PoV Ucker

Eu havia terminado de cantar uma música a qual eu tive vontade de cantar assim do nada, o mais estranho foi que eu não conseguia tirar os meus olhos de Dulce. Ela estava sentada entre as pernas do Tyler e mesmo assim estava me encarando. Aqueles olhos eram impressionantes.

Eu queria que ela entendesse a letra da música, mais quando a olhei novamente, ela estava se levantando , dando tchau pra todos e puxando Tyler pra sua barraca. Mais que droga! Eu fiquei puto da vida naquele momento, como fui imbecil. Eu podia imaginar que isso ia acontecer, já aconteceu na noite anterior, devo acreditar. Dulce parecia ser uma menina diferente, mais ao vê-la puxando ele pela mão e indo pra sua barraca, eu mudei na hora o meu conceito.

Megan não desgrudava de mim, toda hora vinha me beijar, eu estava com muita raiva, cansado e com sono. Arrumei uma ótima desculpa pra sair dali por algum tempo, eu precisava de um ar, precisava ficar sozinho.

Peguei o meu violão e caminhei em direção a minha barraca, a abri e joguei o violão lá dentro, quando fui sair, ouvi alguns sussurros e fiquei quieto tentando ouvir melhor.

Aproximei um pouco da barraca de Dulce e ouvi, ela e Tyler se beijando em meios a alguns sussurros, meus nervos foram a flor da pele. Dulce e Tyler estavam transando naquela barraca, então era um pretexto toda aquela historia de dor de cabeça.

Sai dali o mais rápido que pude, passei pelo povo e fui em direção ao mais longe possível daquele lugar. Ouvi alguém me seguir e me virei rapidamente pra ver quem era e pra xingar.

_Ucker: Me deixa em paz! – gritei

_Megan: Amor, que foi?

_Ucker: Megan, eu não quero gritar com você, então por favor, me deixa sozinho – disse enquanto me enfiava no meio da mata e sumia.

Caminhei em direção contraria ao acampamento. Eu queria organizar minha cabeça ou pelo menos tentar. Eu conhecia muito bem a trilha, vivia aqui quando criança e pude perceber que não mudou muito.

Anahi e eu passávamos a maior parte das nossas férias de verão por aqui, acampávamos, nadávamos, fazíamos fogueira e nos divertia muito. Meus pais, na época, eram bem mais unidos do que agora, às vezes sinto falta desses momentos.

Me sentei na beirada do rio e fiquei observando a água, estava uma noite tranquila, a lua estava totalmente perfeita, havia um vento gelado, do jeito que eu gostava. Fiquei ali por um tempão e acabei adormecendo ali no gramado mesmo.

...

PoV Narradora

_Anahi: Gente, eu vou pra minha barraca, vamos Mai? – se levantou e estendeu a mão pra amiga.

_Maite: Claro! – sorriu – Boa noite meninos.

_Chris: Te acompanho gatinha – sorriu e abraçou ela de lado. Ela riu e o abraçou também.

_Poncho: Annie? – chamou ela meio sem graça

_Anahi: Sim? – o olhou com o coração disparando.

_Poncho: Er. Boa noite – coçou a cabeça.

_Anahi: Boa Noite Ponchito – sorriu e se virou voltando a caminhar.

_Poncho: Espera! – a pegou pelo pulso, ela se virou rapidamente e ficou o olhando se aproximar dela. Ele lhe deu um beijo no rosto de uma forma totalmente cheia de carinho – Boa noite – sorriu e saiu andando, deixando ela toda boba.

_Anahi: Boa noite – disse baixinho, sorriu e caminhou pra sua barraca – Mai, viu o Ucker?

_Maite: Não, por quê? – disse enquanto prendia o cabelo num coque e se arrumava pra deitar

_Anahi: Não o vi desde que ele passou correndo por nós – passou a mão no cabelo – vou ver se ele está na barraca.

_Maite: Boa sorte! Megan deve estar lá – começou a rir

_Anahi: Brigada – deu risada junto - ela caminhou até a barraca do Ucker e abriu o zíper – Megan, Ucker está por ai?

_Megan: Não – disse totalmente seca.

_Anahi: Onde ele está?

_Megan: Não faço idéia – continuou seca

_Anahi: Meu Deus, perdeu o namorado foi? – irônica

_Megan: Acho que sim – respondeu no mesmo tom

_Anahi: Megan, fala sério! Onde o Ucker está, caramba? – começou a ficar nervosa com a atitude infantil de Megan.

_Megan: Eu o vi indo pra mata, ok? – encarou a Annie.

_Anahi: Mata?  Como assim? Que horas isso? – apavorou-se.

_Megan: Logo depois que ele passou pela gente, eu fui atrás dele e ele gritou comigo e saiu pra mata

_Anahi: Por que não o segurou, criatura?

_Megan: Não sou a mãe dele pra ficar vigiando 24 horas do meu dia! – gritou

_Anahi: Megan, vá a merda! – gritou e saiu andando em direção a barraca de Maite – A loira chegou lá toda preocupada e Maite logo percebeu que havia algo de errado.

_Maite: Que foi? – se sentou.

_Anahi: Ucker foi pra mata a essa hora da noite e a Megan não o impediu! – gritou

_Maite: Meu Deus!

_Anahi: Eu que o diga! Ele é um idiota mesmo, pra que ir pro meio da mata nesse horário?

_Poncho: Quem foi pra mata? – estava passando por ali quando ouviu o desespero de Annie e se intrometeu.

_Maite: Ucker – respondeu ao amigo.

_Poncho: Que maluco – deu risada

_Anahi: Está rindo de que Poncho? – gritou nervosa.

_Poncho: Opa! Calma, estou rindo porque o Ucker é doido, apenas isso e além do mais ele sabe andar por ai não sabe?

_Anahi: Não sei – respondeu com voz de choro.

_Poncho: Lógico que sabe, ele contou que vocês passavam os verões aqui – sorriu tentando reconfortar Annie

_Anahi: Mas isso faz muito tempo – choramingou.

_Poncho: O Ucker sabe se cuidar, Annie.  Vai tentar dormir, se ele não aparecer nos saímos pra procurar ele pela manhã, ok? – pegou as mãos dela e começou a fazer carinho - Maite observava tudo de longe e sorria feliz em vê-los daquele jeito.

_Anahi: Ok – sorriu

_Poncho: Boa noite – piscou

_Maite: Até mais – sorriu

_Anahi: Boa noite – sorriu meio boba demais

_Maite: Hum!!!! – começou a rir

_Anahi: Não começa! Maite Perroni – fechou o zíper da barraca e se deitou.

PoV Dulce

Acordei um pouco cedo demais, havia um monte de barulho lá fora, me virei e vi o Tyler dormindo com os braços em volta da minha cintura, os tirei bem devagar pra que ele não acordasse, abri o zíper da barraca bem com cuidado pra não fazer barulho e sai.  Amarrei o meu cabelo num coque e fui até Annie, Mai e Poncho que estavam conversando. Todos estavam com caras sérias e preocupadas. Que acontecia aqui?

_Dulce: Bom dia! – me aproximei

_Poncho: Bom dia – me deu um abraço apertado

_Anahi: Oi – sorriu desanimada.

_Dulce: Que foi, porque essas caras tensas tão cedo? – ri - estava tentando animar um pouco o ambiente, mais foi em vão.

_Maite: Bom dia prima - sorriu e veio me abraçar – Ucker sumiu noite passada – olhou pra Annie que fez um bico e uma carinha triste.

_Dulce: Como assim sumiu? – falei um pouco alto do que o normal.

_Poncho: Megan disse que ele saiu correndo e foi pra mata e ainda não voltou pra cá depois disso.

_Dulce: Megan? Porque ela não o segurou? – comecei a ficar nervosa.

_Anahi: Fiz a mesma pergunta! – resmungou

_Dulce: Cadê ela?  - perguntei olhando em volta.

_Maite: Dormindo ainda – me encarou, provavelmente era pela cena que eu comecei a causar aqui.

_Dulce: Filha da mãe! – sai xingando, caminhei até a barraca dela e sem pedir permissão eu entrei. Fui até meio grossa – Porque não segurou o Ucker, sua inútil?

_Megan: Sai daqui, garota! Me deixa dormir em paz – resmungou enquanto enfiava um travesseiro na orelha pra não me ouvir.

_Dulce: Porque não o segurou? – comecei a falar mais alto.

