Imprevistos Do Amor escrita por DebsHellen


Capítulo 37
Capítulo 34.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!
Voltei das minhas ótimas férias ontem. Postei 'Diário da Anne', para aqueles que leem. ;)
E hoje atualizo 'Imprevistos do amor'. Preciso lembrar que a fic está em reta final. Tem + 1 capítulo e o epílogo. Então, últimas chances de comentar e recomendar. ;)
Link da foto (caso não consigam visualizar): http://lh6.ggpht.com/-FsFXaszoOTA/TqrMYWQO_II/AAAAAAAABt4/KO44slmQX6Y/s900/IDA%252520pr%2525C3%2525B3logo.jpg
Bora ler!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/170676/chapter/37

CAPÍTULO 34.


“A VIDA SÓ É PLENAMENTE PERFEITA EM CONTOS DE FADAS E EM SONHOS. NA VIDA REAL, VOCÊ TAMBÉM É FELIZ, AMA E SORRI... MAS, ÀS VEZES, VOCÊ É TRISTE, ODEIA E CHORA. VIVER É UMA ARTE, UM OFÍCIO... E QUEM AGUENTA OS IMPREVISTOS QUE SURGEM PELO CAMINHO NÃO É APENAS UM SOBREVIVENTE, É UM GUERREIRO VENCEDOR.”– KTwilight

PDV Isabella Swan Cullen

*** 2 meses após o nascimento do bebê ***

A vida me ensinou que tudo pode acontecer. Ontem eu era só uma adolescente que tinha o amor dos meus pais; hoje sou uma prostituta sem família e que batalha para sobreviver; amanhã eu irei me apaixonar, viver um conto de fadas e serei feliz; e no futuro vou perceber que tudo isso acabou.

E restarão só as lembranças.

Doces lembranças.

...

– Mãe, o tio Henry disse que hoje vamos para o continente!

Nessie aparece em minha frente e pula de alegria. Não fala mais o nome do pai, mas sei que sempre pensa nele. Está grande, a cara dele. Uma lembrança diária do homem que amei. Que amo. Ela tem sido compreensiva com nossa situação, tem sido forte apesar de ainda ser uma criança.

Sem documentos, sem telefone, sem dinheiro, não tenho tido condições – e nem forças – para fugir do Brasil. Anthony, nosso segundo filho, nasceu há dois meses e eu tenho me dedicado em garantir que Henry nos dê o necessário para sobreviver. Ele não tem sido ruim conosco, mas também não nos trata como se fossemos da realeza.

Uma vez por mês nos leva para o continente. É o dia preferido do mês para Nessie. Ela adora caminhar e correr pela praia com os braços abertos, adora a agitação da cidade, o calor que faz sempre aqui.

Mas hoje tudo é um pouco diferente. Faz frio. Olho para aqueles olhos verdes que me encaram fixamente esperando minha resposta ao seu comentário empolgado.

– Então vamos para o continente, filha. – eu digo fingindo uma emoção que não sinto, daria tudo para estar longe daqui, com meus filhos e com Edward.

– Eba! – ela dá um pulinho de alegria – Vou pegar meu biquíni, mãe.

– Não. Hoje está frio, não vai entrar no mar.

– Ah, mãe. Só um pouquinho bem pequenininho. – ela fez o beicinho de sempre, mas fui firme em negar seu pedido.

– Não seja teimosa. Vamos esperar e ver o que Henry quer fazer no continente, mas nada de entrar na água hoje, não quero que fique doente.

– Tá bom.

Saiu da sala com um beiço lindo naqueles lábios carnudos e os braços cruzados sobre o peito. Evitei sorrir até que a perdi de vista. Anthony sugava meu peito fervorosamente. Ele também me fazia lembrar o pai deles, também era parecido com ele. Era perfeito. Meu pequeno milagre. O pobre menino nasceu na mesma clínica clandestina na qual me consultei por duas vezes e era um milagre que estivesse saudável, quase morri de medo que um de nós ficasse doente.

– Isabella, - Henry interrompeu meus devaneios e Anthony parou de sugar meu seio para olhar para ele – vamos ao continente hoje.

– Sim, Nessie já me disse.

– Você vai demorar com Anthony?

– Não, podemos parar agora. Que horas quer ir?

