No Lugar Dela escrita por Lili_C


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO BETADO
Hey pessoinhas que estão lendo isso =D
Fiquei tão feliz que já tenho 2 reviews que decidi postar rapidinho (o mais rápido que eu pude)
Espero que gostem!!!
Boa leitura



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Quando cheguei ao aeroporto do Texas estava cansada. Não consegui dormir nem por 1 minuto no vôo, mesmo nas confortáveis poltronas da primeira classe, e com muitos calmantes. Basicamente, chorei o vôo inteiro, fiquei agarrada ao pedaço de papel como se fosse meu bote salva-vidas, como seu eu estivesse no meio do oceano Índico e só aquilo existisse para eu me apoiar. A aeromoça até achou que eu estava tendo um ataque de pânico, e solicitamente me perguntou se eu precisava de alguma coisa, eu tentei explicar a situação mas só conseguia balbuciar e gaguejar, mas no final, ela acabou me deixando em paz.


Não conseguiria dirigir até a casa dos meus pais, que ficava apenas a 50Km do aeroporto, estava chorando tanto que não conseguiria pegar nem a minha mala... Peguei um Táxi e cheguei em casa em exatos 45 minutos. Corri pra dentro e encontrei Abelle, ela estava deitada em nosso antigo quarto, ainda tinha a mesma decoração, a mesma distribuição dos móveis... Os brinquedos que não quisemos abandonar nem quando adolescentes, as fotos de nossos antigos amigos, de nossa família, do colegial, tudo conservado pela nossa amorosa e dedicada mãe.


Abelle estava mais magra, com olheiras profundas, e de olhos fechados, dava a impressão que estava morta. Eu me mataria se não tivesse chegado a tempo, já fazia 8 anos que não a via pessoalmente. Tanta coisa mudou, mesmo que pareca que tudo continua igual.Ela abriu os olhos e me encarou, sorriu, sua pele parecia feita de papel e não de pêssego como antes.

– Você veio... - sua voz estava rouca e ela me estendeu a mão


– Belle... Porque não me contou?! Mil perdões, a sua carta chegou só ontem. - ela havia me mandado há quase duas semanas, mas eu so vi a data no avião e aí entrei em desespero, me faltou ar, tive que ir até o toillete por causa da ânsia de vômito.


– Não entendeu o motivo?! Se eu mandasse por um e-mail ou outra coisa, só lhe causaria preocupações, não estou mal assim, esse não é o meu último sopro de vida! Claro que eu queria que viesse, mas se não chegasse a tempo assim teria sido a vontade de Deus, eu não me chatearia com você. - ela dizia quase como um sussurro


– Mas eu chegaria mais rápido se deixasse disso e me mandasse um e-mail... Eu só queria te ver, você poderia não ficar chateada, mas eu ficaria, e muito... Onde está Deus agora Abelle?! Ele quer te tirar de mim. - eu chorava inconsolavelmente, eu a abraçava sentada no chão, ela acariciava meus cabelos. Me lembrei da noite em que meu primeiro namorado, Mike Newton, terminou comigo, depois de me trair publicamente e me humilhar mais um pouco na escola, falando que eu fria e que nunca homem nenhum iria me querer, e ainda falou que nunca tinha conhecido um ser mais sem sentimentos do que eu. Eu lhe dei um tapa na cara, gritei a plenos pulmões o quanto idiota que ele era, brocha e que o fato de precisar mais de uma mostrava nada mais que sua imbecilidade, fui pra casa e chorei até minhas lágrimas secarem. A voz de minha irmã me despertou para a realidade


– Bella... Hoje eu fui ao médico - ela ficou me encarando, eu não conseguia parar de chorar, eu sabia que a noticia era ruim


– O que ele disse Belle?! Você TEM que tentar, vamos a outros médicos, vamos testar todos os tipos de tratamentos, vamos Abelle!! Você não pode me deixar!! - ela me abraçou, como se fosse uma despedida, e era


– Bella... O médico me deu mais um mês.


O tempo parou, minha cabeça começou a latejar, meu peito apertou... Um mês. Depois de 8 anos que não estive com minha irmã, tudo o que nos restou para compensar todo o tempo "perdido" foi um mês. E eu que trabalhava sem parar, acreditando que teria toda minha vida...


– NÃO! NÃÃÃÃO! Belle, vamos a outros médicos, sério. Vamos encontrar os melhores... Pense nos seus filhos, no seu marido, Abelle, pense em mim, no papai e na mamãe, mas pelo amor de Deus, NÃO DESISTA! - eu gritava chorava e ela sorria calma para mim


– É por isso que eu estou aqui e não na Califórnia, já estou me tratando com médicos há 2 anos, Bella, viajo de tempos em tempos e fico eternidades fora de casa, mas não dá mais. Isso não é vida, Bella... - ela apertou minha mão - É por causa deles que eu não estou em um hospital, minha irmã. O favor, me prometa que irá fazer o que eu te pedir! - ela me olhou nos olhos, sabe que eu nunca soube mentir


– Você ainda não me disse do que se trat--


– Me prometa antes, se não, não vou conseguir ficar em paz!! - o aperto em minha mão ficou mais forte e o seu olhar me implorava


– Eu prometo! - disse olhando no fundo dos olhos dela


– Bella, eu quero que você vá para Califórnia e ocupe o meu lugar!


– Como?!


– Bella! Você já prometeu!! - foi como se nos tivessemos voltado a ter apenas 5 anos, quando eu não fazia minha parte do acordo ela falava assim pra mim, meio brava, meio chateada


– Eu não sabia que se tratava de um absurdo desses!! - Um completo absurdo! Como ela queria que eu entrasse na casa dela e fingisse ser ela como se isso fosse natural?! Me infiltrar na família dela, ser a mãe dos filhos dela... essa não era a minha vida, era DELA


– BELLA!! - fiquei com medo que sua reação fizesse piorar seu estado já debilitado, acenti, concordaria com tudo que ela queria apenas para não chateá-la


– Está bem! Eu finjo para seus filhos não sentirem tanto a sua falta. - Porque pensando bem, a ideia dela era apenas para proteger os filhos da ideia de perder a mãe, e eram tão novos, seria uma covardia de minha parte deixá-los sozinhos, e quem melhor para fingir ser a mãe do que a mulher igualzinha a mãe deles??


– Não Bella... Você não entendeu!


– O que eu não entendi?! - perguntei para a figura de Abelle tão magra e doente a minha frente


– Não é só para os meus filhos. Você será a Abelle. Eu não contei para ninguém que eu tenho câncer, salvo Alice, que sempre me ajudava a viajar e a arranjar os médicos. Eles sabiam que eu estava doente, mas não sabiam que era câncer.


– Como assim você não contou para sua familia q--


– Bella... Eu não queria que eles sofressem comigo. Alice sabe do que eu estou fazendo, se um dia eles descobrirem vão ficar chateados comigo e não com você, saberão que foi um pedido meu... Eu já deixei todas as cartas entregues a Alice caso isso aconteca. - minha irmã parecia tão cansada


– Não, Abelle... isso já é loucura. Se você ainda tivesse dito a eles, eu iria sem problema, poderia cuidar dos seus filhos, mas me passar por você... ?! - talvez a doença esteja levando a sanidade dela, junto com a sua vida


– Você TEM que fazer isso por mim!! - ela ia se erguer eu a impedi


– Está bem, digamos que eu aceite. O que você quer que eu faça?? Eu não sei ser você. Somos iguais por fora, mas eles te conhecem e...


– Alice sabe inventar ótimas desculpas.


– Belle... Eu não posso. Você vai melhorar e você vai voltar para sua família, eu tenho certeza!! - tinha que demove-la daquela ideia louca


– Não, Bella eu não vou, e eu sei disso! - ela não tinha nada no olhar além de determinação - Eu sei que é muito egoismo de minha parte te tirar de sua vida para viver a minha, mas entenda, é pelas crianças! - agora seu olhar implorava


–--------------- DUAS SEMANAS DEPOIS------------------


Abelle falecera em casa.

Passei as duas semanas com ela, em nosso quarto, fazia tudo que ela pedia, enquanto ela me dava instruções de quem era quem, como eles eram e como agiam com ela. Estava determinada a me convencer que seria melhor pra mim também. Uma vez ela até falou "Edward é tão encantador, Bella, não me supreenderia que você se apaixonasse por ele na primeira semana que passar em casa. E não se sinta chateada por mim se isso acontecer, eu amo muito vocês dois e vocês merecem ser felizes!"

A semana seguinte não foi tão tranquila. Abelle começou a sentir muitas dores, e quando o médico disse que teria que ficar ligada a aparelhos, ela disse que não , e a hora que fosse pra morrer iria morrer, não queria ficar vivendo através de aparelhos. Tentamos convencê-la do contrário, mas ela estava irredutível. E então assim foi, em uma noite enquanto dormia tranquilamente, a morte sorrateira a tirou de nós. Quando acordei, ela já estava fria e eu, desesperada.


