Atena acordou.

A chuva já havia parado e ela podia ver os raios de sol tentando entrar em seu quarto.

Poseidon ainda estava dormindo ali abraçado com ela. Ele era o melhor amigo que ela poderia ganhar, o mais estranho é que eles eram amigos a uns três dias e parecia que eles nunca foram inimigos.

Ela então se lembrou de fatos de um passado bem distante, nem sempre os dois ficavam um contra o outro.

O deus se mexeu ao lado dela e acordou. Olhou para ela e acariciou seus cabelos.

-Está melhor corujinha?- Perguntou com a voz sonolenta.

-Muito melhor obrigado- Ela olhou para ele e a abriu um lindo sorriso- Você não deve se lembrar mas nós nem sempre ficávamos um contra o outro.

Ele levantou uma sobrancelha.

-Você esta certa, não me lembro disso.

Ela suspirou.

-Se você tivesse dito que se lembrava eu ficaria surpresa, mas não posso culpa-lo faz muito tempo mesmo, na época da guerra de Troia.

-É verdade!-Disse Poseidon e depois deu um tapa em sua testa- Nós dois ajudamos a Grécia.

-Claro!- Exclamou Atena- os melhores guerreiros estavam lá.

-Inclusive o seu protegido Aquiles- Completou Poseidon.

Ela suspirou.

-Isso faz tanto tempo, me sinto uma velha!- Eles riram.

Poseidon começou a levantar.

-Acho que vou tomar um banho, quer ir primeiro?

-Não, pode ir. Vai ser um sufoco tomar banho com isso aqui- Ela apontou para o gesso.

-Se você quiser eu te ajudo- disse Poseidon com um sorriso malicioso.

Ela jogou a almofada nele.

-Vai embora!

Ele saiu do quarto rindo. Assim que ele fechou a porta, a deusa tentou se levantar.

Era horrível andar com aquela coisa horrível na perna. Mesmo assim ela foi até o guarda roupa procurar uma algo para vestir, a tarefa não foi nada fácil, no fim ela teve que decidir entre um vestido azul e um rosa. Os dois eram do mesmo tamanho, uns dois dedos acima do meio das cochas. 

Ela franziu o nariz para o rosa e o guardou.

-O que você tem contra a cor rosa?

A deusa quase pulou de susto ao ouvir aquela voz.

-O que está fazendo aqui Poseidon?! Não sabe que deve bater na porta antes de entrar?

Ele riu.

-Me desculpe mais foi você que não trancou a porta, por esse motivo achei que não teria problema entrar.

Ela bufou.

-Mas e então, o que você tem contra a cor rosa?

Ela deu de ombros.

-Nada, só prefiro o azul ao rosa. Acho que posso deixar o rosa para Afrodite.

Ele analisou o vestido.

-Acho que azul combina mais com você mesmo

Ela arqueou uma sobrancelha.

-Deis de quando você entende de roupas?

-Eu não entendo nada de rupas- ele disse enquanto se aproximava dela- Mas acho que entendo bastante de você!

Ele estava de frente com ela agora, se aproximou mais ainda deixando-os quase colocados um no outro, ele cochichou no ouvido dela:

-Acho que você tem que concordar comigo dessa vez!

Só essa aproximação fez com que Atena sentisse um arrepio. Poseidon riu com isso.

-Tenho que te falar algo- A voz dele era muito baixa, quase um sussurro.

Ela assentiu encorajando-o.

-Eu...

“Te amo” Era tudo o que ele queria dizer, mas foi interrompido pelo seu celular tocando.

-Alô?- Disse ele mal humorado.

“O que pensa que está fazendo Poseidon?”-Perguntou a voz mal humorada de Afrodite do outro lado da linha- Eu não disse para você esperar um pouco?!

Ele bufou.

-Posso falar com você outra hora?

“Não senhor, e não se esqueça de que você tem que sair com Apolo hoje, eu ficarei de babá da Atena por você”.

-Se eu conto que você disse isso ela vai ficar nervosa- Ele já estava pensando em usar isso como vingança básica.

“Nem tente mudar de assunto, eu tenho um plano para te ajudar, espere um pouco não diga nada ainda”.

