Sociedade Carmim escrita por Nynna Days


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Nova história. Espero que todos acompanhem. Vou postar todas as sextas. No prólogo vamos ver um pouco sobre os pais de Jordan.



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Prólogo

Aquilo era errado e contra tudo o que eles tinha aprendido, mas por que não conseguiam parar de se amar e aprendiam a se odiar?

Rosemary olhou mais uma vez para a sua filha recém nascida nos braços e se segurou para não chorar, se não poderia acordar a pequena. Seus olhos se levantaram para seu amante que terminava de se vestir para afastar aquela benção dela.

“É para o nosso próprio bem, Rose”, ele disse respondendo aos seus pensamentos. Terminou de colocar a manta negra e se ajoelhou ao lado do seu grande amor. “Se não a tirarmos do nosso mundo e do alcance deles, vão querer matá-la. É muito perigoso para mim e para você”, ele tocou-lhe o rosto e o trouxe junto ao seu. “Veja se eu não estou sendo sincero”

Rosemary fechou seus olhos castanhos por um minuto se concentrando. Imagens horríveis do que aconteceria se eles ficassem com a filha passaram por sua mente. Ela abriu os olhos arfando e suando um pouco. Odiava admitir, mas o melhor era ficar longe de sua filha.

“É verdade”, Christian abaixou os olhos cinzas para sua pequena filha e sentiu um aperto no peito quando a tirou dos braços da mãe. “A culpa de tudo isso é minha.”, ele sussurrou, mas Rose escutou enquanto arrumava papel e caneta para escrever o endereço e o nome da pessoa que cuidaria de sua filha.

Ela sabia tão bem quanto Christian que a culpa tinha sido dos dois. Do desejo que os tinham levado além das regras. Mesmo eles não querendo admitir e liberar o parceiro da culpa, não podiam. Christian suspirou e passou a mão pelos cabelos loiros. Ele odiava quando Rosemary estava certa em relação aos dois. Odiava mais ainda quando ela olhava para sua filha e sentia dor.

Assim que terminou de escrever, caminhou até o amado que a encara com cuidado. A cada passo que Rose dava, parecia que seu mundo acabaria e desbaria na sua cabeça. Ela estava perdendo um pedaço de si e dando ao mundo. Christian, lendo a dor de sua amada, a abraçou, com cuidado para não acordar a pequena em seus braços.

Era a hora de ir.

Christian abriu a porta recebendo um jato de ar frio em seu rosto que o fez tremer. Deu um passo para o lado de fora, mas olhou por cima do ombro para Rosemary Carmim. Ela não olhava para o amado, com medo de , quando o visse levando sua filha para longe dela, recuasse no plano. Então se encolheu e recebeu a dor da separação em silêncio.

O Dark começou a correr madrugada a fora com seu filha nos braços. O endereço não era muito longe, mas a cada minuto que ficava do lado de fora, sozinho, naquela cidade deserta, maiores eram as chances deles serem capturados. Tentou ser o mais rápido possível também com medo de sua filha pegar um resfriado.

Olhou para a pequena criatura em seus braços e sorriu. A pele clara e macia, característica de um bebê recém nascido , estava um pouco corada por causa do frio. Atrás de suas pálpebras fechadas, sabia que existia um lindo par de olhos cinzas, iguais aos do pai. Os cabelos ainda eram ralos, mas ele conseguia ver que eram escuros iguais aos de Rosemary. Em seus pensamentos, passavam imagens sem formas e alguns rostos. O seu e o de Rose, principalmente.

Sem desacelerar o passo, ele sorriu para a filha, sabendo que ela seria especial. Além de linda. Chamaria atenção, mesmo que quisesse o contrário. Chamaria tanta atenção quando Rosemary chamou a ele. Esperava que ela não cometesse o mesmo erro.

