Give It Up escrita por Niin


Capítulo 13
Friends


Notas iniciais do capítulo

Heey gente!
Acho que nunca postei tão rápido, mas com a Fernanda [Sweet Rage] me atormentando aqui não tem jeito.
Não, não é coincidência, a personagem é em homenagem a ela!



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Fui pra casa cantando pneu, parei na garagem e sai batendo todas as portas do caminho até meu quarto.
Peguei minhas coisas e joguei num canto, abri o armário e troquei de roupa, descobri que a praia me acalma e era pra lá que eu ia, mas antes ia arrumar a maquiagem borrada.

Depois de “arrumada” saí pra maldita praia a passos rápidos e de cabeça baixa, olhando pra droga do passeio cheio de areia…
Odeio cidades praianas porque tem areia por todos os lugares.

Cheguei a praia e encontrei uma coisa que eu definitivamente não queria.
Gates…
Ele estava com Jimmy e Fernanda e eles estavam bebendo e fumando.
Nojo.
Fui pro lado oposto ao deles e caminhei mau humorada pela praia…
Um tempo depois resolvi voltar, quando estava perto da entrada pra rua que me levava até lá, ouvi Jimmy me gritar e rolei os olhos.
- Que foi? - Perguntei irritada
- Está melhor?
- Não podia estar melhor.
Fernanda levantou de onde estava e veio caminhando até nós, o que me fez suspirar cansada, não queria conversar… Era o que eu menos queria.

- Acho que a DR acabou mal. - Ela disse torcendo os lábios
- Já te expliquei que não…
- Ok, já sei… Sem DR. Hey Jimmy, a gente pode conversar sozinhas?
- Claro.
- Não. - Eu respondi me virando e começando a caminhar em direção a rua e ela me seguiu.
- Você é muito irritante, sabia?
- Eu faço questão.
- Escuta, eu não sei o que aconteceu. - Ela disse segurando meu braço - Mas se precisar de uma amiga...
- Ok, obrigada, me deixa ir agora?
Ela me soltou rolando os olhos, continuei andando pela rua, mas não queria ir pra casa, encontrei uma lanchonete e entrei ali, não era o lugar com a melhor aparência do mundo, mas ia quebrar meu galho.
Sentei em uma das mesas e pedi um sprite e fiquei brincando com o copo vazio na mão, empurrando-o de um lado pro outro na mesa.
- Não vai beber? - A voz irritante disse ao meu lado e eu me virei pra vê-lo
- E isso é da sua conta?
Ele rolou os olhos e se sentou a minha frente. - Quer saber, foi mal pelo seu namoro. Não foi minha intenção.
Ri sem humor - Como se você fosse mesmo alguém pra me fazer terminar com o Knox, só falei que era sua culpa porque estava irritada.
- Não sei se você está me esculachando ou não.
- Quando tiver dúvida, eu estou… - Disse sorrindo cínica e me levantando, peguei minha garrafinha e deixei uma nota de cinco dólares na mesa.

Ele veio andando atrás de mim pela rua.
- Hey!
- Que é?
- Vai ter ensaio, quer ir?
- Quando?
- Amanhã.
- Casa do Matt?
- Aham, eu passo na sua casa…
- Eu vou sozinha.
- Vampira, sério, foi mal, mas…
- Ok, tudo bem. - Eu disse erguendo a mão - Mas eu vou sozinha.
Ele rolou os olhos e girou nos calcanhares.
Eu andei pra casa mal humorada e quando cheguei me enfurnei no quarto.

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Acordei irritada, não tinha dormido quase nada e ainda por cima me sentia uma retardada…
Acredita que eu assisti um filme de drama e nem ri?
Enfim, levantei da cama e fiz aquele “ritual” que você sempre faz de manhã, escovar dente, tomar banho… Blá, blá, blá…
Me arrastei pra baixo e encontrei John com abóboras na sala.
- Oi idiota…
- Oi Jade. Você não está feliz esta manhã?
- Me diz quando eu estou feliz? - Perguntei indo pra cozinha e pegando uma maçã, me sentei num banquinho ao lado do balcão e comi lentamente
- Ué, sexta feira é Halloween, achei que você ia ficar feliz como em todos os outros anos.
- Halloween? - Perguntei abrindo um pequeno sorriso
- Imaginei que isso te deixaria feliz.
- Defina feliz.
John rolou os olhos e me bateu com o cabo da tesoura que estava na mesa.

Me levantei e fui pra escola, fui o mais devagar possível tentando adiar, mas quando vi os portões tive certeza que não foi tempo o suficiente.
Entrei no estacionamento e parei em qualquer lugar, desci do carro e me encostei no mesmo olhando as pessoas andarem pelo estacionamento.

Focalizei em uma pessoa em especial, do outro lado do maldito estacionamento.
Ele estava encostado no carro e mexendo no celular, tinha tentado me ligar muitas vezes ontem, mas eu não atendi.
Knox fechou o telefone e suspirou, trancou o carro e saiu andando pelo estacionamento.
- Arrependida?
- Você ainda existe? - Perguntei segurando a alça da minha bolsa e começando a andar pra escola.
- Não, sou sua amiga imaginária.
- Sai do meu pé Fernanda.
- Se faz tanta questão… - Ela começou, mas o aparecimento das clones nos fez parar e ela calou a boca.
- Oh meu Deus! - Eu disse rolando os olhos - Precisa mesmo desse gesso?
- Você me atropelou e ainda vai reclamar do gesso?
- Ela mal te arranhou e você sabe Michelle.
- Arrumou uma guarda costas foi Vampira?
- Escutem aqui clones… Eu não estou disposta a perder meu tempo com vocês, mas se for necessário, eu refaço esse atropelamento, nas duas, e faço direito dessa vez!
Valary ia responder, mas Fernanda segurou meu braço e me puxou pelo corredor.
- Não devia ameaçá-la tão alto no corredor.
- Como se eu ligasse. - Disse sacudindo meu braço do dela.
- Você não sabe do que essas criaturas são capazes de fazer Vampira.
- Bom, não importa, eu faço pior.
- E é exatamente por causa disso que você pode se ferrar.
- Andou conversando com o Gates sobre isso? Ou ouviu e quer refazer as palavras dele?
Ela rolou os olhos - Só não quero que você vá presa ok? Ah… Vou dar uma festa de Halloween na sexta feira. - Disse e tirou um papel da bolsa. - Aqui. Vai lá, vai ser bom pra esquecer o… Pra distrair.
Olhei o panfleto preto e vermelho e sorri - Quem sabe.
- E não se esqueça de vir bem diferente pra escola também… E que não seja nada idiota.
- Eu sou a rainha do Halloween.
- Não duvido nada.
Sorri e guardei o panfleto - Vou ajudar meu irmão a decorar a casa, pensei em colocar um túmulo do lado de fora.
- Legal…
O sinal bateu, me despedi de Fernanda e fui pra sala de trigonometria.

Me sentei no fundo e esperei o professor entrar, mas antes disso, Jimmy surgiu do meu lado e me olhou com uma cara estranha.
- Que?
- Você está bem?
- Por que não estaria?
- Bom… - Ele começou e passou a mão pelo cabelo - Você sabe, ontem…
Ergui a mão e rolei os olhos - Escuta Jimmy, nem vem ter pena de mim. Isso aconteceu, mas eu vou esquecer. Agradeceria se você o fizesse também.
Ele sorriu e socou meu braço de leve - Ótimo. Não ia ser bom ver uma Vampira deprimida.
- Isso não existe.
- Vai na festa da Fer?
- Não sei, acho que sim.
- Vamos!
- Vou ver Jimmy! Acalme-se.
Ele riu - Bom mesmo.
O professor chegou e ele foi se sentar.

A aula passou rápido e eu logo já estava no corredor de novo, estava andando calmamente pra minha aula de espanhol, quando Gates passou e esbarrou em mim.
- Passa por cima mesmo. - Eu resmunguei, não estava afim de brigar com ele agora.
- Desculpe. - Disse simplesmente e saiu
O olhei mortal e continuei andando pra aula, que ele matou.

O resto das aulas se passou normal, não vi Gates na aula de física, então cheguei a conclusão de que ele matara todas.
Na última aula, biologia, quando sentei Zacky veio andando até mim.
- Heey, me falaram que você terminou com o cara do cabelo estranho.
- Pois é, e?
- Nada, achei que talvez quisesse conversar.
- Eu não sou desse tipo de pessoa.
Ele riu e sentou na minha mesa - Mas se precisar…
- Com todo o respeito, se eu quisesse conversar sobre a minha vida, faria isso com algum amigo ou amiga.
- Não sou seu amigo?
- Eu mal te conheço, então, não.
- Syn não estava brincando quando disse que você pode ser a garota mais ranzinza do mundo.
- Eu nasci assim, se não aguenta fique longe.
- Hey, calma. Não foi o que eu quis dizer.
- Unf… - Eu murmurei e cruzei os braços me recostando na cadeira
- Você ficou sabendo do ensaio hoje mais tarde?
- Fiquei, o Gates me falou ontem.
- E você vai?
- Acho que sim...
- Quer carona?
- Tenho carro.
- Qual é Vampira! Estou tentando ser agradável, ser seu amigo…
- Ok, se faz tanta questão…
Ele sorriu e saltou da mesa - Ótimo te pego as quatro, ok?
- Ok.

