True Life escrita por JoyceSantana


Capítulo 12
diário de bordo


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! CAPÍTULO ENORME PQ TEM MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITA COISA ACONTECENDO NA VIDA DA MELLY E DO JBABY!



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E o tempo passou. Muitas mudanças aconteceram na vida de Melanie e, consequentemente, na minha também. Com o dinheiro do trabalho no shopping, consegui alugar um apartamento para nós dois num prédio modesto de três andares. Ele ficava a dois quarteirões da minha casa, mas isso foi ordens da minha mãe. Nick finalmente ficou a par de tudo e, mesmo bravo por ter sido o último a saber da gravidez, mostrou-se um amigo incrível para ambos. Tanto que praticamente morava conosco, apenas não dormia no apartamento. Tudo bem que isso estragava um pouco meus momentos com Melanie, mas foi o único jeito de compensar pelo seu apoio um tanto impressionante.

Ah, Melanie... Ela me proporcionava tudo de mais perfeito naquela situação toda. Finalmente tinha cedido e aceitado que me amava, e eu lembro que quase passei dos limites naquela noite quando ouvi seu "eu te amo". Não foi forçado, foi involuntário, numa brincadeira. Estávamos brincando apenas sob luz de lanternas já que a energia tinha acabado. Ela riu tão gostoso e, naturalmente, a frase saiu, da forma mais doce existente. Desnecessário dizer que quase a engoli naquela noite, certo?

Mas, e a gravidez da Mel?

A gravidez da Mel desenvolveu-se muito saudável, por incrível que pareça. Tenho todos os momentos guardados, como num diário:

04 de Julho - 3 meses de gravidez.

"Melanie parecia uma criança depois de ter tomado vacina. Estávamos a caminho do apartamento, depois de termos ido à segunda consulta com a dra. Tori. E eu não sabia o porque de ela estar emburrada, ela não abria a boca!

– Eu estou engordando muito rápido! - gritou ao abrir a porta.

– Fica quieta, você está linda! - falei tentando consolá-la. Eu não estava mentindo, ela estava perfeita.

– Pare de mentir para mim, Derek. Sai de perto!falou me empurrando e deitando no sofá - Estou parecendo o Free Willy. Pare de rir ou eu te mato!

Me ameaçou ao me ver rindo baixo. Não a obedeci e praticamente pulei no sofá onde ela estava.

– Para de birra e vem cá.

Não esperei sua resposta - que provavelmente seria um coice - e beijei-lhe levemente. Ela até tentava recuar batendo em meu tórax, mas logo seus pulsos enfraqueceram e ela se entregou, retribuindo meus carinhos. Estava tudo perfeito, até um mané entrar sem bater.

– Wow! Cuidado com o bebê aí! - disse Nick entrando com uma sacola - Mel, comprei para você.

– Sério?! Sai daqui! - falou animada me tirando de cima e avançando na sacola, que provavelmente continha alguma comida pronta dentro.

– Fui trocado por um sanduíche! - falei sentando-me perto de Nick, que me deu leves tapinhas nas costas enquanto ria da situação toda.

Melanie mostrou a língua e mordeu o sanduíche com gosto. Mastigou umas duas ou três vezes e petrificou. Mastigou só mais uma vez e me olhou. Depois olhou para Nick. Depois para o sanduíche. E eu já previa o que era, mas fiquei quieto.

– O que tem aqui? - perguntou com a voz estranha por não ter engolido o pedaço.

– E-eu peguei no McDonald's... Tem tomate, alface, molho, picles... - disse Nick confuso, mas não terminou.

Eu fechei os olhos no momento que ele pronuciou a última palavra. Melanie não conseguia mais comer alguns alimentos por conta da gravidez. Picles era uma dessas coisas.

– Oh não, não, não! - disse colocando o lanche na mesa de centro e correndo para o banheiro. Nick continuava confuso e um tanto preocupado.

– O que foi? O que foi??

– Nada, cara. Picles dá enjôos nela, sabe? Ela não pode comer. - falei num tom normal recolhendo o lanche.

– Caramba, desculpa Mel! Eu realmente não sabia, porque você não me contou?! - falou perto da porta meio desconcertado.

– Tá tudo bem, Nick, mas dê um sumiço naquele lanche, por favor.

