Evil In Love escrita por LittleSet


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capitulo é inteiramente do Sean... Ele mostra o que acontece realmente em uma cura, o que o garoto fez de ruim e um pouco do que aconteceu com ele. Espero que gostem...



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As garotas corriam pelas escadas, indo até a enfermaria. Megan tomou à dianteira, forçando as enormes portas duplas para que abrissem e ela pudesse ver a cena que se desenrolava ali dentro.

O moreno estava deitado em uma das macas, suas roupas cheias de sangue, assim como os lençóis em que ele estava embalado tão cuidadosamente. De longe ele parecia morto, e por um momento sua irmã pensou mesmo que ele estivesse.

Antes que ela pudesse se aproximar mais, Ryan a envolveu em seus braços, a abraçando como uma forma de tranqüilizá-la.

- Como isso aconteceu? – perguntou à loira, seu rosto estava inexpressivo, mas se prestassem atenção poderiam ver a luz de preocupação bem no fundo de seus olhos cinza.

- A médica disse que foi algum ferimento do acidente que eles não captaram antes, alguma hemorragia ou coisa do tipo. Ele começou a vomitar sangue essa madrugada e o trouxemos para cá, aplicamos o remédio e estamos esperando ele reagir.

*********************

Reagir. Aquela parecia uma palavra estranha para o moreno naquele momento. Ele podia sentir a presença de todos como apenas uma dorzinha pontiaguda no fundo de sua mente e ele não gostava daquela sensação.

Tudo o que o garoto ouvia era um chiado irritante em sua cabeça, que mais tarde se tornou estática. Uma estática alta que o garoto não conseguia aguentar, ele começou a gritar, mas nada adiantava. Ele não sentia seu corpo, e toda a sua sensibilidade encontrava-se em sua mente. Sendo atacada meticulosamente pelas drogas daquele remédio que prometia tão vagamente curar o que havia de errado com ele.

O garoto tremia dos pés a cabeça. Mas ele sabia que seu corpo real, aquele parado na enfermaria, continuava imóvel.

Toda aquela estática já o estava quase enlouquecendo, quando veio o silêncio. E nada mais se podia ouvir, a não ser sua respiração agitada e descompassada.

Ele se endireitou, olhando ao seu redor, constatando que não sabia realmente onde estava. Parecia um ginásio, frio e clinico, onde apenas uma luz se encontrava acesa, bem acima de sua cabeça.

O moreno escutou então os passos que seguiam cada vez mais perto dele, os saltos finos batendo ritmicamente em sua direção, até que parou na sua frente, dentro da área da luz. Uma mulher alta devido aos saltos, e magra, apesar de ter um corpo bonito e encorpado.

Seus cabelos eram negros, no mesmo tom de noite do moreno, os olhos da escuridão que se resumia sua mente. A pele clara como a de Megan, as mesmas feições delicadas da garota.

Então outros passos soaram, e um homem alto e forte apareceu ao lado da mulher. Com os cabelos pretos começando a ficar grisalhos, a estrutura óssea forte e bem marcada. Seu pai.

Entre as sombras surgiu uma garota, em seu lado esquerdo, os cabelos dela eram castanhos, os olhos esverdeados eram tão doces e inocentes. As feições tão delicadas, a pele parecendo porcelana, a qualquer momento parecia poder quebrar com um toque mais rude.

O garoto não conseguiu encará-la e virou o rosto, vendo quando outra garota se aproximou. Ele não pareceu acreditar que ela também fizesse parte daquilo, no entanto ela se encontrava a sua direita. Suas feições tão leves e sua pele macia, seus olhos cinza e seus cabelos compridos, loiros e levemente cacheados nas pontas.

Cada um deles, um por um, levantou a mão em direção ao moreno, mostrando uma arma.

- Seu legado, sua destruição... – eles disseram juntos. As vozes se fundindo umas as outras.

Então eles atiraram sem pensar duas vezes. O corpo do garoto caindo ao chão, tendo solavancos a cada bala que penetrava sua pele, sem cessar. O sangue vermelho escorreu por sua camiseta cinza, manchando-a.

O chão lhe faltou, e ele caiu, por tanto tempo que perdeu a noção da distância. Sempre no escuro, sempre sem ver o final de onde quer que ele estivesse indo.

As imagens começaram a passar tão rápido que pareciam doer ainda mais. A dor... Aquela que ele conhecia tão bem.

