The Sound Of 2 Hearts: Segunda Temporada escrita por Mariia_T


Capítulo 50
So We Fight Through The Hurt


Notas iniciais do capítulo

DESCULPA mesmo não ter postado antes. Mas esse capítulo foi TÃO difícil de escrever! E o próximo também vai ser, então já vou começar a esboçar, por que né... Enfim, espero que gostem meus amores! Ah queria agradecer à recomendação da VickyJBiebs! Poxa, meu amor, muito obrigada mesmo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/167783/chapter/50

– Miranda


Não me façam feliz. Por favor, não me saciem nem me deixem pensar que alguma coisa boa pode sair disso. Olhem para meus machucados. Olhem para este arranhão. Estão vendo o arranhão dentro de mim? Estão vendo-o crescer bem diante dos seus olhos, me corroendo? Não quero ter esperança de mais nada.” – A Menina Que Roubava Livros



Li aquele trecho e, com um suspiro, larguei o livro do outro lado da cama. Encarei novamente a escova de cabelo em cima da escrivaninha. Aquela era uma vontade que há muito eu tentava reprimir.

Desde semana passada, minhas sessões têm se intensificado... Ou eu estou muito fraca. Minha curiosidade falava mais alto; queria saber quanto aquilo estava me afetando.

– Só uma vez. – Falei para mim mesma, indo pegar a escova e logo em seguida para o banheiro.

Respirei fundo e encarei meu reflexo no espelho, enquanto sentia as cerdas da escova deslizarem pelo meu cabelo. O que eu esperava? Bom, eu esperava algum bom resultado. Olhei para a escova em minha mão e deixei escapar um baixo xingamento. Um tufo do meu cabelo castanho estava lá.

A campainha interrompeu meus pensamentos revoltados. Desci as escadas com desânimo, talvez até de má vontade.

– Estava pensando que poderíamos sair essa noite. – Ouvi a voz familiar de Pattie vinda da sala.

Caminhei até lá e encontrei não somente Pattie, mas também Justin. Ambos sorriram quando me viram parada na porta.

– Olá! – Pat veio me abraçar. – Como está se sentindo?

– Estou bem. – Abri um sorriso sincero. Não estava totalmente bem, mas ninguém precisava saber mais que o necessário.

Justin veio para meu lado, abraçou minha cintura e depositou um beijinho na minha bochecha. Encarei o chão enquanto Justin me analisava minuciosamente, à procura de alguma brecha na minha máscara. Lamento, Jus, não vou deixar que encontre.

– O que estão fazendo aqui? – Perguntei com um sorriso para não ser grossa. Deixei que Justin sustentasse parte do meu peso.

– Então, - Pattie juntou as duas mãos, com um sorriso carregado de expectativa – tem uma peça ótima em cartaz e queria que seus pais fossem comigo!

– Patt, não podemos ir, precisamos ficar em casa. – Minha mãe contradisse.

– Eu acho uma ótima ideia. – Dei minha opinião. – Vocês estão sempre tão ocupados comigo... Merecem um descanso.

Ela hesitou. Mesmo que minha família não admitisse, eu sabia que eles estavam estressados, cansados e sobrecarregados.

– E deixar você sozinha? – Minha mãe protestou. – Norah não vai estar em casa hoje, nem Sam.

– Eu fico com ela. – Justin se ofereceu.

– Não... – Meu pai protestou, claro, mas minha mãe o interrompeu:

– Acho que se for assim... Fico menos preocupada. – Disse, sorrindo para nós.

– Ótimo, então... – Pattie parecia que ia explodir de animação. Não entendi muito bem o porquê daquilo, mas relevei. – Vocês têm 30 minutos para ficarem prontos.

– Já?

– É! Vamos, vamos! – Ela os apressou. Meus pais riram dela e subiram para se aprontarem.

Senti Justin apertar mais minha cintura e soltar uma breve risadinha. Pattie abriu um sorriso meio vitorioso.



– Justin



– Tome os remédios. – Charlie recitava uma lista de lembretes a Miranda antes de sair. – Não fique descalça e, por favor, come direito. – Ela beliscou de leve a bochecha da filha, com um genuíno olhar maternal.

– Claro, mãe. – Miranda revirou os olhos e riu fraco, fechando a porta logo em seguida.

Fui para a cozinha, em silêncio.