– Pode deixar! - falei alto de boca cheia quase acabando com o lanche. Nick respirou fundo e sentou no sofá, ainda chateado por ter criado aquela situação toda. Apenas joguei-lhe uma almofada para mostrar que estava tudo bem e liguei a televisão no jogo dos Maple Leafs."

04 de Setembro - 6 meses de gravidez.

"- Derek. - eu ouvia uma voz baixinha me chamar, mas eu não conseguia abrir os olhos - Derek!

– Peraí, Mel. - murmurei virando para o outro lado sentindo o sono me vencer.

– Derek Drew! - disse ela num tom mas alto e bravo. Não respondi - DEREK!

Não teve como não despertar com seu grito. Virei bravo para a sua direção, encontrando-a com uma expressão tediosa no rosto. Antes de perguntar o que diabos ela queria, procurei um relógio, ou qualquer coisa que marcasse a hora naquele quarto.

– O que foi? São três da manhã! - perguntei indignado.

– O bebê quer salada!

Lá estava eu, em plenas três e meia da manhã no drive thru do McDonalds me punindo profunda e violentamente por não ter aceitado as verduras que minha mãe tinha oferecido no dia anterior. Recebi um olhar um tanto estranho por pedir apenas o acompanhamento para viagem, mas meu sono não me permitia importar com isso. Depois relevei, ver Melanie comer salada seria uma comédia, então não deixei o carro enfiar-se "acidentalmente" num poste.

– Cheguei. - murmurei abrindo a porta e colocando o sacola na bancada.

– Não acredito que esse bebê estúpido quer comer isso! - falou analisando o potinho cheio de folhas verdes e alguns pedaços de tomate que eu tinha colocado na sua frente junto com um garfo.

– Come isso logo. - falei quase inconsciente com o rosto apoiado nos braços que estavam na bancada, quase caindo.

– Desculpe por isso. - falou cabisbaixa e envergonhada enquanto brincava com o alface.

Acabei sentindo-me mal por ter tratado-a daquele jeito. Ignorei meu sono e a abracei por trás, mostrando que estava tudo bem.

– Eu que preciso pedir desculpas, está tudo bem. - falei e beijei sua cabeça, ouvindo sua risada baixa - Agora come, vai.

Falei espetando um pedaço de tomate junto com umas folhas de alface e colocando em sua boca. Ela hesitou um pouco, mas acabou mastigando

– Ah, que negócio ruim! - falou mastigando estranhamente - E é isso mesmo que ele quer! Pode me ajudar!

– Hey, eu não tenho um bebê dinossauro na minha barriga querendo salada, não vou comer isso não!

Tive que comer um potinho inteiro daquele acompanhamento horrível a mandado de Melanie. Quando finalmente acabamos e ela sentiu que estava satisfeita, já eram quinze para as cinco da manhã.

– O bebê nem nasceu e já está dando esse trabalho todo. - falei arrumando-me na cama.

– Nem me fale. Ele não podia pedir chocolate? Ou morangos e chantilly? Mas nãããããão, tem que ser saudável! Ai! - gritou com a mão na barriga, que me deixou em alerta.

– O que foi?

– Ele chutou!

A partir daquele momento, quem não conseguiu dormir fui eu. Fiquei o resto da madrugada tentando sentir algo, mesmo com Melanie dizendo que não iria acontecer e que queria dormir.

– Ao menos que você pegue o carro e me traga algo do McDonald's, não vai dormir! - falei encerrando o assunto e tentando sentir algo.

Não consegui sentir nada, e fiquei com olheiras e sonolento pelo resto do dia."

04 de Novembro - 8 meses de gravidez.

" - Esse bebê deve estar pensando que está jogando futebol lá dentro... Ai! - falou reclamando enquanto entrava com dificuldade no carro.

– Você acredita que daqui a um mês ele vai nascer? - falei impressionado - Você vai ter um bebê!!

– Ah vá, sério Derek?! - falou comendo uma barra de cereais receitada pela doutora - Eu também não acredito. E hoje é minha última consulta! Não acredito que sobrevivi a desejos estranhos e milhares de potes de salada!

– É, nem eu. - falei num tom bravo que a fez rir - E então, vai querer saber o sexo do bebê hoje ou vai esperar?

– Por mais que eu saiba que isso me deixará louca, vou esperar. - falou convicta.

