutos depois estavam todos do lado de fora, os garotos com bermudas e regatas, as garotas de shorts, tops, regatas folgadas e cabelos presos, Ino no rabo de cavalo alto, Sakura um baixo, e Hinata um coque que acabou deixando cair umas mechas do cabelo repicado ao lado do rosto.

- Todos prontos, vamos. – disse a mulher mais velha ali. - Primeira aula, Asuma – armas.  – leu um papel em suas mãos, começando a guiar eles pelos corredores mais uma vez.

- Olá Garotos. – disse assuma quando chegaram em uma sala minutos depois, ele fumava, mas quando eles entraram ele jogou a bituca  num canto qualquer – Obrigada Kurenai – disse sorrindo de lado e piscando, ela retribuiu o sorriso e logo se retirou - vamos começar?! – disse ele apontando uma grande mesa com varias coisas em cima.

- Essas coisas são de verdade? – perguntou Ino.

- São, só as balas que por enquanto vão ser de borracha, não queremos acidentes né?- disse Asuma – Bem devo dizer que hoje infelizmente a aula vai ter uma parte bem chata. Mas vamos lá. Essas coisas aqui em cima são partes da arma, e eu vou dizer, esse é o cano ou tubo, tanto faz, aqui a câmara de expansão dos gases, a culatra, o sistema de disparo, sistema de segurança, sistema de mira, cabo ou dispositivo de ancoragem e por fim municiador ou se preferirem carregador.  – ele falou meio rápido, e depois viu a expressão dos “alunos” ali. – certo, de novo – foi quando ele repetiu mais umas quatro vezes que todos pareceram que iriam se lembrar. – Otimo, essa parte que pra dizer a verdade não é tão importante – riu um pouco da cara de estressado de Naruto e da desgostosa de Gaara e Ino – Bem, nos usaremos essas armas de calibre baixo por enquanto, - disse ele enquanto dava uma arma, desmontada, para cada um – essas são 22. São leves, baixo recuo e caso venha a acontecer um problema os danos são menores, pois são menos potentes. Certo e agora eu vou montar a minha devagar e vocês tentem me imitar – dito e feito. Sakura foi a primeira a conseguir, depois Hinata e Sasuke, Gaara, e então Naruto e Ino. – Otimo, e assim se desmonta – disse mostrando – agora remontem.

Depois de um tempo eles já estavam, quase, totalmente familiarizados com as armas, então Asuma os dirigiu ao lado oposto da mesa onde haviam divisórias e a uma certa distancia alvos coloridos. Distribuiu a eles protetores de ouvido e óculos de proteção.

- Ok, vamos lá, o objetivo são os alvos, e se algum de vocês conseguir acertar o circulo vermelho central, que é o menor, eu vou conceder um desejo – disse o mais velho.

- Tipo um gênio da lâmpada Asuma haha – disse Gaara.

- Pode-se dizer que sim. – riu – mas isso não vai acontecer, sei que hoje vocês não vão conseguir. Coloquem o dedo no gatilho da arma apenas na hora de atirar. Não caminhem com o dedo no gatilho, por favor. Verifiquem se a arma esta destravada e pronta para atirar. Segure a arma firme, com uma posição confortável, alinhe a arma ao nível da sua visão, deixe ela bem reta, - ia dizendo e demonstrando, movimentos firmes e precisos - enquadre a alça na maça de mira. Então puxe o gatilho. – e então ele atirou, a bala acertou um dos alvos, entre o circulo do centro e o outro - Caso o disparo falhe, o que não deve acontecer, permaneça com o cano apontado para o mesmo local, pois pode ocorrer um disparo atrasado. Comecem.

Então cada um deles se moveu até uma divisória, já com os protetores e as armas.

- Mantenham as mentes limpas no momento do disparo, se preocupem apenas com o alvo.  – dizendo isso os disparos começaram, enquanto Asuma se dirigia a uma cadeira que havia por ali e puxava um maço de cigarro dos bolsos. – Deixem as crianças brincarem um pouco, até eles pegarem o jeito vai demorar um pouco – murmurou consigo mesmo enquanto se sentava ouvindo os disparos, e quando finalmente iria acender o cigarro, percebeu a falta do barulho.

Os tiros pararam.

Rapidamente ele desviou o olhar para os adolescentes, talvez algum deles tenha atirado em outro ou em si mesmo, sem querer. Mas, não. Lá estavam todos parados observando um dos alvos, que ele logo se pôs a olhar, brilhante. Na primeira aula de tiros alguém havia acertado 4 balas em três círculos mais próximos do central. Mas o que realmente espantava era o circulo central onde 5 furos se tornavam evidentes. Alguém havia acertado o circulo central. Mais de uma vez. Logo na primeira aula.

Brilhante, mas droga! , pensou Asuma brevemente. Ele prometeu um desejo.