The Sound Of 2 Hearts: Segunda Temporada escrita por Mariia_T


Capítulo 20
What I'd Do To Have You Here


Notas iniciais do capítulo

Geeente, eu fiz prova hoje. Teve casamento ontem, cheguei em casa às duas da manhã e acordei às seis hoje, to acabada. Mas eu não dormi quando cheguei em casa, eu fui escrever esse capítulo, haha. Bom, espero que gostem, porque eu, sinceramente, adorei. Isso é muito: FINALMENTE eu curti algo que eu escrevi. Enfim, boa leitura.



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- Justin

     Abri os olhos com preguiça, nunca aquela cama fora tão aconchegante. Espreguicei-me e levantei da cama. Kenny não veio me acordar. Tomei um banho gelado e me vesti. Peguei o celular e comecei a digitar uma mensagem para Selena. Daí toda a conversa da noite anterior voltou à minha cabeça.

     Saí do quarto correndo e bati na porta do outro quarto. Ela demorou um pouco para atender. Lembrei-me de ontem. No mínimo eles estavam aí dentro agora, dormindo juntos. Ele estaria abraçando sua cintura, mexendo em seus cabelos e a observando dormir... Dei meia volta e me afastei do quarto.

     - Justin? – Ouvi a voz rouca e grogue de sono. Virei ao ouvi-la, sorrindo ao ver a imagem desalinhada na porta, coçando o olho, parecia uma criancinha. Ela ainda usava a mesma roupa para dormir: um short de seda e uma blusa de flanela. Que vontade de abraça-la e lhe dizer o quanto eu senti falta daquilo.

     - Ahn... Oi. – Sorri amarelo, desviando os olhos de seu corpo, fitando agora seu rosto.

     - O que foi?

     - Você saiu cedo da festa ontem. – Enrolei. Na verdade, eu havia saído do meu quarto sem plano algum, sem estratégia preventiva para esse tipo de situação constrangedora.

     - Ah, é... Eu não estava me sentindo muito bem. – Sorriu fraco.

     - Está melhor agora? – Qual era o problema comigo? Ah, sim, claro. Ela. Sempre ficava assim quando estava perto dela.

     - Estou. Aconteceu alguma coisa? Você está estranho...

     - Não, nada! – Respondi rapidamente e mudei o rumo do assunto, para algo que eu queria saber. – E o Christian? Vocês passaram bastante tempo juntos ontem.

     - Eu estava com saudades daquele chato. Ele é um ótimo amigo.

     - Se você acha... – Murmurei baixinho.

     - Hein?

     - Nada. Eu não disse nada. Ele é um bom amigo. – Sorri forçado. Eu ia era dar uma surra naquele menino. Miranda começou a me observar com mais atenção. Resolvi mudar de assunto por não saber o que meu rosto expressava. – Ei, vamos tomar café na cidade?

     - Ahn... Claro. Um minuto. – Fechou a porta.

     Apoiei-me na parede para esperar. Comecei a planejar. Eu tinha de fazer aquilo de forma lenta e gradual. Se ela havia dito tudo aquilo ontem, com certeza estava com raiva de mim ou de alguma coisa. E quando Miranda ficava com raiva, era quase impossível lidar com ela.

     Miranda saiu do quarto. Jeans e camiseta, perfeita.

     - Você está linda. – Recolhi a coragem do fundo da alma para dizer aquilo.

     - Obri... – O sorriso se formou tão rapidamente quanto sumiu. – Onde está a Selena?

     - Ela...

     - Ah, esquece. – Ela trancou o quarto.

     Seguimos para o carro. Não falei muita coisa, com medo de piorar a situação. Dirigi até uma Starbucks no centro.

     - Típico café. – Comentou, empurrando a porta da entrada.

     - Pois é, eu sei que você gosta. – Provoquei.

     - Vou pegar uma mesa. – Sorriu e se afastou, enquanto muita gente nos olhava com curiosidade. Não havia muita gente da nossa idade ali. Isso era algo peculiar em Los Angeles. Em outros lugares, as pessoas mais velhas não ligariam ou nem se tocariam de que há um artista tomando café no mesmo lugar que você. Já em Los Angeles, todos sabiam quem você era, o que fazia, como e com quem fazia.

     Fui ao balcão quando chegou minha vez. Fiz os pedidos de acordo com o que me lembrava. Depois voltei à mesa que ela havia pegado e me sentei. Empurrei o copo dela e esperei. Miranda me olhava com curiosidade e expectativa. Tomou um gole e sorriu.

     - Você lembra! – Exclamou, colocando a mão sobre a boca.

     - Claro que lembro. Tenho uma memória de elefante! – Sorri, olhando em seus olhos.

     Ela mordeu o lábio inferior e abaixou a cabeça, sorrindo. Eu adorava quando ela fazia aquilo, era tão adorável.