– Droga, não era essa a resposta que eu queria. - falei dando partida no carro. Ela riu da minha ansiedade e me deu um selinho antes de irmos.

***

Fizemos o caminho rotineiro até o hospital e fomos direto para a sala da dra. Tori, que nos recebeu animadamente.

– Olá queridos! - disse nos dando um abraço - E então, Mel? Como está?

– Nervosa, ansiosa... Quero que ele nasça logo! - falou sentando rapidamente no divã, tirando risadas de nós dois.

– Vamos ver como ele está.

Ela fez o ultrassom rotineiro e explicou que estava tudo bem com o bebê, o que me deixou um tanto aliviado. Disse também que ele nasceria depois do Natal se fosse por parto normal, método que Melanie escolheu.

– Depois do Natal? Fala sério!

– Mel... Você aguentou oito meses inteiros, pode aguentar mais um. - falei repreendendo-a levemente.

– Experimenta ter uma pessoa jogando futebol dentro de você e depois me fala se aguentaria "oito meses inteiros mais um". - falou imitando minha voz na última parte, fazendo dra. Tori rir.

– Então, sobre o sexo do bebê...

– Não queremos saber. - falamos os dois ao mesmo tempo, deixando-a confusa.

– Não querem saber se é menino ou menina?

– Não... - disse Melanie meio sem graça - Eu quero esperar. Quero ter a adrenalina de saber na hora se terei uma menina, um menino ou um alien.

Seu tom sério e convicto fez eu e a doutora rirmos muito. Guardamos o resto das orientaçoes e nos despedimos, prometendo nos encontrar novamente quando o bebê nascesse.

– Agora, é só esperar. - disse encostando no carro e me abraçando pela nuca - Ah, precisamos comprar as roupas para ele!

– Não pensa nisso não... - falei arrastado dando-lhe vários selinhos - Depois a gente cuida disso.

Como eu não tenho autoridade nenhuma sobre Melanie, ela me arrastou para uma loja infantil ali perto e literalmente "fez a festa". Escolheu umas trinta - trinta! - peças para levar no hospital, alegando estar tirando o tempo que demoramos para comprar tudo. Sapatinhos de diversos tipos, vestidinhos - se fosse menina -, camisetas polo - se fosse menino - e vários do estilo unissex. Além do enxoval, como peças de cama, acessórios para o quarto e outros. Depois desta tarde, eu sentia que poderia triturar o meu cartão de crédito e deixar ali na loja, mesmo.

– Hey! Pode ajudar, querida! - gritei ao sair da loja cheio de sacolas e vê-la indo para o carro tranquila.

– Seja cavalheiro, Derek! - ela rebateu meio baixo ao perceber que algumas pessoas nos olhavam.

– Cavalheiro eu já sou por permitir que você estoure meu cartão de crédito! Pode pegar algumas sacolas aqui ou eu dôo elas para as pessoas necessitadas.

Ela parou de me ajudar e colocou as mãos na cintura, com um olhar desafiador no rosto.

– Duvido.

Eu tirei as duas sacolas que estavam em sua mão e, junto com as outras, comecei a oferecê-las para as pessoas que passavam. Claro que algumas achavam que eu era louco e recusavam, mas algumas pessoas (lê-se meninas) se aproximavam e queriam as sacolas!

– Hey, me devolve isso, eu estava brincando! - falei tomando a sacola das mãos de uma menina um tanto egoísta ali na multidão. Puxei Melanie desengonçadamente e fomos rápido para o carro.

Chegando lá, nos encaramos por cinco segundos seriamente e depois caímos na risada. Ficamos neste estado retardado por ums três minutos e depois voltamos para casa.

– Eu achei pouco! - disse ela se jogando no sofá, me deixando novamente com a tarefa das sacolas - Eles deveriam ter roubado tudo, só para você largar de ser engraçadinho.

– Eu não sabia que esse povo era tão necessitado! - falei jogando-as pela sala e aconchegando-me ao seu lado.

Ficamos em silêncio abraçados por alguns minutos, e eu acho que tínhamos o pensamento focado na mesma coisa: Melanie teria um bebê. Era sério desta vez. Estava chegando.

– Estou tão cansada... - murmurou com as mãos no rosto, eu apenas lhe dei um beijo demorado na bochecha.

– Então vá tomar um banho que eu vou preparar uma salada de frutas para você, vai. - falei incentivando-a a levantar.

