The Sound Of 2 Hearts: Segunda Temporada escrita por Mariia_T


Capítulo 43
I Hope You Like Me As I Am


Notas iniciais do capítulo

Êê, eu estou muito legalzinha hoje. São duas da manhã e eu acabei de voltar do aeroporto. Minha coisinha pequena foi embora (uma prima minha, muito querida) e já chorei até.. Enfim, olha: nesse capítulo tem umas coisinhas. Vou falar lá nas notas finais que é para não perder a graça. Boa leitura ;D



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     Voltar para Los Angeles foi uma tortura. Eu só queria ficar em casa, com minha família e nunca mais sair de lá. Mas era necessário, eu acho.

     Estive pensando muito na minha vida ultimamente. Quero dizer, acho que deve ter alguma coisa errada nela. Talvez Justin... Talvez ter conhecido Justin, foi um erro. Uma peça que a vida pregou. Não tinha como aquilo ser amor. Sempre me machucava e nunca parecia dar certo.

     Por isso que eu continuo com minha teoria: finais felizes não existem. Pelo menos não para mim.

     Faltava apenas o final de semana para retomarmos a turnê. Eu estava tão ansiosa quanto os outros. Justin teria uma apresentação hoje num festival. Iria cantar sua nova música. Vamos comemorar! Desenvolvi muito meu senso irônico ultimamente.

     Falando nisso, estou sentindo orgulho de mim. Tenho conseguido ignorar o Bieber em quase tudo! Não falo com ele, não olho para ele, não menciono seu nome. Acho que isso deve estar matando ele por dentro, coitado, sempre tão acostumado a ser o centro do universo. Uma semana, sem nenhum tipo de contato com ele. Bati meu recorde.

     Scooter me deu a câmera profissional para essa noite. Estava checando algumas funções da máquina antes da apresentação.

     - Ei, sua credencial. – Fredo me entregou um crachá. – Está ansiosa?

     - Super. – Revirei os olhos, passando o cordão pelo pescoço. Fiz um rabo de cavalo alto, para combater o calor.

     - Vai ser legal, você vai ver. – Piscou para mim, como se soubesse de algo mais.

     - Tenho que tomar posição. Boa sorte aí. – Dei um beijinho em sua bochecha e fui para frente do palco, me posicionando entre o palco e os seguranças.

     O festival começou. Houve uma apresentação de hip hop de um grupo de uma escola de L.A como abertura. Várias bandas se apresentaram antes do Justin. Pelo que fiquei sabendo, ele seria o último. Tirei fotos dos outros mesmo assim. Os efeitos das luzes davam um toque diferente nas imagens.

     Olhei em volta, admirando a beleza do lugar. As arquibancadas estavam iluminadas por pontinhos azuis que era agitados pelas fãs. Senti uma tontura me invadir. Coisa do momento, aquilo era grandioso e magnífico.

     - E agora! – Um homem grande, de terno branco e óculos escuros – vai entender – entrou correndo no palco, com um sorriso enorme no rosto. – Com vocês... Apresentando sua nova canção... My Sweet Confusion; Justin Bieber!

     My Sweet Confusion? Foi esse o nome que Justin deu a música? Isso é algum tipo de piada? Argh, estou me sentindo profundamente ofendida. As batidas da música começaram a ecoar pelo lugar e as garotas gritavam histericamente pelo menino. Não sei se vou aguentar isso até o fim.

     Um pouco atrasado, Justin entrou com um violão na mão e um banquinho na outra. Que diabo era aquilo? As batidas cessaram e houve uma agitação no palco.

- Justin

     Uma semana. Uma semana sem falar com ela, sem tocá-la, apenas a via sorrindo com os outros, mas bem longe de mim. Aquilo estava me enlouquecendo. Eu precisava dela como quem precisa do ar e somente dele.

     Queria insanamente que ela voltasse para mim, que aceitasse meu pedido de desculpas, mas nada. Nem uma palavra sua eu conseguia.

     Já fazia mais de duas noites que eu não dormia direito por conta desse festival. Não queria mesmo apresentar aquela canção. A gravadora já havia lançado uma prévia do som e, aparentemente, todos gostaram.

     Não queria cantar aquilo. Não foi inspirado nela de verdade, Miranda não era daquele jeito! A outra... Aquela canção que eu fiz no meu quarto, aquela sim foi inspirada na garota mais perfeita do mundo.

     De repente, tive uma ideia. Chamei Fredo para me ajudar. Era claro que ninguém iria deixar que eu cantasse outra música que não havia sido combinada.

