Entrando Em Conflito escrita por Suiku_KHR


Capítulo 2
Capitulo 2 – Acabei enlouquecendo?!




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Ela continuava a me encarar. Por que eu não saia correndo dali? Simples, minhas pernas não se mexiam.

-Lanchinho fácil – Disse ela, lambendo o lábio superior com a língua pontuda.

- Q-Quem é você? – Perguntei, quase me engasgando com minha própria saliva. Ela apenas sorriu, ironicamente.

Então correu até mim. Eu era incapaz de fugir, apenas cai no chão. Ela pressionou meus braços e pernas no chão. Passou a língua por meu rosto. Aquilo era totalmente estranho. Já sentiu o bafo de um leão após comer uma zebra em decomposição? Bom, o bafo dela era PIOR do que isso.

Eu a encarava. Seus olhos vermelhos eram aterrorizantes. Mostrou os dentes afiados para mim e mordeu meu ombro. Gritei, mas parecia que ninguém iria escutar. Ouvir alguns barulhos. Era meus ossos quebrados. Ela largou e voou para longe.

- Está fácil de mais – Disse ela – Corra – Continuou – CORRA SEU MALDITO.

Sem hesitar tentei levantar. Conseguir. Corri o mais rápido que minhas pernas podiam. Entrei na floresta, tentando me esconder entre o matagal. Um vulto passou entre as copas das árvores. Parei e mudei de direção, seguindo para o dormitório.

Ouvir uma risada alta, meio diabólica. Distraído acabei tropeçando. Olhei o céu, uma coisa descia em uma velocidade assustadora em minha direção. Fechei meus olhos. Sentir uma dor em minha barriga.Retornei a abri meus olhos. Ela sorria para mim, suas garras encravadas em minha carne. Seu rosto estava coberto pelo liquido vermelho. A minha visão começou a ficar embasada, mas antes vi um rastro de luz cair sobre o monstro. Ela rugiu alto. Havia uma luz forte e dentro dela vi uma forma humanóide. O monstro a atacou, mas ela desviou um golpe em sua cabeça, sangue preto saiu e ela acabou virando pó. Neste ponto eu acabei perdendo a consciência.  

-Parece que ele acabou tropeçando e acabou caindo em algo pontudo – Ouvir uma voz feminina a falar.

-Eu acho que ele não teve sorte – Disse uma voz familiar – Deve ter acontecido algo de grave com ele no passado, deve ter lembrado e entrado em desespero.

-Pobre coitado – Continuou a outra voz – Perdeu muito sangue.

-Melhor eu ir – Finalizou a voz familiar.

Abrir meus olhos lentamente. Não sentia minhas pernas, meus braços estavam paralisados e sentia que iria morre engasgado com minha própria saliva. Encarei o teto branco, mas havia um ponto preto ali. “E minha imaginação ou aquele ponto está se mexendo?” Pensei.

Percebi que não era minha imaginação, dei um pulo da cama. Uma coisa redonda com olhos fundos pretos, de corpo magro me encarava.

-Olá – Disse a coisa.

Cair no chão. O quarto estava inteiramente cheio de criaturas estranhas, cada uma tinha forma e tamanhos diferentes. Todos estavam de boca aberta, fizeram até um “OOOOH” quando eu cair e arregalei os olhos para eles.

-Ele pode nos ver! – Disse um, era alto, magro, meio deformado e tinha longos cabelos pretos, se aquilo fosse um show de horrores, aquilo ganharia com certeza, sem duvida nenhuma.

-Incrível – Disse outro, que mais parecia um anão mal-cuidado com uma roupa de gnomo.

-Nenhum humano normal vivo poderia ser capaz de nos ver – Disse a coisa redonda flutuante de um corpinho pendurando na parte de baixo – Ele deve ter morrido.

-Mas eu não morri – Disse, indignado – Estou vivo, até de mais.

-Que grosseiro – Falou outro que estava em um canto – Onde foram para os bons modos, não sei não, os seres humanos pioram a cada século.

-Acalme-se – Disse a coisa redonda – Mas, por fim, como consegue nos ver?