Ela foi e eu me arrastei até a cozinha, onde peguei morangos e algumas bananas para picar. Melanie era muito frescurenta para frutas mas, consequentemente, era bem prática, fiz tudo em cerca de 20 minutos. Escutei o chuveiro desligar-se pela segunda vez, o que me fez pensar que ela já tinha acabado o banho. Esperei mais um pouco para ela se trocar e, neste meio tempo, o telefone tocou.

– Alô?

– Derek! - era minha mãe.

– Ah, oi mãe.

– Então, sobrevivendo? Já colocou fogo na casa ou está quase?

– Haha, muito engraçadinha. - falei ironicamente - Na verdade, estou fazendo uma salada de frutas para Melanie enquanto falo com você então... Acho que esse manuseio todo com a faca mostra que sou muito responsável... Ai!

Consegui a proeza de me machucar com a faca enquanto falava com a minha mãe. Tive que ouvir um sermão enorme de cuidados com materiais cortantes e responsabilidade, e eu já estava quase dormindo.

Mas algo me intrigou. Lá do quarto, eu conseguia ouvir uma voz. Era a voz de Melanie, claro, mas com quem ela estava falando? Desafiei a morte e desliguei na cara da minha mãe, disposto a saber com quem ela dividia aquele diálogo.

Chegando perto do quarto, tentei prestar mais atenção no que ela falava.

– Oi nenê. - falou com uma voz engraçada acariciando a barriga - Nossa... Você ficou tanto tempo aqui... eu realmente pensei que não conseguiria. Pensei que não daria conta de cuidar de você. Mas agora parece tão fácil... Talvez porque não estou sozinha. Tenho a pessoa mais maravilhosa comigo.

Ela estava conversando com o bebê. Quando percebi, estava escorado no vão da porta, maravilhado e querendo ouvir mais. Ela continuou:

– Você vai adorar o Derek. É provável que você goste mais dele do que de mim, sério! Não tem como não gostar dele. - eu ri baixo com essa - Ele é tão doce, carinhoso, gentil... E bonito! Meu Deus, como é bonito. Dá vontade de ficar olhando, olhando até a vista embaçar. Papai do céu não poupou beleza na hora de fazê-lo. E você não precisa se preocupar, ele sempre vai estar a sua disposição. Nunca vai te deixar na mão, eu prometo. Ele é tão perfeito... Eu amo ele, sabe? Não sei onde estava com a cabeça quando fiquei todo esse tempo sem seu carinhos e cuidados.

Minha vontade era de surpreendê-la e enchê-la de beijos naquele mesmo minuto, mas me segurei, porque sabia que ela não tinha terminado.

– Posso te pedir uma coisa? - ela fez uma pausa, como se realmente esperasse uma resposta - Pega leve comigo? Eu não sei muito sobre... Isso, sabe? Eu sei que com o Derek, as coisas vão ficar infinitamente mais fáceis, mas terão coisas que terei que fazer sozinha. Então me ajude, ok? Vamos trabalhar como uma equipe. Eu te amo demais, bebê, e mal posso esperar até o momento de você abrir seus olhinhos e segurar meu dedo. E eu até já escolhi seu nome! - ela sussurrou desta vez, o que me fez aproximar mais um pouco - Só que será surpresa. Para o Derek! Ele merece.

Desta vez ela se levantou, e eu corri para a cozinha tentando agir naturalmente. Mas eu não conseguia. Eu estava bobo, maravilhado, trilhões de vezes mais apaixonado por ela, se é que isso fosse possível. Ela era perfeita, só precisava ter consciência disso.

– Oi! - disse docemente me abraçando por trás.

– Ahn, oi... - falei limpando a garganta - Já fiz sua salada.

– Tudo bem? - perguntou risonha enquanto pegava uma colher.

– Tudo perfeito... - falei com a voz derretida apoiando o rosto nas mãos e assistindo-a a comer."

24 de Dezembro - 9 meses de gravidez.

Ela não fazia ideia de que eu tinha escutado tudo aquilo, e eu não conseguia esquecer. Estávamos nos preparando para a festa de Natal, e Melanie estava meio tristonha por saber que ainda demoraria para ter o bebê. Enquanto ela brincava com os enfeites da árvore, a abracei por trás, arrancando-lhe uma gargalhada maravilhosa.