– Daqui quinze minutos. Pegue o que precisar, mas não vamos ficar muito tempo por lá.

– Certo.

Me levantei e comecei a caminhar em direção ao quarto que eu dividia com meus filhos. A voz gelada de Henry me parou.

– Isabella?

– O quê?

O encarei. Seu olhar era sério, decidido. Não havia meio termo com Henry; ele era razoavelmente bom para nós, mas deixou claro que não deveríamos ousar contrariá-lo. Eu não tentaria fazer isso, não quando meus filhos dependem de mim.

– Lembre-se: - ele disse - nada de gracinhas no Rio. Estarei armado e não tenho medo de usar a arma.

– Claro. Não vou fazer nada.

Saí antes que começasse a chorar. Eu viva sob pressão com Henry. Queria tanto sair daqui, fugir para o continente, embarcar num avião e voltar para minha família em Seattle. Ele estava esperando por mim? Cansou de me procurar? Ou nem se deu ao trabalho? Estava sofrendo com a distância tanto quanto eu? As dúvidas em minha cabeça e a pressão causada por Henry me desgastavam. Eu ainda estava de pé por meus filhos, fisicamente eu me mantinha forte por eles; mas estava em pedaços por dentro, meu coração estava estilhaçado.

...

No continente, fizemos algumas andanças em bancos, lojas e um mercado. Henry nos mantinha por perto e, para quem não nos conhecia, até parecíamos uma família. O frio estava sendo severo há alguns dias. Mas era bom. Era reconfortante.

Henry entrou numa pequena casa para falar com alguém. Como sempre, esperei obedientemente do lado de fora. O vento fez Nessie se colar em minhas pernas e eu fechei a cobertinha em volta de Anthony protetoramente.

– Filha, não saia de perto de mim. – pedi.

– Tá.

– O que quer fazer quando chegarmos? – tentei distraí-la - Panquecas? Ou uma pizza?

– Pode ser panqueca. – ela sorriu e me encarou – Adoro a sua panqueca, mãe.

– Eu sei. – rimos juntas – Fecha sua jaqueta, filha. Esse vento vai te deixar com dor de garganta daqui a pouco.

Frio aqui não era algo muito comum, todos falavam daqui porque se lembravam do calor e das mulheres com biquínis minúsculos... Mas como em todo o planeta, aqui também fazia frio. Era uma tarde fria como tantas outras nesse mês no Rio de Janeiro, mas o frio era para os fracos.

A vida me ensinara muito... Uma das lições que aprendi é que ‘não se deve ficar lamentando a vida’. Algumas coisas você pode controlar, outras você apenas precisa deixar rolar... E outras coisas você tem que simplesmente esquecer...

Henry saiu da casa em que entrara, pegou-me pelo braço e me conduziu em direção ao local onde ficou nosso pequeno barco. Aceitei sua ordem física em silêncio. Nessie caminhava ao meu lado, segurando em minha blusa, caladinha como se fosse muda.

E então parei. Enxerguei ela. Era uma miragem? Eu estava enlouquecendo? Eu deveria esquecer eles, esquecer ela, esquecer tudo...

Só que é meio difícil esquecer quando você tem dois motivos mais do que válidos para se lembrar. E eu tinha agora três motivos.

Renesme, Anthony e Alice.

E nenhum deles me deixaria esquecer o meu passado!

– Isabella, o que está fazendo? – Henry pediu assim que parei de caminhar.

Eu não disse nada. Ele também parou, analisando minhas reações. Fiquei encarando ela. A mesma beleza de que eu me lembrava, porém parecia perturbada. Seus olhos eram lindos, mas estavam fundos e chorosos. Parecia ter passado dias sem dormir. Estava há poucos metros de nós, próxima o suficiente para que eu a chamasse e ela me ouvisse. Estava olhando para mim? O que estava pensando? Será que chegou a conclusão de que o bebê em meus braços era de Henry? Ela achava que eu havia enganado seu irmão? Oh, Deus! Permita que eu possa explicar a ela o que aconteceu conosco!

– Isabella...? – Henry questionou impaciente.

– Que foi, Henry? – eu pedi.

– Por que parou de caminhar? Quer que eu estoure seus miolos aqui mesmo? – puxou-me pelo braço - Anda, mulher!

