Um Velho Conto De Amor escrita por nuuuvia xD


Capítulo 5
Capítulo 5




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Sibelle corria de modo desajeitado, pois temia pegar muito impulso, tropeçar e sair rolando rua abaixo. Algumas pessoas que passavam olhavam-na surpresas ou com repreensão, enquanto esquivavam-se depressa. Sibelle não pensava nem em pedir desculpas, apenas em correr sem se estatelar no chão.  Quando percebeu que Estevão virava a esquina, chamou-o em desespero:

-Senhor entregador! Senhor entregador, espera!

Estranhando o chamado, ele tornou o corpo e avistou-a vindo rapidamente ao seu encontro. Ele arregalou os olhos e esticou um braço a sua frente, espalmando a mão como se pedisse-lhe para parar. Ela tentou parar antes de chegar perto dele, mas já não conseguia mais. Tentou sinalizar-lhe que se afastasse, gritando, o que não adiantou nada, pois ele já esticava os dois braços para segurá-la. O impacto foi tanto que Estevão teve de se jogar à parede de uma casa para refreá-los. Quando olharam-se, Estevão desandou a rir do espanto da garota e do que ela fizera para poder alcançá-lo, fazendo Sibelle ficar confusa.

-Por que ri? Poderia nos ter sucedido uma desgraça...

-Apenas acho engraçado o fato de ter me apaixonado por uma doida.

-O-ora, doida! E você é um tolo galanteador. Se não tivesse me apressado, perdê-lo-ia de vista e não haveria mais jeito de encontrá-lo... – dizia ela, a voz quase chorosa. Observando o rubor na face da garota, sorrindo, Estevão finalmente percebera a proximidade dos corpos deles, sentindo o calor e respiração acelerada dela, as mãos que se agarravam a roupa dele, as suas próprias mãos que envolviam a cintura delicada e fina. O que ele não daria para poder tocar aquela pele suave e clara debaixo daquele vestido?

Porém, para a infelicidade de Estevão, ela também percebera o mesmo, sentindo-se envergonhada por querer abraçá-lo e por ansiar que o toque das mãos dele fosse mais intenso. Ela soltou a camisa dele, olhando algumas vezes de seus braços para seus olhos com hesitação, ao mesmo tempo em que se afastava do abraço dele. Olhando o chão, ficou pensando em como ela estava agindo de maneira estranha à presença dele. Nunca havia sido suscetível ao toque e presença de nenhum outro homem em toda a sua vida na França. Mas ele parecia afetá-la de um jeito que ela não conseguia decifrar.

Estevão ajeitou sua boina que havia caído de sua cabeça e suspirou. Sentia uma tristeza invadir seu peito por vê-la afastando-se tão envergonhada. Ele entendia que ter-lhe roubado um beijo não era certo, contudo, o abraço não fora intencional, apenas pretendia protegê-la. Mesmo assim, ela parecia-lhe chateada, decepcionada. Como não sabia o que acontecia, decidiu apenas esquecer o ocorrido.

-Bom, se a senhorita não deseja nada de mim, voltarei aos meus afazeres.

-Oh, eu gostaria de conversar com o senhor. Poderia acompanhá-lo, se não for muito incomodo?

-Claro, não vejo problema algum. Até aparenta-me ser mais animador ir acompanhado de uma moça tão enérgica quanto a senhorita. – Sibelle sorriu, sem jeito. - Aliás, nem ao menos me apresentei! Chamo-me Estevão, é um prazer revê-la.

-Sibelle. É um prazer revê-lo também, senhor entreg... Senhor Estevão.

-Não é necessário chamar-me de senhor, senhorita Sibelle.

-Então faço de suas palavras as minhas. - ambos riam novamente, ignorando o ocorrido de antes, algo que fazia Estevão sentir um alívio no peito e Sibelle sentir-se menos encabulada.


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