Jaded, uma adolescente normal com 16 anos, sua vida era uma rotina monótona, que consistia em ser obrigada  a assistir as aulas, escutar piadinhas dos garotos, ouvir risadas das garotas e ignora-los.

Ela passava por cima de todas as provocações todos os dias, e se fechava em seu próprio mundo, onde não havia colegas, nem colégio, apenas ela, só.

Nesse mundo a parte ela não tinha defeitos, ninguém a importunava, era o protótipo do seu mundo perfeito. Isso a deixava cada vez mais reclusa dentro do seu universo irreal. Afastando toda e qualquer pessoa que se aproximasse dela, era um reflexo, uma autodefesa, que criara com o tempo e com as decepções.

Jaded estava cansada desse mundo idiota e cheio de pré conceitos e aspirações, a ditadura da beleza não funcionava com ela. Acostumou-se a ser um fantasma aos olhos dos outros, ela apenas vagava.

Sua pele era branca e sem cor, seus cabelos não transpiravam vida como os das garotas populares do colégio, ela os mantinha solto, tapando o máximo que conseguia do seu rosto. Sua pele não era perfeita, tinha pintinhas, que os meninos chamavam de “sarna”.

Seu corpo estava muito longe da dita perfeição, tinha um quadril avantajado e coxas salientes, tinha barriga e gordurinhas pelos braços, havia sido assim desde criança nunca conseguiu emagrecer, sempre fora gordinha, apenas aprendeu a conviver com seu corpo desproporcional.

Seus olhos eram verde-escuro, mas ainda eram a única coisa que achava bonito em si, embora eles tivessem de ser escondidos atrás dos óculos de grau, sua visão para ler precisava de um auxílio, então no colégio ela sempre estava com eles. Mais alguns apelidos surgiram disso.

Ela nunca foi a mais ágil na educação física, não era boa em quase nenhum esporte, e pela timidez não era muito acostumada a conversar com as pessoas, isso tudo facilitava para sua exclusão social.

Sua atenção era voltada a leitura, onde criava um mundo a parte da realidade que a torturava, a internet era seu meio de descoberta, e navegar a deixava livre, aberta a todas possibilidades que o mundo real nunca traria.