Dei dois passos ao lado de Henry. Nessie alheia aos acontecimentos, ainda segurava em minha blusa. Anthony cochilava em meus braços. Vi o movimento que Alice fez quando caminhamos. Um pequeno aceno com sua cabeça para alguém que não reconheci, sequer enxerguei para quem ela acenou, e o som de uma bala disparada foi ouvido. Fechei os olhos por instinto, pensei que fosse Henry quem disparou. Só me dei conta de que não foi ele quando largou meu braço e caiu no chão gritando de dor. Uma poça de sangue se formava. Nessie gritou e começou a chorar, escondeu o rosto na minha cintura e se apertou contra mim. Anthony acordou e começou a chorar também. Eu fiquei tonta e só não desmaiei porque Alice e um outro homem me seguraram.

– Leve eles daqui! – ela dizia – Não é seguro ficar aqui.

Três ou cinco homens disfarçados se aproximaram. Alguns se preocuparam comigo e as crianças; outros estavam rendendo Henry. Ainda parecia mentira, era surreal. Alice estava aqui!

Os homens que estavam comigo e as crianças, nos puxaram até uma ambulância deixada a quase uma quadra de onde estávamos. Sussurravam consoladoramente que ‘tudo ficaria bem’. Lutei contra o torpor que ameaçava tomar conta de mim. Alice se aproximou, não se dirigiu a mim. Colocou-se de joelhos em minha frente e falou com Nessie.

– Você está bem, lindinha? – sua voz transmitia uma preocupação sincera.

– Sim. – Nessie chorava um pouco.

– Está machucada?

– Não.

– Ótimo. Vem aqui.

Alice abriu os braços e a pegou no colo. Beijou repetidas vezes seus cabelos e rosto, confirmando que Nessie estava realmente ali, e a colocou sentada na maca da ambulância. Então olhou para Anthony em meu colo. Seus olhos lacrimejaram, os lábios tremeram. E então ela olhou em meus olhos.

– Posso segurar meu sobrinho? – pediu com humildade refletida nos olhos e na voz.

– Por favor. – implorei.

Assim que ela pegou Anthony, a escuridão caiu sobre mim como uma tempestade. Desmaiei e fiquei inconsciente por tempo indeterminado.


PDV Alice Cullen Whitlock

Cheguei ao Brasil mais cedo do que eu previa. Foi difícil me afastar de Edward no hospital, mas Jasper prometeu que me manteria informada de qualquer alteração em seu estado clínico. Jasper estava sendo um bom homem, me apoiando em minha decisão de ir ao Brasil buscar Bella e Nessie. Toda a família já sabia que eu procurei Jenks para dar um jeito de encontrar elas e todos queriam fazer sua parte, mas os convenci de que essa missão era minha, era o mínimo que eu poderia fazer depois de todo o mal que causei a todos eles.

Jenks colocou Tanya Denalli sobre vigilância sem que ela soubesse. Se todas as nossas pesquisas e suspeitas estivessem corretas, Tanya era a responsável pelo sumiço de Bella e Nessie, então qualquer coisa que ela fizesse acabaria por denunciá-la.

Eu já sabia que Bella e Nessie estavam no Brasil e sob os cuidados de um dos capangas que Tanya contratou. Seu nome é Henry Petrory, um ex-condenado por roubo e assassinato. Eu rezei durante todo o tempo de voo até o Rio de Janeiro, rezei para que Bella e Nessie estivessem vivas. Minha vida dependia disso; eu não sei do que seria capaz de fazer caso elas estivessem mortas.

No Rio, começamos a busca nos hotéis, motéis e pensões. Mas era difícil, a cidade é grande e turística, isso dificultava nossa busca. Depois de dois dias procurando, vi Henry entrando numa casa. Tive sorte de ter memorizado o rosto dele depois de ver uma foto que Jenks me mostrara em seu escritório.

Ele entrou na casa e avisei Jenks e os oficiais do FBI que estavam conosco. Todos permaneceram em seus postos. Demorou um tempo para Henry sair da casa. E quando o fez, logo estava segurando uma mulher pelo braço.

Era ela.