     - Pegou o violão? – Perguntei a Fredo, quando entrou correndo no camarim.

     - É, o Bruno Mars tinha um sobrando. – Sorriu, como se aquilo fosse uma piada. – Está perto do lugar onde você vai entrar. O banquinho... Eu te dou na hora.

     - Certo. Obrigado, Fredo. – Abracei-o.

     - Ela tem que aceitar. Vai pedir depois do festival?

     - Claro. Ela vai ouvir a música e vai saber o que eu sinto de verdade. – Sorri.

     - Isso foi muito gay.

     - Foi sim. – Coloquei a mão no queixo, refletindo.

     - JB, está na sua hora. – Um homem de preto veio me chamar. Assenti e saí do camarim, ajeitando a gola da blusa.

     Vi um cara carregando o violão para longe, com uma cara de interrogação. Corri atrás dele e tentei pegar o violão.

     - Eu preciso dele! – Falei.

     - Não! – Olhou na prancheta. – Você não vai usar nenhum violão.

     - Mas eu preciso! Me dá! – Gritei.

     - Não! – Levantou o violão no alto.

     - Agora! – Pulei nas costas dele, tentando alcançar.

     - Não senhor! Não está combinado!

     - É surpresa! O Carl aceitou. – Menti.

     - Bom... – Se acalmou, abaixando o violão. – Se é assim.

     - Obrigado. – Peguei o instrumento e corri para o palco. Fredo estava impaciente, com o banquinho em mãos. – Desculpe, o cara enlouqueceu.

     - Vai! – Me empurrou pela escadinha.

     A batida da música cessou quando eu apareci com o violão. Coloquei o banquinho bem na frente do palco e sentei, apoiando o violão nas pernas. Ajeitei o microfone. Meu coração estava na boca, nunca havia mexido tanto com o que estava planejado.

     - Boa noite. – Sorri, quando me responderam. – Isso aqui está meio fora do combinado. – Ri fraco. Fredo entrou correndo com um cabo em mãos e plugou no meu violão. Agradeci e ele saiu. – Essa música eu escrevi para alguém muito especial para mim. – Pausa. Procurei Miranda na primeira fileira. Ela estava tirando algumas fotos minhas, estava perto da corrente de seguranças. Sorri. – Espero que gostem.

     Quando a melodia começou, Miranda virou-se rapidamente, surpresa. Esperava que fosse a outra música. Todos esperavam.

     Não conseguia tirar os olhos dela, que mantinha seu olhar em mim. Era hipnotizante, não respondia por mim. Fechei os olhos, sentindo a melodia dentro de mim, minha voz saia arrastada, manhosa. Era assim, quando eu cantava com a minha alma, segundo minhas beliebers.

     Todos pareciam estar gostando, algumas pessoas arriscavam cantar junto comigo, era divertido. Olhei para Miranda de novo, mas ela não estava lá. Continuei tocando a parte do violão enquanto procurava por ela.

It aint no lie, I have to tell you how I feel,
Cuz' each time, I try it gets a little more unreal,
You say my name, oh god I can't stop shaking.
So why do I disappear when you come near,
It makes me feel so small,
If I could read your mind,
Girl would I find, any trace of me at all.

If I could be your superman,
I'd fly you to the stars and back again.
Cuz' everytime you touched my hand,
You feel my powers running through your veins
But I can only write this song,
And tell you that I'm not that strong.
Cuz' I'm no superman, I hope you like me as I am.

     Terminei de cantar a musica quando a achei. Ela estava indo para a saída, meio apressada. Esbarrava nas pessoas. Parei a música. Não sabia se aquilo era certo, mas precisava.

     “Faça mais”, foi o que Tyler me disse. Ela queria uma prova de amor grande? Aqui está.

     - Miranda! – Gritei, um pouco longe do microfone para não prejudicar a frequência e soltar aquele guinchado horrível.

     Ela se virou automaticamente, meio assustada. Tinha algo em seu rosto... Ela estava chorando. Desci do palco e me esquivei dos seguranças. Eles não me impediram, acho que estavam atordoados demais para fazer algo. Corri até ela. Nenhuma menina voou em mim, o que eu achei muito estranho, a casa de show estava em total silêncio. Miranda tentou se virar e sair dali, mas uma menina da nossa idade não deixou.

     - Miranda... – Cheguei bem perto dela.