Quando a aula acabou, fui pra casa tomei banho e me arrumei pro tal ensaio, as quatro Zacky já estava bosinando na porta.

- Oi Vampira.
- Oi Zack.
Estávamos quase lá quando ele freou e arregalou os olhos.
- Merda! Esqueci o Johnny.
Eu o olhei confusa e depois ri - Ok que ele é um anão, mas daí a esquecer o garoto?
- Você vai na casa dele comigo?
- Anh? Claro que não. Eu desço aqui e continuo a pé.
- Certeza?
- Tenho.

Estava andando pela rua da casa de Matt com cara de poucos amigos, Zacky maldito, quando…
- Olá rabugenta. - A voz divertida veio da direita e eu me virei
- Você anda me perseguindo? - Perguntei e a garota sorriu enfiando a colher de sorvete na boca.
- Quem sabe? Eu posso ser da CIA, tome cuidado comigo.
- Vai virar uma baleia, todas as vezes que eu te vejo está comendo.
Ela fechou a cara pra mim, mas logo revirou os olhos e comeu mais - Aonde está indo com essa cara feia?
- Vou pro ensaio dos caras, Zacky burro esqueceu o Johnny e eu resolvi seguir a pé.
- Sei. Trocou de homem?
- Nenhum deles nunca foi ou será meu homem.
- Morde a língua Vamps. - Disse sorrindo e imitando Jimmy - Aposto meu braço que pelo menos um dos caras que eu já disse que será seu homem, realmente serão.
- Então, basicamente, qualquer um que eu conheça?
Ela fez cara feia e voltou a comer - Você é mal educada sabia?
- Sabia.
- Você devia convidar sua melhor amiga pra ir com você. - Disse ignorando
- Mesmo? Então deixa eu ligar pra ela.
Fernanda rolou os olhos - Entenda, eu sou sua única amiga aqui.
- Não é verdade, e mesmo que fosse… Saiba que essa amizade não é recíproca.
- É sim e você sabe.
- Irritante. Quer ir?
Ela sorriu se levantando do banco onde estava e abandonando a embalagem vazia de sorvete.
- Claro.

Saí andando e ela veio atrás de mim, fez o silêncio que eu precisava enquanto andávamos lado a lado pela rua.
Chegando na casa de Matt, toquei a campainha e ele logo atendeu feliz.
- Oi Vampira! - Disse sorrindo e me abraçando
- Oi Matt. Essa é a Fernanda, minha amiga.
- Ah, olá. Já te vi na escola. - Ele disse e abraçou-a também, menos animadamente, o que, pelo menos, mostra que ele não é um psicopata com todo mundo, só comigo.
Ela sorriu e correspondeu ao abraço. - Sim, você é o namorado da Valary.
Ele sorriu e coçou a cabeça, a forma que ela disse “Valary” deixou claro que não gostava da garota.
- Pois é.
Estava pronta para apartar o momento tenso deles, quando ouvi Jimmy gritar.
- VAMPS!
- Oi doente.
Ele me abraçou me erguendo nos braços e eu fiz careta pra ele.
- Oi Vampira. - Gates disse sorrindo e abrindo os braços pra mim, suspirei e dei dois passos ficando na frente dele, coloquei as mãos espalmadas dos lados de seu corpo e encostei meu corpo no dele, que passou os braços por mim e rindo - Você definitivamente precisa aprender a abraçar.
- Eu sei abraçar Gates. Só não curto abraçar você.
- Quanto mais você me ofende mais eu sei que você me ama.
- Isso se chama egocentrismo. - Eu disse empurrando-o e me soltando de seu abraço.
- Vocês dois definitivamente tem um caso.
Girei nos calcanhares para encarar Fernanda, que estava encostada na parede e sorrindo pra mim.
- Fica na sua, ou vou te colocar na rua.
- A casa não é sua.
- Mas eu te trouxe aqui e posso…
Meus olhos encontraram um monstro gigante e eu dei dois passos pra trás batendo em Gates.
- Que foi? - Ela perguntou, Jimmy e Gates riram e Matt olhou em volta pra ver o que me assustara.

O monstro latiu e eu choraminguei.
- Gates…
Ele se abaixou e me colocou no colo. - Prende a Bella Matt.
- Por que?
- Porque a Vamps tem medo de cachorros. - Jimmy disse e Matt concordou
- Oho. - Fernanda meio que riu e eu a olhei feio - Essa é uma coisa que eu não ia imaginar… - Ela disse e fez uma cara pensativa - Aha, você está fingindo pra ele te carregar. Sempre soube que você tem uma queda por ele.
- CALA A BOCA SUA DEBIL MENTAL! EU NÃO TENHO UMA QUEDA POR ESSA COISA!
- Olha, não acho esperto chamar de “coisa” o cara que está te segurando longe de um cachorro gigante, que você tem medo.
Olhei pra Gates e ele estava mesmo com uma cara feia.
- Você lembra que as ofensas são provas de que eu te amo?

Todos eles riram e Matt tirou o monstro da sala, Gates me desceu e continuou mau humorado, encostou do lado de Fernanda e eles começaram a conversar sobre qualquer coisa que eu não podia ligar menos.
Sentei no sofá e Jimmy sentou comigo.
- Pronto, ela está no canil.
- Que tipo de doença você tem? Deixar esse monstro sanguinário solto dentro de casa?
- Ela é…
- Inofensiva? Ho, se isso é inofensivo, um assassino é tão legal quanto um chiclete.
- Você não vinha com o Zack? - Perguntou desconversando.
- Ah, ele esqueceu o Johnny.
Eles todos começaram a rir, mas então Matt se recuperou.
- Vamos lá pra fora.

Todos começaram a andar, mas Fernanda parou e virou pra mim.
- Ficou presa ai?
- Fiquei, porque sou obesa como você.
Ela rolou os olhos e cruzou os braços - Que foi?
- O cachorro está la fora.
- Ah, mas ele está preso ao que parece.
Eles voltaram a sala e me olharam sentada.
- Anda Vamps.
- O cachorro.
- Ta no canil, não vai chegar nem perto de você.
Pensei um pouco e me levantei, sai atrás de Jimmy e fiquei lá até ter certeza que não seria atacada pelo monstro.
Como não vi sinal da criatura, me desgrudei de Jimmy e sentei em uma das cadeiras que tinha lá, olhei pra piscina um tempo, mas olhei em volta quando senti o cheiro nojento de cigarro.

Fernanda e Gates estavam perto de mim, cada um com um cigarro e conversando sobre qual era o melhor cigarro.
- Marlboro com certeza. - Ele disse sorrindo, colocou o cigarro na boca e juntou as mãos em punhos mostrando a tatuagem que formava ao nome nos dedos.
- Uau, você gosta mesmo desse. - Disse sorrindo - Sempre quis saber o que tinha escrito na mão
- Agora você sabe.
- Eu gosto de Black
- Black é coisa de viado.
Ela rolou os olhos - Vê isso Syn? - Perguntou apontando pros seios - Isso significa que eu não sou um viado.
- Ou significa, um viado que tentou virar mulher.
Ela socou seu braço e ele sorriu.
- Que lindo, um casal que se mata unido permanece unido. - Eu disse sorrindo irônica.
- Fica calma Vamps, não sou fura olho.
- Claro que não, você não é amiga da Michelle. - Ela rolou os olhos e tragou. - Nojento.
- Você é a rebelde mais politicamente correta que eu conheço. - Gates disse e tragou, soprando a fumaça pro outro lado
- Politicamente correta? - Fernanda perguntou confusa
- Não fuma, vegetariana, dirige carro elétrico... Vai trabalhar no Green Peace vai.
- Agora eu carrego uma futura baleia comigo também.
- Emprego perfeito pra você então. Eles gostam de baleias.
Bufei e virei o rosto tentando respirar o ar puro, mas há essa hora o fedor de cigarro já tinha impregnado o lugar.
Franzi o nariz e levantei andando pra longe do fedor de cigarro, se tem um cheiro que eu odeio, é esse.