Bella estava com ele. Eu a achei! Eu a levaria de volta para Edward! E só então, depois dessa alegria e satisfação por ter encontrado Bella, eu me dei conta de que ela não estava sozinha. Havia Henry com ela; mas havia mais gente, havia duas crianças. Uma era Renesme, eu tinha certeza disso. Aquele rostinho angelical, doce e igual ao de Edward era inconfundível. Mas e a outra criança? O bebê nos braços dela, envolto por uma coberta pequena? Era meu sobrinho também?

E então ela me viu e parou de caminhar. Henry a encarou e falou com ela. Não entendi a conversa deles, mas percebi que ele estava irritado. Acenei para um dos oficiais que viera conosco e ele autorizou outro a atirar. Tive medo de que ele errasse, mas ele fora treinado para ser certeiro. O disparo zumbiu em meus ouvidos, acompanhado do assombro de pessoas próximas, do grito de Nessie e do choro do bebê.

Eles foram rápidos e, quando dei por mim, estava em frente à ambulância olhando Bella e as crianças. Ela parecia em choque, prestes a desmaiar. Aproximei-me lentamente, implorando por seu perdão silenciosamente. Me coloquei de joelhos em frente à minha sobrinha, olhei em seus olhos.

– Você está bem, lindinha? – pedi sinceramente preocupada com ela, parecia assustada.

– Sim. – Nessie chorava um pouco.

– Está machucada?

– Não.

– Ótimo. Vem aqui.

Abri os braços e a peguei no colo. Beijei repetidas vezes seus cabelos e rosto, confirmando que ela estava realmente ali em meus braços, e a coloquei sentada na maca da ambulância. Então olhei o bebê nos braços de Bella. Não havia como negar, ele era meu sobrinho. Senti minha visão ficar turva pelas lágrimas e meus lábios estremeceram. Olhei nos olhos de Bella e percebi o tamanho do amor dela por Edward e pelos seus filhos, ela só estava sendo forte por eles; a admirei mais do que imaginei possível.

– Posso segurar meu sobrinho? – pedi humildemente.

– Por favor. – ela disse.

Assim que peguei Anthony, comecei a encarar o rostinho tão parecido com Bella e Edward, uma mistura linda dos dois. E então Bella desmaiou e Nessie gritou outra vez.

Os paramédicos se encarregaram de examiná-la e ver se tudo estava bem. Não havia nada grave, apenas um desmaio causado pela pressão psicológica que ela sofreu desde que foram sequestradas. Me encarreguei de acalmar Nessie e Anthony e falei com os oficiais. Segui no primeiro jato com Bella, as crianças, um oficial do FBI e dois médicos para Seattle. Os demais ficaram para averiguar e reunir provas sobre Henry na casa em uma ilha na qual ele mantinha Bella prisioneira.

Não me preocupei com ele, o FBI faria o que fosse preciso. O voo até Seattle demorou e Bella acordou, mas os médicos lhe deram um remédio para dormir mais um pouco. Me ocupei em cuidar das crianças. Anthony dormia em meus braços e Nessie estava sentada ao meu lado, olhando Bella adormecida numa poltrona reclinada.

– Minha mãe vai ficar bem? – pediu, a voz transmitia seu medo.

– Vai. Ela só está descansando.

– E o tio Henry?

– Henry está vivo, querida. – toquei seus cabelos – Mas ele roubou vocês do seu pai, agora terá que pagar por isso.

– E meu papai? – ela me encarou – Por que ele não veio buscar a gente?

– Ele tentou, querida. Mas ele sofreu um acidente de carro e está no hospital descansando. Por isso ele não procurou por vocês, mas eu vim no lugar dele.

– Você gosta de nós agora?

Os olhos esperançosos e a pergunta dela me mataram por dentro. Minha própria sobrinha tendo que perguntar se ‘eu gosto dela e da sua mãe agora’. Eu devia sumir da vida delas pra sempre. Como pude ser tão mesquinha e egoísta e me manter longe de um doce de menina como Nessie? Edward e Bella fizeram um ótimo trabalho ao criá-la tão bem.

– Eu gosto de vocês agora. – falei e acariciei sua bochecha rosada – Me desculpe por ter sido uma tia má.

– Tudo bem. Agora você é uma tia boazinha?

– Sim, agora sou boazinha. – sorri e recebi um beijo dela.

Chorei como um bebê. Redenção. Me senti mais leve, como se tudo estivesse entrando nos eixos e agora fazia sentido e estava do jeito que deveria ter sido desde o princípio. Perdão. Eu estava quase completa. Restava ter o perdão de Edward, Bella e Jasper.

