Medo, pânico, nojo, vergonhada, esses sentimentos invadiam-me.

Eu não acredito que ele vai fazer isso comigo, não hoje, não pode ser ele… Ele nunca faria aquilo.

-LARGA-ME! – gritei tentando empurra-lo de cima de mim, ele beijava-me ferozmente como nunca tinha beijado e embora eu me debatesse nos braços dele, tentando-me soltar isso não lhe provocava efeito nenhum, ele era muito mais forte.

- Está calada…até parece que tu não queres – beijou-me o pescoço e tentou tirar-me o vestido mas como não estava a conseguir, rasgou-o.

Tentei empurra-lo de novo, as lágrimas já caíam, eu berrava mas ninguém ouvia…

Olhei para ele com nojo, não o conhecia reconhecer…Quem era aquele monstro que se tinha apoderado do corpo do Josh? Aquele não era o Josh…a bebida mudava-o completamente.

Vi-o largar a garrafa vazia no chão e tive uma ideia.

Ele rasgou mais um pouco o vestido, daqui a pouco eu estava nua. Era agora ou nunca!

Acertei-lhe em cheio com um chute naquele sitio, peguei na garrafa e bati-lhe na cabeça o que o fez ficar tonto quase a desmaiar, fugi do quarto, corri o máximo que podia, o meu professor de Ed. Fisica iria ficar orgulhoso de me ver correr assim…

Passei por alguns convidados a correr, nem reparei se estavam a olhar para mim, corri ate à cozinha e tranquei-me lá dentro. Deixei-me cair no chão e as lágrimas começaram a cair descontroladamente, aquelas lágrimas que há muito tempo que estava a guardar, caíram. Chorei, chorei muito, não sabia se tinha passado 1 hora, 1 minuto ou 1 segundo…Não fazia a ideia.

Olhei para cima da mesa e vi lá uma faca da cozinha. Não sei o que me passou pela cabeça naquele momento, só sei que peguei nela e cortei-me.

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Chorava e chorava, aquele dia estava ainda bem presente na minha memória, tinha sido á 1 semana atrás…

Os meus pais no inicio nem tinham percebido, mas quando viram que eu estava diferente que me isolei muito, no outro dia fui ao psicólogo, talvez tenham razão, talvez esteja a ficar um pouco louca, talvez precise de ajuda.

Olhei para as cicatrizes nos meus pulsos, fazia um corte novo todos os dias, a dor era tanta que a única forma que arranjava para não enlouquecer, era essa.

A minha consulta no psicólogo, foi bem estranha e silenciosa.

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- Olá Rosalie Stewart – o doutor esbuçou um grande sorriso, daqueles muito contagiantes, se eu estivesse bem disposta tinha sorrido de volta.

-Oi – sentei no sofá e fiquei a olhar para o nada, a pensar no Josh, não conseguia parar de pensar nele, mesmo quando não quero, acabo sempre a pensar nele.

-Entao, eu estava a pensar primeiro que podias escrever sobre o que sentes – ele aponta para uma caneta e um papel – escreve o que quiseres…

Peguei na caneta e comecei a riscar a folha irritada, descarreguei a minha fúria toda lá, depois senti-me mais leve.