How To Love escrita por Nath_Coollike


Capítulo 5
Pretty Liar


Notas iniciais do capítulo

Enjoy (:



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Justin PDV

Voltei para casa e, ao contrário do que eu queria, minha mente não saía de Hannah. Tinham tantas coisas duvidosas que cercava aquele maldito acidente que parecia uma tarefa impossível tirar minha mente dele.

Eu estava deitado no sofá, tentando me distrair com Smallville, mas não estava dando certo. Acabei pegando no sono lá mesmo.

- No que está pensando? – Perguntei a Hannah. Ela olhava para o teto do meu quarto.

Acariciei sua bochecha e ela comprimiu os lábios. Estávamos nos arrumando para a premiação, aquela maldita premiação, quando ela me puxou para deitar ao lado dela na minha cama.

- Eu estou pensando no por que eu tenho tantos problemas. – Ela respondeu e se virou, me olhando nos olhos.

- Todo mundo tem problemas. – Falei e beijei sua testa, numa tentativa irracional de proteção. – Você sabe que pode confiar em mim, não sabe?

Hannah me deu um selinho e segurou meu rosto com as mãos. Deixei meus olhos fechados, apenas apreciando o toque delicado de Hannah em minha pele.

- Sei. – Ela falou e me deu outro selinho. – E obrigado por ser tão maravilhoso. Eu sei que tenho sido insuportável esses dias, mas... Não era e nunca foi minha intenção ser insuportável.

- Você não está insuportável. Está paranoica. – Falei e Hannah deu um risinho. – Por que mandou trocarem as trancas da sua casa?

- Tenho medo de ser assaltada, sabe disso. – Ela respondeu.

- E as blindagens dos vidros do seu carro também foram pensando em segurança? – Perguntei.

Hannah riu.

- Vamos Bieber. Estamos atrasados. – Ela disse antes de me beijar de verdade, um beijo cheio de sentimentos. O último beijo.

Acordei no meio da noite. Smallville já tinha acabado faz tempo e o sol já estava começando a aparecer. Passei as mãos na testa e respirei fundo. Hoje eu ia fazer qualquer coisa – ir para o estúdio, dar entrevista, show beneficente, tarde de autógrafos, qualquer coisa mesmo – para não ir ao hospital e manter minha mente longe de Hannah.

Peguei meu celular ao lado do sofá. Duas mensagens de Callie me dizendo para ligar para ela hoje, uma mensagem de Chaz me pedindo para ligar pra ele e uma ligação perdida de Hannah.

Hannah PDV

Por mais que eu tente arrumar as merdas que eu faço, eu sempre acabo voltando a estaca zero. Sempre, sem exceções. Depois de uma “noticia chocante” que passou na televisão, eu senti vontade de castrar Justin Bieber e tirar as tripas de Callie Jensen.

Os dois estavam se beijando no meio da rua. Eu me senti altamente traída, afinal minha melhor amiga estava se agarrando por aí com meu namorado. Ex-namorado, na verdade. Enfim, me sinto traída do mesmo jeito. Liguei para Justin no meio da noite para pedir explicações e ele não atendeu, talvez de propósito, vai saber.

- Quer café? – Minha mãe perguntou.

Apenas neguei com a cabeça. Os remédios fortes que estava tomando me deixava com dor de estomago e se comesse a situação iria piorar. Ainda eram dez horas da manhã e eu já tinha tomado um bom coquetel de remédios.

- Posso ligar para Callie? – Perguntei no meu fio de voz.

Mamãe assentiu e me deu o celular. Com muita dificuldade – e lerdeza – disquei o número de Callie Jensen. Ela atendeu depois de muitos toques, me deixando impaciente.

- Alô? – Ela atendeu e começou a rir. Ouvi uma voz masculina ao fundo, rindo.

Oh não.

- Callie, é Hannah. – Resolvi bancar a inocente. Essa cachorra traidora! Ela estava com Justin!

- Hannah? – Ela pareceu surpresa e a voz de Justin parou.

- É. Eu só queria te chamar para vir ao hospital conversar comigo. Estou me sentindo sozinha. – Falei.

Ela vai ver. Ah se vai.

- Er... Hannah, eu estou um pouco ocupada hoje. – Ela falou.