...


PDV Isabella Swan Cullen

Eu acordei e vi que estava dentro de um avião. Nessie estava dormindo confortavelmente deitada no colo de Alice e Anthony estava deitado num pequeno bercinho que eu não conhecia, ele também dormia. Alice encarava a escuridão do lado de fora da pequena janela do avião.

Me movi buscando uma posição melhor, esticando meus músculos e recuperando os movimentos. Alice me olhou rapidamente.

– Como você está?

– Estou bem. – respondi um pouco confusa – Não estou sonhando sobre nada do que vi, não é?

– Depende do que você viu. – ela sorriu um pouco – Mas creio que tudo seja real. Nós te encontramos com Henry no Rio de Janeiro, ele foi baleado e te trouxemos para o avião. Estamos voltando para Seattle.

– Henry morreu?

– Não; foi um tiro apenas para imobilizá-lo antes que ele tentasse fugir. Foi atendido pelos paramédicos e agora já está em um voo com agentes do FBI em direção à Seattle também.

– Eu... ele... nós não...

Eu não sabia como explicar que Henry e eu não tínhamos nada. Alice seria a última pessoa a acreditar em minhas palavras, mas eu precisava tentar. Apenas me faltavam as palavras pra explicar.

– Não precisa dizer nada. – suas palavras me silenciaram – Eu sei que Henry era apenas o responsável por cuidar de vocês no Brasil. Tenho certeza de que Anthony é meu sobrinho tanto quanto Nessie e Guilherme são.

– Obrigado, Alice. – chorei baixinho.

– Eu é que devo agradecer por você ser tão tolerante comigo todo esse tempo. Fiz coisas horríveis e você nunca me recriminou por isso.

– Eu fiz o que achei ser certo. – dei de ombros.

– E eu agradeço por isso. De verdade.

Nessie se remexeu no colo dela e continuou dormindo. Outras perguntas rondavam minha mente e eu precisava das respostas.

– Alice, cadê o Edward?

Silêncio. Ela apenas suspirou e me encarou.

– Eu não quero pensar nada mal sobre isso, mas é meio difícil. Nós ficamos uns seis ou sete meses separados desde que Henry sequestrou Nessie e eu. Nesse tempo todo, ele sumiu. Como ele não nos achou? Ele desistiu de nós? Ou ele mandou você vir no lugar dele?

– Ele não sabe que eu estou aqui, Bella.

– Como não sabe? Ele foi embora de Seattle?

– Não. – seus olhos estavam marejados – Edward percebeu no mesmo dia em que vocês foram sequestradas que algo estava errado. Tentou localizar vocês através do celular e com nossa família, mas ninguém sabia nada sobre vocês. Ele me ligou enquanto estava dirigindo até a delegacia porque achava que vocês tinham sido sequestradas. Me disse que estava preocupado que eu tivesse algo a ver com isso e antes que eu pudesse dizer que não sabia de nada, ele sofreu um acidente de carro.

– Oh, meu Deus!

O choque tomou conta de meu coração. Edward sofreu um acidente! Ele não nos deixou. Ele apenas não tinha como nos buscar. Mas como ele estava agora?

– Ele ficou em casa esperando por nós? – perguntei esperançosa.

– Não exatamente. – ela franziu a testa – Ele ficou muito machucado por causa do acidente. Fraturou vários ossos, teve vários hematomas pelo corpo e passou por uma extensa cirurgia. Os médicos o deixaram em coma induzido, mas depois do efeito, ele entrou em coma mesmo. Está assim desde então.

– Em coma? – perguntei em choque, um pedaço do coração quebrando – Edward está em coma?

– Sim. Os meses em que vocês estiveram fora, ele passou em coma. Jasper diz que isso foi uma maneira dele encarar isso tudo sem ter um infarto, que ele não aguentaria ficar preocupado e sem ter notícias de vocês.

– Ah, meu Deus! – as lágrimas caíram por meus olhos enquanto eu tentava assimilar tudo isso – Alice, eu quero ver ele. Eu preciso ver ele assim que pousarmos em Seattle. Não posso esperar mais. Fiquei todos esses meses sem saber o por quê ele não apareceu e nos resgatou, mas não queria culpá-lo sem saber dos fatos. Agora a única coisa que eu quero é ficar com ele.

