E Eu Tão Singular, Me Vi No Plural. escrita por Beatriz Dohler


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Fiquei realmente feliz em ver os comentários de vocês, obrigada!



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POV Edward




Um trovão alto me acordou e eu pisquei rápido fitando a escuridão. As velas tinham apagado e a chuva parecia ter aumentado três vezes mais. Bella continuava dormindo tranquilamente na cama e eu suspirei aliviado. Olhei o visor do celular e constatei que já tinha dormido quase duas horas. Estava sem sinal e a bateria quase no fim. Ou seja já passava das oito da noite. Meu estomago roncou e eu resolvi descer e procurar algo para comer. A luz não tinha voltado e eu peguei a lanterna no topo da escada.


Desci até a cozinha e comecei a busca por algo para comer. Achei alguns biscoitos, pães e cookies na dispensa. Coloquei o máximo de comida em uma bandeja, e quando fui pegar o suco ouvi o grito da Bella seguido de um estrondo.


Merda.


Corri de volta para o quarto e a encontrei no chão, perto da cama, chorando e completamente enrolada nos lençóis. Seria engraçado se ela não estivesse em completo pânico. Joguei a lanterna perto da porta e suspirei sem saber o que fazer.





– Bella? Você se machucou? – Murmurei me aproximando. Ela piscou fitando meus olhos através da luz leve que a lanterna iluminava. A imensidão chocolate transbordava medo e ela mordia os lábios com força. Balançou a cabeça negativamente.




Peguei ela em meus braços e a ajudei a se livrar dos lençóis, ela se agarrou a mim tremendo e eu a abracei embalando-a como um bebê.







Aos poucos o choro forte se tornou em um leve soluço e sua respiração se regularizou.

– E-e-dwar-d? – Sua voz chorosa falou baixo. Beijei sua testa.


– Sim, pequena? – Perguntei preocupado.


– Eu não sei por que ela fez isso, eu a amava. E-e-la era minha mãe. P-porque ela me abandonou? Eu não fui o suficiente? Meu pai... – engoliu em seco – ele disse que ela não gostava de ninguém. M-mas.. mas eu vim dela, ela devia cuidar de mim. Eu só queria que isso fosse mais fácil. E-eu queria ser forte igual a você... – Ela falou entre soluços e lágrimas.




Entendi o drama da garota em meus braços em um minuto.





Esse medo de chuva, tinha alguma ligação com sua mãe. Que a tinha abandonado. Como um ser é capaz de fazer isso? Abandonar a própria filha? Eu não consigo entender.




– Shh, pequena. Você é forte. Já passou. – Continuei acariciando seu cabelo e aos poucos ela se acalmou, ouvindo a chuva que parecia diminuir. A coloquei na cama de novo e quando fui me afastar sua pequena mão segurou minha blusa.


– Calma, eu só vou pegar comida pra gente. Estarei aqui em um minuto. – Ela me soltou aos poucos e eu desci para pegar a bandeja. Subi devagar e coloquei tudo na mesa de anotações, Bella estava sentada na cama e tinha um sorriso tímido no rosto.


Peguei sua mão e a levei em direção a mesa. Sentamos no chão mesmo.






– Foi o melhor que eu consegui mas.. se você quiser algo eu... – Comecei a falar mas ela me cortou rápido.





– Tá perfeito! Eu amo cookies com leite. Obrigada Ed. - Ela falou sorridente enquanto mordia um pedaço de cookie.




– Não há de que. – respondi comendo um pão e bebendo suco.




Ficamos em silêncio comendo e a chuva agora não passava de uma garoa fraca.





– Na verdade, eu quero te agradecer não só por isso. Mas por tudo. Por me segurar e deixar eu chorar, desculpa se molhei sua camiseta ou parecia uma louca. É só que.. hm, Renné foi embora durante uma tempestade. Foi uma noite difícil. Mas obrigada. De verdade.




Olhei para seus olhos e vi tanta intensidade ali. E o seu sorriso tímido e ao mesmo tão sincero.


– Se precisar, eu vou estar aqui. E sua mãe não sabe a filha maravilhosa que esta perdendo. – Respondi sinceramente.




Ela deu de ombros e continuamos comendo, entre risadas e conversas banais. Quando terminamos, arrumei nossa bagunça e ela pediu para usar o banheiro do meu quarto. Desci para levar as coisas e quando comecei a subir as escadas de volta as luzes piscaram e em seguida permaneceram ligadas. Ouvi os gritos de aleluia de Bella e acabei rindo.




Caminhei no corredor já iluminado e logo em seguida dei de cara com uma Bella muita animada pulando na minha cama, sem a blusa de frio e as pantufas. E porra, que corpo. Ela tinha a pele clara, sem uma imperfeição. Pernas torneadas, cintura fina e.. regatas agarradas eu amo vocês. O cabelo era de um castanho avermelhado, caindo em cascatas em suas costas com leves cachos.


Sem minha perfeição minha mente vagou para uma Bella embaixo de mim, com os lábios entreabertos gemendo meu nome. Porra.






– Eu amo luz! É tudo tão mais claro e bonito! Obrigada Deus!! – Sua voz me tirou do meu transe. Ela se jogou na cama com a respiração ofegante e eu mordi minha boca com força.





Que isso porra? A menina é amiga da minha prima. Ela é quase uma criança. Nada de pensamentos maliciosos. Nada disso. Oh céus, eu não posso ter uma ereção só de pensar em...





Balancei a cabeça e me foquei em seu rosto.




– Ok menina que ama luz, por que você não liga para sua amiga e diz que está tudo bem? Ela ficou realmente preocupada. E talvez seu pai também queira noticias, já se passou das nove da noite. – Falei enquanto me sentava na cama com ela.




Bella fez uma careta e puxou meu pulso para ver o relógio.




– Vou falar com Alice. Charlie deve estar aborrecido, não preocupado. Amanhã eu me falo com ele.




Resolvi não questionar e me aconcheguei em minha cama enquanto ela ia procurar o celular. Ouvi sua voz divertida conversando com Alice e sua risada encheu a casa. Acabei pegando no sono alguns minutos depois dela falar para Ali calar a boca e chegar logo aqui.


A risada dela é realmente linda.

 

 





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