     - Fica aí, Justin. – Sua voz era como um sussurro. Ignorei e me aproximei ainda mais. Entregaram um microfone para ela. Fechei a cara para o tio. – O que você quer? – Perguntou, segurando o microfone um pouco longe da boca, na altura do busto, mas ainda dava para ouvir sua voz nos alto-falantes.

     - Miranda, por favor, me perdoa. – Pedi. Mudança nos planos, ia pedir isso aqui e agora. Para todo mundo ver. – Eu sei que eu fui um idiota, sei que não tinha o direito, mas, por favor. Não aguento mais ficar sem você. Preciso de você para viver, preciso de você para sorrir, para ser feliz. Volta para mim.

     Ela não respondeu. Uma ou duas lágrimas rolaram por seu rosto. Segurei sua mão, mas ela a puxou de volta.

     - Justin, eu não posso. Eu não posso fazer isso de novo. Eu te disse que não podia me machucar, e o que aconteceu?

     - Eu prometo, Miranda...

     - Não prometa o que você não pode cumprir. – Cortou-me, mordendo o lábio inferior. Seus olhos estavam marejados e ela se segurava para não derramar as lágrimas.

     - Eu não prometo que nunca vou te machucar. Mas eu prometo que vou tentar. Prometo que vou até o fim do mundo para te fazer mudar de ideia com relação a mim, prometo que farei de tudo para te ter de volta. Quando eu disse aquilo, eu não estava brincando. Quando eu disse que te amava, eu não estava mentindo.

     Sem resposta.

     - Eu amo essa garota! – Gritei, olhando em volta. – Essa garota faz o meu coração bater mais rápido quando sorri, quando chega perto de mim, quando fala comigo. Eu vou dormir pensando nela e acordo sentindo saudade. Eu preciso de você, meu amor. – Sussurrei a última frase, pegando sua mão de novo.

     - Fica com ele, garota! – Alguém no meio da multidão gritou, fazendo com que eu soltasse uma risada rouca.  

     Olhei em seus olhos mais uma vez, mas ela desviou o olhar. Abaixei a cabeça, derrotado. O que mais eu podia fazer? De repente senti seu corpo contra o meu e seus braços envolviam meu pescoço.

     Levantei os olhos para o telão e vi nós dois, abraçados. Aspirei o aroma doce de seu perfume e depositei um beijinho em seu pescoço.

     - Obrigado. – Sussurrei, de modo que só ela pudesse ouvir. Em resposta, apertou mais o abraço.

     - Justin! – O mesmo homem de terno branco me chamou de cima do palco. Sorri para Miranda, dei um beijo em sua bochecha e saí correndo de volta. Agora estava tudo bem. Não ia vacilar de novo. Ao subir no palco, agradeci às minhas fãs e saí, sendo acompanhado pelo cara.

     - Não foi isso que combinamos! – Scooter gritou, ele estava muito estranho. Como se dentro dele houvesse um misto de empolgação e receio. – E o que foi aquela declaração de amor?

     - Justin isso foi totalmente... – Usher chegou, com uma cara de poucos amigos.

     - Incrível! – Scooter completou. – Por que não contou que tinha outra música?

     - Não sei. – Fiquei confuso. Eles não iam me matar?

     - Justin Bieber! – Carl apareceu, furioso. – Não foi a música que ensaiamos!

     - Eu sei disso. Achei melhor cantar essa. – Dei de ombros.

     - Mas o acordo...

     - Sem acordo. Não quero mais o Grammy, não assim. – Cortei em tom firme. Não quero aquilo.

     - Não pode quebrar...

     - Não assinamos nada, Carl. – Scooter interveio. – Não há porque brigar. E a nova música do JB é muito boa. Obrigado pela sua atenção. – Scott estendeu a mão, tentando terminar as coisas de modo amigável.

     - Tem sorte de o L.A Reid gostar muito de você. – Sibilou o cara e saiu do camarim.

     Fizemos um toque, comemorando. Acho que nunca fiz nada tão certo nesses últimos dias. Eu me sentia mil vezes mais leve.

     - Essa foi uma boa foto. – A voz rouca de Miranda invadiu a sala. Ela estava olhando o visor da câmera e não percebeu que eu me aproximei. Peguei-a no colo e colei nossas testas, enquanto os outros saíam do camarim. 


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Notas finais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=otx0Bnru0dY&ob=av2e
Essa é a música que o JB "compôs". Eu não sou muito de fazer isso, mas eu não ia compor uma música, né pessoal amado? .--.
Tá, espero que tenham gostado! Eu amo vocês, xx.