How To Love escrita por Nath_Coollike


Capítulo 3
Lies, Lies and Lies


Notas iniciais do capítulo

Enjoy (:



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Hannah PDV

Eu tinha sensação de que estava morrendo. Parecia que meus ouvidos e a minha boca estavam tapados e eu mal conseguia respirar. Na verdade, parecia que eu estava dentro de uma grande poça de nada.

- Ela já está bem melhor. – Ouvi uma voz um pouco distante.

Eu ainda estava viva. Não sei o que é pior, estar viva e viver com a culpa de deixá-lo ir ou estar beirando a morte. Ouvi alguém chorando e o som se intensificou. É minha mãe, tenho certeza.

Tentei mexer um músculo, para mostrar que estava bem, mas não consegui fazer nada. Meu corpo simplesmente não respondia aos comandos do meu cérebro.

- Eu sugiro que falem com ela. Ela pode ouvir vocês. – A mesma voz desconhecida falou.

- Hannah? – Minha mãe me chamou.

Tentei gritar, mas minha voz não saía.

- Hannah, você não sabe o quanto fiquei preocupada. – Minha mãe falou e voltou a chorar.

- Calma Celeste, tudo vai dar certo agora. – Ouvi uma voz familiar. Pattie.

Justin estava aqui? Depois de tudo o que eu disse a ele, depois do que eu fiz, ele veio até aqui ver como eu estava?

- Kenny, Ryan... Acho que estamos sobrando aqui. Vamos ir pra casa. – Scotter disse.

Meu Deus, todos eles estavam aqui. Mesmo depois daquilo tudo.

- A gente volta pra te pegar mais tarde Pattie. Qualquer coisa pede o Justin liga pra mim. – Ryan falou.

- Tá. Eu ligo. – Justin.

Senti meu coração falhar uma batida. Ele estava aqui. Ele estava aqui para me ver. Ele não me odeia.

- Hannah? Pode se mexer? – Pattie perguntou.

Tentei de novo. Nada.

- Eu vou ir ligar para Callie. Acho que ela vai gostar de saber que Hannah não está morta. – Justin falou.

Desejei que ele ficasse, desejei que eu pudesse me mexer, desejei que ele pudesse segurar a minha mão e me dizer que tudo ia ficar bem. Como nos velhos tempos.

- Não, eu vou. – Minha mãe falou. – Eu preciso comer alguma coisa também. Pattie, você pode ficar de olho nela pra mim?

- Posso, claro. – Pattie falou.

Ouvi som de passos e de porta abrindo e fechando. O quarto ficou em silêncio, silêncio total. Por favor, falem alguma coisa. Eu preciso ouvir a voz dele.

Pattie soltou um risinho.

- Acho que ela pode só pode ouvir. – Pattie falou.

- Acha que ela não está sentindo? – Justin perguntou.

Sentindo o que? Pelo amor de Deus...

- Acho que não. – Pattie falou.

(...)

Justin PDV

Depois de ficar horas no quarto de Hannah – em silêncio, apenas segurando a mão dela. – e comer alguma coisa na lanchonete do hospital, liguei para Kenny. Ele me buscou e, quando cheguei em casa, peguei o meu carro.

Dirigi até o prédio do canal dezoito, com pressa. Não sei como Clay soube sobre Hannah, não sei se ele realmente tinha alguma coisa haver, mas eu queria – e vou – tirar minhas dúvidas com ele.

Assim que cheguei, a recepcionista não pareceu surpresa de me ver. Apenas discou o ramal de Clay e me mandou esperar porque ele estava em reunião. Da última vez que fui ali, as coisas estavam diferentes. Uma estante de aparência velha foi colocada na recepção e na estante tinham vários enfeites novos, as paredes foram pintadas e os móveis trocados.

- Justin, Clay está te esperando lá em cima. – A recepcionista falou e digitou algo no computador

Subi até o 56º andar e Clay já me esperava na porta do elevador, sorrindo.

- Justin! Você está ótimo. Vamos entrando. – Clay falou.

Sai do elevador pensando em quão mentiroso Clay podia ser. Eu estava ótimo? Acordei as quatro, a única coisa que comi foi um sanduiche, meu cabelo estava despenteado e tomei o maior fora da minha vida ontem. O que pode ser pior?

Sentei no sofá de frente para mesa de Clay, que logo tomou seu lugar, ainda sorrindo.

- Resolveu me dar a entrevista? – Clay perguntou e cruzou os braços.

- Não, eu vim perguntar algumas coisas. – Falei.

O sorriso de Clay se desmanchou. Clay apoiou os dois cotovelos na mesa.

- O que? – Perguntou.

- Sobre o acidente. O acidente de Hannah. – Falei.

Clay mantinha o rosto sério.

- Você disse que ela morreu, mas ela estava viva. – Continuei.

- Viva? – Clay pareceu surpreso e arqueou uma sombrancelha.

- É. Como sabia sobre o acidente? – Perguntei.

- Como assim como eu sabia? Todos sabem.

- Não, ninguém sabia até você dizer no seu canal.

Clay pareceu pensar e então me olhou com ódio.

- O que Hannah te contou? – Perguntou.

O que?

- Ela não me contou nada. Por quê? Eu deveria saber de alguma coisa? – Perguntei.

- Não seja tolo. O que sabe sobre o acidente de Hannah? – Clay parecia realmente bravo.

- Sei que o carro dela desceu ladeira a baixo e bateu numa árvore. Os freios falharam. – Falei.

Clay arqueou uma sobrancelha e sua expressão se suavizou.

- Ah. Sabe Justin, há coisas em que crianças não devem se meter. – Clay falou.

Crianças o seu...

- Então porque não volta para sua casa e deixa a policia cuidar disso? – Clay continuou.

