Penso Logo Não Durmo escrita por ArielaFernandes


Capítulo 1
Um tarja preta, por favor!


Notas iniciais do capítulo

Contém liguagem grosseira e gírias, se alguém se ofender com facilidade ainda tem chance de fugir.
Eu classifiquei como romance, mas a minha intenção está sendo escrever algo que oscile entre o drama e o cômico. Mas nada depressivo, revi umas coisas que escrevi aqui e não sei como teve gente que parou pra me ler. Há anjinhos com conta no nyah... Sinceramente!



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Cansada de esperar pelo sono que não vem, decido ligar a TV. Passo pelos canais – abertos ou a cabo, não me importa... - e me deparo com um filme pornô – ou erótico... nem sei se há diferença mesmo além da nomenclatura -. Um bombado, de rosto comum e corte de cabelo tenebroso penetra uma mulher cheia de curvas, porém sem seios gigantescos. Desta vez eu não quero me masturbar – faz um tempo que eu não me toco mais -, só quero ver! Vejo o filme sem som porque moro com os meus pais e eles não precisam saber que eu consumo pornô – me solidarizo com os punheteiros! -. O cara trinca o queixo e faz uma expressão de “Goza logo, sua puta desgraçada!”,  a mulher revira os olhos e geme seu texto – consta na legenda coisas como “Oh meu Deus!” ou “Goza na minha buceta ou “Mais rápido!” ou “Mete mais” ou o clássico “Fuck me!” que encontra diversas traduções no português-brasileiro... pode significar: “Porra!” ou “Droga!” acho que depende do gosto ou pudor do tradutor. Os atores trocam de posições acho que duas ou três vezes e depois de alguns minutos eles decidem que é hora de gozarem supostamente em sincronia – ou bem  próximos de uma sincronia.

Eu até me excito, mas não me toco... Nem eu consigo entender porque eu parei pra ver aquilo. E novamente penso sobre mim... Na vida que eu sonhava e na vida que eu tenho no fracasso que é a minha vida amorosa inexistente apesar de eu querer casar e ser mãe. Chega! O pornô – ou erótico – ‘tá quase me fazendo chorar, ‘tá me fazendo refletir...! Mudo de canal novamente e vejo uma série cômica dos anos ’90 que foi reprisada diversas vezes. Continuo sentindo falta da história de amor que eu adoraria viver, mas agora ‘tá mais suportável. Aproveitando que passa das três da manhã e que o sono parece querer me fazer companhia desligo a TV.  

Rolo na cama algumas vezes e acabo por conseguir me acomodar dormindo de lado, à minha direita, olhando pra porta do “meu” quarto. Sinto que alguém me abraça e a sensação é horrível. Tento me virar um pouquinho a fim de ficar de barriga pra baixo, mas sinto que falta algo. Tento controlar a minha mente; decidi que vou dormir de barriga pra baixo e ninguém vai me impedir!  Mas o maldito sono parece ter fugido de mim! Como quando suas mãos estão úmidas e você tenta segurar um sabonete... “Porra! Puta que pariu! Quero dormir, cacete!” reclamo silenciosamente. Inspiro e expiro umas três vezes e sinto como uma força atraindo meus quadris pra que eu durma de lado e sinta aquele algo me abraçar. Desta vez não resisto, preciso dormir.

Dito e feito! O algo me abraça de novo. Caro diário, não me leve a mal. Não me oponho às demonstrações de afeto. Apenas sei que tem apenas eu no “meu” quarto... E eu sou atéia! ‘Tô bem segura do meu ceticismo... Essa porra não faz sentido algum! Mas tem mais... Além de dormir de conchinha com um amigo imaginário que eu não sabia ter ainda ouço uma voz. Estou – na medida do meu possível - relaxada, meus olhos estão fechados até que ouço a maldita voz chamar o meu nome... Isso nem me assusta, apenas me chama a atenção. Como ondas batendo numas pedras, a voz sussurra o meu nome... “Inês! Inês! Inês!”. Eu sei que me chamo Inês e até esses eventos esquisitos começarem eu gostava bastante do meu nome. Não faço idéia de quem me chama, nem sei se quero mesmo descobrir quem é. Só quero viver uma vida pacata e honesta... Eu acho! É acho que uma vida tranqüila ‘tá de bom tamanho pra mim... Só quero dormir! Eu mereço dormir uma noite sem sonhos – pelo menos sem sonhos estranhos ou indesejáveis. Pronto! Agora imagens de gente transando me invadem a mente... Luto agora contra uma voz que só sabe me chamar e imagens de gente transando como se não houvesse um amanhã... Eu devo ter mijado na cruz de Cristo!  E nem estou protagonizando as cenas de sexo que me perturbam. Nem as minhas alucinações acreditam que sou desejável...

Não faço idéia de quando eu consegui dormir. Olho pro meu despertador e são 07:20. Não percebo mais o meu amigo imaginário comigo... De barriga pra cima, enquanto olho pro ventilador de teto do quarto inspiro e expiro algumas vezes. Boto meus óculos e suspiro pensando: “Um tarja preta, por favor!”.     


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Notas finais do capítulo

É isso... quem leu favor deixar críticas.
Muito obrigada a todos que me leram e mais agradecida sou aos que deixam review. Inté. Beijos e abraços a todos.



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