Sentei em algum lugar qualquer e encostei a cabeça na parede, senti o cheiro de cigarro e franzi o nariz de novo.
- Fala sério, essa coisa é uma praga.
- Eu sei que você me adora. - A voz dela era divertida
Abri os olhos e vi Fernanda parada em pé ao meu lado.
- Olha, não estava pensando em você, mas a frase serviu direitinho. - Ela sorriu irônica e sentou comigo. - Cansou de brincar de chaminé?
- Por enquanto sim. - Ela disse e sorriu irônica - Você ficou com ciúmeees.
- Que? Essa coisa já comeu todos os seus neurônios?
- Alguns, mas tenho o suficiente pra entender que você não gostou de a gente estar conversando só nos dois bonitinhos.
- Primeiro, não dou a mínima. Segundo, vocês não estavam bonitinhos.
- Pode ser que não, mas você ficou com ciúmeees.
Virei os olhos e soquei sue ombro. - Idiota.
- Você me adora Vamps.
- Egocentrismo e aspirante a chaminé, vocês têm muito em comum, devia investir nele. Mas devo avisar, ele é um beijador de chão que come areia.
Ela riu - Já disse que não vou furar seu olho.
Levantei e sai andando, ouvi ela rir e vir atrás de mim, me sentei na mesma cadeira de antes e ela sentou do meu lado, colocando os pés por cima da minha perna.
- Eu te dou a chance de uma conversa decente e você já se aproveita pra ficar folgada. Depois me perguntam o porque de eu não ser sociável.
Ela sorriu e me chutou, mas depois colocou os pés em mim de novo.

Enfim, Zacky e Johnny chegaram, eles fizeram o ensaio e depois resolveram sair pra comer.
De alguma forma bizarra, eu estava indo, Fernanda eu não preciso dizer, porque além de ser minha mais nova sombra, amava comer ao que parece, então juntou o útil ao agradável e estava comigo no banco de trás do carro de Gates.
- Quando exatamente vocês começaram a conversar? - Ele perguntou
- Você não quis me apresentar seu novo caso, sou sua amiga Syn, dei meu jeito.
- Ah, é por isso que você quer tanto ser minha amiga? Sempre soube que ficar perto dessa coisa ia me dar prejuízo.
- Você não tem um bom timing pras coisas. - Fernanda disse - Você sempre ofende esse cara quando está em lugares propícios pra ele te ferrar.
- E ele não perceberia se você não continuasse falando!
- Você não entende a concepção de amizade.
- Você adora dizer que é minha amiga, SEJA então.
- A pessoa tem que querer ser minha amiga.
- Existe alguém que quer isso? E outra, pare de tentar ser minha amiga!
- Eu quero. - Gates levantou uma mão e Fernanda sorriu
- Viu? Seu namorado é meu amigo.
- Se ele fosse seu amigo, você saberia que ele é só um gigolô e não é meu namorado.
- Jimmy?
- Sim?
- Você é o melhor amigo da Vampira não é?
- Sou.
- Você acha que ela vai ter um caso com o Syn?
- Tenho certeza.
- Viu só?
- Hey, hey. Eu tenho uma pergunta. - Eu disse fingindo animação e me virando pra ela
- Sim?
- Você tem vida? Porque até o presente momento tudo que você faz é falar de mim. Ah, e comer.
Ela sorriu - Tenho vida e você não sabe nada dela, por tanto não faz sentido falar pra você.
- Não é por isso que não faz sentido, não faz sentido porque eu não quero saber.
- Então por que perguntou?
- Pra ter certeza que você se lembra que não é uma extensão de mim, porque até agora tudo que você fala é sobre meu pseudo caso com o Gates.
- Só pra você não esquecer disso.
- Nunca aconteceu, nunca acontecerá! Entenda!
- Chegamos. - Gates disse saindo do carro com voz de tédio

Saí do carro e me apoiei em Jimmy, andamos até a mesa e esperamos pelos outros três.
- Vamos beber. - Jimmy disse erguendo as mãos
- São seis e meia. - Fernanda disse sacudindo a cabeça em negativa - Vamos! - Disse erguendo os braços também.
Gates chamou o garçom e eles começaram a beber cerveja.
- Syn tem razão, você é politicamente correta. - Fernanda disse sorrindo - Chata.
- Vou te mostrar o quanto depois que quebrar essa garrafa na sua cabeça.
- Começo a duvidar que você faria.
- Hey Gates, me empresta seu canivete.
Ele franziu a testa e eu fiz sinal com a mão impaciente.
- Depende, você pretende ferir alguém?
- Não.
- A si mesma?
- Não.
Ele deu de ombros e me entregou o canivete.

