Narração Luna

— Luna, o que fazemos? — Draco disse desesperado. Ele estava com a cabeça de Hermione no colo. — Hermione desmaiou!

— Eu não sei... Ela... Não... Levamos ela pra... Ala hospitalar... — eu fazia uma grande pausa enquanto falava, era um choque ver a melhor amiga levar tantos crucios e depois desmaiar.

— É melhor levarmos ela para o dormitório! Se levarmos ela para Madame Pomfrey, ela irá falar para o Dumbledore o que Hermione passou, e isso cairá em cima da Pansy!

— Puta que pariu Malfoy, vai defender sua namorada vadia outro dia! — geralmente não sou de falar palavrões, mas sinceramente: o Malfoy tem merda na cabeça?

— Não é nada disso! Se Pansy se encrencar por causa da Hermione, ela irá se vingar. E acredite em mim, será pior do que nós vimos aqui agora!

— Tá... — me acalmei. — Levamos ela para o dormitório, mas tem que ser rápido, Madame Pince abre a biblioteca umas 7:00 e pouco...

Malfoy pegou Hermione nos braços; ele não tirava os olhos dela um minuto enquanto andávamos pelos corredores. Por sorte não encontramos nenhum funcionário ou aluno no caminho. Assim que chegamos ao dormitório eu disse a senha e Malfoy correu em direção ao quarto dele com muita cautela. Fui atrás dele rapidamente. Ele deitou Hermione na cama dele e sentou-se ao lado dela. Eu fiquei na porta, sem entrar no quarto, vendo Malfoy passar a mãos nos cabelos de Hermione.

— Luna, você tem algum remédio ou conhece algum feitiço para melhorar Hermione? Qualquer coisa? — Malfoy falava derramando uma lágrima, ele estava muito nervoso — Fale com os narguilés ou coisa do tipo!

Fiquei meio ofendida com isso, mas pelo que eu vi hoje sei o que o Malfoy deve estar passando. Percebi que ele se importa com Hermione, ou gosta dela.

— Malfoy... — disse calmamente sentando na cama de frente para ele.

— Me chame de Draco.

— Ok, Dr-raco — gaguejei sim, é estranho chamar ele pelo primeiro nome ué! — O que podemos fazer agora é molhar uma toalha com água morna e colocar na cabeça de Hermione, não conheço nenhum feitiço para melhora-lá, nem sequer um remédio trouxa...

— Ok — disse ele baixinho — Pegue a toalha que eu vou ajeita-lá na cama e trocar suas roupas...

— Não Draco. Você pega a toalha e eu arrumo a minha melhor amiga. — eu disse, dando ênfase em "você", "eu" e "minha".

Ele se dirigiu à sala comunal. Então, tirei o edredom verde que cobria a cama e ajeitei Hermione botando um travesseiro debaixo de sua cabeça. Era uma manhã muito fria, cobri ela com o edredom e dei um beijo na sua testa.

— Você vai ficar bem Mi, não se preocupe — sussurrei para ela, mesmo sabendo que não podia me ouvir.

Uns minutinhos depois Malf- Draco volta com uma toalha de rosto vermelha nas mãos.

— Ferveu água? — perguntei, acho que Draco não é capaz de fazer uma coisa dessas sozinho.

— Sim, também fiz um chá pra você e pra mim para tomarmos enquanto cuidamos de Hermione.

Ele deitou ao lado de Hermione. Fiquei boquiaberta.

— Que é? — disse ele tomando um gole da caneca de chá vendo meu espanto — Só por que sou Sonserino não posso saber fazer um chá sozinho?

— Não... É que... Af, fazer chá é só botar o papelzinho dentro etc.

— Não, eu faço esses “papeizinhos” que você diz aí. Desde pequeno sei fazer toda culinária do mundo trouxa e bruxo. Toda.

— Nossa! Humm me dê a toalha — ele me entregou e botei na cabeça de Hermione, que estava muito pálida. — Draco, posso te fazer uma pergunta? — dei um gole no chá.

— Já fez — Draco riu.

— Não, eu to falando sério.

— Ah, então tá. Diga.

— Por que você de importou tanto com Hermione agora? Por que você me chamou de Luna e não de Lovegood? Por que você não defendeu Pansy ontem? Eu sei que quando você se apaixona por alguém você fica com um brilho no olhar, e seus olhos parecem diamantes recém polidos.

— Nossa... — ele disse ficando desaconchegado — Isso foi mais de uma pergunta...