– Jus? – Ouvi Miranda chamar. Pode me chamar de gay, mas alguma coisa dentro de mim estremece quando ela me chama assim.

– Na cozinha. – Respondi. Abri a geladeira e procurei alguma coisa para beber.

– Está com fome? – Perguntou, escorando-se no batente da porta.

– Um pouco. – Admiti, fechando a porta da geladeira.

– Que bom que já se sente de casa. – Pude distinguir a ironia na voz dela.

– Tenho passado mais tempo aqui do que em qualquer outro lugar. – Expliquei-me, dando de ombros. Vi um bolo em cima do balcão e peguei um pedaço.

– Que bom para você. – Respondeu, sorrindo fraco e saiu da cozinha.

Terminei de comer, rindo comigo mesmo. Tudo estava indo tão bem, nem dava para acreditar. Fui para a sala e a encontrei esparramada no sofá, assistindo o programa da Ellen Degeneres.

– Não tem nada melhor para fazer? – Sentei ao seu lado (o restante do espaço disponível que tinha).

– Não. – Ouvi-a murmurar.

– Eu acho que você tem sim. – Abri um sorriso safado e coloquei a mão em sua perna. Ela revirou os olhos.

– Vamos ver a Ellen, ok? – Pediu, me cortando.

Fiquei com cara de paisagem, meio entediado.

– A Ellen é legal... – Comentei, não muito interessado no que ela perguntava ao Ashton Kutcher, o entrevistado do dia.

Miranda não respondeu, estava concentrada demais na tela para isso. Bufei; era impossível competir com o Ashton, e isso foi uma facada no meu ego. Peguei meu BlackBerry e comecei a mexer em coisas aleatórias, como os alarmes disponíveis. Ouvi cada um deles e pude perceber que aquilo estava deixando ela irritada. Segurei o riso. Sou muito idiota às vezes, mas fazer o quê? É a vida!

– Ok, Justin. – A voz dela de repente me assustou. – O que você quer fazer? – Perguntou, desligando a TV e sentando no sofá. Sorri, vitorioso.

– Não sei... – Refleti um pouco e ela fechou a cara. – O que tem para fazer aqui?

– Infelizmente não tenho uma arma para...

– Tinha me esquecido do seu humor meigo. – Debochei.

Ela me deu língua e voltou a deitar no sofá. Tirei o casaco e fiquei de pé, na frente dela.

– Vocês têm algum jogo por aqui? – Perguntei.

– Uma mesa de sinuca e algumas outras coisinhas. – Falou, sem vontade alguma.

– Perfeito! – Peguei sua mão e esperei que ela me levasse até lá.

Era um anexo, ao lado da piscina, onde ficava a sala de jogos. A mesa de sinuca estava lá, com mais uma mesa de futebol de mesa, pingue-pongue e uma estante cheia de jogos de tabuleiro. Algumas outras coisinhas, ela disse. Tinha um bar também.

– Que humilde. – Comentei, fazendo gracinha.

– Norah sempre amou esse tipo de coisa. – Ela deu de ombros.

Fui até a mesa de sinuca e peguei um dos tacos pendurados.

– Está pronta? – Perguntei.

– Você pode jogar sozinho, eu não me importo. – Abriu um sorriso.

– Ah, Miranda! – Reclamei como se fosse uma criança mimada.

– Ok! Uma partida. E se eu ganhar, você faz o jantar. – Propôs.

– Certo. Já pode ir pensando no menu. – Provoquei, passando o giz na ponta do taco.

Ela revirou os olhos e pegou seu taco. Arrumei as bolas em forma de triângulo e deixei-a fazer a primeira jogada por puro cavalheirismo.



– O que vamos jantar? – Perguntei, quando voltamos para dentro da casa.

– Não sei, senhor incrível. – Respondeu, de má vontade.

– Vai apelar? Não sabia que era má perdedora. – Brinquei, tentando abraçar sua cintura.

– Você roubou! – Protestou.

– Não roubei não!

– Ah, sim. E aquela bola 5 que você encaçapou? – Argumentou. – Aquela era minha!

– Agora não é mais hora para acertar problemas. Eu ganhei, você perdeu. A aposta era quem perdesse faria o jantar. Agora faz! – Encerrei o assunto.

Ela abriu a boca num “o” ofendido ou com raiva, ou pronta para me matar, eu não sei. Foi para a cozinha calada. Ok, eu fiz coisa errada.

– Deixa que eu faço. – Segurei seu braço e fui para a cozinha.