É. Ocupada dando para meu ex.

- Não tem problema então. – Falei e me senti idiota. O que eu estava fazendo? – Te vejo outra hora. – Desliguei.

Por um lado, ver Callie e Justin juntos me consumia por dentro. Por outro, eu estava feliz pelos dois. Tudo o que eu queria era que Justin me esquecesse antes de eu... Bom, antes de me matarem, e Callie parecia ser apta para o serviço. Senti uma lágrima teimosa sair dos meus olhos. Eu tinha que estar feliz.

(...)

Passei o dia inteiro jogando ludo com a minha mãe. Ela, às vezes, me perguntava se eu checava os freios regularmente antes do acidente. Respondi que não, mesmo sendo mentira.

No outro dia, quando acordei, minha mãe não estava no quarto. Era apenas eu e uma figura masculina que eu desejei ser alucinação.

- Então Hannah. – Robert apareceu e sorriu cinicamente. – Como se sente?

Senti meu coração bater mais rápido.

Justin PDV

Me senti o maior babaca do mundo enquanto via Callie colocar as roupas furiosamente. Como eu pude ser tão burro?

- Callie, me desculpa. – Falei.

Me xinguei mentalmente. Sim, eu cheguei ao ponto de estar nas preliminares com uma garota e simplesmente gemer o nome errado. Callie me olhou brava.

- Não tem problema JB. – Ela falou e senti ela me matando por pensamento. – Acidentes acontecem.

Callie colocou o sapato e saiu do quarto do grande hotel que tínhamos entrado, desesperados para... Bom, para transar. Não acredito que fui burro o suficiente para gemer o nome de Hannah enquanto era Callie que estava ali. Passei a mão pelo cabelo.

Falando em Hannah...

Minha mãe disse que hoje saía do exame de criminalística do carro e, bom, eu estava curioso. Apesar de não dar a mínima – pelo menos tentar – e querer mais que Hannah desapareça da minha vida, eu não conseguia deixar de pensar nela. E de gemer o nome dela na hora errada. Soquei um travesseiro.

(...)

Passei a tarde inteira fazendo coisas de gente desocupada – como pesquisar a vida das lontras, mesmo sem ter um trabalho sobre isso na escola – e conversando com meus amigos do Canadá pelo Skype. Liguei para Chaz, que apenas me perguntou se eu podia descolar um autógrafo meu para uma menina que ele estava a fim.

Além disso, entrei num jogo comigo mesmo: Ver quanto tempo conseguia ficar sem pensar em Hannah. Meu maior tempo foi oito minutos. Pattie entrou no meu quarto – sem bater, claro. Bater na porta é um luxo nessa casa – enquanto colocava os brincos que tinha dado a ela de dia das mães.

- Vou ir ao hospital. Celeste quer me contar o que deu no exame de criminalística. – Falou.

Mordi os lábios e continuei a mandar mensagens para o Butler sem me importar muito.

- Quer ir? – Perguntou.

Demorei a responder, afinal eu queria ir, mas eu também queria fazer as coisas funcionarem com Callie. E ver Hannah não era exatamente um jeito de fazer isso. Bom, Callie não precisa saber.

- Quero sim. Vou colocar um tênis. – Falei.

Mandei a última mensagem para o Butler – que veio me dar os pêsames pelo chute e pela suposta morte de Hannah – enquanto colocava um tênis. Saímos assim que desci para a sala.

Quando chegamos ao hospital, parecia ter todas as emissoras de televisão paradas na frente do hospital. Agora seria impossível Justin Bieber entrar no hospital despercebido para uma “amiga colorida” não descobrir que ele esteve ali.

Pattie estacionou o carro por perto – a rua inteira e grande parte do estacionamento térreo do hospital estavam cheio de repórteres e câmeras – e desceu do carro. A segui e quase fiquei cego com os flashes na minha cara.

- Justin, o que você tem a dizer sobre o acidente de Hannah Miller?! – Uma mulher com um microfone me perguntou.

- Vocês não haviam terminado?! – Um homem gordinho me perguntou.

- Justin! Justin! Hannah está bem?! Você anda vendo ela?! – Um homem alto me perguntou, gritando na minha orelha.

Apenas ignorei os gritos e os flashes até chegar a uma área segura – vulgo recepção do hospital onde os repórteres e enxeridos não podiam entrar.