– Tristinha porque? - perguntei baixo com minha cabeça na curva entre seu pescoço e ombro.

– Eu quero meu bebê! - falou com a voz chorosa.

– Só mais alguns dias, ok? Eu prometo.

Ela assentiu e eu a beijei, tentando encerrar aquele assunto. Propus voltarmos para os preparativos em busca de distraí-la um pouco.

Terminamos tudo às cinco da tarde. Resolvi levar Melanie para casa já que tinha feito muito esforço com os enfeites e aquele era um momento crítico, já que o bebê poderia nascer a qualquer momento.

– Gente, vou levar a Mel para casa, ela precisa descansar, ok? - falei alto e todos assentiram se despedindo.

– Voltaremos às sete! - gritou Melanie antes de entrar no carro e irmos para casa.

***

– Eu acho que precisamos ensaiar de novo. - falei convicto puxando Melanie para o sofá novamente.

– Derek, não precisa... - disse ela num tom tedioso. Nem me importei.

Estávamos ensaiando para o que fazer se quando a bolsa de Melanie finalmente estourasse. Já era a quinta vez que fazíamos e estávamos atrasados para a festa, mas eu sentia que não estava rápido e ágil o bastante.

– Vai. - falei pedindo para que a cena começasse.

– Ai, ai. Acho que minha bolsa estourou. - falou ela no mesmo tom tedioso de sempre, claramente não estava no clima.

– Oh Deus! - falei com as mãos na cabeça teatralmente, Melanie me olhava estranho - Tudo bem, temos que pegar a bolsa e a chave do carro, vamos!

Saí correndo pela casa em busca da bolsa do bebê e as chaves, mas tudo que consegui foi um escorregão no tapete e um vaso quebrado. Melanie não falou nada, apenas desviou dos cacos, pegou a chave que estava na mesinha de centro e rumou para o elevador. Eu levantei rápido e peguei a bolsa para deixar no carro.

– Eu dirijo. - disse já na porta.

– Muito engraçadinha. - falei tomando-lhe as chaves e apertando o botão para o estacionamento no elevador.

Tive tempo para vê-la por completo. Estava absolutamente perfeita com um vestido verde com algumas pregas, não sei bem o que era aquilo. Mas estava de tirar o fôlego.

http://4.bp.blogspot.com/-OcivIU-WFzo/TcONy9_rr_I/AAAAAAAAAek/wgQ-Njt7fzg/s1600/vestido-de-gravida-angelina-jolie.jpg(a barriga é menor, mas o vestido é esse, um pouco menor)

– Você está perfeita. - falei de repente, o que fez ela corar um pouco enquanto sorria.

– Não mais do que você. - falou e me beijou levemente, logo se soltou - Ai!

– O que aconteceu? - perguntei preocupado.

– Uma contração, só isso. - disse ainda sentindo umas pontadas - Vamos?

– Tem certeza?

– Claro, Derek. Tá doido, eu estou bem! Vamos!

Ainda receoso, fomos até o carro. Algo me dizia que um milagre de Natal aconteceria naquela noite.

Chegamos e, claro, todos elogiaram Melanie pelo vestido e maquiagem. Ela estava absolutamente perfeita,dava vontade de olhar, olhar até a vista embaçar.

A decoração tinha sido terminada e estava muito boa, com luzinhas por todos os lugares e árvores de Natal minúsculas espalhadas pelo ambiente. Minha família era bem grande e, misturada com a família de Melanie, formava um ambiente alegre e aconchegante.

Logo deu oito horas, e resolvemos comer para depois aproveitarmos a festa e o amigo secreto, tradição de todas as festas de Natal. Quando estávamos nos servindo, Melanie sentiu mais uma pontada.

– Caramba! - xingou baixinho - Esse bebê não brinca em serviço!

Eu ri baixo, mas parei quando ouvi meu priminho pequeno nos alertar.

– Hey, porque o chão está molhado?

Melanie petrificou, assim como eu e o resto das pessoas. E todos, tenho certeza, tiveram o mesmo pensamento:Tinha chegado a hora.

Minha bolsa estourou! - falou assustada e feliz ao mesmo tempo.

– Tudo bem, tudo bem! Vamos nos acalmar, chegou a hora. Judy, leve Melanie até o carro de Derek, vamos para o hospital imediatamente. O resto, encontro vocês lá! - ouvi a voz de minha mãe.