– Não, Justin, sai! – Ela disse, nervosa. Pegou alguma coisa no armário e foi para a frente do fogão. Peguei-a no colo e sentei-a numa banqueta.

– Eu faço. – Falei, firme. Ela revirou os olhos e cruzou os braços. – Só não garanto a qualidade, mas vou tentar. – Me desculpei. Miranda não conseguiu disfarçar o sorriso e começou a rir, não pude deixar de rir também.

Dei-lhe um selinho, interrompendo seu riso.

– Eu te amo, sabia? – Falei, mergulhando em seus olhos castanhos.

– Obrigada por existir, Jus. Eu te amo tanto! – Senti seus lábios nos meus longo em seguida, iniciando um beijo de verdade. Segurei sua cintura, trazendo-a mais para perto, sentindo como nossos corpos se moldavam perfeitamente. “Não posso te perder”, apertei mais meus braços em volta dela quando pensei isso.

Quando partimos o beijo por falta de ar, nenhum de nós disse alguma coisa. Não tinha por que estragar aquele momento com palavras. Ficamos em silêncio até meu estômago roncar e Miranda caiu na gargalhada.

– Alguém está com fome. – Disse ela, voltando para o fogão.

– Eu falei que vou fazer o jantar. – Segurei sua mão.

– Fazemos juntos. – Falou, dando a última palavra. Não discuti, aquela opção era bem melhor que qualquer outra.

Miranda pretendia fazer uma lasanha de presunto. Por mim, esquentávamos alguma coisa no micro-ondas e estava de bom tamanho, mas ela queria algo mais elaborado. Ela fez o molho e eu montei, já que era o mais fácil.

– Isso está muito bom. – Falei, entre uma garfada e outra.

– Melhor que qualquer coisa esquentada? – Perguntou, presunçosa.

– Muito. – Fui humilde. – Já vi que de fome eu não morro, hein?

– Você vai ser um marido muito feliz. – Garantiu.

– Eu já sou. – Falei, naturalmente.

Um belo sorriso brotou em seus lábios. Depois de comer, lavar a louça e deixar a cozinha do jeito que estava antes, fomos para a sala, assistir TV. Eu estava sentado no sofá e ela aconchegada em meus braços.

– E agora, você acredita em final feliz? – Perguntei, meio aleatório. Estava passando um filme romântico e esse acabava com todo mundo feliz.

– Justin, por favor. – A voz dela parecia cansada, como se já tivéssemos discutido sobre isso mais de mil vezes.

– Estou falando sério, e quero uma resposta. – Insisti. Aquela reação dela indicava que ela não acreditava. Mas e tudo que nós estávamos fazendo, estávamos lutando, como ela não podia enxergar um bom final? Aquilo me irritava às vezes.

– Não, eu não acredito. – Respondeu, de má vontade.

– Ainda?

– Não, Justin, nem hoje e nem nunca. Isso só acontece em filmes. – Apontou para a TV, que agora passava os créditos do mesmo filme.

– Mas e nós? – Continuei, meio magoado.

– Um dia, Justin, um de nós vai morrer, um vai assistir ao enterro do outro. Se isso é final feliz para você, sei por que está em um relacionamento com uma paciente de câncer terminal. – Ela soltou, meio estúpida.

– Você não tem câncer em estado terminal, Miranda, deixa de exagero!

Ela se afastou de mim e sentou, me encarando.

– Exagero? Justin, não é exagero! Tem mais de uma semana que os tratamentos se intensificaram e sabe qual é o resultado? Meu cabelo está caindo mais!

– Você sabe que isso é resultado da quimioterapia e não do câncer.

– Isso não muda o fato de que eu só estou piorando, Justin! – Ela quase gritou.

– Por que você não tem esperança, Miranda? Mas que droga! Por que você não acredita que você vai melhorar? Estou fazendo de tudo para você ver que...

– Eu não quero que você se esgote por mim, Justin! Não quero que tente me mostrar nada! É tão difícil aceitar que tudo na minha vida simplesmente dá errado? Eu já me conformei, e, por favor, não torne as coisas mais difíceis.

– Você não quer ficar aqui? Não quer ficar com sua família? E seus pais? A Norah e o Dylan? E eu, Miranda? Eu não posso viver sem você! – Minha garganta já doía. Não estávamos gritando, mas aquilo era, de longe, uma discussão séria.

– Pois eu acho melhor você ir se acostumando, Justin, porque dessa aqui eu não passo! – Sibilou, já com lágrimas nos olhos.

– Desde quando você é tão desacreditada? – Perguntei, meio acusador.

– Desde quando você é tão chato? Que coisa, Justin, eu não quero mais falar sobre isso. Nunca mais! – Ela tirou o cabelo do rosto, com raiva.

– Quer saber? Esquece. – Peguei meu casaco e me levantei. – Vou esperar seus pais chegarem lá na sala de estar.

Saí da sala sem olhar para trás, que era para não me arrepender. Desabei num dos sofás da sala de estar e enfiei o rosto nas mãos, frustrado. Como a gente podia brigar num momento como esse?

Joguei minha cabeça para trás e fechei os olhos. Pensei em ir até lá e pedir desculpa... Mas era ela quem deveria me pedir primeiro. Por que ela tornava tudo tão complicado?

Suspirei.

– Justin?! – Ouvi Miranda me chamar. Não pensei duas vezes antes de levantar e correr até a sala de TV. Ela estava deitada no sofá, parecia estar passando mal. Ajoelhei-me ao lado dela, tentando descobrir o que era. – Não... Não dá para respirar!

Peguei a mão dela, tentando sentir a pulsação. A doutora me disse que era importante checar isso, já que podia indicar que ela estava tendo algum tipo de infarto. Ela gritou de repente e apertou minha mão. Meu Deus, eu estava em pânico.

– Justin, me ajuda! – Ela pedia, em meio a gemidos. Parecia que ela não estava conseguindo focar as coisas, já que não olhava para mim.

Peguei meu celular e tive que discar o mesmo número três vezes, eu estava tremendo muito. Meu cérebro mal raciocinava.

– Calma, já estou pedindo ajuda. – Falei a ela, como se isso melhorasse alguma coisa naquele momento. Ninguém atendia. – Por que ninguém me atende? – Soltei uma horda de palavrões.

– Minha cabeça... Dói... – Sua voz falhava, ela estava cedendo, ia apagar a qualquer minuto.

Tirei a chave do bolso, peguei ela no colo e corri para fora da casa, indo direto para o meu carro.

Devo ter passado em alguns sinais vermelhos e não sei como cheguei inteiro no hospital. Corri para dentro do prédio com Miranda nos braços.

– Alguém, por favor! – Gritei para qualquer pessoa que me escutasse.

– Aqui! – Uma enfermeira apareceu rapidamente puxando uma maca. Deitei-a ali, com cuidado. Miranda não estava mais acordada, seu corpo estava flácido e um pouco frio. Mais alguns enfermeiros empurraram a maca para algum lugar desconhecido por mim. Tentei ir atrás, mas a mesma enfermeira não deixou.

– Eu preciso ir! – Gritei, tentando me esquivar dela.

– Senhor, você não pode! – Ela mantinha o tom de voz baixo.

– Ela precisa de mim! Eu tenho que ir até lá! – Avancei mais um pouco, mas um segurança me segurou.

– Acalme-se. – Ela pediu. – Vamos fazer de tudo.

Olhei para ela, ainda meio sem reação e assenti, olhando de novo para a grande porta que me separava do lugar onde ela estava.

O segurança me soltou e voltou ao seu posto. A enfermeira me guiou até a sala de espera. Não queria ficar lá, mas era só o que eu teria ali.



– Justin! – Minha mãe chegou, junto com os pais de Miranda.

Levantei correndo e abracei-a. Ela falou alguma coisa, mas não ouvi direito. Encaixei meu rosto em seu pescoço e comecei a chorar. Chorar mesmo, soluçando. Chorei tudo que não tinha chorado até agora. Não tinha por que... Ela estava lá dentro, depois de todo aquele tempo, sem notícias. Dessa vez era terrivelmente sério.

– Shh, vai ficar tudo bem, você vai ver. – Ela repetia sem parar, acariciando minhas costas. Sem me soltar, ela nos guiou para o sofá. Deitei a cabeça em seu colo.

– Por que ela, mãe? – Perguntei, em meio às lagrimas.

– A gente não escolhe isso, meu amor.

– Mas não podia. Ela não merece isso, ela não, mãe... Não deixa ela ir embora, mãe. Não deixa. – Pedia, agarrando com força a barra do vestido dela.

– Ah meu amor... – Ela se interrompeu.