Ele viu de novo, tudo de novo. Milhares e milhares de vezes. Sentiu seu corpo sendo jogado para dentro do armário, sentiu o pânico de quando era criança. Viu quando a empurraram para o sofá, apertaram seu braço e tamparam sua boca. Abusaram dela, por minutos que pareceram demorar horas. Jogaram-na devastada no chão, e atiraram nela, até que o sangue de seu corpo não existisse mais. Deixaram-na ali, apodrecendo.

Então o tempo passou, a cena acelerou, ele chorou copiosamente sobre o corpo dela. Mas já era tarde demais, para qualquer um dos dois. Ele correu, em busca de um pouco de conforto. Até a única mulher que ele pensava poder confiar.

O moreno abriu as portas pesadas, com uma força que ele não conhecia, correu com a adrenalina que atingia seus músculos e corria por seu sangue. Entrou no quarto, apenas para encontrar o corpo dilacerado dela. Partes por todos os cantos, sangue encharcando tudo, secando ao sol da tarde. Sentiu vontade de vomitar, no entanto se segurou ao ouvir um choro.

A pequena garotinha estava abraçando os próprios joelhos em um canto do quarto. Fizeram-na assistir... E iriam pagar por todas as suas lágrimas.

Ele se aproximou, segurando seus ombros e a levantando do chão. Abraçando-a. deixando que ela molhasse sua camiseta com suas pequenas lágrimas, deixando que seus olhos marejados se confundissem com o borrão de sangue.

O moreno jurou se vingar, não apenas por ele. Mas por sua pequena irmã. A dor fora tanta, que amortecera seu coração, fizera com que ele crescesse. A cena se acelerou, tão rápido como na outra vez. Ele se viu em um beco, com uma arma longa em mãos, o olhar ensandecido, frio e cruel.

Atirou o máximo que pode, até que todo o sangue do corpo daqueles monstros tivesse sumido, assim como o delas. Ele não teve piedade, na verdade aquela palavra a partir daquele momento era desconhecida por ele.

Tudo passava como se tivesse acabado de acontecer, ele se viu em todas as suas missões, com aquele mesmo olhar. E em um momento, viu uma garota loira, correndo por um parque, ensanguentada. Ele tinha estado lá, e mal a notara. Ele estava ocupado demais, tentando achar um carro que o levasse até o aeroporto.

Percebia agora o quanto aquela garota estava assustada naquela noite, o quanto ela crescia com a devastação de seu mundo. Eles eram tão parecidos naquele momento, tão semelhantes naquela situação.

O moreno queria tê-la abraçado naquele momento, mas ele não a conhecia e ele não se importava. Não naquele momento. Mas sua cabeça estava mudando, ele se lembrava de Karen agora. De como era feliz ao seu lado, e de como ela dava importância a sua vida miserável.

Então a dor voltou. A estática tomou conta de tudo outra vez. Tão forte e agressiva como da ultima vez. Aquele era o ponto final da cura, se o coração dele agüentasse. Sua mente o faria despertar daquele momento de angustia.

*************

- Tem certeza que ele esta bem? – Leah perguntou. – O coração dele esta muito acelerado para uma cura.

- O seu também ficou assim. – Ryan explicou. – Chamamos de revelação, é quando nos lembramos de nosso passado. De tudo o que já nos fez mal, e normalmente do que fizemos de mal.

- Ele só esta se lembrando... – Megan disse sua voz soando pastosa. Os olhos marejados. – Quer dizer que logo ele acordara. A dor esta passando aos poucos.

No entanto ele demorou a abrir os olhos, e Megan começou a andar de um lado ao outro da sala. Seus sapatos fazendo um barulho agudo e irritante.

As pálpebras tremeram, e os olhos negros se abriram. O moreno levantou, colocando a mão na cabeça. Sentindo-se péssimo.

- Sean. – Megan disse, pulando nos braços do irmão. Abraçando-o forte.

- Eu estou bem, Megan. – ele disse frio.

O garoto se desvencilhou dos braços da irmã, e desceu da maca. Agradeceu rapidamente Ryan por sua ajuda, fazendo o ruivo revirar os olhos e dar de ombros. Passou rapidamente pela loira, sem a olhar nos olhos, descendo as escadas que davam aos quartos.

- O mesmo Sean de sempre... – Megan disse, parecendo feliz.

Leah, no entanto, não tinha a mesma confiança na saúde do moreno. Ela entendera a expressão em seus olhos, sentira a repulsa que o corpo do moreno dava a qualquer forma de conforto ou amor. A loira sorriu, minimamente. Ele estava bem... Ou pelo menos iria ficar. 


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo, começa a preparação de Sean para a missão tão importante que ele terá, vai ter também o destino de Megan e um pouco de surpresas com a Leah... kkkk



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