Seu enterro, no dia seguinte a morte, foi muito bonito. Cheio de discursos sentimentais e saudosos e palavras de despedida. Era um dia quente e ensolarado no Texas. Mas mesmo assim todos os familiares se encontravam de preto e óculos escuros. Minha mãe soluçava audivelmente tendo apoio do meu pai que estava intransponível por trás de seus óculos escuros e sua postura rígida. O tanto que chorei na frente de minha irmã, que agora as lágrimas já haviam secado... Abelle me disse que me amava, eu disse que a amava também, ela me pediu pra dizer pra família dela que ela amava a todos, principalmente Edward e seus filhos, me pediu para abraçá-los, e eles saberiam confortar a minha dor. No final o câncer se espalhara pelo pulmão, intestino, últero e cabeça...


Todos que passavam me comprimentavam, diziam que entendiam a minha dor, mas eram apenas palavras... Palavras, o vento leva. As únicas pessoas que realmente se importaram comigo foram meus primos, Rose e Jasper e também uma pequena e elegante mulher chamada Alice Cullen, a "minha" cunhada. Ela se aproximou de mim, me deu um abraço e disse que a dor não passaria, mas os momentos felizes estariam ali para sempre, que me irmã me amava incondicionalmente e que minha nova familia estava pronta para me amar.


Minha irmã foi enterrada com seu nome e os dizeres "Filha amorosa, irmã insubstituível e mãe amada" em sua lápide de mármore branca, a data de nosso aniversario e a data de sua morte. Eu ainda fiquei olhando por mais uma hora depois que todos entram em casa, eu não conseguia deixá-la la, ela era minha irmã amada, minha cúmplice, minha gêmea, minha melhor amiga... Depois de um tempo Jasper veio me buscar, me abraçou, beijou meus cabelos e disse que Belle estava em um lugar melhor agora, que ela iria querer que eu fosse feliz. Ele também me deixou chorar em sua camisa e me guinchou para dentro de casa, comi alguma coisa e bebi um café, eu estava sentindo um buraco, uma lacuna enorme, um espaço vazio que ninguém parecia reparar. Mesmo em outro continente eu sentia a presenca de minha irmã, mas sem ela parecia que o mundo estava maior e menos habitado, ou seja, mais vazio.


Meus pais e meus tios sabiam o favor que Belle tinha me pedido e nesse momento acho que ninguém queria ficar perto da menina que era idêntica a falecida, machucaria demais os meus pais eu ficar um tempo muito maior aqui... Oficialmente agora eu era Abelle Swan. E Isabella esva morta agora, o que eu acreditava ser verdade. Minha família aceitou de bom grado, acharam melhor para as crianças e Alice deu seu veredito dizendo ser o melhor para sua família também. Apenas Jasper e Rose foram contra, acharam um absurdo e não queriam que eu fosse, pois só me machucaria mais ser trocada e tratada por alguém que eu não era, por alguém que nesse momento estava morta. Ninguém ouviu, então eles iriam para a Califórnia ficar perto de mim, Jasper assim como eu é advogado e Rose tinha uma grife pequena, mas que fazia sucesso aqui no Texas, decidiu expandir, iria para a Califórnia e abriria uma loja, pediu para eu ajudá-la, sabia que ela só não queria que eu ficasse sozinha.


Em dois dias eu partiria. Peguei os documentos de Belle que agora eram os meus, Alice deu um jeitinho de trocar a digital dela pela minha e assim burlariamos a lei, mas eu faria qualquer coisa que minha irmã tivesse me pedido, estaria aqui mesmo se na frente dela eu divesse negado até a sua morte.


Nesses dois dias conheci Alice melhor. Trocamos algumas informações e ela me contou sua ideia, eu não saberia de muitas coisas, ela falaria que um dos efeitos dos rémedios tomados seria amnésia. Por mim estava ótimo.


Dois dias mais tarde eu estava embarcando para a Califórnia junto com Alice e meus primos, descemos em LAX em menos de duas horas de vôo. O tempo estava bom. Alice disse que não haveria ninguém no aeroporto porque tinha avisado que iria me buscar, mas não disse quando voltaria. Ela ligou para o motorista vir nos buscar. Jasper e Rosalie ficariam em um hotel por enquanto, logo arranjariam um apartamento para ficarem e Rose já começaria a procurar uma locação para ser sua loja. Ela exigia minha presença na hora de escolher um apartamento e de arranjar uma loja.


