- Voce lembra do meu pai? - eu perguntei nervosa

- Lembro, claro! Tio Joe - ele riu pelo nariz - Como ele está, ele melhorou da doença? E por que ele e a Frankie se separaram? 

Fechei meus olhos e me lembrei do sorriso caloroso de meu pai, lágrimas percorreram meu rosto.

- Ele morreu Zayn.

Zayn ficou parado e totalmente surpreso.

- Como assim? Quando?

- Eu tinha doze anos, e foi hoje.. - baixei a rosto e mais lágrimas correram por meu rosto - Acho que eu vou ficar por aqui mesmo gente, mas obrigada por tudo.

- Mas e quanto aquilo de agitar Londres e tal? - Alex perguntou

- Londres pode ser agitada por voces, mas obrigada por se importarem tanto comigo.. - entrei no quarto e fechei a porta. Olhei para o porta-retrato e me lembrei do dia. 

"Nós estávamos no hospital, ele não queria deixar que eu saísse de perto dele, havia dito a mamãe que a amava e agradecido, nós dissemos que ele não ia morrer mas ele não sei calou. Me abraçou disse que me amava e me fez prometer que eu iria cuidar da minha mãe. Sempre, eu respondi. 

- Voce é uma menina muito forte Hayley, e eu te amo muito, obrigada. - ele disse. E antes que eu pudesse responder ele fechou os olhos com força e gemeu de dor. Ele não conseguia respirar, chamamos os médicos e nada. Quando os médicos chegaram, era tarde demais, meu pai havia morrido. Eu o abracei e comecei a chorar desesperada, médicos chegaram e me empurraram para longe, tentaram reanimá-lo mas nada. Era tarde."

- Por que nunca me falou? - Zayn falou passando as mãos pelo meu cabelo.

- Eu nunca gostei de falar sobre isso, sempre que me perguntam sobre ele em entrevistas eu choro. Eu sinto tanta falta dele..

- Sinto muito ter tocado no assunto, eu sou um idiota mesmo.. - eu o beijei

- Tudo bem, voce não sabia.

- Quer que eu fique aqui com voce?

- Na verdade não, desculpa. - eu falei e ele fez que sim com a cabeça, se levantou e foi embora. Troquei de roupa e deitei na cama, fiquei analisando fotos de nós dois. Como ficamos pouco tempo juntos.. E eu ainda me lembrava dele perfeitamente.

"Voce não pode ficar aí pra sempre" ouvi a voz dele ecoar na minha cabeça. Eu sabia disso, mas eu queria poder ficar lá o máximo de tempo possível. Fui até a gaveta e peguei uma caixa de vidro que tinha um pedaço de seu cabelo. Sorri ao me lembrar de como ele brincava sobre estar feliz em ser careca. Mas não, ele nunca esteve. Liguei para mamãe.

- Mãe? - perguntei com voz de choro 

- Filha.. - nós choramos juntas

- Sinto falta dele mãe

- Eu também. - nos falamos por mais cinco minutos e depois desliguei. Fui até a gaveta e peguei remédios para dormir, peguei cinco e coloquei de uma vez na boca. Alguns minutos depois o efeito funcionou..