-Mais Afrodite...

“Não discuta comigo, quando o assunto é amor eu sei o que é melhor! Chego ai uma hora da tarde!”

E com isso ela desligou.

-Era Afrodite?- Perguntou Atena curiosa.

-Sim- Ele disse. Era impressão dela ou ele parecia irritado- Ela vai ficar junto com você para eu e Apolo comprarmos as roupas do baile.

Ela olhou para ele indignada.

-Deis de quando eu preciso de babá?!

Ele riu.

-Não me culpe, brigue com Afrodite!

Ele saiu do quarto rindo.

-Eu vou preparar o café- Gritou ele já descendo as escadas que iam para o primeiro andar.

Ela pegou um saco plástico e enrolou na perna para que o gesso não molhasse. Pegou suas roupas e foi para o banheiro.

Atena não conseguia parar de pensar em Poseidon. Enquanto deixava a água cair em seu rosto pensava em como ele era bonito, gentil e principalmente bom.

Ele era extremamente bom para ela. A deusa sentia como se fosse uma adolescente, era uma sensação incrível. Olhar naqueles lindos olhos verdes era como entrar no paraíso, e aquele lindo sorriso?

Era magnifico vê-lo feliz. Ela desligou o chuveiro.

“O que ele queria me dizer antes de Afrodite o interromper?”- Pensava ela.

Ela arrancou a sacolinha plástica, secou-se e vestiu-se.

“Ele não pode me deixar curiosa desse jeito!”

Penteou seus lindos cabelos negros e saiu do banheiro.

“Eu preciso saber o que ele ia falar, se não conseguir que ele me diga vou convencer Afrodite. Ela com certeza sabe.

-Quer uma ajudinha para descer as escadas?

Ela levou um susto. Estava tão concentrada em seus próprios pensamentos que nem percebeu a chegada dele.

Poseidon estava encostado no corrimão da escada olhando para ela. Para dizer a verdade ele não estava olhando mas sim admirando.

-Sim, por favor.

Ele deixou que ela apoiasse o braço nos ombros dele.

-Se você quiser posso te carregar no colo, será mais fácil.

Atena olhou para sua roupa. Não disse ela para si mesma, não com aquele vestido curto que poderia subir.

Ele interpretou corretamente a expressão dela.

-Acho que isso é um não- Ela assentiu- Você está... Linda!

Ela sentiu sua bochechas ficarem vermelhas. O deus soltou uma gargalhada.

-Adoro te ver assim!

-Assim como?- Ela perguntou

-Quando você fica com vergonha e cora, deixe me ver algo.

Ele virou-se para ela, ainda a segurando.  Aproximou-se do rosto dela com o nariz quase tocando o dela, depois sussurrou no ouvido dela:

-Você esta linda essa manhã senhorita!

Ela corou e ele riu.

-Entendeu agora?

Ela assentiu. A deusa tinha ficado com o coração disparado com a aproximação dele, ela mandava o coração dela parar de pular agora, mas ele não a escutava.

Ele a levou até a cozinha e puxou a cadeira para ela se sentar.

Os dois comeram em silêncio. A cabeça de Atena girava com p batalhão de perguntas que inundavam sua cabeça.

-Poseidon?- chamou ela por fim.

-Sim?- Ele tirou os olhos de seu café da manhã para encarar aqueles lindos olhos cinza.

Ela parecia estar meio envergonhada.

-O que você queria me dizer hoje lá no meu quarto?

Ele corou e abaixou a cabeça. ESPERA UM POUCO!

“Poseidon corou? – Perguntou ela para si mesma- Deis de que conheço Poseidon ele nunca corou, pelo menos na minha frente!”

-Não era nada Atena- Ele disse sem graça- Não era nada de importante.

-Mas Poseidon...

A campainha tocou.

“Ufa! Graças aos deuses!” Pensou Poseidon consigo mesmo.

-Eu vou ver quem é!

O deus saiu da cozinha sem deixar Atena dizer nem um A.

Correu para a porta e assim que abriu olhou confuso para o relógio.

-Afrodite? Achei que você viria daqui a umas três horas!

A deusa do amor sorriu.

-Vim te salvar. Não vai me deixar entrar?