– Por que ela? Por que ela e não eu? Por quê? – Minha garganta doía. – Isso não é justo!

Os pais dela apenas assistiam à minha cena, sem reação. Não sei quem estava vendo aquilo, não sei o que estavam achando, não importava. Eu só precisava tirar de mim tudo aquilo que estava guardando, tudo aquilo que estava reprimindo, tentando ser forte.

Automaticamente, a nossa briga me veio à cabeça. Como eu pude? Como eu... E se ela não acordar? E se ela for embora de mim, da minha vida? Vou ficar brigado com ela para sempre? Por que eu tenho que ser tão idiota? Minha vontade era de bater a minha cabeça na parede umas cem vezes.

Eu fui tão bruto e grosso... Orgulhoso. Por que a gente? Tudo podia ser tão fácil, não podia? Por que não era? Involuntariamente, comecei a questionar. Tudo, nada escapava de mim. Quem tinha culpa daquilo? Aquilo não era algo que se escolhia. Então por que Deus colocou aquela doença na vida dela? O que Ele queria provar?

– Diz que ela vai acordar, mãe. Diz que vai ficar tudo bem. – Pedi, ainda incapaz de parar o choro.

– Meu amor, eu sinto tanto por você estar passando por isso. – Ela estava chorando também.

Fechei os olhos com força, desejando que aquilo fosse só um pesadelo, nada mais. Aquilo não podia ser realidade. Não era justo, tudo o que passamos, tudo que aconteceu para ficarmos juntos... Deus não a colocou na minha vida para depois tirar, não é?

Não falei com os pais dela, não teria coragem. Aos poucos, as pessoas foram chegando. Norah e Albert vieram quase que imediatamente depois que Anderson ligou, já que Charlie estava em um estado pior que o meu. Depois veio Tyler. Ele era pior que o tio. Olhava para mim como se eu tivesse matado Miranda, como se fosse minha culpa.

De repente me dei conta de algo. Então era minha culpa. Se não tivéssemos brigado... Não, eu não podia me culpar, a menos que eu quisesse entrar em algum quadro de depressão.

– Ei, cara. – Chaz e Ryan me cumprimentaram. Até Caitlin e Christian vieram. Era bom ver que minha garota tinha tanta gente querida. Tanta gente melhor que eu. Aquela amiga dela, Lizzie, apareceu por lá também. Fiquei sabendo que ela estava na faculdade já, por isso sumiu por tanto tempo.

Miranda devia estar na faculdade também, mas ela perdeu metade de um semestre por minha causa, quando viajou para a Europa com o primo.

Eu sempre estraguei a vida dela. Foi essa a conclusão que eu tirei daquilo tudo.

– Família de Miranda Stephen? – A médica dela entrou na sala. Não me levantei, sabia que cairia se o fizesse. Os pais dela se levantaram. – Por favor. – Chamou-os para fora da sala.

Meu coração quase parou de bater, mal sentia os batimentos de tanto que estava acelerado. Aqueles foram os cinco minutos mais longos da minha vida. Queria saber qual era o resultado, o que aconteceu, se ela estava bem, se podia vê-la... Minha cabeça processava tudo a mil por hora.

Charlie voltou para a sala.

– E então? – Norah perguntou, deixando Dylan no carrinho e se levantou.

– …ma. – Não compreendi o que ela disse, pois disse baixo demais.

– O quê? – Norah pediu que repetisse.

– Coma induzido. – Ela repetiu, com a voz fraca, mas em bom som.

Olhei para a minha mãe, sentindo meus olhos queimarem. Aquilo não era bom. Comas induzidos indicam que a situação não está nada boa.

– E agora? – Sussurrei para mim mesmo.

– Ela pode receber visitas agora. – A doutora disse.

Não queria pensar em como ela estaria. Não queria pensar em como eu me sentiria quando entrasse lá.

Eu queria vê-la, mas não devia.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eaí?? Bom, espero que tenham gostado e que tenha compensado a demora hihi. Bom, aí devo dizer que é quase reta final, geeente! Tenho 1 monte de surpresas haha ;D
Xx amo vocês gatitas ♥ (desisti de responder os antigos reviews gente! Mas vou responder os do capítulo anterior e os daqui em diante, tá? Li todos os outros e amei! Mas é que a viagem realmente fez com que acumulasse muito review e eu não consigo responder todos, mas sério, amei CADA UM *-* ♥)