Eu perguntei para Alice quando entramos no carro (nada mais nada menos que Mercedes conversível), no qual meu primo foi no banco da frente e as meninas no banco de trás, se Edward não se preocupava com essas viagens tão longas, ela só me respondeu


– Por mais que Belle amasse Edward, eu acho que ele não se conectou com ela plenamente. Ele a ama, sem sombra de dúvidas, mas é mais como alguém da família, a mãe dos filhos dele e não como um casal... Como amantes. - ou seja ele não se preocupava?? Alice percebeu minha espressão - Ele se preocupava muito com a sua irmã, mas ele não sabia demonstrar como, ele só fez isso uma vez na vida e foi traído, então se fechou... Uma história que Belle me disse ser muito parecida com a sua.

Era parecida mesmo, a única vez que me abri para o amor, foi traída e humilhada, nunca mais cometi o mesmo erro.

– Belle já tinha planejado tudo isso a muito tempo, não é?! - perguntei, mas eu sabia que sim, Abelle era assim, sempre pensava em todos os outros antes de pensar nela.

– Sim, ela pensou nisso desde que descobriu estar com câncer... Por isso nunca te disse. Ela um dia falou que era capaz de você acabar ficando doente com ela de tanto que eram apegadas... Mas ela queria dar uma nova chance a todos nós! - disse Alice com um sorriso meigo de apoio

– Segunda chance?! De quê, posso saber? - perguntei irônica

– Uma segunda chance para você e meu irmão aprenderem a confiar, aprenderem a amar de novo, sem restrições, ela me contou que você morava sozinha na Inglaterra e nunca lhe apresentou um namorado depois de Mike. Ela não queria que você ficasse sozinha de novo. - Realmente Abelle tinha pensado em muito coisa antes de morrer

– E com certeza ela voltaria para a Inglaterra e logo morreria de depressão! - disse Rose, falando pela primeira vez sobre meu estado lamentável

– Que amável, Rose, ainda bem que somos parentes! - disse Jasper tentando me fazer sorrir do banco da frente

– Tudo bem, Jazz, isso é pra me mostrar que minha prima me conhece bem! - eu sorri para Rose e a abracei, sussurrei um obrigada e ela sorriu para mim


– Aproveite a nova vida, Bella, aposto que você vai amar morar aqui comigo e com seus sobrinhos!!


Logo depois que Alice disse isso, percebi que tinhamos chegado em uma casa, pois paramos em frente a portões enormes de ferro, o qual foi aberto imediatamente após Alice baixar o vidro e mostrar que eu e ela que estavamos dentro do carro.


A casa foi surgindo. Uma linda, enorme e luxuosa, era uma mansão amarela clarinha com janelas e portas de madeira escura, mas que dava um ar imponente ao imóvel.


Descemos e Colin, o motorista de minha irmã foi estacionar o carro. Chegamos a porta da frente e ela foi aberta por uma empregada que era um pouco mais baixa que eu e parentemente de idade. Alice sussurrou para mim "Esta é Helga, nossa governanta, ela sempre morou com agente e ajudou minha mãe a nos criar!", mas logo que Helga fechou a porta, veio nos oferecer algo para comer ou beber, nós apenas negamos e dissemos que estávamos apenas cansados.


Então ela nos informou dos horários: Carlisle se encontrava no hospital, logo voltaria para o almoço; Esme foi com Carlie e Renesme até o parque para andarem um pouco; Erick estava na escola e também voltaria até o almoço; Edward estava na empresa e não informou que horas voltaria e Emmett estava na empresa também, mas voltaria para almoçar com a familia.


Eu estava até mais aliviada, pois poderia olhar a casa e fingir que lembrava daqui e também porque assim eu não encontraria Edward de cara. Ainda eram 10 e meia, tomaria banho, esperaria as crianças e conheceria a família de minha irmã.


"Que Deus me ajude!!"


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Notas finais do capítulo

Heyyyy e então gostaram?!
Então essa semana tá até dando pra postar rapidinho, pq eu estou com esses dias de folga... então talvez mais tarde tenha um novo post, no máximo amanha!! =D
Mas a partir da semana que vem os posts vão ser no mínimo semanais... Peço desculpa por isso de novo!
bjbj