Nem percebeu quando chegou ao endereço. Na verdade, quase passou do endereço de tão absorvido em pensamentos. Voltou alguns passos e deu de cara com uma humilde casa amarela. Nos três pequenos degraus, estavam cartas esquecidas. Christian pensou em deixar sua filha ali e ir embora, mas tirou essa ideia da mente no mesmo momento. Não sabia quanto tempo os moradores daquela casa demorariam para abrir a porta. E , cada segundo que sua filha ficava ali fora, era mais um perigo que ela correria.

Subiu os degraus e respirou fundo enquanto batia na porta. Esperou, impaciente, até que captou alguns pensamentos confusos e despertos. Além de um pouco infantais. A porta se abriu, e Christian deu de cara com uma garotinha sonolenta.

Ela deveria ter no máximo 11 anos. Os cabelos loiro e escorridos , estavam uma confusão, e os olhos azuis estavam cansados e com olheiras. Ela coçou-os mais um pouco, antes de focar no Deus loiro parado a sua frente. Na verdade, a pequena não pareceu se surpreender com a beleza do homem parado a sua frente. Parecia bem entediada e sonolenta.

“Megan?”, Christian perguntou, pensando na possibilidade de ter errado de endereço.

A garotinha estreitou os olhos para o cara parado a sua frente e pareceu levar o maior susto da sua vida quando viu que ele carregava uma criança nos braços. Ela deu um passo para o lado. Christian viu em seus pensamentos que ela sabia de tudo. Dos Carmim e dos Dark. Ela sabia dos romance proibido dele com Rosemary. Ela só não sabia dos detalhes, pois Rose tinha sido cuidadosa com sua inocência.

Megan estreitou os olhos para Christian e passou a língua pelos lábios, pensando em cada movimento, mesmo sem saber que ele podia ver tudo. Ver que ela achava que ele era malvado. Na certa, ele deveria ser mal, mas Rose o havia aberto os olhos.

O havia feito amar.

“Você é Megan?”, Christian perguntou novamente, só que , dessa vez, com um sorriso no rosto. Queria conquistar a confiança daquela pequena garota de poucas palavras.

“Sim”, ela disse dura e esticou os braços para pegar a neném.

“Como você pode ter tanta certeza que sua mãe deixará que fique com minha filha?”, Christian , por fora, quis se mostrar desconfiado, mas por dentro, estava tentando ganhar mais algum tempo ao lado da filha.

Ele viu na mente da pequena que sua mãe tinha um bom coração, mesmo sendo pobre e humilde. Ela aceitaria a sua filha sem nem mesmo pensar duas vezes. Rose sabia disso. Megan sabia disso. E Christian sabia disso também. Por isso que entregou sua filha aquela jovem parada a sua frente.

Ele se virou para ir embora, mas voltou para dar um último beijo na testa da filha.

“Adeus, Jordana”, ele sussurrou.

A pequena se remexeu, mas não acordou de seu sono profundo. Ele levantou os olhos para a loira a sua frente e balançou a cabeça. Megan retribuiu o comprimento e deu um passo para trás, para casa. Se hesitar mais, Christian desceu os degraus e voltou a correr madrugada a fora. Megan esperou até que aquele anjo loiro sumisse de sua vista e fechou a porta, pronta para o teatro. Mal espero um segundo, antes que sua mãe aparecesse no topo da escada, também sonolenta e coçando dos olhos.

“Que barulho foi esse, Megan?”, ela perguntou, então pareceu perceber o que sua filha carregava nos braços e desceu as escadas como um raio, tomando o bebê de seus braços sem acordá-lo. “Quem é esse bebê?”, ela perguntou sem tirar os olhos do lindo bebê e sem parar de embalá-lo.

Megan apenas deu de ombros.

“Escutei um barulho e desci.”, ela disse começando o teatro. “O encontrei aqui na porta. Tinha apenas um bilhete preso a sua roupa: Jordan.”


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Notas finais do capítulo

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