- Justin? – Uma voz feminina me chamou.

Olhei para cima e lá estava Caitlin Beadles. Eu sabia que ela e Hannah tinham uma espécie de amizade – toda a vez que Hannah queria reclamar de mim era para Cailtin que ela ligava – e conversavam de vez em quando. Se me incomodava que minha antiga atual tivesse uma espécie de amizade com uma ex? É claro que sim!

- Ah! Oi Caitlin. – Falei e sorri.

Caitlin olhou pra mim como se não estivesse acreditando que eu estava ali.

- O que veio fazer aqui? – Perguntou.

- Também é bom te ver. – Falei irônico. – Mas acho que o mesmo que você.

Caitlin balançou a cabeça como se tentasse esclarecer algum tipo de pensamento.

- Olha, me desculpa, tá? Eu não queria ser rude, mas é que vocês haviam terminado e... Foi mal, eu não queria soar rude. – Caitlin falou.

- Tudo bem Cait. – Falei e senti alguém empurrar minhas costas com força. Christian.

- Cara! Esse hospital é maior que o shopping que a Caitlin gosta de ir! – Ele gritou e arrumou o boné.

Christian nunca cresce, sempre vai agir como uma criança. E é por isso que eu me divirto muito com ele.

- Esse hospital deve ser maior que Stratford. – Falei e Christian e Cailtin riram.

- Ok, brincadeiras a parte... Vamos subir? – Caitlin falou.

Assenti.

Minha mãe tinha parado no caminho para ir ao banheiro – velhos – e, aparentemente já tinha subido. Pegamos o elevador juntos.

O décimo andar, que antes era o lugar de maior paz daquele hospital, agora estava cheio de gente, famosos e não famosos. Taylor Swift, Emma Roberts, Demi Lovato, Miley Cyrus, Cody Simpson (o que infernos esse menino estava fazendo aqui?) e Jake T. Austin.

Reprimi a vontade de jogar Jake pela janela. Jake era um ex-namorado de Hannah que eu tive que aprender a suportar pelo bem geral da nação. Mesmo assim, eu nunca sustentei uma conversa civilizada com ele, a conversa mais longa que tivemos foi sobre o tempo.

- Justin! – Taylor gritou e correu até mim, me dando um abraço sufocante.

Muitas pessoas confundem a simpatia de Taylor com galinhisse, mas não ter nada a ver. Taylor é uma pessoa doce e age dessa forma por ter sido educada desse jeito.

- Taylor... Eu estou sem ar. – Falei e ela me soltou.

- Eu sinto muito por isso. Quem ia imaginar que ela iria sofrer um acidente e... – Taylor falava depressa e sem pausas para respirar. Isso me assusta nela.

- Justin. – Minha mãe apareceu na porta do quarto de Hannah, com um semblante preocupado. – Pode vir até aqui, por favor.

Involuntariamente comecei a pensar se havia feito algo errado, mas me lembrei de que se tratava de Hannah e não de mim. Fui até o quarto, sentido os olhares enciumados de Jake. Engole essa! Assim que entrei, vi Hannah sentada na cama com a expressão assustada. Robert estava ali, junto com a minha mãe e Celeste.

Hannah me viu e desviou os olhos, como se quisesse esquecer que eu estava ali. Respirei fundo, minha mãe estava tentando me matar.

- O que foi? – Perguntei.

- Justin, você precisa nos contar tudo o que sabe. – Celeste se pronunciou.

Hun?

- Como assim? – Perguntei.

- Você sabe de alguma coisa sobre a noite do acidente, algo que deveríamos saber? – Minha mãe perguntou.

- Ele não sabe de nada. – Hannah falou e virou os olhos. – Ele. Não. Sabe. De. Nada.

- Como pode ter tanta certeza? – Perguntei para a garota teimosa, que não deixava de ser teimosa nem quando queriam ajudá-la.

- Eu apenas sei. – Hannah falou e me repreendeu com um olhar. – Vocês estão paranoicas, o freio pode ter falhado sem ter quebrado ou coisa parecida.

- Espera. – Falei e me virei para minha mãe. – O que houve com o freio do carro?