-Não sei – Respondi, eu estava mais confuso do que aquele bando de monstro.

-Faz milênios – Disse um, ele parecia um velho mendigo, tinha uma longa barba branca, era muito magro e estava com um charuto na boca – Há muito tempo nenhum ser humano tinha escapado deles, nem mesmo aqueles-que-não-devemos-falar conseguiria salvar um ser humano normal.

-Não pode ser – Disse o redondo – Então... Essa criança humana conseguiu – Ele arregalou os olhos para mim e deu um grande sorriso. 

-Conseguir o quê? – Perguntei, sentando na cama e tentei digerir o que acabara de ver e ouvir.

-Você conseguiu fugir deles- Respondeu, com um pouco de brilho nos olhos.

-Quem são eles? – Perguntei, mas quando ele abriu a boca para responder a cortina se abriu, mostrando o rosto de uma mulher já idosa.

-Como está, meu bem? – Perguntou ela, se aproximando de mim, obviamente ela era a enfermeira daquele local.

-Bem, eu acho – Respondi.

-Hum... Hei-kun, não é?! – Balancei a cabeça em positivo – Deve ficar deitado, pois seu ferimento foi grave, não sei como conseguiu sobrevive, acabou perdendo muito sangue.

-Eu disse – Falou a coisa redonda ao meu lado- Ate os humanos não conseguem acreditar que você sobreviveu.

- Fique calado, idiota – Disse o estranho de cabelos pretos, a coisa redonda bufou indignada.

-Você teve muita sorte – Disse ela, sorrindo.

Retribui o sorriso e ela saiu. Respirei fundo e tentei pensar em algo. Todas as criaturas olhavam para mim.

-Então... – Disse a coisa redonda se aproximando – Vai nos contar o que aconteceu?!

-Então é isso – Disse, dando um longo suspiro – Vocês só vieram aqui para que eu conte a história.

-Claro – Disse um no canto – Por que mais estaríamos aqui?

- Não quero conta – Disse, me jogando na cama e cobrindo meu corpo com o lençol

-Eu sabia, seres humanos sempre são assim – Disse mais um, tinha uma voz feminina, mas eu duvidei que eles terem sexos opostos – Arrogantes e podres, não é melhor nem discutir.

-Não devemos julgar, afinal já fomos humanos –Ouvir a coisa redonda dizer.

-Pelo amor de Deus, estou melhor agora do que antes – Respondeu a voz de volta – Morri atropelada e infeliz, mas depois de muito tempo percebi. Melhor ser esse “Ser” do que uma humana rabugenta.

-Só estamos aqui porque não fomos aceitos nem lá nem cá – Respondeu outra voz.

-VOCÊS QUEREM ME DEIXAR EM PAZ?! – Gritei.

Houve um breve silêncio no quarto. Apertei mais meus olhos. Eu deveria estar louco. Era isso, estava completamente louco.  Mas espiei pelas cobertas, não havia mais nenhuma criatura no quarto. “Finalmente, paz e silêncio”, pensei.


Quando acordei já era de noite, uma noite fria e chata. Levantei da cama. Meu corpo ainda estava doendo, mas eu estava com fome. Fui até uma maquina de lanche que havia no corredor. Eu estava come medo, pois o corredor estava escuro, e só estava eliminado por a luz da maquina. Sinceramente, eu era um medroso de primeira.

-Oi – Disse uma voz.

Acabei assustando-me e escorregando no nada.

-TA DOIDO, É? – Disse, massageando minhas costas. – O que está fazendo aqui?

-Ei, não precisa ficar irritado – Disse a coisa redonda que ainda flutuava no ar – Só queria que...

-Contasse a história – Falei em deboche – Você não pode me deixar em paz não? Mas não importa – Levantei e limpei um pouco o pijama da enfermaria – Isso é só fruto da minha imaginação.

Apertei o botão e a lata de coca-cola saiu.

-Você não entende, né?

-Entender o que? Que eu estou ficando louco e estou começando a ver coisinhas estranhas? Ou tem um mundinho de pilimpimpim que os seres humanos não conhecem? – Disse, fazendo gestos com as mãos.

