Era um dia normal de outono, um final de semana para ser mais específico. Num fim de tarde, eu estava no quintal com meu irmão, Lyan. Meu nome é Falcon.

Nós éramos muito competitivos, adorávamos competir entre nós, estávamos jogando baseball. – Eu e Lyan somos gêmeos.

Enquanto corríamos pelo quintal, senti uma dor nas costas.

– Ai! – exclamei. Minhas costas não chegavam a doer, mas eu estava sentindo uma irritação onde haviam duas pequenas cicatrizes, que segundo meu pai, eu e meu irmão já nascemos com elas.

– Está tudo bem, Falcon? – Perguntou meu irmão.

– Estou bem – Respondi – Eu acho.

Decidimos que estava tudo bem, então fomos tomar banho e nos trocar para dormir. Nessa noite, meu pai não estava em casa. Foi ficar no seu plantão no trabalho.

Estávamos assistindo TV no nosso quarto. Sempre tive uma paixão por asas, portanto, minha cama tinha uma decoração com asas brancas, como às de um falcão. Meu irmão era apaixonado por esculturas. Sua cama era repleta delas, ele realmente tinha talento, as esculturas eram perfeitas.

De repente, eu e meu irmão ouvimos um barulho na janela. Um falcão, de olhos vermelhos como sangue estava lá, bicando o vidro, nos observando.

Ouvi uma voz feminina na nossa mente, dizendo algo como:

– “Se preparem”.

Nesse mesmo momento, me senti muito estranho. Sentia o vento no meu rosto, uma adrenalina subindo à cabeça, tive vontade de saltar de um penhasco e voar. Abri os braços como um pássaro faz quando está prestes a levantar voo.

         Lyan derrubou sua estátua e me olhou pasmo. Havia um par de asas em minhas costas, brancas como a luz.

         – O que sou eu? – Perguntei fitando a mim mesmo no espelho.

         O falcão que nos observava, levantou voo e saiu do meu campo de visão.