_Megan: Eu não sou a mãe dele, simples. Ele gritou comigo e saiu.

_Dulce: Merda! – sai da barraca dela e voltei pra onde todos estavam. Tyler estava no meio agora, com uma cara de sono terrível e tentando entender o que estava acontecendo pra eu estar tão brava.

_Anahi: O que vamos fazer? – se sentou numa cadeira que havia ali.

_Poncho: Eu, Christian e Tyler vamos procurar por ele, vocês ficam aqui.

_Tyler: Porque tenho que ir junto? – resmungou e cruzou os braços com uma cara de bravo.

_Poncho: Porque, quer ficar com as meninas? – falou num tom de ironia.

_Dulce: Tyler, por favor! Vá com eles – me aproximei dele, falei baixinho enquanto o encarava

_Tyler: Por quê? Ele não é meu amigo, me faria um favor se sumisse – desviou o olhar.

_Dulce: Ele é irmão da Annie, ela esta preocupada, Caramba! – insisti.

_Tyler: Só ela? Veja você Dulce, está toda descontrolada – segurou meus braços.

_Dulce: Estou preocupada como todos – tentei me justificar.

_Tyler: Claro – respondeu irônico.

_ Chris: E ai, vai ou não vai? Logo vai começar a chover.

_Dulce: Por favor? – pedi mais uma vez.

_Tyler: OK! Eu Vou – me soltou e foi pegar sua mochila com algumas coisas – Se cuida, por favor – me deu um beijo nos lábios e saiu, me deixando com as meninas. Mai tentava acalmar um pouco a Annie que estava nervosa com o sumiço do irmão. Eu me movia de um lado pro outro, mordia tanto meu lábio que podia senti-lo sendo cortado.

As horas começaram a passar e nada, nenhuma noticia e nem sinal do Ucker e dos meninos. Aquilo estava me deixando furiosa, eu queria entender toda essa preocupação pelo Ucker, ele sabia se virar, era maior de idade e vacinado, mas era uma coisa que eu não conseguia compreender e nem explicar, apenas sentia, era um sentimento de proteção que eu nunca havia tido na vida.

Então tomei uma decisão, peguei uma mochila, coloquei uma blusa e outras coisas e sai pela parte de trás das barracas, deixando a Annie e a Mai sozinhas. Aquela sumiço estava me deixando agoniada por dentro, eu tinha que tentar fazer alguma coisa. Era loucura, eu sabia disso, mas eu não conseguia pensar direito, parecia que eu estava perdendo algo.

Caminhei pra dentro da mata. Tava na cara que eu ia me perder no meio de tanto mato e arvores, mas ainda assim tentei manter o plano. Não se perca Dulce Maria! Não se perca!

Caminhei por alguns minutos e já não sabia onde estava e nem como voltar.

_Dulce: ótimo! Agora além do Ucker, eu também to perdida, - ri passando as mãos no rosto. – Eu já era perdida na vida, mas agora é literalmente. Parabéns, Dulce Maria! Você se superou. – voltei a caminhar por entre as árvores e arbustos. Como eu ia achar o Ucker se agora estava perdida? E por que cargas d’água eu fui me meter no mato pra procurá-lo? Eu só posso ta ficando doida mesmo, viu?

Ouvi um barulho de água quando parei de brigar comigo mesma e resolvi procurar de onde vinha. Então me lembrei que o acampamento ficava na beira do rio e se eu o seguisse conseguiria voltar. Como eu era inteligente.

Fui andando com um pouco de dificuldade pela mata fechada e encontrei o rio de onde vinha o barulho. Sorri aliviada por pelo menos poder voltar pro acampamento e não me perder também. Olhei em volta admirando a beleza da paisagem, eu não tinha notado como era bonita aquela vista. Comecei a olhar para os lados tentando lembrar de que lado tinha vindo vi alguém deitado à beira do rio. Era o Ucker, ele estava deitado em cima dos matos e eu fiquei muito feliz de encontrá-lo mesmo o vendo daquele jeito. Será que ele estava bem? Corri até ele e tentei acordá-lo.

_Dulce: Ucker? Acorda! Você está bem? – levantei a cabeça dele esperando que acordasse. – Ucker, fala comigo! Responde por favor!

Ele abriu os olhos e me olhou com uma cara confusa. Graças a Deus ele parecia estar bem.