-Será que eu era assim?- Sussurrou, tentando colocar a pequena mão no tal queixo.

Peguei a coca e comecei a beber.

-Ei – Falei – Por que você não dar o fora?

-Ainda insisti que tudo faz parte da sua imaginação?

-Claro, o que mais poderia ser?

-Eu vou lhe contar, contar o que realmente o porque de nos ver – Cuspir um pouco da coca e depois o olhei, assustado.

-O-O quê?

-Há muito tempo os Seres Humanos foram criados e com eles nos, criaturas com o nome de monstros, mas monstro nem sempre foram monstros, antes de morre fomos seres humanos, felizes e ignorantes seres humanos – Disse – Monstros são derivados de almas humanas que não foram nem para o inferno nem para o céu. Somos invisíveis a olhos humanos... Comuns. Mas existem exceções, e ela é você. Alguns humanos, como você, vivem a ataques de... – Ele engoliu o seco e respirou fundo – Demônios, e por isso consegui ver esse novo mundo. Mas, sobreviver a um ataque de demônio é quase impossível, nem mesmo com a ajuda daqueles-que-não-devem-falar-o-nome.

Ele parou e olhou para mim, parecia esperar alguma reação da minha parte. Olhei para a coca. Pensei e pensei. Aquilo não deveria estar acontecendo, não comigo. Eu era apenas uma pessoa inútil e fracassada. Não tinha nenhuma habilidade. Tenho medo de quase tudo.

-Por que eu? – Perguntei, ele abriu a boca para responder, mas fechou e começou a evaporar.

-Só tome cuidado, está bem? – Disse, seu pequeno corpinho já havia desaparecido.

-Pra onde você vai? – Perguntei.

-Chegou minha hora, finalmente – Ele sorriu para mim.

Sem perceber, lágrimas desceram pelo meu rosto.

-O que vai acontecer com você?

-Renascer, talvez – Tentei agarrá-lo, mas cai no chão. A coisa redonda não estava mais ali.


Já era de manhã e eu estava com um mau-humor a florescer na minha pele.  Eles me deram alta e eu fui para o dormitório. Estava come medo, muito medo. Mas deve está pensando: “Do que ele está resmungando?”, simples, estava com medo daquela mulher re-aparecer e me encarar, novamente.

Chutei uma pedra, frustrado.

-Merda – Falei em voz alta.

-Você não deveria falar essas coisas, Shingi-san – Uma voz conhecida falou .

Virei, Miku estavam atrás de mim, sorrindo. Fiquei aliviado.

-Então é você – Suspirei.

-E-Eu fiquei tão preocupada – Ela correu até mim e abraçou-me.

-Calma, Miku-senpai, não foi nada, veja, já estou melhor – A garota me olhou e apertou mais o abraço.

-Nunca mais faça isso.

-Miku-sanpai, assim você vai acabar me matando – Disse, pois aquela demonstração de afeto já estava doendo.

-D-Desculpa – Ela soltou e enxugou as lágrimas que caiam.

Miku estava realmente preocupada. Tinha enormes olheiras que mostrava que ficará noites em clara. Sem pensar, passei minha mão entre seus cabelos e sorri.

-Vai ficar tudo bem – Miku parou de enxugar as lágrimas e deu o maior sorriso que podia.


Realmente, havia uma grande quantidade de monstro rodando a escola, era impressionante, mas ao mesmo tempo um saco, pois sempre havia uma multidão deles me seguindo, estavam a procura da história do sobrevivente.

-CALA A BOCA – Gritei no meio do corredor.

Todos me olharam. Sentir minhas bochechas arderem e apertei o passo.

-Conte logo – Falou um ao meu lado.

-Já disse que não vou contar – Sussurrei.

-Que arrogante – Disse outro.

-Vão pro inferno

-Que falta de educação – Murmurou outro. 

Entrei na sala de aula, imediatamente todos os presentes pararam o que fazia e olharam para mim. Ótimo, era comentário de toda a escola e ainda tinha um bando de esquisitão atrás de mim. Meu dia não poderia melhorar. 

