A Guerra tinha acabado e eu estava passando uns dias n’A Toca. Nessa semana que se passou desde a Batalha Final, estava tentando evitar Rony o máximo que podia, eu simplesmente não sabia como iria o encarar depois daquele nosso beijo, só aceitei ir à Toca porque a Sra. Weasley me pediu, e iria me sentir mal se falasse não, já que Fred se foi. 

Todos os dias eram “iguais”, eu levantava e chamava Gina. Depois de nos vestirmos descíamos pra tomar café, ficávamos conversando, jogando Snap Explosivo ou eu tentava jogar Quadribol com Gina, Harry e Rony, mesmo eu sendo realmente ruim.  Um dia como de costume havia chegado o Profeta Diário. Primeiramente nem olhei muito, pois geralmente era só pra avisar que prenderam a maioria dos Comensais sobreviventes ou pra falar sobre Harry e como extraordinário ele foi. Mas algo me chamou a atenção, então, antes de todos peguei o Profeta de cima da mesa que estava perto de mim e li a pequena matéria dizendo que Draco Malfoy iria ser julgado no dia seguinte. Não sabia por que e eu também não gostava disso, mas meu coração começou a bater forte e fiquei sem me mover. Após alguns segundos, Gina percebeu e perguntou:

- O que diz aí pra ter te deixado assim, Mione?- Hm? Ah, nada! – Menti, mas ela havia percebido alguma coisa e pegou o jornal de minhas mãos.

- Oh! – Ela exclamou – Amanhã será o julgamento de Malfoy!

- O quê? – Harry perguntou se engasgando com o pedaço de torrada que colocava na boca.

- É o que diz aqui, olha! – E começou a ler: “O ex-Comensal da Morte, Draco Malfoy será julgado amanhã sobre suas atividades envolvidas com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Vindo de uma família onde todas as gerações estavam envolvidas com Artes das Trevas, os Malfoy foram uns dos Comensais da Morte mais próximos d’Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. O pai do garoto, Lúcio Malfoy já foi  interrogado e está aguardando o resultado final em Azkaban.”

- Mas isso não é justo, não é?! Quero dizer, ele realmente pareceu arrependido, e vocês viram o jeito que ele ficou quando os pais o chamaram quando Voldemort anunciou Harry morto. – Falei, mesmo não sabendo como aquelas palavras saíram da minha boca.

- E o que você pretende fazer, Mione? Ir lá como advogada dele? – Rony perguntou rindo.

- Na verdade, Ronald, é exatamente isso que eu vou fazer! – Respondi decidida. Afinal, o que diabos estava acontecendo comigo?

- Você... ta brincando, certo?! Quero dizer, depois de tudo o que ele fez?

- Bem... ele pode não ter sido gentil com a gente durante os nossos anos em Hogwarts, mas ele se arrependeu, e todos merecem uma chance! Harry, você viu, ele não queria matar Dumbledore, ele até ia abaixar a varinha e... Bem, a mãe dele salvou sua vida!

 - É, bem, você tem razão. – disse Harry sem entusiasmo

.-É claro que tenho! Qual é o problema agora Rony? – Perguntei ao notar a cara de espanto dele.

- Nenhum! Se você quiser salvar a vida do Malfoy, vai lá.

 Pelas calças de Merlin, o que havia dado em Rony? Ele até podia não gostar do Malfoy, mas também deixar o coitado o resto da vida em Azkaban?