Na Escada da Escola escrita por Aki Nara


Capítulo 1
Capítulo 1 - Treze




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Era verão e o calor na grande cidade era insuportável, o sol começava a se por tingindo o céu de vermelho e laranja, dando o tom entristecido de uma tarde que findava.

 

O grande relógio badalava avisando aos alunos que era hora de voltar para casa. O fluxo de carros na escola aos poucos diminuía até restar apenas o eco... do silêncio.

 

Era estranho enfrentar os mesmos corredores, vazios, quando sempre os via apinhados, de gente e vida. Agora, estou sozinha, sem amigos e restam apenas parcas lembranças...

 

A sala se abre e o luar ilumina pela fresta de uma janela aberta, ando até minha mesa e vejo um vaso de flores, mas elas murcham sem cuidado, de fato ninguém... se importa.

 

Quando vivia entre eles, me sentia excluída, mas estando deste lado... apenas observando a vida passar... não me sentia melhor, esse não era um ângulo melhor para estar.

 

Para mim não havia mais tempo e este não parecia correr, mas ele sempre parava naquele exato momento, a hora maldita se aproximava, o por quê de reviver a minha morte... eu não sei.

 

O “tic tac” foi substituído pelo badalar da meia-noite. Meus pés se movem... eu me encontro sentada na janela apreciando o luar, a cerejeira está florida e tudo parece tão mágico. Algo estava errado... 

 

A sensação é aconchegante e me sinto tão feliz... Por que tenho que morrer? Meus olhos me traem... sinto vertigem, estou caindo, escuto um baque surdo, são meus ossos quebrando com o impacto.

 

Não me lembro de ter sentido dor, mas lembro-me da sensação de frio enquanto algo quente escorre, é meu sangue. Ouço o último badalar e ergo os olhos para a janela de onde caí. “Você?”, este foi meu último pensamento antes de tudo escurecer. A morte não é triste, simplesmente é o começo do fim.

 

Ouço passos perto da escada e num segundo já estava lá, vendo um aluno subir os degraus da escada.

 

- Um, dois, três...

 

Finalmente! Alguém acreditava.

 

- Quatro, cinco, seis... Será verdade? Sete, oito, nove...

 

Sim... Conte os degraus!

 

- Dez, onze, doze... – os olhos se arregalaram – TREZE!

SIM! É a minha chance. É tudo que tenho.

 

- Estou aqui. O que quer? – falou soprando um ar gelado no ouvido de quem a libertava da solidão.


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