-Vamos, sentem – Falou o professor.

Na hora do almoço, segui até a cantina. Ao entrar, Miku apareceu sorridente.

-Bom dia – Falou, animada.

-Bom dia, Miku-senpai

-Vamos lanchar juntos?

-Claro

Depois de comprar o almoço, fomos até o telhado. Começamos a conversar. Mas algo inesperado aconteceu, ouvimos uma explosão.

-O-O que foi isso? – Perguntou Miku, assustada.

-Fique aqui – Falei e corri.

Ela tentou me impedir, mas não conseguir. Alunos corriam desesperadamente para fora da escola, enquanto os professores tentavam regular o tumulto.

-EI – Gritou um professor ao passar pela multidão e entrar na cantina, onde havia acontecido a explosão – NÃO PODE ENTRAR AI

Ignorei, naturalmente. O local estava um caos. Ainda havia alguns alunos por ali. Eles tentavam se esconder de baixo das cadeiras ou das mesas. Algumas partes da cantina estavam destruídas. Olhei para os lados, mas algo fora jogado contra mim. Voei para trás do balcão. Levantei um pouco tonto. Minha professora de Química estava em cima da mesa, mas não estava como sempre, agora tinha grandes asas, uma estranha aparecia esquelética e as pupilas estavam totalmente dilatadas. “Demônio” Pensei.

Ela estava louca, jogava tudo para os lados, mas parecia não querer carne humana. Ouvir um choro, rapidamente olhei para o lado, uma garota estava encolhida em um canto. Ela estava sangrando pela perna. Aproximei-me dela.

-Você está bem? – Ela me olhou assustada.

Foi ai que percebi, eu tinha que tirar aquele demônio dali. Uma onda de coragem (Ou até mesmo de tolice) invadiu meu corpo e levantei-me estufando o peito.

-EI, CABEÇA DE BACALHAU – O demônio parou e me olhou, seus olhos estavam perigosamente assustadores – VEM ME PEGAR.

Pulei pela janela e ela partiu para cima de mim. Corri pelo canto da parede. Olhei para trás, ela estava voando atrás de mim. “Por que eu fiz isso?” Pensei.  Atravessei o portão principal. Um velho jardineiro-Talvez até surdo, pois era impossível não ouvir aquela confusão toda- cortava algumas ervas daninha. Sem hesitar, peguei sua tesoura. Ele meio que ficou revoltado, mas parou de gritar após o demônio passar por ele.

Entrei na floresta. Ela era meu único recuso. De repente parei e encarei a professora de Química. Ela também parou e nós ficamos nos encarando por alguns minutos. Parti para cima dela. Ela desviou com facilidade. Virei e pulei nas suas costas. O demônio começou a se debater. Com a tesoura em mãos, enfiei em sua asa e a cortei.

Caímos no chão. A asa do demônio estava em minha mão. Ele ficou se contorcendo por um tempo, sua outra asa começou a se deteriorar.

A professora começou a voltar ao normal. Ouvir passos em nossa direção. Olhei novamente para a mulher. Ela estava caída no chão, havia grandes arranhões e cortes em volta pelo seu corpo.

Um grito soou pelo local. Sabia que estava encrencado, então corri. Agora, estava sendo perseguido pelos professores. Provavelmente, se eu fosse pego, eles me levariam para um lugar muito ruim e eu não queria isso.

-SR.SHINGI, PARE IMEDIATAMENTE – Gritou o professor de educação física.

A mata estava se dispensando. Deparei-me com um morro. Os professores me alcançaram.

-Vão com calma, garoto – Disse um – Não vá fazer besteira.

Eu estava desesperado. Eu os ameacei com a tesoura e eles recuaram.

-Ei, nada de besteira – Falou outro.

-SAIAM DE PERTO DE MIM – Gritei.

O ultimo ficou impaciente e agarrou a tesoura. Eu a soltei. Minhas pernas tremiam e suava muito. No ultimo ato, pulei do morro. “Eu vou morre”, pensei. Eu com certeza estava louco a ponto de pular para morte certa.


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