— Só... Responda. — o chá dele estava muito bom, eu admito, só acho que ele botou uma poção da curiosidade por que né...

— Gosto de Hermione desde o terceiro ano, meu bicho papão é ver ela sofrendo, faço de tudo para terminar com a Pansy, e te chamei de Luna por que Hermione me acalma, ela me dá um motivo para ser bom. — ele disse sereno — E não estou apaixonado por ela, eu amo ela. Não é paixão, é amor.

— Uau — fiquei em choque — Um Sonserino amando uma Grifinória, que piscicodélico¹ e ao mesmo tempo fofo.

— Eu sei... — ele deu um sorriso sincero — Não sei o que eu faço para chamar a atenção dela...

Eu ia começar a falar até que Hermione deu um gemido.

— Mione....? — ele se adiantou em perguntar, ouvia muita preocupação em sua voz.

Hermione abriu os olhos devagar.

— On-onde eu es-t-tou? — falou devagar, quase parando.

— Você está no quarto do Draco, Mi. Você desmaiou depois de levar tantos crucios da Pansy. — falei rapidamente, antes que Draco falasse outra coisa, que eu sabia que seria merda.

— Que-que horas são?

— 8:00 — Draco respondeu olhando no relógio do seu quarto.

— Temos que tomar café! As aulas começam em meia hora! — Hermione gritou, se levantou rapidamente da cama de Draco e caiu.

— Mi! — corri para ajudar ela a se levantar, e botei-a na cama novamente — Você está muito fraca...

Coloquei a toalha molhada de novo em sua cabeça e acariciei suas mãos. Olhei para Draco, ele estava frustrado.

— Enfim — Draco se levantou — Vocês vão me falar o que aconteceu? Por que as duas estavam na biblioteca á essa hora da manhã?

— Olha... — Hermione começou, tomou fôlego e começou a falar — Recebi uma carta ontem de Aria, que reconheci com uma prima minha 3 anos mais nova de infância, que dizia ter chegado em Hogwarts e me achado aqui... Acreditei que a pequena Ari estivesse aqui, outra nascida trouxa... Ela estava estranha na carta, como se não soubesse muito tudo o que nós vivemos. Mas minutos depois recebi um berrador da tal Violet, me ameaçando, dizendo que eu tinha que lhe encontrar, ou se não Aria sofreria as conseqüências. Aria sempre foi inocente e frágil, mesmo quando criança e adolescente, sempre senti o dever de cuidar dela. Então obedeci Violet, fui á biblioteca. Luna me seguiu, querendo me proteger, e quando vi a buldogue lá, percebi tudo. — Hermione retomou o fôlego — Parece ridículo e sem nexo essa história. Mas queria muito ver Aria; depois proteger ela...

— Mas a Pansy é incrível mesmo! Descobriu dessa sua amiga, e a usou contra você! — Draco surtou, ele andava de um lado para o outro no quarto. Logo iria fazer um buraco no chão.

— Pansy me xinou muito, de tudo que você possa imaginar... — Hermione começou a chorar, depois a cara de choro dela se transformou numa de ódio. — Ela terá vingança. Sim, isso sim. Agora se me derem licença quero ir me arrumar e ir pra aula.

— Olha Mi... Você está fraca. — falei e ela fechou os olhos — Descanse, eu vou pra aula e Draco cuidará de você.

— Dra..co? — ela olhou para mim com uma cara de “Ficou louca? Não quero ser cuidada por esse Sonserino!”

— Sim, dê-erre-á-cê-ó. Draco. Enfim, vou me arrumar.
Me levantei e ao passar pela porta puxei Draco pra junto comigo.

— Escuta bem senhor Malfoy — sussurrei — Estou acreditando em tudo o que o senhor me falou sobre Mione. Então estou te dando uma chance para conhecê-la melhor. Nada de gracinhas, e boa sorte com a Grifinóriana.

Saí da frente de Draco e fui tomar café, depois fui chamar Justino no quarto dele para irmos para a aula.

Tive uma mudança radical de personalidade nas férias, graças à Hemione. Estou um pouco mais parecida com uma adolescente comum, o que me enoja. Mas amadureci. O que me orgulha.

— Mi — sussurrei para mim mesma — Boa sorte, melhor amiga.

Ela não estava ouvindo pois estava no quarto de Draco e eu na mesa de jantar. Do mesmo jeito, sorri, e saí do dormitório dos monitores rumo á um novo dia.