Fernanda estava bebendo a cerveja calmamente, peguei um pedaço da ponta de seu cabelo e cortei fora, ela arregalou os olhos e se arredou pra longe de mim.
- Cheirou meia garota? Ou as cuecas do Gates noite passada?
- Se tivesse feito isso não estaria viva. E aproveite pra agradecer seu amigo, se ele não tivesse imposto condições seria seu braço.
Joguei os fios em baixo da mesa e devolvi o canivete pra Gates.
- Ok, não duvido de você.
- Bom, nenhum de vocês me conhece, não achem que sabem tudo sobre mim. Vampira vem de uma longa história, qual é a primeira coisa que vocês relacionam  a essa palavra?
- Você está conseguindo ser sombria.
- Eu sei. - Disse sorrindo irônica e bebendo da garrafa de Gates
- Quer que eu peça uma pra você? - Ele perguntou sorrindo sacana
- Não papai, se eu quiser algo peço por mim mesma.
Ele rolou os olhos e virou o resto do conteúdo na boca.
- Você é um alcoólatra.
- E? Não estou te pedindo pra me doar seu fígado, estou?
- Ta de mau humor por que?
- Porque você não é a única que tem esse direito.
Sorri irônica - A dor de corno voltou foi Gates? Porque só quando ela ataca você fala comigo assim.
- Nunca tive dor de corno, não que isso importe pra você
- Own, que foi? Descobriu que a clone esquisita te chifrou aqui?
Ele me lançou um dos olhares mais mortais que já tinha visto em seu rosto.
Dei a volta na mesa e sentei ao seu lado no “sofá” - Quer um abraço Gates? - Perguntei sorrindo sacana
- Depende, seu não.
Sorri ainda mais, não sabia o que tinha acontecido, mas eu amava a ideia de ele estar com tanta raiva.

Fernanda se levantou da mesa e foi até algum lugar, Jimmy resolveu sair também e Gates suspirou se afundando no assento.
- Você está sem graça hoje. - Eu disse me encostando.
- Não estou no clima pras suas briguinhas.
- Por que não?
- Porque não.
Rolei os olhos. - Nós não somos exatamente amigos, mas eu não sou uma chata fofoqueira e se você estiver precisando conversar não vou sair falando pra ninguém sobre os seus problemas, e eu juro que existem poucos assuntos que eu zoaria.
Ele sorriu e começou a arrancar o rótulo da garrafa.
- Valeu.
Tentei ser mais amigável e dei um soquinho no braço dele, que riu e se virou pra mim.
- Estou tentando ser legal, nem me enche.
- Você precisa melhorar suas habilidades sociais.
- Eu sei, mas estou tentando ser legal com você. Isso já é uma super evolução.
Ele jogou a cabeça pra trás, eu olhei pela janela e vi o carro de Zacky parando perto do dele.
- Eles chegaram, se você não estiver ok…
- Estou bem.
Ergui as sobrancelhas e empurrei-o de leve - Levanta.
- Por que?
- Levanta Gates.
Ele me obedeceu e ficou de pé, Jimmy e Fernanda estavam discutindo com o cara do bar, algo relacionado com a música lhes dar aneurisma. Puxei Gates pela porta lateral, um garçom nos perguntou se não pagaríamos e eu lhe entreguei uma nota de vinte.
- E devolva o troco pra aquele cara alto. - Eu disse apontando - Eu vou saber. - Disse sinistra e ele concordou com a cabeça, Gates riu enquanto eu o puxava pra fora.
- Quem diria, agora você está me sequestrando.
- Você veio porque quis, até porque, te carregar não é uma opção.
Descemos a rua em silêncio e chegamos a uma parte deserta da praia, não havia nenhum vendedor ou nada de atrativo para turistas ou pessoas que quisessem passar um tempo “na praia” ali.

Nos sentamos embaixo de um coqueiro que, sinceramente, só servia pra escorar, porque sombra, que era bom, nada.
Ficamos lá por um tempo, tanto meu celular quanto o dele começaram a tocar insistentemente.
Peguei o meu aparelho e desliguei-o, olhei pra Syn que rodava o dele nas mãos, com o riff de Sweet Child o’ mine saindo muito alto dele.
- Quer uma ajuda com isso? - Perguntei irônica e ele sorriu
- Não sou assim tão tonto.
- Quem sabe? O alcoolismo e o vicio em cigarros podem ter te deixado muito burro pra rejeitar uma chamada.
Ele riu e encostou a cabeça no tronco do coqueiro, peguei o celular de suas mãos e rejeitei a chamada de Matt, depois desliguei o telefone e coloquei-o ao lado do meu na areia.


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Notas finais do capítulo

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