- No exame de criminalística deu que o freio estava inteiro. Ele não falhou na noite do acidente. – Minha mãe falou. – E ainda por cima tem a ambulância chegando mais cedo.

- O freio era velho, pode ter falhado de qualquer jeito. – Hannah falou.

Espera um pouco. Semana passada Hannah tinha ido comigo trocar aquela porra, não tem jeito de ser velho. Me perguntei se ela tinha bebido alguma coisa ou se queria esconder alguma coisa da mãe.

- Hannah, você tem certeza de que não havia ninguém naquela rodovia? – Robert perguntou.

- Tenho. – Hannah falou e encarou as mãos. – Foi só uma falha boba nos freios.

- E a ambulância? – Minha mãe perguntou.

Hannah estava escondendo alguma coisa, tenho certeza.

- As enfermeiras podem cometer erros, Pat. – Hannah falou e sorriu pra minha mãe. – Juro para vocês que foi acidente. Não havia ninguém na rodovia naquela hora.

- Ok. Agora que todos sabem que foi apenas um acidente, podemos voltar para nossas casas e descansar. – Robert falou. – Inclusive você Justin.

Me virei para encará-lo.

- Sei que você vem se preocupando demais com isso. – Robert falou, me olhando sério. – Apenas relaxe.

Assenti. O que ele quis dizer com “Você vem se preocupando demais com isso”?

- Eu te levo até a porta. – Celeste falou.

Robert e Celeste saíram do quarto, deixando apenas eu, minha mãe e Hannah.

- Vou deixar vocês conversarem. – Minha mãe falou e sorriu. – Volto em dez minutos, ouviram?

Pattie saiu do quarto, me deixando sozinho com Hanah. Hannah ligou a televisão e colocou num canal infantil onde estava passando Bob Esponja.

- Quer me dizer alguma coisa? – Perguntei. – Algo que já era para eu saber?

- Não tenho nada para te dizer. – Hannah falou. – Por que não vai trocar saliva com a Callie e me deixa em paz?

Reprimi meu sorriso. Hannah estava com ciúme.

- Quem sabe eu realmente queira ir trocar saliva com ela. – Falei para provocá-la.

- A porta é serventia da casa. – Hannah falou e aumentou o desenho.

- Então eu vou.

- Pode ir.

- Então tá.

Caminhei até a porta e Hannah desligou a televisão.

- Você é o maior cretino que já existiu. Como se atreve a ficar com a minha melhor amiga? – Falou. Sorri e desmanchei o sorriso antes de me virar para ela.

Se quisesse provocá-la um pouco, tinha que parecer sério.

- Como sabe não foi sua melhor amiga que quis me beijar? – Falei e encostei-me à porta.

- Ela também é uma vagabunda. – Hannah falou. – Os dois deviam esquecer que eu existo.

“Acredite em mim, eu tento esquecer que você existe desde aquela noite” pensei.

- Posso te fazer uma pergunta? – Perguntei.

- Não. – Respondeu. – Se manda. Vai ir trocar saliva com a Callie.

- Vou fazer do mesmo jeito. – Respondi. – Por que me chutou daquele jeito naquele dia?

Hannah pareceu hesitante a responder.

- Porque eu quis. – Ela respondeu. – Agora se manda.

- O que quer tanto esconder da sua mãe? – Perguntei. – Por que não admite logo que não foi um acidente, Hannah?

- Porque foi um maldito de um acidente! Agora se manda Bieber, se não vou começar a gritar. Falo sério!

- Ok, você quem sabe. – Respondi e levantei as minhas mãos, num sinal de redenção.

Abri a porta e, antes de sair, me virei para Hannah.

- Vou dizer a Callie que mandou lembranças. – Falei e sorri.

Hannah começou a me xingar de cretino safado e eu comecei a rir. Uma enfermeira bigoduda nos olhou com cara de taxo e eu tive que parar com a minha brincadeira. Assim que ela estivesse mais calma – ou dopada – eu faria a pergunta crucial: Por que diabos ela mentiu sobre não ter trocado os freios?

No próximo capitulo:

- Lembranças...;

- Hannah conversa com Callie;

- Justin escapa por pouco.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *-*
Ok, foi muito mal ter postado um capítulo enorme, eu tenho que trabalhar meu poder de sintese. Desculpa gente :T