     - O que foi? – Perguntei, abaixando um pouco a cabeça para poder encontrar seu rosto.

     - É que às vezes... Parece que não fazem sete meses... – Ela não completou a frase, mas continuou sorrindo. Não parecia mesmo.

     - Ah... – Não sabia o que dizer a ela. – Você quer um bolinho?

     - Pode ser. – Ela desenhou com a ponta do dedo no vidro da mesa.

     Levantei-me e pedi um bolinho para ela. Chocolate. Chocolate sempre agrada. Respirei fundo antes de voltar para a mesa. Vamos lá, Justin, você faz melhor que isso.

     - Aqui está. – Dei a ela e sentei novamente.

     - Obrigada. – Sorriu. – Mas você ainda não me disse o porquê disso tudo.

     - Não tem... Um por que. Só quis tomar café fora do hotel hoje.

     - E por que a Selena não está aqui?

     - Meu Deus, para de perguntar sobre ela! Porque eu quis vir com você e não com ela! – Isso escapou de mim. Miranda hesitou e olhou seu bolinho. Encarei a mesa, me sentindo um imbecil. Ela suspirou alto.

     - O que você quer, afinal, Justin? – Ela quis saber, ainda olhando seu bolinho, mas percebi que suas bochechas estavam levemente coradas.

     - O que eu ganho se eu disser? – Perguntei, sem olhá-la. Aquilo era muito constrangedor. Ouvi seu riso. – Esquece, você não quer ouvir de verdade. Vamos embora, aposto que tem gente me procurando. – Levantei-me.

     - Ah. – O sorriso murchou de seu rosto. – Começa com S. – Murmurou. Senti-me mal por aquilo.

     Por que eu simplesmente não dizia que havia terminado com Selena? Ah, porque ia ficar extremamente na cara que fiz isso por causa da Miranda. Mas não foi por isso? Inferno! Que tipo de besteira eu estou fazendo?

     - Obrigada pelo café. – Disse ela, quando saímos do estabelecimento. Fiquei surpreso, já que achei que ela iria me ignorar pelo resto do dia.

     - Que isso. – Respondi, sorrindo. É, talvez pode não ser tão impossível assim.

     Voltamos para o hotel. Tive o impulso de abraçar a cintura de Miranda quando vi o Christian no saguão do hotel, conversando com o Alfredo. Ótimo. Já não bastava o cachorrinho carente do Alfredo e eu tinha que aturar mais um agora. Mas Miranda não era minha, ainda. Eu iria protegê-la de todos esses marmanjos safados.

     - Fredo, posso falar com você? – Puxei-o para um canto. Apesar de tudo, ele é um ótimo amigo. Olhe pelo meu lado, só estou com ciúme.

     - Claro, o que é? – Ele estava rindo, esperei ele parar. – Uma figura esse Chris, não?

     - Sim, uma figurinha. – Concordei, não dando muita atenção. – Preciso da sua ajuda.

     - Para...?

     - Eu quero reconquistar Miranda. – Soltei de uma vez, olhando-a de longe. Alfredo só sorriu.

     - Por que não pode fazer isso sozinho?

     - Porque perto dela, é como se eu fosse o maior burro do mundo e não consigo pensar em nada. – Confessei.

     - Ah, como você é lindinho! – Apertou minha bochecha. Bati na mão dele. – Ok, eu vou te ajudar, Romeu. E se quer saber, eu acho que será fácil. – Ele olhava para algo atrás de mim e sorriu. Olhei para trás e encontrei o olhar de Miranda, que sorriu e voltou sua atenção a um moleque chato que não largava do seu pé. – Ei, Chris, vem aqui!

     - O quê?! – Quase gritei.

     - O que foi? – Christian chegou.

     - Precisamos da sua ajuda.

     - Mas... Não! – Cortei. Ele não ia me ajudar. Aliás, aposto que ele nem iria querer, já que estava tentando fazer o mesmo com ela.

     - Ajuda em quê? – Quis saber, rindo da minha cara.

     - Reconquistar a gatinha.

     - Hã, Justin Bieber, hein? Quem te viu quem te vê, meu rapaz! – Christian brincou.

     - Que isso? Tá se achando o idoso, né? – Rebati.

     - Ih, cara. Relaxa. – Fredo pediu.

     - Relaxa o... Se você encostar um dedo nela de novo... – Apontei o dedo na cara do Christian, que me olhou assustado. Dei um passo adiante e Fredo me segurou pelo ombro. – Eu juro que arrebento você, está ouvindo?!

     - Ei, J! Que isso? O que eu fiz?! – Christian parecia atordoado. Imbecil, aposto que estava bêbado ontem. De repente pareceu clarear as ideias. – Ah, você viu o beijo.

     - “Ah, você viu o beijo”! – Fiz uma vozinha fininha. – Claro que vi, imbecil! E não quero ver de novo!

     - Ei, ei. Espera! Você beijou a Miranda? – Alfredo quase gritou. Olhei em volta para ver se alguém não havia escutado. Daí percebi que não estávamos mais no saguão. Alfredo deve ter nos levado para aquele lugar – o qual eu não identifiquei na hora – enquanto estávamos distraídos.

     - Foi só um beijo! – Christian se defendeu. – Nem foi sério, eu só queria...

     - Ah, você só queria ficar com ela, seu moleque? – Quase parti para cima dele, mas Fredo não deixou. Eu ia acabar era batendo nele se não me soltasse!

     - Cara, relaxa! – O bebezinho pediu.

     - Não me pede para relaxar! Porque eu não vou relaxar quando um dos meus melhores amigos beijou a minha garota só por uma merda de diversão! Seu...

     - Oi? – A voz doce e diferente daquele caos todo foi ouvida. Olhamos para a porta e senti todos meus músculos, que antes estavam tensos, ficarem completamente relaxados. Senti ainda minhas bochechas queimarem. Esse efeito que ela tem sobre mim...

     - Ahn, oi, gatinha. – Alfredo quebrou o silêncio gélido que se instalou ali.

     - Vocês estavam brigando? – Ela quis saber, enquanto segurava o braço, sem graça.

     - Claro que não, nós estávamos... – Comecei.

     - Ele queria me bater – Christian me cortou – só porque ontem eu te... – Foi involuntário, mas meu punho chocou-se violentamente contra seu ombro direito. Christian caiu sentado no chão, segurando o ombro, que estava meio fora do lugar. Merda. Ouvi Miranda arfar. Virei de costas, levando as pontas dos dedos às têmporas. Christian começou a gritar de dor.

     Logo Kenny, Scooter e meio mundo estavam lá. Ali era uma espécie de salão de jogos, pude perceber agora que estava menos alterado. Eu comecei a me sentir péssimo pelos gritos de dor que o Christian dava. Tipo, eu não era um cara violento. Não sei o que deu em mim, mas... Ah, cara. Eu sou um grande imbecil.

     Senti-me ainda pior quando Kenny perguntou como ele conseguira aquilo e Christian respondeu que havia caído. Eu me sentiria melhor se alguém me desse uma bronca bem dada. Mas eu não sabia se Miranda estava chateada demais para fazer isso ou se ia simplesmente me ignorar.

     Mais tarde, depois de hospital e almoço, tínhamos que ir para um estúdio. Mais um photoshoot. Acabei ficando sozinho com Miranda. A oportunidade perfeita para ela me dar a maior lição de moral, mas ficou calada. Aquilo estava me matando.

     - Miranda...

     - Não quero falar com você. – Disse. O quê? Tinha cinco anos agora?!

     - É por causa do que houve mais cedo?

     - Não, Justin, imagina. – Ela virou de costas, arrumando algumas coisas que nem eram para ser arrumadas. – Por que bateu nele?

     - Eu... Eu estava nervoso.

     - Ah, obrigada pela parte óbvia. – Revirou os olhos.

     - Chris fez algo que eu não gostei...

     - Por isso quebrou o braço dele?

     - Não! Foi sem querer.

     - Ultimamente você tem feito muitas coisas sem querer. – Comentou. – Olha, Justin, seja lá o que for, você não tinha o direito de fazer o que fez. Eu sei que...

     - Você! Claro, sempre a Sra. Sabe-Tudo! O que você sabe, Miranda? Quando você beijou ele ou ele te beijou, isso não importa, você sabia o que estava fazendo?!

     - Ah, então... Foi isso?! Você está com... Ciúme? Você quebrou o braço do menino por ciúme?!

     - Claro que não! – Bufei. – Você é realmente convencida a ponto de achar que eu sentiria ciúme de você, depois de sete meses desde que terminamos? Fala sério.

     - Desculpa se eu achei que você ainda gostava de mim, Justin! Mas sabe, um beijo e me levar para tomar café e não a sua namorada são sinais bem...

     - Exato! Somente sinais. Você está realmente carente, Miranda. Pede para o seu primo voltar, porque isso aí está ficando sério.

     Ela parou por um segundo e respirou fundo, depois riu com escárnio e saiu do camarim, batendo no Alfredo ao abrir a porta.

     - Ai, JB. – Censurou ele, balançando a cabeça negativamente. – Ótimo jeito de reconquistar. Estou vendo que eu vou ter mesmo que te ajudar. – Virou-se de costas e começou a andar. – Ah, isso aí que você disse não foi nada legal, conserte isso. E vamos, já estão te esperando.

     Suspirei e fui atrás dele. Eu. Sou. O. Maior. Imbecil. Da. História. Eu queria Miranda para mim, agora eu só a afastei mais. 


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Notas finais do capítulo

EAÍ? Gostaram?? Uh, preparem-se psicologicamente para o próximo capítulo, porque a coisa vai ficar tensa. HAHA, beijinhos, amo vocês ♥