Susana e Lucia chegaram com pressa ao interior da fortaleza, logo procurando pelos irmãos e relatando terem escutado passos na floresta, mas não foi preciso explicar muito, pois logo um dos faunos que vigiavam a fortaleza chegou até os Reis informando que alguns soldados telmarinos se aproximavam, estava em um pequeno grupo de dez e com os punhos das espadas apontados na direção da fortaleza, logo se via que vinham em paz. 

                Os cinco foram para o lado de fora onde os soldados já estavam aguardando para falar com o Rei Pedro.

                - Rei Pedro – falou o embaixador após alguns segundos depois de ver os reis narnianos pela primeira vez, visivelmente surpreso ao constatar que eles não eram como ele imaginou que seriam, estava evidentemente surpreendido pela pouca idade dos Reis, mesmo sabendo que o Grande Rei Pedro devia ter mais ou menos a idade do Rei Caspian – Sou Lorde Sopespian e venho em paz trazer a resposta do Rei Caspian ao seu pedido parlamentar. – Pedro e os outros esperaram ele continuar. – Meu Rei manda informar que espera Vossas Majestades amanhã, no período da tarde a fim de dialogar.

                Pedro e Edmundo trocaram um olhar preocupado, eles realmente estavam achando fácil demais.

                - Só isso? – perguntou Edmundo.

                - A quê se refere? – perguntou Sopespian.

                - Ele não tem nenhuma condição ou restrição? – foi Pedro quem perguntou, usando seu tom de Rei.

                - Claro... Apenas os Reis poderão comparecer à reunião. – respondeu o Lorde. Susana bufou, cruzando os braços.

                - Típico... – resmungou ela, mas Sopespian ouviu.

                - Algo a incomoda, alteza? – questionou ele. Ela ergueu as sobrancelhas pronta para dar uma resposta a altura do cinismo dele e do machismo do rei, mas antes que falasse Pedro a cortou, mudando de assunto.

                - Estaremos lá. – disse ele recebendo um olhar preocupado de Edmundo. Sopespian assentiu.

- Irei imediatamente informar meu Rei de sua resposta, Majestade. – fez uma leve e falsa reverência se retirando com seus soldados. Os Reis e soldados narnianos esperaram eles desaparecerem por entre as arvores para entrar.

                - Pedro isso não é seguro! – alertou Lucia.

                - Lucia tem razão, Pedro, não achou fácil demais? – apoiou Edmundo.

                - Achei, mas teremos que correr esse risco, Ed, é uma oportunidade que não podemos perder. – argumentou o Grande Rei.

                - Pode ser uma armadilha. – disse Susana.

                - Eu sei... Mas continuamos tendo que correr esse risco.

[...]

                POV. Susana.

                - Está pronto, Ed? – chamou Pedro quase do lado de fora da fortaleza enquanto afivelava a bainha ao corpo.

                - Estou. – Edmundo nos alcançou.

                - Pedro, tem certeza? – voltei a perguntar pela enésima vez. Meu irmão suspirou cansado de minha insistência enquanto montava seu cavalo.

                - Tenho Su, tenho sim. – mesmo cansado ele estava sendo paciente, sabia que eu estava preocupada e com razão por que até ele estava.

                - Cuidado. Vocês dois. – disse Lucia parando ao meu lado.

                - Pode deixar. – Edmundo assentiu uma vez.

                - Boa sorte. – falei para os dois, mas olhando para Pedro.

                Logo eles partiram.

                Voltei para dentro da fortaleza, mas não consegui ficar lá por muito tempo. Peguei meu arco com as flechas e caminhei para fora da fortaleza.

                - Aonde você vai? – ouvi a voz de Lucia, virei para ela.

                - Dar uma volta, não vou aguentar ficar preocupada aqui. Vou ficar preocupada lá fora, onde tem ar fresco. – falei. Ela riu.

                - Então eu vou com você. – Logo caminhamos juntas para fora, para o bosque. Lá permanecemos conversando sobre o que estaria acontecendo no castelo de Telmar. Quando ouvimos o som de cascos.

Pusemo-nos a correr de volta a fortaleza, mas eles estavam perto de mais e provavelmente nos alcançariam, então a única saída era lutar. Escondi Lucia atrás de uns arbustos.

- Não saia daí! – ordenei logo correndo em outra direção, para longe de Lucia. Pouco tempo depois eu estava cercada por soldados telmarinos, com suas espadas apontadas para mim. No comando daqueles soldados estava Lorde Sopespian, encarando-me com um sorrisinho cínico.

                - Podem pegar! – disse ele. Tentei fugir, mas eles eram muitos e conseguiram me ferir fazendo-me perder a consciência.