– Nós vamos passar na casa da minha mãe e deixar as crianças lá. Depois te levo ao hospital. Eu prometo.

– Obrigada, Alice.

Chorando me levantei da poltrona e a abracei. Alice podia ter dito tudo o que disse pra mim no passado, mas nada era capaz de sobrepor o que ela fez por nós nos procurando e resgatando enquanto Edward está em coma.

Afastei-me dela e voltei para minha poltrona. Anthony começou a choramingar e eu o peguei para dar-lhe de mamar. Ele logo se aconchegou em meu peito e abocanhou meu seio com força, estava com fome. Toquei seus cabelinhos e sorri em meio às lágrimas.

– Ele se parece muito com você e Edward. – Alice disse – É um menino lindo.

– Obrigada. Só estive de pé durante todos esses meses por eles.

– Você é uma guerreira, Bella. Muitos não suportariam nem metade do que você passou.

– É.

– Quando você descobriu que estava grávida?

– Logo que Henry nos levou para o Brasil. Eu provavelmente já estava de três ou cinco meses, não sei bem.

– Você fez algum tipo de exame?

– Sim, duas vezes. – ri cinicamente – Henry me levou até uma clínica clandestina porque eu não tinha documentos e não poderia correr o risco de ser reconhecida. A clínica me causou calafrios. Era horrível... Foi lá que Anthony nasceu.

– Céus, que horror!

– Horrível mesmo. – eu concordei – Fiquei com medo que Anthony e eu tivéssemos algum tipo de doença por causa da péssima condição da clínica, mas, por um milagre, estamos bem.

– Sim, estão bem e voltando pra casa. – Alice sorriu consoladoramente – Vamos verificar a saúde dos três assim que possível.

– Certo.

Um instante de silêncio surgiu entre nós até que me lembrei da coisa toda do sequestro. Henry estava com nós no Brasil, mas quem o mandara fazer isso?

– Alice, você sabe quem mandou Henry nos sequestrar?

– Sim. Tenho plena certeza de que foi Tanya Denalli, embora precise de provas mais específicas para pedir uma ordem de prisão para ela.

– Tanya? A ex-namorada do Edward?

– Ela mesma. Aquela mulher é uma cobra egoísta e miserável. Há pouco tempo percebi isso, mas ela não vale nada. Fica se escondendo atrás do dinheiro que tem e do nome que carrega. Mas vai arcar com as consequências do que fez, isso eu posso garantir.

– Não quero confusão, Alice. – eu disse – Sei que o que ela fez foi errado e só eu sei das coisas que passei com Nessie e Anthony no Brasil; mas não quero confusão com Tanya e nem quero causar problemas pra família toda.

– Todos tinham razão em ficar irritados comigo. – disse ela – Você é uma pessoa muito boa, não merece ser tratada de modo rude por ninguém, muito menos por mim.

– Alice, sobre o que aconteceu... eu quero pedir desculpas, mas quero que entenda que eu não... John não era nada meu, foi um cliente que eu atendi algumas vezes... mas eu não sentia nada por ele e nem ele por mim. Eu não...

– Bella, isso é passado e deve ser deixado para trás. – ela deu de ombros – Perdi Jasper e só então entendi que John e eu jamais daríamos certo. Se eu não os visse aquele dia, em outra ocasião nós discutiríamos e terminaríamos. De qualquer modo, eu nunca o amei e só entendi isso quando perdi Jasper. Eu amo Jasper e estou tentando consertar as coisas pra nós.

– Fico feliz por você. Jasper é um bom homem, vai aceitar dar outra chance pra vocês.

– Assim espero.

O piloto anunciou o pouso e nós apertamos os cintos. Vinte minutos depois eu estava indo em direção à casa de Esme para deixar meus filhos com ela e poder visitar Edward no hospital...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então?! Espero que tenham gostado, escrevi com muito amor e carinho e estou extremamente satisfeita com o rumo que dei a fic.
Notaram que a foto e alguns trechos do capítulo são o próprio prólogo? Para quem surtou tentando descobrir de que modo o prólogo se encaixaria na fic, hoje teve a resposta. ;)
Aguardo opiniões nos reviews. Beijos. Até logo...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imprevistos Do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.