Enquanto todos corriam, eu fiquei ali, parado, petrificado, denunciando claramente minha falha no plano de pegar a bolsa, as chaves e correr com Melanie para o hospital com agilidade. Eu não conseguia raciocinar, tudo que eu pensava era:Melanie terá um bebê. Melanie terá um bebê. Caralho, Melanie terá um bebê!

Derek, vai ficar aí parado? - minha mãe me deu um tapa - Vamos!

– Mãe, Melanie terá um bebê! - falei como um retardado, ela apenas sorriu para mim.

– E você não quer perder isso, quer?

Sorri largamente caindo na real e corri até o carro, encontrando Melanie lutando contra a dor.

– Amor, vai dar tudo certo, ok? Confia em mim. - falei dando partida no carro e saindo da vaga.

– Tudo bem, mas vai logo! - falou com uma voz chorosa.

Chegamos no hospital com cerca de cinco minutos, e depois foram chegando todos os parentes. O hospital inteiro estranhou um bando de doidos entrando com roupa de festa no prédio, até ver Melanie morrendo de dor.

– A bolsa dela estourou! - falei para a recepcionista mostrando claramente minha inexperiência com esse tipo de situação.

– Temos um quarto semi-privado. - falou olhando no computador.

– Não pode ser privado? - perguntei mais calmo.

– Não, desculpe. - respondeu num tom frio e despreocupado. Meio ofensivo, na verdade.

– Mas será que...

– Derek, é sério! - interrompeu Melanie mais brava que o normal - Não, tudo bem. Pode enrolar o quanto quiser, afinal eu posso ter o bebê aqui mesmo, o chão é bem limpinho!

– Semi-privado. - falei rezando para não rir.

Ela me deu um cartão e pediu para uma enfermeira nos orientar sobre a localização do quarto. Melanie me olhou assustada enquanto passava pelos corredores, eu apenas sussurrei em seu ouvido:

– Vai ficar tudo bem, eles só estão de ressaca.

Ela riu baixo e relaxou, enquanto acariciava minha mão. Chegamos no quarto - um ambiente com alguns leitos e umas cortinas para indicar uma separação básica - e a enfermeira, com a ajuda de alguns homens, colocaram Melanie no primeiro leito, perto da porta.

– Essa é a grávida mais linda que eu já vi. - falou um deles para Mel, afinal ela ainda estava com o vestido. Os olhou com uma expressão estranha.

– Podem ir. - falei abrindo a porta, fazendo-os me encarar confusos enquanto Melanie ria no fundo - Vão, acho que o médico estão chamando vocês para carregar as caixas de seringas, vão!

Eles me olharam estranho e saíram, enquanto Melanie continuava rindo. Fechei a porta e voltei para perto dela.

– Aproveitem e enfiem na veia, sem problemas. - murmurei me apoiando na cama, ficando com o rosto a centímetros do dela.

– Larga de ser bobo. - falou e começou a me beijar - Não acredito que isso está realmente acontecendo.

– Treinamos para isso, não treinamos?

– Sim. E eu estou pronta.

Sorri e voltei a beijá-la, mas fomos interrompidos por uma médica, e não era a doutora Tori.

– Como estão? - falou se aproximando - Querida, seu cérvix precisa se dilatar em 10 centímetros para podermos fazer o parto, então você precisará esperar.

– Muito? - perguntou um tanto ansiosa.

– Depende da velocidade do processo.

Falou e saiu da sala. Então era aquilo. Precisávamos esperar. Nos olhamos com um uma expressão tediosa, com a nossa sorte, ficaríamos ali por muito tempo. Depois relevamos, se esperamos nove meses, poderíamos esperar mais algumas horas, certo?


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Notas finais do capítulo

COMO 6 TÃÃÃÃ~~AAÃÃÃAÃO??????////
PUTS, DEMOREI PRA ESCREVER ESSE HEIN? FICOU ENORME! MAS ACHO QUE É O MELHOR DA FIC! GENTE, FAÇAM QUESTÃO DE VER O VESTIDO DA MEL, É MUITO LINDO MESMO.
Me digam o que acharam, quero a opinião sincera, hein? Vocês merecem o melhor, minha panquequinhas!
To mais segura com esse capítulo pq fiz ele com antecedência, espero que tenham gostado também!
Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijo e obrigada pelo apoio!