- Eu só queria saber. – Falei e olhei para meus pés.

Eu odeio parecer um ratinho acuado na frente das pessoas, mas dessa vez eu não tinha escolha.

- Hannah sofreu um acidente. Acidentes acontecem. Por que veio me perguntar, bobinho? – Clay falou e sorriu maldosamente.

- Acho que só fiquei apavorado por causa da noticia da morte dela. – Falei.

Merda Justin, olhe nos olhos. Diga que você sabe que ele pode ter uma grande parcela de culpa.

- Fique tranquilo. Vou dizer para todos que ela está bem. Alguém apenas me contou que ela havia morrido e eu publiquei isso. Me perdoe. – Clay falou. – Se não se importa, preciso dar um telefonema importante.

- Ok. – Falei e me levantei do sofá.

Fui até o elevador e apertei o botão para chamá-lo. Mordi meus lábios com força.

- A propósito. – Clay falou. Me virei para encará-lo. – Sinto muito por vocês dois. Faziam um bom casal.

Clay sorriu, mas não de uma forma de quem sente muito. Clay sorriu maldosamente, como uma pessoa pronta para esmagar um mosquito.

- Hun. – Respondi.

O elevador chegou e eu entrei.

A verdade era que... O que diabos eu estava fazendo? Defendendo Hannah? A garota que me chutou na frente de todo mundo?

Encostei a cabeça no elevador. Não sei se era o sono, se era o acidente ou qualquer outra grande merda, mas eu estava confuso. Muito confuso.

Pattie PDV

Celeste conversava com Hannah como se ela estivesse respondendo, o que eu achei extremamente fofo. Ver Hannah ali, deitada numa cama de hospital e toda machucada era extremamente doloroso para todo mundo.

Tirando o fato de que se conheciam há três anos – quase quatro – e sempre foram amigos, Hannah e Justin namoraram durante um ano e alguns meses. Hannah era sempre tão educada com todo mundo da equipe que fez todos caírem de amor por ela instantaneamente.

Na televisão ainda passava a noticia do acidente de Hannah – e ainda dizia que ela estava morta – e isso acabava com Celeste, mesmo que ela estivesse distraída conversando com Hannah.

- O acidente aconteceu às duas horas da manhã. O corpo foi levado de ambulância, mas até agora não se sabe em que hospital o corpo de Hannah Miller está. Fãs... – Celeste desligou a televisão.

- Bando de carniceiros. Adoram pegar uma história e fazer isso. – Celeste falou. Dei um risinho.

- Eu vou dar uma volta. – Falei e sai do quarto.

Andei por quase todo o hospital, tentando telefonar para Scotter ir me buscar. Passei por uma bancada vazia, cheia de papéis. Não dei muita importância, até ver a ficha de Hannah ali em cima.

Parei de tentar ligar para Scotter e li a ficha.

Hannah Miller (Ambulância)

Hora do acidente: Ambulância requerida às 1h da manhã

Hora de chegada da ambulância ao hospital: 2h30min da manhã

Relatório: A paciente foi ressuscitada duas vezes a caminho do hospital. Parada cardiorrespiratória e ferimentos graves. Cabeça gravemente ferida. Sujeita a cirurgia para remoção de restos de vidro.

O acidente aconteceu as duas horas da manhã, segundo a reportagem. Como a ambulância foi chamada uma hora antes do acidente?

Justin PDV

Enquanto tomava banho, deixei que algumas lembranças de Hannah me invadissem. Ela sempre foi tão maravilhosa, depois resolveu estragar tudo. Respirei fundo.

- Vamos, seu lerdo. – Hannah gritou, sorrindo.

Minhas mãos suavam e sentia meu coração bater descompassadamente. Subimos a colina de Hollywood num folego só e Hannah estava maravilhosamente linda naquele dia.

- Para de correr, garota. – Falei e Hannah riu.

Já estava entardecendo e tínhamos acabado de fugir do estúdio onde ela estava gravando. Ela sabia que ia se ferrar no final, mas pouco lhe importava.

Sentamos na colina e ficamos olhando para cidade em nossa frente.

- Ela parece tão pequena aqui de cima. – Hannah falou.

Ela tinha quinze anos, eu tinha dezesseis. Por mais que fosse mais nova, Hannah parecia bem mais velha mentalmente e isso sempre me deixou com medo de parecer idiota na frente dela. Eu não sabia como começar a dizer o que eu sentia por ela.

- Hannah... – Comecei, mas depois parei.

- Pode falar, bobinho. – Hannah falou e abriu um pacote de cheetos.

- O que você faria se estivesse apaixonada por alguém que parece não sentir o mesmo? – Perguntei.

Hannah pareceu pensar – com os lábios laranja por causa do salgadinho. – e depois sorriu. Peguei um pouco do salgadinho dela.

- Eu diria pra ela como me sinto. Não importa que esteja anoitecendo, que eu esteja com frio e que a boca dessa pessoa esteja laranja. – Ela falou.

Eu não sei como, mas Hannah sabia. Eu apenas a beijei e pude sentir o gosto de cheetos. Hannah correspondeu ao meu beijo e, logo depois, estávamos quase sendo fotografados numa posição comprometedora. No dia seguinte eu mandei flores pra ela – tulipas, nunca rosas. – e ela me ligou, começamos oficialmente a namorar.

Sorri e deixei a água cair pelo meu corpo. Tanta coisa havia mudado, parecia que fazia décadas desde aquele dia, mas fazia apenas um ano e alguns meses.

No próximo capítulo:

- Hannah abre os olhos;

- Celeste pede o exame de criminalística no carro;

- Justin tenta fazer as coisas voltarem a dar certo;


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, por favor (: